Os presidentes do Trio de Ferro que já conquistaram títulos oficiais no futebol

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico. Crédito: camisasdefutebolretro.com

Atualizado até 28/03/2018

Centenários, os três grandes clubes pernambucanos somam 100 títulos oficiais no futebol, sendo 48 do Sport, 31 do Santa e 21 do Náutico. Neste levantamento do blog, considerando as conquistas mais expressivas, entraram as seguintes competições: Estadual (1915-2017), Nordestão (1994-2017), Torneio Norte-Nordeste (1968-1970), Série C (1981-2017), Série B (1971-2017), Série A (1959-2017) e Copa do Brasil (1989-2017), com a discussão aberta sobre outros torneios, claro. Aqui, porém, o viés é sobre o presidente à frente em cada um desses títulos. Até hoje, 60 mandatários conseguiram títulos em suas gestões, à parte da análise administrativa, com ampliação estrutural e redução de dívidas (ou o contrário!). Alguns múltiplos campeões se beneficiaram de vários mandatos, enquanto outros conseguiram uma taça expressiva para a respectiva galeria mesmo com apenas um ano.

No Náutico está o maior campeão pernambucano. O nome não traz surpresa alguma: Eládio de Barros Carvalho, que há tempos empresta o nome ao estádio dos Aflitos. Foram seis campeonatos, e não exatamente o “hexa”, embora tenha comandado o timbu no início da sequência exclusiva. No Santa, curiosamente os presidentes executivos com mais títulos são os da década mais recente, quando o clube engatou uma série de cinco estaduais em seis anos e ainda conquistou os seus primeiros títulos oficiais fora do âmbito local. Sem contar o fato de ALN e Alírio terem tido mandatos maiores, uma vez que num período de 40 anos (1973-2013) somente um tricolor teve uma gestão superior a dois anos – José Neves, com três mandatos.

Já no Sport, quatro presidentes tem um histórico superior a três títulos, com o polêmico Lucano Bivar, que renunciou em 2011 e se licenciou em 2013, sendo o maior vencedor (entre todos listados abaixo), embora não tenha conquistado nenhuma das duas estrelas douradas – na verdade, ganhou a prateada.

Sport – 25 presidentes campeões

7 títulos
Luciano Bivar (PE em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006, NE em 2000 e Série B em 1990)

5 títulos
Wanderson Lacerda (PE em 1991, 1992, 1994 e 1996, NE em 1994)

3 títulos
Adelmar da Costa Carvalho (PE em 1955, 1956 e 1958) e Milton Bivar (PE em 2007 e 2008, Copa do Brasil em 2008)

2 títulos
Manoel José Guimarães (PE em 1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (PE em 1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (PE em 1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (PE em 1961 e 1962), Jarbas Guimarães (PE em 1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (PE em 1981 e 1982), Homero Lacerda (Série A em 1987 e PE em 1988), Silvio Guimarães (PE em 2009 e 2010) e João Humberto Martorelli (PE em 2014 e NE em 2014)

1 título
Arnaldo da Silva Loyo (PE em 1920), Roberto Rabello (PE em 1925), Raphael Addobati (PE em 1928), José de Andrade Médicis (PE em 1938), Renato Silveira (PE em 1943), João Elysio de Lauria (PE em 1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (PE em 1949), José Dhália da Silveira (PE em 1953), Eduardo Cardoso (N-NE em 1968), José Moura (PE em 1980), Severino Otávio (PE em 2003) e Arnaldo Barros (PE em 2017)

Santa Cruz – 21 presidentes campeões

4 títulos
Antônio Luiz Neto (PE em 2011, 2012 e 2013, Série C em 2013)

3 títulos
Alírio Moraes (PE em 2015 e 2016, NE em 2016)

2 títulos
Carlos Afonso de Melo (PE em 1931 e 1932), Odivio Duarte (PE em 1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (PE em 1969 e 1970), James Thorp (PE em 1971 e 1972) e José Neves (PE em 1986 e 1987)

1 título
Alcides Lima (PE em 1933), Virgílio Borba Júnior (PE em 1935), Jaime Galvão (PE em 1940), José Fulgino (PE em 1946), Edgar Beltrão (PE em 1947), Gastão de Almeida (PE em 1973), José Nivaldo de Castro (PE em 1976), Mariano Pedro Mattos (PE em 1978), Rodolfo Aguiar (PE em 1979), Vanildo de Oliveira Ayres (PE em 1983), Dirceu Menelau (PE em 1990), Alexandre Mirinda (PE em 1993), Luiz Arnaldo (PE em 1995) e Romerito Jatobá (PE em 2005).

Náutico – 14 presidentes campeões

6 títulos
Eládio de Barros Carvalho (PE em 1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)

2 títulos
Luiz Carneiro de Albuquerque (PE em 1967 e 1968) e Josemir Correia (PE em 1984 e 1985)

1 título
Victorino Maia (PE em 1934), Aroldo Fonseca (PE em 1939), Neto Campelo Júnior (PE em 1945), Wilson Campos (PE em 1964), Fernando Wanderley (PE em 1965), Manuel Cesar de Moraes (PE em 1966), João de Deus (PE de 1974), Antônio Amante (PE em 1989), André Campos (PE em 2001), Sérgio Aquino (PE em 2002) e Ricardo Valois (PE em 2004)

Sport anuncia mais uma desistência no Nordestão e segue reprimindo a história

Os troféus dos títulos do Sport na Copa do Nordeste (1994, 2000 e 2014)

As taças dos títulos nordestinos do Sport em 1994, 2000 e 2014

Em entrevista coletiva convocada na Ilha do Retiro, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, respondeu sobre problemas do clube, como desempenho no futebol, crise administrativa e também sobre a participação na Copa do Nordeste de 2019. A pergunta foi uma consequência da ausência em 2018, que deve ser ampliada em 2019. Eis a posição do dirigente sobre o assunto:

“Eu não fui convidado, eu nem sequer conheço o regulamento da Copa do Nordeste de 2019. Vocês perguntaram ao Central se o Central vai participar? Por que estão perguntando ao Sport? O Sport não é da liga (do NE), o Sport não está na Copa do Nordeste, não tenho sequer obrigação de conhecer, e não conheço, o regulamento que prevê a próxima competição. Não recebi nenhum convite, não recebi nenhum ofício (da CBF)”

“Não tenho o que responder. Não estou protelando, não fui convidado, não conheço o regulamento. Por que eu tenho que falar de uma coisa que não me diz respeito? O Sport está fora da competição. Expliquei porque saí e não me arrependo. E agora, outros (clubes) estão enxergando a mesma conclusão, de que há efetivamente duas inviabilidades. Uma financeira e a outra esportiva. Assistimos Náutico e Santa tendo que jogar quatro jogos em dez dias (em 2018), ou coisa parecida, desrespeitando as 66 horas (de intervalo), a CBF e o sindicato dos atletas fechando os olhos para a ilegalidade, e colocando o time misto, que desrespeita os contratos. Se o Sport fizesse isso, seria ferrenhamente cobrado. Não podemos nos dar o luxo de ficarmos irregulares.”

“Então, não tenho porque me manifestar sobre uma competição que sequer fui convidado. Eu vou ser intruso? Boa sorte para a Copa do Nordeste”

Entre 1994 e 2018 o Nordestão foi realizado 15 vezes. Através de critérios técnicos, o Sport poderia ter participado de todas as edições. Contudo, o leão ficou de fora em 2003 e 2010, torneios disputados paralelamente ao imbróglio na justiça entre CBF e Liga do Nordeste – encerrado após um acordo favorável à liga. Em 2018, por não concordar com a cota distribuída, o rubro-negro protocolou a desistência junto à confederação brasileira. Em 2019 o mesmo caminho. Apesar das declarações em 22/03, o mandatário ainda precisa formalizar a saída junto à CBF – lembrando que a FPF desarticulou o ofício da confederação sobre a saída leonina (faz sentido essa manobra?).

Com três títulos em cinco finais, o Sport tem um dos melhores desempenhos no regional, mas vai abdicando do viés desportivo – de forma isolada. Em 2018, o Sport ganharia entre R$ 1 milhão (fase de grupos) e R$ 3,5 milhões (campeão). Num contexto mais amplo, é pouco – o Madureira, por exemplo, ganha R$ 4 milhões no Carioca. Porém, a ação isolada não traz benefício algum para o clube, como ficou claro, na visão do blog, neste ano. Sem contar que a decisão de Arnaldo Barros nunca foi bem digerida pela torcida. Para 2019, torcedores se mobilizaram em uma petição pública pedindo a volta do clube ao Nordestão – no blog, uma enquete com 1,7 mil votos apontou 75% a favor do retorno. Aliás, um clube autointitulado como o “Maior do Nordeste” deveria solidificar essa imagem na Copa do Nordeste. Optou por reprimir…

Sport na Copa do Nordeste
124 jogos
62 vitórias (50,0%)
33 empates (26,6%)
29 derrotas (23,3%)
12 participações: 1994 (1º), 1997 (4º), 1998 (9º), 1999 (3º), 2000 (1º), 2001 (2º), 2002 (10º), 2013 (7º), 2014 (1º), 2015 (4º), 2016 (4º) e 2017 (2º)

Evandro Carvalho desarticula o ofício da CBF e Sport ganha tempo para resposta sobre a participação no Nordestão 2019

Sport na Copa do Nordeste de 2019? Arte: Cassio Zirpoli/DP, via pixlr.com

O agendamento da fase preliminar da Copa do Nordeste de 2019 para abril de 2018 antecipou bastante o prazo sobre a decisão do Sport acerca da participação na próxima edição, uma vez que o leão desistiu do torneio vigente – como havia alertado o blog. O jornalista Carlyle Paes Barreto, do Jornal do Commercio, trouxe a informação com a data máxima para o posicionamento do clube: 16 de março. O prazo foi dado pela CBF, num ofício encaminhado à FPF. Porém, na data específica, não haverá resposta… Não agora.

O documento foi protocolado em 7 de março e encaminhado à federação pernambucana de futebol. Em contato com o blog, o presidente da entidade, Evandro Carvalho, disse que o documento sequer chegou a ser validado na FPF, após um contato com a CBF. Ou seja, não foi repassado ao Sport e, nesta data, a exigência já teria sido revogada. Trechos da entrevista…

Evandro, você recebeu o ofício da CBF? Caso sim, repassou ao Sport?
“Eu estava no Rio de Janeiro, na CBF, quando soube dessa história. Na hora, mandei desconsiderar aqui (no Recife), porque não cabe o pedido de inclusão, só o de exclusão. Foi um erro de quem elaborou. Além disso, a indicação dos clubes participantes na Copa do Nordeste cabe às federações”

Então, o Sport não precisa responder se disputará o Nordestão de 2019?
“O Sport se desfiliou da Liga do Nordeste. Ele já está fora. Agora, tudo é uma questão de dinheiro. O Sport está buscando o que interessa a ele, que é um recurso maior. A Copa do Nordeste é um torneio particular, no qual a CBF só fornece as datas. Nenhum clube é obrigado a participar. E se o Sport quiser voltar, pode voltar, como classificado (pelo Ranking da CBF) e convidado da liga. Esse ofício não impediria isso”

Há razão para se esperar uma copa paralela ao Nordestão nessa saída?
“A Copa do Nordeste ficou enfraquecida com a saída da Globo. Ela (a copa) precisa de recursos para os próximos anos e, desse jeito, nem sei se chega em 2022 (último ano do acordo entre a Liga e a CBF, com direitos de TV junto ao Esporte Interativo). Sobre um outro torneio, não sei. É uma questão interna dos clubes, que sempre vão querer jogar o que for mais rentável” 

Nota do blog: de fato, não fazia sentido a CBF exigir a resposta prévia de apenas um clube sobre a participação, pois o pedido de desistência, para 2018, visava apenas um ano, sendo necessário protocolá-lo a cada edição. Sobre a resposta do Sport, embora o pleito do clube seja correto (a busca por cotas maiores), a saída isolada aponta um erro estratégico – sem tanto apoio da torcida, que já fez até petição pública pedindo a volta. A continuidade disso não teria lógica, influenciando inclusive no próximo mandato no clube.

Sobre a cota da Copa do Nordeste, confira um balanço das receitas aqui.

Por R$ 9,8 milhões, Sport negocia André com o Grêmio. Pelo preço do mercado?

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport 2 x 0 Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Diante do Pesqueira, em 29/01, André marcou os últimos 2 gols pelo Sport

Ao repatriar André, em 5 de fevereiro de 2017, o Sport firmou um milionário contrato de cinco temporadas com o atacante – seriam R$ 19,5 milhões apenas em salários. No entanto, esta segunda passagem na Ilha do Retiro durou apenas um ano, devido ao desejo do jogador em atuar no Grêmio, que, após semanas de negociação, aceitou os termos do clube pernambucano. Se o valor da multa (60 mi) era irreal, a primeira oferta (6 mi) também não fazia o menor sentindo, considerando o rendimento técnico recente do jogador.

Por 2,5 milhões de euros (R$ 9,8 mi), o atual campeão da Libertadores conseguiu o seu camisa 9. Vale lembrar que o Sport detinha 70% dos direitos econômicos do atacante, após adquirir 50% junto ao Sporting de Lisboa e 20% com o Atlético-MG – o Corinthians manteve os seus 30%. Para isso, o leão desembolsou R$ 5,23 milhões, numa das maiores compras do Nordeste. Logo, o ágio – só com as transações – foi de R$ 4,6 mi. É interessante destacar que Diego Souza saiu por mais, mesmo sendo mais velho (32 x 27) e tendo menos anos de contrato (1 x 4). Venda boa ali ou modesta aqui? Ali.

Apesar da saída conturbada do centroavante, sobretudo nas negativas da Copa do Brasil, os números do camisa 90 foram excelentes no leão. Na Série A de 2017 foram 16 gols, ficando atrás apenas dos artilheiros Jô (Corinthians) e Henrique Dourado (Flu), ambos com 18 tentos. Por sinal, contando a passagem anterior, em 2015, André totaliza 29 gols em 62 partidas pelo Sport no Campeonato Brasileiro, com média de 0,46. É o terceiro maior goleador do clube na competição – abaixo de Diego Souza (38) e Leonardo (33).

Torcedor rubro-negro, o que você achou da saída de André? E a reposição?

André no Sport
2015: 34 jogos, 14 gols (média de 0,41) e 7 assistências
2017: 67 jogos, 27 gols (média de 0,40) e 3 assistências
2018: 5 jogos, 2 gols (média de 0,40) e 0 assistência

Total: 106 jogos, 43 gols (média de 0,40) e 10 assistências

André foi a 19ª venda milionária do Sport, a 36ª de PE e a 95ª do NE.

As maiores vendas do Sport no Plano Real, convertidas em dólar. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Dez anos depois, Nelsinho Baptista inicia um novo trabalho no Sport. Com lastro?

Nelsinho Baptista durante a sua passagem no Vissel Kobe, do Japão, em 2017. Foto: Vissel Kobe/twitter

Nelsinho Baptista deixou o comando do Sport em 28 de maio de 2009, duas semanas após a eliminação nas oitavas de final da Taça Libertadores. Na época, o time vivia uma intensa crise técnica (e psicológica) que não seria sanada por nenhum treinador no Brasileirão. Encerrou ali uma vitoriosa passagem de um ano e meio, com destaque naturalmente para a segunda estrela dourada do clube, via 4-4-2. O experiente treinador acabou retomando o trabalho no Japão, onde ficou por quase uma década, entre o Kashiwa Reysol (2009-2014) e o Vissel Kobe (2015-2017). Até finalmente aceitar, após alguns convites nesse tempo todo, o retorno à Ilha. Aos 67 anos, chega ao rubro-negro novamente sob desconfiança. Mas sob uma ótica bem diferente.

Se em 2008 carregava o recente rebaixamento do Corinthians, para 2018 traz o peso do título da Copa do Brasil pelo próprio Sport. Portanto, o que pesa é o tempo fora do país, num mercado tecnicamente inferior. Demanda uma resposta sobre tática e preparação, embora Nelsinho pareça calejado para desafios do tipo. Então, que a direção leonina saiba administrar cenários adversos de forma mais profissional que aquela em 2009. E que Nelsinho não seja apenas outro escudo para o comando de futebol, como Oswaldo de Oliveira e Luxemburgo. Por sinal, ele chega com o clube devendo salários, o que não acontecia desde 2005! O trabalho já inicia no controle do vestiário.

Rubro-negro, o que você achou do retorno de Nelsinho Baptista?

Nelsinho no Sport
105 jogos (de 10/12/2007 a 28/05/2009)
60 vitórias
22 empates
23 derrotas
64,1% de aproveitamento
3 títulos: 2 Estaduais (2008/2009) e 1 Copa do Brasil (2008)

Competições em 2018: Estadual, Copa do Brasil e Série A*
* Caso o Flamengo conquista a Sul-Americana, o leão herdaria a vaga

Luxemburgo deixa o Sport com 40% de aproveitamento em 150 dias de trabalho

Sul-Americana 2017, quartas de final: Sport 0 x 2 Junior Barranquilla. Foto: Roberto Ramos/DP

Da apresentação na véspera da estreia contra o Botafogo, num empate que eliminou o Sport da Copa do Brasil, à derrota para o Junior Barranquilla, também na Ilha, praticamente despachando o leão da Sul-Americana, foram 150 dias. A passagem efetiva de Vanderlei Luxemburgo no comando rubro-negro. Consagrado como o técnico com mais títulos brasileiros, cinco, Luxa buscava no Recife a retomada da carreira, após seguidos trabalhos ruins no Sul-Sudeste, onde viu o seu tradicional mercado fechar. No Sport, seguiu a cartilha do encaixe com resultados imediatos (chegou ao G6 do Brasileirão), com mudanças paulatinas a partir de indicações (a insistência em Wesley), a ausência de alternativas táticas na equipe (cada vez mais cruzamentos), o atrito com o grupo e, por fim, a derrocada do rendimento no futebol.

Ao todo foram 34 jogos, com um aproveitamento mediano de 40%, incluindo um título pernambucano, com apenas uma partida, aquela polêmica em Salgueiro. Pesou contra o treinador o acúmulo de tropeços, com apenas 1 vitória nas últimas 13 rodadas da Série A, numa campanha inviável. Ele até deixou o comando com o clube fora do Z4, mas bastante pressionado.

Assume Daniel Paulista, de novo. Em 2016 e 2017, a oito rodada do fim.

Além do ‘loop’ sobre o interino, também fica claro que o momento da saída de Luxa foi mais uma decisão errada da direção. A demissão já cabia há semanas, desde o 5 x 0 sofrido em Porto Alegre, quando o ambiente interno implodiu após a coletiva do treinador – em vez disso, foi anunciada a sua ‘renovação contratual’. Saiu apenas quando ficou irreversível, no caso da Sula. Já havia sido assim com Falcão (semi do Nordestão 2016) e Ney Franco (final do Nordestão 2017). Ou seja, o trabalho é questionável já na gestão…

Luxemburgo no Sport (de 30/05 a 26/10)
34 jogos
11 vitórias
8 empates
15 derrotas
39 gols marcados
42 gols sofridos
40,1% de aproveitamento
1 título pernambucano

Arnaldo Barros detalha multa de DS, reforma da Ilha e saída do Nordestão

Entrevista com o presidente do Sport, Arnaldo Barros, no programa Camarote FC. Crédito: TV Sport/reprodução

Durante uma hora, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, foi sabatinado por três jornalistas no programa Camarote FC, do canal Premiere. Além do apresentador Jorge Luiz Rodrigues, chefe de produção de jornalismo do Sportv, participaram da mesa, no Rio de Janeiro, João Victor Amorim, da Rádio Jornal, e Gustavo Lucchesi, da Rádio CBN e Folha de Pernambuco.

Entre os temas, explicações sobre a “multa impagável” de Diego Souza, a partir da compra de 50% dos direitos, a reforma da Ilha, com prazo de 24 meses (incluindo a nova saída dos vestiários) e a saída do Nordestão de 2018, devido ao calendário. Embora não concorde com a decisão do dirigente de tirar o clube do regional, ao menos ele detalhou os seus motivos.

Aspas sobre a Copa do Nordeste (a partir do min. 30)
“A decisão (saída do Nordestão) foi divulgada recentemente, mas a deliberação foi muito pensada, amadurecida. Ao final da Copa do Nordeste do ano passado (2016), nós verificamos que o torneio nos trazia dois prejuízos, um econômico e outro em termos de saúde dos atletas, pela sobreposição de competições (resultando em lesões e/ou queda de performance).”

“Essa formatação (do torneio, com fase preliminar) não atende aos interesses desportivos do Sport e nem se conseguiu a melhora financeira que nós queríamos, porque a competição para o Sport, e aqui eu deixo claro, para o Sport, insisto, não é financeiramente compensadora. É deficitária.”

A TV Sport disponibilizou a íntegra do programa. Assista.

Os bastidores da apresentação de Vanderlei Luxemburgo no Sport

Luxemburgo durante a apresentação no Sport, em 30 de maio de 2017. Crédito: TV Sport/youtube (reprodução)

O técnico Vanderlei Luxemburgo começou o seu trabalho à frente do Sport. Chegou na véspera do jogo de volta contra o Botafogo, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, já confirmando a presença na área técnica. Antes, apenas um treino com o time rubro-negro, no CT José de Andrade Médicis.

Até o início do trabalho de campo, a expectativa sobre o desempenho de Luxa foi pauta recorrente nas mesas redondas país afora, devido ao histórico recente. E paralelamente à cobertura da imprensa local, a TV Sport produziu um vídeo de 8 minutos em áreas restritas, com imagens dos bastidores da apresentação, com o treinador conhecendo a estrutura, diretores e jogadores – com direito a depoimentos de Magrão, Everton Felipe e Arnaldo Barros.

Por fim, o primeiro discurso de Luxemburgo com o elenco leonino… Assista.

Sport confirma Luxemburgo, que estreia em um clube do Nordeste aos 65 anos

Luxemburgo durante a apresentação no Cruzeiro, seu último clube no país, em 3 de junho de 2015. Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

O técnico Vanderlei Luxemburgo marcou época no futebol do país. Durante um bom tempo foi apontado pela crônica esportiva como o melhor, disparado, chegando à Seleção Brasileira e ao Real Madrid. Entre 1993 e 2004, conquistou cinco títulos da Série A, um recorde ainda em vigor entre os treinadores. Entretanto, a década atual marca uma derrocada, com trabalhos cada vez mais curtos e escassos em termos de resultados.

Após colecionar rescisões contratuais milionárias, uma exigência recorrente em seus contratos, o treinador acabou relegado no mercado nacional – desde 31/08/2015 – em detrimento de novos nomes focados em tática. Então, arriscou-se na China, onde também foi demitido. E este é o nome firmado pelo Sport para o Brasileirão 2017, numa negociação iniciada no instante seguinte ao fiasco na Fonte Nova, com a esperada (e tardia) saída de Ney Franco.

O “pofexô” atrai uma mídia compreensível pelo seu histórico e personalidade. Na Ilha, já aos 65 anos, comandará o 18º clube diferente no país, sendo o primeiro no Nordeste. Em 34 anos de carreira, apenas Sudeste e Sul. Chega tentando recuperar o nome, ao menos esta é a aposta da direção leonina, cuja cota de erros está esgotada. Que seja também a aposta definitiva de Luxa…

Rubro-negro, o que você achou da contratação de Luxemburgo?

Os clubes brasileiros treinados por Luxa
RJ – Flamengo (4 vezes), Fluminense (2), Campo Grande, Friburguense e América
SP – Palmeiras (4), Santos (4), Corinthians (2), Bragantino, Guarani e Ponte Preta
MG – Cruzeiro (2), Atlético-MG e Democrata
RS – Grêmio
PR – Paraná
ES – Rio Branco 

Títulos brasileiros: 1993 (Palmeiras), 1994 (Palmeiras), 1998 (Corinthians), 2003 (Cruzeiro) e 2004 (Santos)

Podcast – Análise da final do Nordestão e das consequências no Sport após o vice

Nordestão 2017, final: Bahia 1 x 0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Mal escalado e desorganizado, o Sport foi derrotado pelo Bahia e acabou como vice-campeão da Copa do Nordeste de 2017. O jogo na Fonte Nova foi analisado pelo 45 minutos, com as virtudes (quase todas do Bahia) e defeitos (quase todos do Sport) dos dois times, com destaque para o trabalho de Ney Franco nos 90 minutos. Depois, um podcast voltado para o futuro rubro-negro, encerrada o regional. Novo técnico na agenda, diretoria pressionada pelos atropelos de gestão e as visíveis carências técnicas do time visando a Série A. Estou nessas gravações com Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto, além da participação especial de Lucas Fitipaldi. Ouça!

24/05 – Bahia 1 x 0 Sport (43 min)

Saída de Ney Franco e análise da direção e do elenco pós-regional (1h57)