A linha editorial incrivelmente fora da linha

Capas do Olé e do Lance! em 24 de maio de 2012

Duas classificações agônicas, nos instantes finais.

Na Taça Libertadores da América, os populares Boca Juniors e Corinthians avançaram à semifinal de forma emocionante.

No Rio de Janeiro, o tanque Santiago Silva marcou aos 45 minutos do segundo tempo e arrancou a vaga do Fluminense, que levava a disputa para os pênaltis até ali.

No Pacaembu, o volante Paulinho subiu sozinho para cabecear e despachar o Vasco aos 44, colocando o Timão mais uma vez próximo à façanha inédita no continente.

A emoção das partidas acabou transportada para dois importantes jornais esportivos.

Em Buenos Aires e em São Paulo, Olé e Lance!.

Numa coincidência incrível, ambos estamparam sem pudor algum palavrões nas manchetes, incorporando o grito de milhares de torcedores, dos xeneizes à Fiel.

Qual é a sua opinião sobre essa exótica linha editorial?

Funciona em casos especiais, como os citados acima, ou passa do ponto? Comente.

Na opinião do blog, as duas capas desta quinta foram espetaculares. Que não vire uma rotina, mas de forma excepcional tornaram-se históricas.

Confira as capas acima em uma resolução maior aqui e aqui.

Super Bombonera

Projeto de modernização da Bombonera. Crédito: Boca Juniors/divulgação

Historicamente, La Bombonera é o estádio mais temido da América do Sul.

Não só pela sua acústica impressionante, com 50 mil hinchas na beira do campo, como também pelo desempenho do mandante, o Boca Juniors.

Tricampeão mundial, hexa da Libertadores e com outras tantas taças continentais.

Pois o clube xeneize lançou um projeto de modernização e ampliação de seu caldeirão.

Além da cobertura, que hoje não existe em nenhum setor, também seria construída uma nova arquibancada (“tribuna”), onde hoje se encontram os camarotes.

No papel, as reformas contemplam também o bairro de La Boca, em Buenos Aires.

Já foi lançado até um site oficial sobre o novo campo, o nuevabombonera.

E olhe que hoje em dias já é o estádio mais visitado do continente…

Nove gols na Bombonera. E não deu Boca

Um dos maiores jogos de futebol na Argentina nos últimos tempos…

Boca Juniors 4 x 5 Independiente, com mais de 50 mil pessoas na Bombonera, no domingo. O Rojo abriu 3 x 1, mas permitiu a virada no placar, no segundo tempo.

Aos 44, começou a reescrever a história. Vídeo para curtir, sem mais.

River e Boca informam: o mercado argentino está frágil

Uniformes do River Plate e do Boca Juniors para 2012

Os rivais River Plate e Boca Juniors assinaram um contrato em conjunto com o banco BBVA como patrocinador master pelos próximos quatro anos.

No acordo, segundo o MKT Esportivo, está previso até mesmo a realização de dois amistosos para o lançamento das novas camisas, em maio, mesmo com fabricantes diferentes, com Adidas para o River e Nike para o Boca.

Os valores são idênticos, para não gerar qualquer atrito entre millonarios e xeneizes

O cash, no entanto, surpreende. De forma negativa, diga-se.

Serão cerca de 3,5 milhões de dólares por temporada para cada, ou R$ 6,4 milhões.

Mesmo sendo o atual campeão da Libertadores, o Santos não tem o maior patrocínio do Brasil. Ainda assim, o Peixe tem um contrato com o BMG de R$ 15 milhões em 2012.

Isso mostra, também, como o mercado argentino está frágil diante do futebol brasileiro. Boas propostas a destaques dos hermanos podem resultar em reforços importantes.

River Plate e Boca Juniors deram a dica para Pernambuco sem perceber…

Indo para La Plata na sombra da Bombonera

Estrada de Buenos Aires até La Plata. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Dois dias após a decisão do título mundial Sub-17, uruguaios e mexicanos voltam a se enfrentar, agora na categoria principal. O time de Forlán tem uma chance enorme para “vingar” a prata dos meninos da Celeste.

O blog irá assistir ao jogo pela Copa América, nesta terça, em La Plata. Durante o trajeto de 60 quilômetros é possível ver o estádio La Bombonera com uma visão ampla do bairro de La Boca, em uma das regiões mais humildes da capital argentina.

No estádio Único, em La Plata, Uruguai e México vão disputar uma espécie de “oitavas de final” da Copa América, uma vez que o jogo virou um confronto de eliminação direta.

Apenas um time voltará no sentido contrário desta estrada festejando.

Na calada da noite, o protesto

Protesto do River Plate na Avenida Santa Fé. Foto: Cassio Zirpoli

Buenos Aires – É algo cultural na Argentina. Costumam dizer por aqui que se protesta por tudo, até mesmo pela falta de algo para protestar.

No domingo, os hermanos foram às urnas para escolher o novo prefeito da capital federal, cargo chamado de Jefe de Gobierno.

Ex-presidente do Boca Juniors e atual prefeito, Mauricio Macri teve 47% dos votos na luta pela reeleição, mas vai disputar o segundo turno com Daniel Filmus, candidato da presidente Cristina Kirchner, que teve 27%.

Cartazes colados em paredes nas ruas, papéis no chão etc. Todo aquele lixo eleitoral proibido no Brasil fez a festa na Argentina, através dos militantes.

Esse ativismo político também está estendido ao futebol. Ídolo do clube, o ex-zagueiro Daniel Passarella acabou se tornando presidente do River Plate. Porém, com o inédito rebaixamento à 2ª divisão nacional, a torcida do Millionario já pede a sua saída.

Quase todas as noites os hinchas colam protestos nos muros da cidade. Mesmo com o órgão de limpeza urbana retirando os papéis pela manhã, o protesto volta à noite.

Em La Boca, a campanha é inversa. Querem que Passarella siga em Nuñez. Política…

Casa do Boca Juniors provocado o River Plate pelo rebaixamento. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Onde nascem os craques

La Boca, bairro de Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Nos centros de treinamento os craques são treinados, formados, profissionalizados, mas quase todos eles nascem nas ruas…

Tanto no Brasil quanto na Argentina, os maiores celeiros de craques no futebol.

Acima, um registro feito pelo blog numa calle do bairro humilde de La Boca, a três quadras do estádio La Bombonera, do tradicional Boca Juniors.

Veja a “versão brasileira” para esta imagem clicando aqui.

Em vez de gols, votos

Eleição em Buenos Aires, em 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Neste domingo, nada de jogos na capital. Nas ruas, em vez de bandeiras, propaganda eleitoral, em todos os cantos. A população portenha irá às urnas.

Nas principais avenidas do centro foi quase impossível não encontrar esta semana militantes distribuindo santinhos de candidatos ao cargo de Jefe de Gobierno, para comandar Buenos Aires. Um deles chama a atenção… Javier Castrilli.

O ex-árbitro é conhecido de tricolores e rubro-negros por causa de uma atuação polêmica em um Clássico das Multidões em 1996, vencido pelo Sport, no Arruda.

Castrilli, que trabalhou nos gramados até 2008, faz parte do partido Acción Ciudadana.

O baixo índice de popularidade de Javier Castrilli, de 54 anos e que teve menos de 5% no último pleito, deve ser reflexo de seu comportamento nos gramados…

Curiosamente, o cargo atual de prefeito também está ligado ao futebol, com Mauricio Macri, ex-presidente do Boca Juniors entre 1995 e 2007.

Vale destacar que esta não é uma eleição para a região metropolitana de 12,8 milhões de habitantes, mas uma disputa pela capita federal, com 2,8 milhões de moradores e centro político do país, sob os olhares da presidente Cristina Kirchner.

Eleição também sob os olhares de Maradona, é claro.

Congresso xeneize

Sala da presidência do boca Juniors. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – São onze cadeiras confortáveis de cada lado na exclusiva sala da presidência. Na cabeceira, o lugar reservado para o presidente do Boca Juniors.

Jorge Amor Ameal, de 63 anos, assumiu a presidência do Boca Juniors em 5 de novembro de 2008. Ele era o vice-presidente do clube, quando o então mandatário, Pedro Pompilio, faleceu. Assim, tornou-se o 32º chefe do executivo do clube xeneize.

Há quem diga que Ameal acabou trazendo “azar” para La Bombonera, pois em sua gestão o time ganhou apenas o Torneio Apertura de 2008. Nenhum troféu internacional.

Esse jejum pesa bastante para a hinchada do Boca, que se acostumou com o apelido “Rey de Copas”, devido ao sucesso em solo estrangeiro. São nada menos que 18 títulos internacionais oficiais. Entre eles, três Mundiais.

Ao fundo da sala da presidência, o primeiro título mundial, em 1977. Taça sem moldura, para que todos os diretores do clube se lembrem da grandeza do Boca. Sempre.

Hincha do Sport nas tribunas da Bombonera

Carta do Boca Juniors ao Sport pelo título da Copa do Brasil de 2008

Buenos Aires – Em 2008, quando conquistou a Copa do Brasil, o Sport recebeu os parabéns de vários clubes do país. Surpreendente mesmo foi a carta do Boca Juniors.

O clube argentino enviou um documento oficial de parabéns, através de Pablo Superno, então relações públicas do clube. Após conhecer o Recife e fazer amigos – vários deles diretores ou pessoas ligadas ao Rubro-negro -, Pablo passou a torcer pelo Sport.

Apaixonado pelo time xeneize, o agora diretor de vôlei e conselheiro do Boca mostrou as dependências do clube, organizado e moderno, apesar do estádio setentão.

Superno, de 41 anos, porém, diz que a paixão maior continua sendo o Boca, desde sempre. Ainda assim, ele entra na internet, direto do bairro de Barracas, só para saber como anda o Leão, na Série B… “Perdemos o hexa”, disse, em português.

Abaixo, um vídeo em português fluente, que mostra que a amizade no Leão foi forte.