Seleção Brasileira faturou R$ 70 milhões como mandante nas Eliminatórias de 2018

Eliminatórias da Copa 2018, em 10/10/2017: Brasil 3 x 0 Chile. Foto: divulgação

A Canarinha encerrou as Eliminatórias da Copa de 2018 com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Uruguai. Na última rodada, no Allianz Parque, o moderno estádio do Palmeiras, a Seleção goleou o Chile, deixando o atual bicampeão da Copa América fora do Mundial da Rússia. A tranquila vitória manteve o país como o único sul-americano invicto como mandante no qualificatório e também estabeleceu a maior renda do futebol no Brasil. O dado desconsidera o Mundial de 2014, pois a Fifa não divulgou os borderôs.

Com R$ 15 milhões, o jogo superou a final da Libertadores de 2013, entre Atlético-MG e Olimpia do Paraguai. Na ocasião, a partida em Belo Horizonte proporcionou uma arrecadação de R$ 14 mi. Essa renda recorde mostra o quanto a participação nas Eliminatórias, utilizando apenas as arenas com “Padrão Fifa”, turbinou o caixa da CBF. A entidade faturou R$ 70 milhões! Embora não detalhe o percentual repassado a cada operador dos estádios, é possível aferir um desconto de 8%, o valor entregue ao Corinthians na apresentação anterior em São Paulo. Ou seja, a confederação teria ficado com 92%, ou R$ 64,4 milhões líquidos. E, de fato, o torcedor pagou caro para produzir esta receita. No Allianz Parque, com valores semelhantes aos da Copa do Mundo realizada no país, o tíquete médio foi de R$ 368.

A gestão desse recurso, lembrando, fica a cargo de Marco Polo Del Nero…

Público total: 371.897 (média de 41.321 torcedores) 
Renda total: R$ 70.073.561 (média de 7.785.951 reais) 
Tíquete médio: R$ 188,42
Campanha: 9 jogos; 8 vitórias, 1 empate e nenhuma derrota; 26 GP e 4 GC

Eis o ranking de bilheteria nos jogos da Seleção nas Eliminatórias de 2018.

Balanço da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa 2018 jogando no Brasil. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Seguindo com a evolução cronológica dos públicos da Canarinha, com a taxa de ocupação dos estádios. A maior foi em São Lourenço da Mata, com 98,17% dos 45.845 cadeiras vermelhas ocupadas – curiosamente, no único empate no país. A menor ocorreu em Fortaleza, com índice de 60,98%.

Evolução dos públicos nos jogos da Seleção Brasileira como mandante nas Eliminatórias da Copa 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A escalada cronológica sobre o preço dos ingressos vai da média de R$ 69 na estreia até R$ 368 na despedida do qualificatório da Fifa. As quatro menores rendas foram no Nordeste. Por outro lado, as maiores bilheterias foram registradas com a Seleção em grande fase, já sob comando de Tite.

Evolução das bilheterias nos jogos da Seleção Brasileira como mandante nas Eliminatórias da Copa 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Grito de gol somente após a confirmação do árbitro de vídeo. O futuro do futebol?

Gol anulado no jogo Camarões 0 x 2 Chile, na Copa das Confederações de 2017. Crédito: Sportv/reprodução

Após um teste mal executado no Mundial de Clubes, em dezembro de 2016, a Fifa voltou ao tira-teima tecnológico com um novo formato na Copa das Confederações de 2017. No jogo entre Chile e Camarões, com vitória da Roja por 2 x 0 na largada do torneio-teste, o árbitro de vídeo (sigla VAR, para video assistant referee) foi acionado duas vezes em lances bem ajustados.

Impedimento ou não? Em ambos, o chileno Vargas balançou as redes…

Uma característica interessante vista na tevê foi a medição do campo com linhas em 3D, ou “grid”, equalizando os ângulos duvidosos das câmeras. Na cabine instalada na arena do Spartak, três árbitros analisaram os lances.

1) No último lance do primeiro tempo (acima), Vargas recebeu um belo passe de Vidal, entre os zagueiros africanos, e finalizou com categoria. Porém, o VAR apontou o atacante adiantado. Gol anulado.

2) No fim da partida (abaixo), Alexis Sánchez foi lançado ainda no círculo central e desperdiçou a chance na sequência, com Vargas marcando no rebote. O VAR paralisou para conferir o passe para Sánchez. Gol validado.

Sobre o tempo gasto em cada lance, considerei aceitável, sem quebrar o ritmo da partida. No entanto, a partir de agora, em jogos de futebol com a função, o gol passa a ser comemorado à vera somente após a a confirmação da cabine. Nada muito diferente do que já vemos na NFL, NBA, tênis etc.

Melhor do que anular um lance legal ou validar um lance irregular…

Gol validado no jogo Camarões 0 x 2 Chile, na Copa das Confederações de 2017. Crédito: TyC Sports/reprodução

O Sport nas Eliminatórias da Copa, com a convocação dupla de Diego Souza e Mena

Diego Souza (Brasil) e Mena (Chile), do Sport. Ambos convocados para as Eliminatórias da Copa 2018. Crédito: Sport/instagram (@sportrecife)

Pela primeira vez, o Sport cedeu dois jogadores simultaneamente para as Eliminatórias da Copa do Mundo. Trilando a rota para a Rússia, Diego Souza e Mena foram chamados por Tite e Pizzi. Vão defender as seleções do Brasil e do Chile nas rodadas 13 e 14 do qualificatório da Conmebol, no qual os dois países aparecem na zona de classificação direta ao Mundial. O ineditismo da convocação foi destacado pelo próprio Leão da Ilha, com “o Sport é Seleção”.

Na história rubro-negra, já são oito jogadores convocados às Eliminatórias. Na Canarinha, por exemplo, são três nomes, sendo o único clube da região a ceder atletas. Considerando outras bandeiras, a edição para 2018 tornou-se a mais prolífica, com três jogadores, já que o costa-riquenho Rodney Wallace já havia sido lembrado também, durante a sua passagem em 2016. Das últimas cinco seletivas, o clube cedeu jogadores em quatro. Disputas na Conmebol, Concacaf e na CAF, a confederação africana. No geral, 13 partidas.

Confira o histórico dos clubes pernambucanos nas Eliminatórias aqui.

Copa do Mundo 2002, Coreia do Sul e Japão (2 atletas, 3 jogos)
Bosco (goleiro, Brasil)

08/10/2000 – Brasil 6 x 0 Venezuela (Maracaibo)
15/11/2000 – Brasil 1 x 0 Colômbia (Morumbi)

Leomar (volante, Brasil)
25/04/2001 – Brasil 1 x 1 Peru (Morumbi) 

Copa do Mundo 2010, África do Sul (2 atletas, 3 jogos)
Juan Arce (atacante, Bolívia)
05/09/2009 – Bolívia 0 x 1 Paraguai
09/09/2009 – Bolívia 1 x 3 Equador

Hamilton* (volante, Togo)
06/09/2009 – Togo 1 x 1 Marrocos
Teve problemas na documentação e não atuou 

Copa do Mundo 2014, Brasil (1 atleta, 1 jogo)
Chumacero (volante, Bolívia)
10/09/2013 – Bolívia 1 x 1 Equador

Copa do Mundo 2018, Rússia (3 atletas, 6 jogos)
Rodney Wallace (lateral-esquerdo, Costa Rica)
02/09/2016 – Costa Rica 1 x 0 Haiti
06/09/2016 – Costa Rica 3 x 1 Panamá

Diego Souza (meia-atacante, Brasil)
23/03/2017 – Brasil  x Uruguai (Montevidéu)
28/03/2017 – Brasil x Paraguai (Arena Corinthians)

Mena (lateral-esquerdo, Chile)
23/03/2017 – Argentina x Chile (Buenos Aires)
28/03/2017 – Chile x Venezuela (Santiago)

Os estádios aptos à nova final da Taça Libertadores, com Arena PE e Arruda

As 11 bandeiras presentes na Taça Libertadores da América

A partir de 2017, a Taça Libertadores da América poderá ser decidida em apenas uma partida, em campo neutro, emulando o formato em vigor na Liga dos Campeões desde 1956. No cenário sul-americano a novidade levanta discussão acerca da execução, devido à distância (e infraestrutura) entre os dez países membros, além do México, que também participa. Além disso, jogo em campo neutro não é exatamente uma novidade no torneio. De 1960 até 1987, o saldo não era critério. Assim, em caso de igualdade era disputado uma extra num país neutro. Nem sempre com bons públicos. Em 1987, o Estádio Nacional de Santiago recebeu 25 mil pessoas (1/3 da capacidade na época) para o confronto entre Peñarol e América de Cali, com título uruguaio no último minuto da prorrogação.

Para a mudança, um motivo alegado pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, foi a supremacia do mandante do segundo jogo: “Analisando o retrospecto das finais da Libertadores, o mandante do segundo jogo ganhou 70%. A justiça esportiva exige final única e em campo neutro.”

Considerando o regulamento vigente da Liberta (abaixo), exigindo uma capacidade mínima de 40 mil pessoas na final, o blog listou, como curiosidade, 36 canchas possíveis nos países vizinhos. Há ao menos um palco em cada país filiado. No Brasil existem 24 estádios, levando em conta a atual capacidade liberada pelos bombeiros. Arruda e Arena Pernambuco presentes na lista…

Regulamento da Taça Libertadores da América de 2016

Confira outras mudanças na Lubertadores e na Sul-Americana clicando aqui.

Brasil à parte, na América do Sul destaca-se a Argentina, com 13 estádios aptos à finalíssima da Libertadores. Na sequência, Colômbia (5), Venezuela (5), Peru (4), Equador (3), Uruguai (2), Chile (2), Bolívia (1) e Paraguai (1).

Os maiores estádios da América do Sul, excetuando o Brasil

Considerando as novas arenas, inauguradas desde 2013, e estádios remodelados ou antigos (com capacidade reduzida por segurança), até 15 estados brasileiros poderiam receber, em tese, a final da competição. Pela ordem: São Paulo (5), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2), Pernambuco (2), Paraná (2), Brasília (1), Ceará (1), Bahia (1), Pará (1), Piauí (1), Amazonas (1), Mato Grosso (1), Goiás (1) e Maranhão (1).

Os maiores estádios do Brasil

Estendendo ao México (convidado desde 1998) a possibilidade de entrar na fila para receber a final, seriam oito palcos fora do continente, incluindo o maior de todos (atualmente), o Azteca, que já recebeu a final da Copa do Mundo em 1970 e 1986. Somando os onze países, portanto, 68 palcos à disposição. pitacos?

Os maiores estádios do México

Os jogos no exterior de Santa Cruz, Sport e Náutico em torneios da Conmebol

A partida entre Santa e Independiente, em Medellín, completou o ciclo de jogos no exterior do Trio de Ferro. Agora, todos têm experiências em competições oficiais da Conmebol. Um histórico iniciado em 1968, com o Náutico, representando o Brasil como vice da Taça Brasil. Em nove partidas, visitas a Venezuela, Peru, Chile, Equador, Paraguai, Argentina e Colômbia, com 3 vitórias, 1 empate e 5 derrotas, considerando apresentações na Libertadores (1968, 1988 e 2009) e na Sul-Americana (2013-2016). Abaixo, registros de agências fotográficas que cederam imagens ao Diario de Pernambuco ao longo dos anos. Por sinal, nota-se o avanço das imagens, da dificuldade em jogos noturnos, impressões em preto e branco e, enfim, câmeras digitais.

Em relação aos demais países filiados da Conmebol, faltam viagens pernambucanas a Uruguai e Bolívia. Esperamos em breve…

21/09/2016 – Independiente (COL) 2 x 0 Santa Cruz (Sul-Americana, Medellín)
O duelo entre o campeão colombiano e o campeão nordestino foi transmitido para toda a América Latina pelo canal Fox Sports. Em campo, os corais jogaram sem três titulares, sofrendo o segundo gol no finzinho, dificultando bastante o jogo de volta, no Arruda.

Sul-Americana 2016, oitavas de final: Independiente Medellín 2 x 0 Santa Cruz. Foto: Conmebol/twitter (@conmebol)

30/09/2015 – Huracán (ARG) 3 x 0 Sport (Sul-Americana, Buenos Aires)
Após o empate no Recife, com André marcando para o rubro-negro, a igualdade permaneceu durante todo o primeiro tempo em Buenos Aires. Nos 45 minutos finais, porém, três gols do mandante, que posteriormente seria vice na Sula 

Sul-Americana 2015, oitavas de final: Huracán 3x0 Sport

25/09/2013 – Libertad (PAR) 2 x 0 Sport (Sul-Americana, Luque)
O primeiro jogo internacional de um clube do estado pela Sul-Americana inicialmente ocorreria na casa do Libertad, em Assunção, mas mudou de palco porque rubro-negro exigiu o cumprimento do regulamento, que demandava uma capacidade mínima de 10 mil. A Conmebol atendeu. Em campo, não adiantou. Na volta, reservas e outro revés.

Sul-Americana 2013, oitavas de final: Libertad 2 x 0 Sport

29/04/2009 – LDU (EQU) 2 x 3 Sport (Libertadores, Quito)
Com dois gols de Andrade, o Leão virou o jogo sobre o atual campeão continental e terminou na liderança do “grupo da morte”. Foi a primeira vitória de um clube brasileiro no estádio Casa Blanca em jogos na Libertadores.

Libertadores 2009, LDU 2x3 Sport

18/02/2009 – Colo Colo (CHI) 1 x 2 Sport (Libertadores, Santiago)
O jogo (e estreia) teve a presença de 1.800 torcedores rubro-negros no estádio David Arellano, o recorde de uma torcida estrangeira no local até então, superando o Boca Juniors. A vitória veio com gols dos atacantes Ciro e Wilson.

Libertadores 2009, fase de grupos: Colo Colo 1x2 Sport

22/07/1988 – Alianza (PER) 0 x 1 Sport (Libertadores, Lima)
De muito longe, o lateral-direito Betão marcou o solitário gol da vitória leonina, num jogo transmitido ao vivo para o Recife, pela Globo Nordeste. O resultado deu sobrevida à primeira campanha internacional do rubro-negro.

Libertadores 1988, fase de grupos: Alianza 0x1 Sport

18/07/1988 – Universitario (PER) 1 x 0 Sport (Libertadores, Lima)
Foi a segunda derrota seguida do time pernambucano na competição, pressionando bastante o jogo seguinte. No fim daquela campanha, perderia a vaga justamente para o Universitario, com um empate sem gols em casa.

Libertadores 1988, fase de grupos: Universitario 1x0 Sport

31/01/1968 – Deportivo Galicia (VEN) 2 x 1 Náutico (Libertadores, Caracas)
O segundo gol do Galicia foi irregular, segundo relato do jornal na época. Com status de vice-campeão brasileiro, o Timbu decepcionou em solo venezuelano, com críticas da crônica esportiva recifense pelos dois jogos sem vitória por lá.

Libertadores 1968: Deportivo Galicia 2 x 1 Náutico. Foto: Arquivo/DP

27/01/1968 – Deportivo Portugués (VEN) 1 x 1 Náutico (Libertadores, Caracas)
O meia Ivan Brondi, atual presidente do clube alvirrubro, empatou o jogo, garantindo o primeiro ponto do clube no grupo 5 da Liberta.

Libertadores 1968: Deportivo Portugués 1 x 1 Náutico. Foto: Arquivo/DP

Mark González, o primeiro jogador do Sport campeão da Copa América

Mark González, campeão da Copa América de 2016. Foto: instagram (markgonzalez11)

O meia Mark González volta ao Recife com a medalha dourada no peito. Convocado às pressas para substituir o lesionado Matías Fernández, o jogador acabou ganhando espaço na delegação chilena durante a vitoriosa campanha na Copa América Centenário, entrando em campo nas quartas e na semifinal. Na primeira apresentação, no antológico 7 x 0 da La Roja sobre os mexicanos, ainda participou diretamente, com uma assistência. A foto com a taça, num registro do instagram do atleta, comprova que a viagem aos EUA valeu a pena.

Apesar de ainda não ter deslanchado no Sport, Mark já estabeleceu um marco em 2016. Tornou-se o primeiro jogador de um clube pernambucano a conquistar a Copa América. Até hoje, a única participação local havia sido 1959, com Pernambuco representando o Brasil e ficando em 3º lugar. Em outros torneios com seleções adultas, este é o segundo título, 40 anos após Givanildo Oliveira, então no Santa Cruz, vencer o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos. Relembrando outras participações, o volante Leomar parou na semi da Copa das Confederações em 2001, enquanto o alvirrubro Nado (1966) e o tricolor Nunes (1978) acabaram cortados do Mundial. À parte disso, apenas amistosos.

Quis o destino que o primeiro fosse justamente de outra bandeira…

Sobre Mark González…

No Chile (2003-2016)
55 partidas, 6 gols

No Sport (2016)
12 jogos, nenhum gol

Mark González durante a viagem na Copa América 2016, nos EUA. Foto: instagram (markgonzalez11)

Chile supera a Argentina de novo e é bi da Copa América em menos de um ano

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/site oficial

Faz nem um ano que o Chile ganhou o seu primeiro título da Copa América. Aconteceu em 4 de julho de 2015. Passados 359 dias, o bi. Novamente diante da Argentina, outra vez numa final sem gols, decidida nos pênaltis. Sob olhares de 82 mil torcedores no Metlife Stadium, nos States, os chilenos mantiveram a aura de sua melhor geração futebolística. Time copeiro, de um senso coletivo de altíssimo nível. La Roja mereceu, passando o mata-mata da Copa América Centenário sem sofrer gols, contra mexicanos, colombianos e argentinos. Após um século de mãos vazias, duas taças em menos de uma temporada?

A proeza, acredite, não é inédita. O Uruguai foi o primeiro a levantar a taça sul-americana duas vezes em menos de um ano, em 02/12/1923 e 02/11/1924. Duas décadas depois, o bi dos argentinos, em 25/02/1945 e 10/02/1946. Falando em Argentina, o país mantém a seca de títulos desde 1993. E ainda viu o seu principal jogador, o melhor do mundo, Lionel Messi, isolar a sua cobrança.

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/twitter (@conmebol)

Na véspera da final, houve uma confusão sobre o peso da Copa América Centenário, mas a situação foi esclarecida pela Conmebol, contabilizando o torneio como a 45ª edição. Contudo, o caráter especial do torneio em conjunto com a Concacaf fez com que a antecessora, a Copa América de 2015, presente no calendário regular, fosse o classificatório à Copa das Confederações de 2017, mantendo o status de “campeão vigente” até 2019, no Brasil – com os dois títulos chilenos, francamente, a resolução tornou-se indiferente.

Em 2019 o Brasil organizará o torneio pela quinta vez, após um hiato de três décadas. Até lá, o jejum das maiores potências do continente vai aumentando…

Ano do último título sul-americano e o tempo de jejum (total de títulos)
2016 – Chile, atual campeão (2)
2011 – Uruguai, 5 anos (15)
2007 – Brasil, 9 anos (8)
2001 – Colômbia, 15 anos (1)
1993 – Argentina, 23 anos (14)
1979 – Paraguai, 37 anos (2)
1975 – Peru, 41 anos (2)
1963 – Bolívia, 53 anos (1)

Copa América Centenário 2016, final: Argentina (2) 0 x 0 (4) Chile. Foto: Conmebol/site oficial

Argentina e Chile decidem novamente a Copa América, na 19ª final em 100 anos

A decisão da Copa América de 2016, Argentina x Chile. Crédito: Conmebol/twitter (@conmebol)

Separados pela Cordilheira dos Andes, argentinos e chilenos encaram um cenário inédito no futebol do continente, decidindo a Copa América em dois anos seguidos. Após a inédia conquista de La Roja em 2015, em casa, um novo confronto entre Messi, Vidal, Higuaín e Alexis Sánchez, agora em campo neutro. Bem longe, nos Estados Unidos, que recebem o torneio pela primeira vez, numa composição especial com dez seleções filiadas à Conmebol e seis à Concacaf.

Em 45 edições, esta é a 19ª final. Inicialmente chamado de Campeonato Sul-Americano, o torneio já teve inúmeros formatos. Começou com turno único, tendo uma decisão (“jogo desempate”) em caso de igualdade na pontuação. Assim, a primeira final ocorreu nas Laranjeiras, em 1919, no duelo entre brasileiros e uruguaios. Este clássico, aliás, é o mais recorrente, com quatro finais ao longo de um século. Em apenas três casos a decisão ocorreu em mais de um jogo, entre 1975 e 1983, com o formato sem sede fixa, em jogos de ida e volta. Em caso de empate, disputava-se um terceiro jogo em campo neutro.

Alguns jogos históricos, com status de final, na verdade aconteceram na última rodada de quadrangulares decisivos, como em 1989, com 132 mil pessoas no Maracanã assistindo ao gol de Romário sobre a Celeste. A partir de 1993, todas as edições tiveram fase de grupos, quartas, semi e final. Até hoje, considerando decisões de fato e de direito, foram onze confrontos distintos valendo a taça.

As finais da Copa América
1ª) 1919 – Brasil 1 x 0 Uruguai (Rio de Janeiro)
2ª) 1922 – Brasil 3 x 0 Paraguai (Rio de Janeiro)
3ª) 1937 – Argentina 2 x 0 Brasil (Buenos Aires)
4ª) 1949 – Brasil 7 x 0 Paraguai (Rio de Janeiro)
5ª) 1953 – Paraguai 3 x 2 Brasil (Lima)
6ª) 1975 – Peru x Colômbia: 0 x 1 (Bogotá), 2 x 0 (Lima) e 1 x 0 (Caracas)
7ª) 1979 – Paraguai x Chile: 3 x 0 (Assunção), 0 x 1 (Santiago) e 0 x 0 (B. Aires)
8ª) 1983 – Uruguai x Brasil: 2 x 0 (Montevidéu) e 1 x 1 (Salvador)
9ª) 1987 – Uruguai 1 x 0 Chile (Buenos Aires)
10ª) 1993 – Argentina 2 x 1 México (Guayaquil)
11ª) 1995 – Uruguai (5) 1 x 1 (3) Brasil (Montevidéu)
12ª) 1997 – Brasil 3 x 1 Bolívia (La Paz)
13ª) 1999 – Brasil 3 x 0 Uruguai (Assunção)
14ª) 2001 – Colômbia 1 x 0 México (Bogotá)
15ª) 2004 – Brasil (4) 2 x 2 (2) Argentina (Lima)
16ª) 2007 – Brasil 3 x 0 Argentina (Maracaibo)
17ª) 2011 – Uruguai 3 x 0 Paraguai (Buenos Aires)
18ª) 2015 – Chile (4) 0 x 0 (1) Argentina (Santiago)
19ª) 2016 – Argentina x Chile (Nova Jersey)

Finais mais repetidas
4 – Brasil x Uruguai
3 – Brasil x Paraguai e Brasil x Argentina
2 – Argentina x Chile
1 – Peru x Colômbia, Paraguai x Chile , Uruguai x Chile, Argentina x México, Brasil x Bolívia, Colômbia x México e Uruguai x Paraguai

O mata-mata da Copa América Centenário

Quartas de final da Copa América de 2016. Crédito: Conmebol/twitter

A primeira fase da Copa América Centenário teve 24 partidas, com a pujante média de 41 mil torcedores. A maior surpresa foi negativa, a eliminação precoce do Brasil em um grupo com Equador, Peru e Haiti. A Seleção, aliás, só conseguiu vencer a fraquíssima equipe haitiana. A campanha ridícula – foi a primeira vez que o país não ficou entre os oito melhores em 35 participações – resultou na saída de Dunga do comando técnico. Já a outra favorita de sempre, a Argentina, cumpriu bem o seu papel, ganhando os três jogos. Entre os 16 participantes, apenas os hermanos conseguiram a campanha perfeita.

O torneio especial de 2016, nos Estados Unidos, correspondendo à 45ª edição da história, já tem o mata-mata definido. Grandes nomes do futebol seguem na disputa, como Lionel Messi, James Rodríguez, Arturo Vidal, Di María, Guerrero, Agüero, Alexis Sánchez, Chicharito. Afunilando cada vez mais, até a decisão no Metlife, em Nova Jersey, no dia 26 de junho.

Estados Unidos/Equador x Argentina/Venezuela
Peru/Colômbia x México/Chile

Pitacos para a semifinal?
Para o blog, EUA x Argentina e Colômbia x Chile…

Entre os oito classificados, o número de semifinais/participações (1916-2015):
Argentina – 33 semifinais/40 participações (82,5%), com 14 títulos
Chile – 20/33 (60,6%), com 1 título
Peru – 15/30 (50,0%), com 1 título
Colômbia – 7/20 (35,0%), com 1 título
México – 5/9 (55,5%), com 2 vices
Equador – 2/26 (7,6%)
Estados Unidos – 1/3 (33,3%)
Venezuela – 1/16 (6,2%)

No Chile, Mark González volta a colocar o Sport na Copa América depois de 57 anos

Mark González em ação pela seleção chilena. Foto: Fox Sports/twitter

De última hora, o chileno Mark González foi convocado para a Copa América de 2016, cuja edição especial, nos Estados Unidos, marca o centenário do torneio. O meia substitui Matías Fernández, cortado por lesão. Assim, o jogador de 31 anos, que estava na lista de 40 pré-convocados, volta a colocar o Sport no torneio continental depois de 57 anos. Curiosamente, na última (e até então única) presença a edição também foi especial, no “Campeonato Sul-Americano Extra”, realizado em dezembro de 1959, no Equador.

Naquele ano, em abril, já havia sido disputado o Sul-Americano na Argentina, o que justifica o nome do torneio seguinte. Na ocasião, foram cinco jogadores do Leão: Bria (zagueiro), Édson (zagueiro), Zé Maria (medio-volante), Traçaia (atacante) e Elcy (atacante). O Brasil – representado por Pernambuco, incluindo dez tricolores e sete alvirrubros – terminou na terceira colocação.

Nesse longo hiato, sem jogadores em competições continentais pelas seleções principais, o Sport teve três convocados para as Eliminatórias da Copa (os brasileiros Bosco e Leomar em 1999 e 2001, respectivamente, e o boliviano Arce, em 2009) e um para Copa das Confederações, Leomar em 2001.

Sobre Mark González…

No Chile (2003-2015)
53 partidas, 6 gols

No Sport (2016)
12 jogos, nenhum gol

Mesmo com o histórico de lesões e ainda sem apresentar um bom futebol na Ilha, o gringo foi lembrado pela representatividade na La Roja. Vai à Copa América pela terceira vez, somando 2004 (Peru) e 2007 (Venezuela).