Uma década de comparação entre ligas nacionais da Europa e o Brasileirão

Campeões das principais ligas nacionais da Europa de 2007 a 2016. Crédito: twitter.com/onefootball

As seis ligas nacionais mais tradicionais (e ricas) no futebol europeu têm características bem distintas quanto à (verdadeira) briga pelo título. Na Espanha, como se sabe, a disputa é polarizada entre Barça, dominante nos últimos dez anos, e o Real. O Atlético conseguiu se intrometer uma vez no período, e só. Idem na Itália, com o outrora imbatível Milan assumindo um papel de coadjuvante, ganhando apenas um scudetto, entre as enormes sequências de Inter e Juve. Por outro lado, na Ligue 1, da França, foram seis campeões no período. E a lista até poderia ser maior, mas o Paris Saint-Germain ensaiou uma hegeomonia, ganhando as últimas quatro competições. Na temporada mais recente, apenas o Leicester não ganhou o título de forma consecutiva. Nas demais, Juventus pentacampeã, Bayern tetra, PSG tetra, Benfica tri e Barça bi

O OneFootball fez um levantamento com os últimos dez campeões nacionais nas ligas, da temporada 2006/2007 a 2015/2016, e o blog ampliou o debate, traçando um paralelo com o Campeonato Brasileiro, num período disputado sempre com o mesmo formato, pontos corridos e vinte participantes.

Em caso de igualdade no número de clubes, fica à frente a liga com o maior campeão que tenha menos títulos (ou seja, “menor concentração” de taças):

1º) França (6 campeões)
PSG (4), Lyon (2), Bordeaux (1), Marseille (1), Lille (1) e Montpellier (1)

2º) Brasil (5 campeões)
São Paulo (3), Fluminense (2), Cruzeiro (2), Corinthians (2) e Flamengo (1).

3º) Inglaterra (4 campeões)
Manchester United (5), Manchester City (2), Chelsea (2) e Leicester (1)

4º) Alemanha (4 campeões)
Bayern de Munique (6), Borussia Dortmund (2), Stuttgart (1) e Wolfsburg (1)

5º) Itália (3 campeões)
Juventus (5), Internazionale (4) e Milan (1)

6º) Espanha (3 campeões)
Barcelona (6), Real Madrid (3) e Atlético de Madri (1)

7º) Portugal (2 campeões)
Porto (6) e Benfica (4) 

De 2006 a 2015, cinco clubes ganharam a Série A. Justifica a alcunha de “campeonato mais competitivo do mundo”? Nem tanto. Ao menos em relação aos vencedores. Expandindo a análise, até o G4, a Série A se mostra a mais rotativa. Neste caso, apenas como os melhores colocados – o que não significa classificados à Champions, pois o número de vagas varia de duas a quatro por país -, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Portugal têm times com 100% de aproveitamento. No Brasil, quem mais chegou foi o São Paulo, sete vezes.

1º) Brasil (13 clubes no G4)
São Paulo (7), Grêmio (6), Cruzeiro (5), Corinthians (4), Fluminense (4), Flamengo (3), Inter (3), Atlético-MG (2), Santos (2), Atlético-PR (1), Botafogo (1), Vasco (1) e Palmeiras (1)

2º) França (13 clubes no G4)
Lyon (9), Marseille (7), PSG (6), Lille (4), Monaco (3), Nice (2), Bordeaux (2), Toulouse (2), Saint-Étienne (1), Montpellier (1), Auxerre (1), Nancy (1) e Rennes (1) 

3º) Alemanha (11 clubes no G4)
Bayern de Munique (10), Bayer Leverkusen (6), Schalke (6), Borussia Dortmund (5), Monchengladbach (3), Werder Bremen (3), Stuttgart (2), Wolfsburg (2), Hannover (1), Hertha (1) e Hamburgo (1) 

4º) Itália (9 clubes no G4)
Juventus (7), Internazionale (6), Milan (6), Roma (6), Fiorentina (5), Napoli (4), Lazio (3), Udinese (2) e Sampdoria (1) 

5º) Espanha (9 clubes no G4)
Barcelona (10), Real Madrid (10), Atlético de Madri (6), Valencia (5), Villarreal (3), Sevilla (3), Athletic Bilbao (1), Real Sociedad (1) e Málaga (1) 

6º) Portugal (8 clubes no G4)
Porto (10), Benfica (10), Sporting (9), Braga (7), Estoril (1), Paços Ferreira (1), Nacional (1) e Vitória de Guimarães (1) 

7º) Inglaterra (7 clubes no G4)
Arsenal (10), Manchester United (8), Chelsea (8), Manchester City (6), Liverpool (4), Tottenham (3) e Leicester (1) 

Lotação esgotada, apenas com o telão em campo

Telão no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, para a final da Liga dos Campeões de 2014

A final da Liga dos Campeões de 2014 aconteceu em Lisboa.

No estádio da Luz, com mais de 60 mil torcedores presentes, o Real Madrid venceu o Atlético de Madri e conquisou La Décima.

A 503 quilômetros dali, na capital espanhola, as duas torcidas deram um show. Ambas lotaram seus estádios para decisão. Ao todo, 130 mil espectadores!

Foram 80 mil no Santiago Bernabéu e outros 50 mil no Vicente Calderón.

Os dois clubes prepararam estruturas bem semelhantes, com quatro telões de plasma voltados para todos os lados do campo.

Mesmo com as equipes longe de casa, os clubes souberam cativar o público e gerar uma receita extra. Enquanto isso, no Recife, o máximo até hoje foi a exibição de jogos em ginários e salões da sede…

Telão no estádio Vicente Calderón, em Madri, para a final da Liga dos Campeões de 2014

O maior clássico da história de Madri acontecerá em Lisboa. Vale a Europa

Final da Liga dos Campeões da Uefa 2014: Real Madrid x Atlético de Madri. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O maior clássico da capital espanhola… em Lisboa.

No dia 24 de maio, Real Madrid e Atlético de Madri disputarão o maior clássico da história do derby.

No Estádio da Luz, os rivais vão em busca do título da Liga dos Campeões.

O Real Madrid de Cristiano Ronaldo e sua obsessão, La Decima.

O time merengue já conquistou a Champions em 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1966, 1998, 2000 e 2002..

É disparado o maior campeão do continente, mas os doze anos longe do pódio vêm incomodando a torcida do Bernabéu…

Terá pela frente o valente Atlético de Diego Costa, de volta à decisão quarenta anos depois. Em 1974, os colchoneros perdeu a taça num jogo extra, dramático.

Agora, nova e merecida chance…

Na semifinal, o Real destruiu o Bayern em Munique, 4 x 0. No dia seguinte, foi a vez do Atlético viajar e fazer a festa, com o 3 x 1 sobre o Chelsea.

A final emblemática é em todos os sentidos. O deca ou o triunfo inédito.

Desde 1906 foram 264 partidas, com 143 vitórias do Real, 64 do Atlético e 57 empates.

Sem dúvida alguma, o 265º jogo será o maior, na primeira final do maior torneio do continente envolvendo clubes da mesma cidade…

Tudo isso a apenas 503 quilômetros de casa.

A relação Arena/Metrô, a mãe de todos os erros em Pernambuco

A Arena Pernambuco foi lançada pelo governo do estado em 15 de janeiro de 2009, num projeto integrado a algo maior, a Cidade da Copa, uma nova centralidade urbana na zona oeste do Recife. O novo campo utilizaria de forma massiva o metrô, um modal sem conexão direta com os estádios da capital.

O transporte nos trilhos seria o grande diferencial na mobilidade, com uma nova estação de metrô, a Cosme e Damião, a apenas 700 metros da arena. Pois bem. O estádio (R$ 650 milhões) e a estação (R$ 7,4 milhões) foram construídos… e a ideia inicial, tão divulgada pelo estado, acabou relegada.

De forma incompreensível, a arena ficou a uma caminhada de 4,1 quilômetros do acanhado terminal de Cosme e Damião, ou 485% acima da previsão inicial. Por isso, e pela falta de integração ao Metrorec nos jogos noturnos, o formato – que utilizou bastante dinheiro público – ainda não surtiu efeito na arena.

Agora, o poder público agora tenta lançar a versão de que a estação já estava prevista antes do estádio, sem uma relação direta com o projeto. No entanto, o terminal de Cosme e Damião só foi viabilizado por causa da arena, tanto que o gasto foi inserido na Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.

Vamos a exemplos de outros estádios de ponta, no Brasil e no exterior, nos quais o metrô é o principal modal para o transporte do público. Através do Google Maps, com o mesmo zoom, é possível notar a disparidade.

No caso do estádio do Porto, a estação portuguesa fica dentro do estádio. Entre os exemplos, o mais distante foi o campo da Internazionale e do Milan, com cerca de dois quilômetros, ou metade do caminho em São Lourenço da Mata.

Ou seja, em todos os estádios o trajeto entre a estação e o campo é inferior a apenas um sentido no percurso para o modelo pernambucano.

Estádio do Dragão (Porto, Portugal) – Estação integrada

Estádio do Dragão. Crédito: Google Maps

Santiago Bernabéu (Madri, Espanha) – 220 metros

Santiago Bernabéu. Crédito: Google Maps

Wembley (Londres, Inglaterra) – 400 metros

Wembley. Crédito: Google Maps

Camp Nou (Barcelona, Espanha) – 450 metros

Camp Nou. Crédito: Google Maps

Maracanã (Rio de Janeiro, Brasil) – 500 metros

Maracanã. Crédito: Google Maps

Estádio da Luz (Lisboa, Portugal) – 550 metros (inclui retorno)

Estádio da Luz. Crédito: Google Maps

Stade de France (Saint-Denis, França) – 650 metros

Stade de France. Crédito: Google Maps

Amsterdam Arena (Amsterdã, Holanda) – 700 metros (inclui retorno)

Amsterdam Arena. Crédito: Google Maps

Allianz Arena (Munique, Alemanha) – 1,38 km

Allianz Arena. Crédito: Google Maps

San Siro (Milão, Itália) – 1,9 km

San Siro. Crédito: Google Maps

Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata, Brasil) – 4,1 km (inclui retorno)

Arena Pernambuco. Crédito: Google Maps

Obras-primas dos gramados em 2013

Candidatos ao Prêmio Puskas, com o gol mais bonito em 2013: Ibrahimovic, Matic e Neymar. Crédito: Fifa/Youtube

Neymar concorre pela terceira vez consecutiva ao Prêmio Puskas, na escolha do gol mais bonito da temporada futebolística. Vencedor em 2011, o craque brasileiro pode se tornar o primeiro a ganhar duas vezes o troféu.

O chutaço de primeira do craque brasileiro, na abertura da Copa das Confederações, está na disputa contra a bicicleta de fora da área do sueco Ibrahimovic e o chute forte de Matic no clássico português entre Benfica e Porto. O prêmio será entregue em 13 de janeiro. Já escolheu o seu favorito?

Assista aos três finalistas do prêmio, que entre os dez indicados chegou a ter o uruguaio Olivera no clássico entre Náutico e Sport pela Copa Sul-Americana.

A votação é aberta no site da Fifa, até 9 de janeiro. Para participar, clique aqui.

Zlatan Ibrahimovic – Suécia 4 x 2 Inglaterra (13 de novembro de 2012)

Nemanja Matić – Benfica 2 x 2 Porto (13 de janeiro de 2013)

Neymar – Brasil 3 x 0 Japão (15 de junho de 2013)

Sócio que é sócio

O Benfica é o clube de futebol com o maior número de sócios adimplentes no mundo. A agremiação de Lisboa tem 235 mil membros em dia.

A receita dos associados faz uma enorme diferença no orçamento do clube, que incentiva o aumento do quadro, hoje incorporando 4% da torcida benfiquista.

E os sócios do Benfica contam vantagem, como este adepto antes do jogo contra o Barcelona no Estádio da Luz. Sócio que é sócio…

Chelsea “unifica” títulos da Liga Europa e Champions League, por uma semana

Liga Europa 2013, final: Chelsea 2x1 Benfica. Crédito: Uefa/divulgação

Os torneios interclubes começaram na Europa em 1956. Na Holanda foi a disputada nesta quarta a 215ª final de uma competição oficial com clubes do Velho Mundo, considerando as chancelas da Uefa e da Fifa. O troféu da Liga Europa erguido pelo Chelsea no Amsterdam Arena, após vencer os portugueses do Benfica por 2 x 1 com um gol nos acréscimos, foi o 40º da história da Inglaterra, que detém o maior número de campeões, 13.

Até a final alemã da Liga dos Campeões em Londres, em 25 de maio, o Chelsea terá um status inédito no Velho Mundo. Nada menos que o atual campeão da Champions League e da Liga Europa. Por uma semana, a unificação improvável, ainda mais com o troféu de menor importância na sequência.

Ao todo, 62 times de 19 países europeus já ganharam algum torneio internacional no futebol. Nesta conta entram todas as denominações das competições históricas, apesar da estrutura mantida entre elas.

1) Mundial Interclubes (1960-2004) / Mundial da Fifa (2000-2012)
2) Copa dos Campeões (1956-1992) / Liga dos Campeões (1993-2012)
3) Copa das Feiras (1958-1971) / Copa da Uefa (1972-2009) / Liga Europa (2010-2013)
4) Recopa (1961-1999, extinta)
5) Supercopa (1972-2012)

Espanha – 6 clubes, 49 títulos
17 Barcelona
15 Real Madrid
6 Valencia e Atlético de Madri
3 Sevilla
2 Zaragoza

Itália – 9 clubes, 47 títulos
18 Milan
10 Juventus
9 Internazionale
4 Parma
2 Lazio
1 Fiorentina, Sampdoria, Napoli e Roma

Inglaterra – 13 clubes – 40 títulos
11 Liverpool
7 Manchester United
5 Chelsea
3 Nottingham Forest e Tottenham Hotspur
2 Aston Villa, Arsenal e Leeds United
1 West Ham, Manchester City, Everton, Ipswich Twon e Newcastle

Alemanha – 9 clubes, 21 títulos*
8 Bayern de Munique*
3 Borussia Dortmund*
2 Hamburgo e Borussia Monchengladbach
1 Magdeburgo, Werder Bremen, Bayer Leverkusen, Eintracht Frankfurt e Schalke 04

* Bayern e Borussia decidirão a Champions, mas o título já foi contabilizado.

Liga Europa 2013, final: Chelsea 2x1 Benfica. Crédito: Uefa/divulgação

Mais sócios, mais receita, mais responsabilidade

Cartão de sócio do Barcelona

Reforçar o quadro de sócios tornou-se primordial para equilibrar as finanças dos clubes de futebol. A explicação é a fidelização da torcida, mesmo sem frequentar os jogos. Fato que proporciona números gigantescos nos associados em dia.

A empresa argentina de marketing Gerardo Molina & Asociados divulgou um ranking com os clubes com mais sócios no planeta em 2012. Entre os dez primeiros, dois brasileiros.

1º) Barcelona (Espanha) – 222.987
2º) Manchester United (Inglaterra) – 202.445
3º) Benfica (Portugal) – 187 mil
4º) Bayern de Munique (Alemanha) – 156 mil
5º) Porto (Portugal) – 145 mil
6º) River Plate (Argentina) – 121 mil
7º) Internacional (Brasil) – 112 mil
8º) Boca Juniors (Argentina) – 102 mil
9º) Real Madrid (Espanha) – 98 mil
10º) Corinthians (Brasil) – 82 mil

Cartão de sócios do Manchester United

¿Qué pasó?

Goleadas estranhas no futebol europeu nas últimas semanas…

24 de outubro – PSV 10 x 0 Feyenoord (Holanda)
7 de novembro – Porto 5 x 0 Benfica (Portugal)
29 de novembro – Barcelona 5 x 0 Real Madrid (Espanha)

Como fica a rivalidade depos de jogos assim? Insuportável…?!

Maioridade europeia

Liga EuropaCopa da UegaComeça a nesta quinta-feira a temporada 2009/2010 da Liga Europa. A ‘primeira’ edição, diga-se.

Uma competição interclubes repaginada, mas que existe desde 1955. Naquele ano, começou um torneio bem diferente, cuja primeira edição acabou somente em 1958. Isso mesmo. Foi a temporada “1955/1958“, provavelmente o torneio mais longo da história.

O Barcelona foi o primeiro campeão, batendo um combinado de Londres na final (explicação algumas linhas abaixo). Na segunda edição, ‘apenas’ 3 anos (1958/1960). Novamente, deu Barça. Bicampeão em 5 anos!

E o nome era diferente: Copa das Feiras, criada em 18 de abril de 1955 por iniciativa do suíço Ernst Thommen, do italiano Ottorino Barrasi e do inglês Stanley Rous (presidente da FIFA anos depois), a copa era destinada a equipes de cidades com feiras de comércio (seleções municipais ou clubes). Durou até 1971.

Nesse meio tempo, também ganhou o apelido de “Copa dos Vice-campeões”, pois os participantes eram, de fato, os vices nacionais. Os vencedores das ligas nacionais jogavam algo bem mais nobre, a Copa dos Campeões.

Em 1971, um novo nome: Copa da Uefa. A denominaçãp mais tradicional. A forma como a competição realment ficou conhecida. Com o tempo, até os 4º lugares de alguns países mais fortes avançavam para a disputa europeia.

Competição que sempre ficou em 3º plano no continente. 😯

Abaixo da Copa dos Campeões (atual Liga dos Campeões) e até mesmo da extinta Recopa, que acabou em 1999. Nessa aí, jogavam apenas os vencedores das copas nacionais. Depois, subiu para o “2º lugar”.

Numa tentativa de valorização nesta década, clubes eliminados na Champions League entravam na Copa da Uefa do mesmo ano. Além disso, foi criado em 2005 a fase de grupos, pois até ali a copa era 100% mata-mata.

Agora, novas cotas de patrocínio, clubes de peso, visibilidade. E um novo nome.

Liga Europa. Ainda em 2º lugar, mas com 48 clubes que não estão nem aí pra isso…

Pergunte aos torcedores de AJax, Roma, Benfica, Werder Bremen se não é prioridade ver o clube na final no HSH Nordbank Arena, em Hamburgo (ALE), em 2010… 😎

Abaixo, o vídeo da final da ‘última’ Copa da Uefa, vencida pelo Shakhtar Donetsk.