A vitória que a torcida do Sport não desejou na arquibancada

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 3x2 Serra Talhada. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

O termômetro no Recife registrava 27 graus na noite desta quarta, com céu limpo. Na Ilha do Retiro, o clima parecia muito pior. Pesado, nebuloso. Um momento sofrível vivido pelo Leão neste início de temporada, com torcedores fazendo campanha para um jogo vazio, como se o ambiente atual condicionasse uma boa presença. Entre os poucos na arquibancada, vaias sistemáticas a todo mundo.

Vadão chegou a ouvir “elogios” ao contrário ainda no intervalo. E o que dizer de Gilsinho? Se machucou em um lance e a torcida vibrou por causa da sua saída. Nas redes sociais também era grande o número de rubro-negros esperando o pior, aguardando o pior, torcendo por um revés diante do Serra Talhada.

Como se uma derrota na Ilha, que seria a segunda seguida no Estadual, fosse mudar o panorama no clube. Tiraria o técnico? Forçaria o presidente a radicalizar, com dispensas e contratações? Desejo bem difícil de se tornar realidade na prática. O tropeço só complicaria mais a vida leonina no Estadual

Vadão tentou apostar num novo time, sacando medalhões como Cicinho, Hugo e Felipe Menezes. O objetivo seria apontar as peças erradas? Perguntas no ar e respostas imprecisas. A verdade é que outros atletas em má fase continuaram.

Felipe Azevedo, um dos mais contestados mantidos no time, abriu o placar aos 19 minutos. Recebeu de Moacir, outro no olho do furacão, e bateu forte. Marcos Aurélio teve a chance de ampliar, mas acertou a trave numa cobrança de pênalti e, ainda no primeiro tempo, Júnior Ferrim empatou.

O empate após 45 minutos terminava de impregnar a crise, na visão do público. Até que Roger, que não acertara nada a noite inteira, desempatou aos 31. Nem precisou se esforçar. Pegou um rebote na linha do gol. Parecia o fim da penumbra, se não fosse mais um erro da defesa, algo corriqueiro há algumas temporadas. Alex Costa, a 14 minutos do fim, empatou de novo.

Faltavam poucos segundos para o apito final do árbitro Sandro Meira Ricci. O gogó das 7.101 testemunhas estava preparada para uma vaia daquelas. Mesmo com a torcida contra, de forma surreal, o Sport venceu por 3 x 2. Aos 44, o tento da primeira vitória rubro-negra no Pernambucano. Até os mais teimosos vibraram. E saíram do estádio sem saber se a crise passou. Vencer, venceu.

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 3x2 Serra Talhada. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

Em queda livre, Sport desaba em Salgueiro

Pernambucano 2013, 2º turno: Salgueiro 2x1 Sport. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

Os primeiros lances indicavam um jogo equilibrado, parelho, bem disputado. Era a estreia de rubro-negros e salgueirenses no campeonato estadual após a vexatória participação no Nordestão e ambos queriam mudar a imagem.

Com apenas 30 segundos Marcos Aurélio arriscou de longe, no cantinho de Luciano, que espalmou para escanteio. Aos 8 minutos o ala direito do Carcará, Sidny, acertou o travessão de Saulo. Na sequência, Reinaldo quase abriu o placar para os leoninos, exigindo outra boa defesa de Luciano. Em seguida, Elvis, livre, bateu pra fora. Isso tudo em doze minutos. Eletrizante.

Os 8.998 torcedores acompanhavam um duelo lá e cá. O gol era questão de tempo, restava saber a barra. Aos 14 a rede balançou, a do Sport, que a partir daí se perdeu em campo. Clébson recebeu de costas, girou rápido e finalizou, com direito a uma comemoração marrenta. O time sertanejo passou a insistir na bola aérea, com a defesa leonina em pânico.

Contudo, o Salgueiro só ampliou quando pôs a bola no chão. Pegando de primeira, Élvis acertou o ângulo de Saulo. Apático, o Sport, em crise administrativa logo no segundo mês da nova gestão, até diminuiu o placar na etapa complementar, num pênalti cobrado por Marcos Aurélio, mas não evitou a primeira derrota no ano, 2 x 1. Clima segue pesado na Ilha.

Vale lembrar que a fase será de tiro curto. Uma crise duradoura e uma eventual ausência do G4 pode deflagrar um problema de calendário até em 2014.

Pernambucano 2013, 2º turno: Salgueiro 2x1 Sport. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

A primeira vergonha do ano pertence ao Sport, invicto e eliminado do Nordestão

Copa do Nordeste 2013: Sport 2x2 Campinense. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Sem dúvida, o primeiro grande vexame do futebol pernambucano em 2013.

Diante de 20 mil torcedores na tarde deste sábado, na Ilha do Retiro, o Sport foi eliminado da Copa do Nordeste pelo Campinense, mesmo após empatar sem gols no jogo de ida, na Paraíba. O caldeirão esfriou.

Essa foi a sexta eliminação dentro de casa desde que o Rubro-negro ganhou a Copa do Brasil. Palmeiras, Atlético-MG, Sampaio Corrêa, Paysandu, Santa Cruz e Campinense. A simbiose entre time e torcida fez falta mais uma vez.

De fato, o time de Vadão não esteve bem nesta jornada, pelas quartas de final do Nordestão, gerando uma pressão natural de sua própria torcida.

No primeiro tempo, o Leão viu adversário de Campina Grande com mais posse de bola, mais firme nas divididas. Como o ataque dos visitantes não acertava o pé, o placar seguia inalterado, porque se dependesse do mandante…

Só mesmo num lance fortuito, como no finzinho da primeira etapa, após boa trama iniciada por Marcos Aurélio. Felipe Azevedo finalizou nas redes, na única jogada que deu certo. Aos 42! O lance calou as críticas por um instante.

Tempo para Bismarck se aproveitar de um cochilo da defesa pernambucana e mandar da entrada da área. Àquela altura, o empate com gols dava a vaga ao Campinense. As vaias da torcida no intervalo não acordaram o Rubro-negro.

No início da etapa final, aos 7 minutos, Zé Paulo recebeu livre entre os zagueiros e bateu sem chances para Magrão. Era a senha para o desespero. Da torcida, pois no campo a preguiça na marcação era algo irritante. Combate zero.

No abafa, Cicinho ainda foi derrubado na área, aos 32 minutos. Na cobrança do pênalti, Felipe Azevedo deu ao Sport mais treze minutos de sobrevida. Um gol e a vaga viria. Não veio. Duro golpe na Ilha, acabando o sonho do tri, 2 x 2.

Mesmo invicto na competição, o Sport sai de forma precoce sem apresentar um bom futebol. Três vitórias e cinco empates jogando contra Sousa, Confiança, Fortaleza e Campinense. Não tem como deixar de criticar. Fora de casa, não vinha agradando. Dessa vez, sequer fez o seu papel como mandante…

Copa do Nordeste 2013: Sport 2x2 Campinense. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

O pulso rubro-negro ainda pulsa

Série A 2012: Sport x Ponte Preta. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Na quarta-feira, a derrota do Bahia para o Palmeiras apareceu como mais uma chance.

A oito pontos de distância do 16º colocado, o Sport jogaria no dia seguinte. Em casa, contra a Ponte Preta. Uma oportunidade daquelas para reduzir a enorme diferença.

Se bem que cinco pontos ainda formariam um hiato daqueles. Mas, para zerar essa diferença toda, um passo de cada vez. O primeiro seria na noite desta quinta.

A torcida, descrente, apareceu em número reduzido, com menos de doze mil pessoas.

Desfalcado de Hugo, cérebro da equipe, o time teria a volta do irregular Marquinhos Gabriel. O time paulista também veio bem desfalcado, incluindo o centroavante Roger.

O jogo foi bem apagado na primeira meia hora de bola rolando. Até que apareceu a qualidade de Cicinho, bastante acionado na partida.

Com uma precisão incrível, o lateral-direito cruzou com muito efeito para dois gols no primeiro tempo. Certeiro para Rithely e Tobi, em cabeçadas fulminantes.

Antes do intervalo, uma bobeira da zaga, com o gol campineiro. Como de praxe, nenhum jogo do Leão nesta Série A foi tranquilo. Nenhum! Dito e feito.

A Ponte foi pra cima na segunda etapa, contando com uma leve colaboração da defesa leonina, afobada na saída de bola. Nervosismo compreensível pela má fase do clube.

Aos 35 minutos, o alívio. Vilão na última rodada, Gilsinho deu a volta por cima.

Como se não bastasse ter atraído a marcação da Ponte, “amarelando” quatro adversários, ele ainda marcou um golaço de falta, fechando o placar, 3 x 1.

Esta foi apenas a sétima vitória rubro-negra na competição iniciada em maio. Mais. Foi a primeira por mais de um gol de diferença.

O 16º lugar ainda está longe do Leão. A autoestima, porém, melhorou. Já é algo…

Série A 2012: Sport x Ponte Preta. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Pontinho rubro-negro suado em Campinas

Série A 2012: Ponte Preta x Sport. Foto: DENNY CESARE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/AE

Pode até parecer um discurso batido, mas o sistema defensivo do Sport precisa de um ajuste urgente para o restante da temporada.

A crítica não se restringe apenas à dupla de zaga, mas a todo o setor.

A falta de confiança para sair jogando, os erros infantis na cobertura, a afaboação etc.

E assim caminha o Sport na Série A, tendo a meta vazada em quase todos os jogos. Em doze apresentações, não sofreu gol em apenas uma partida.

Com apenas cinco minutos nesta quarta, no estádio Moisés Lucarelli, a vantagem já era da Ponte Preta, num gol de André Luís após cruzamento de letra de Rildo.

Lance no lado direito da zaga leonina, uma avenida no primeiro tempo. A Macaca cansou de articular as suas jogadas por ali nesta noite, sempre com perigo.

Cicinho até vinha rendendo ofensivamente. No entanto, o fôlego não é o mesmo. Faltou cobertura. A contenção não esteve numa jornada feliz.

Mesmo sem jogar bem, o Sport empatou ainda no primeiro tempo, num golaço de Marquinhos Gabriel, de fora da área. Foi o seu quarto tento na competição, 1 x 1.

No comecinho da etapa complementar, Mancini promoveu a entrada de Moacir no lugar de Willians. Deu equilíbrio ao time.

Cicinho ficou, enfim, mais solto, flutando nos dois lados do campo. Criando.

Aos 25 minutos, uma mudança difícil de entender, pois a equipe estava estabilizada.

O técnico leonino colocou Magno Alves no lugar de Cicinho. Assim, deixou o Sport com três atacantes. Ou quatro, contando com Marquinhos Gabriel.

Deixou o Leão exposto demais, novamente. Resultou numa chuva de contragolpes.

No fim, com pelo menos três ótimas defesas de Magrão, o pontinho conquistado em Campinas ficou de bom tamanho. Mas há muito o que melhorar.

Não atrapalhar já seria um começo.

Tanto quem está no campo como quem fica na área técnica.

Série A 2012: Ponte Preta 1x1 Sport. Foto: DENNY CESARE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/AE

Ataque funciona e Sport retoma a força em casa

Série A 2012: Sport  2x1 Portuguesa. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Historicamente, o Sport constrói as suas campanhas no campeonato brasileiro com um bom rendimento na Ilha do Retiro. Com a força da torcida e na pressão.

Nesta Série A, até o jogo contra a Portuguesa, o cartel era de apenas uma vitória em quatro partidas. Vencer o time paulista neste domingo era obrigação, para retomar a força em casa e chegar a três rodadas seguidas somando pontos.

Com bastante luta e entrega nesta noite, além do apoio de 17 mil pessoas, Sport 2 x 1.

Dos dez gols do Leão na competição, oito foram marcados por atacantes, como nesta partida. Com opções para compor o setor, o técnico Mancini escalou três atacantes.

Contudo, Marquinhos Gabriel precisou jogar um pouco mais recuado, uma vez que Felipe Menezes e Hugo, especialistas na meiuca, ainda não puderam atuar.

O duelo contra a Lusa começou franco. Mesmo em casa, o Leão apostou nos contragolpes. Após uma chance perdida para cada lado, o gol rubro-negro.

E não foi num contra-ataque, mas em uma jogada trabalhada. O arremate do jovem Henrique foi de fora da área. O desvio na zaga ajudou a “matar” o goleiro Dida.

Com a vantagem mínima, o Sport ficou um pouco mais retraído. Aos 25 minutos, o grito de Vágner Mancini na área técnica, enxergando bem o jogo.

“Gilberto, passa para o 3-5-2! Avisa ao Tobi.”

Tobi acabou ajudando Edcarlos e Ailson, um tanto perdidos até ali, com as investidas da trupe do centroavante Ricardo Jesus e do meia Moisés.

No finzinho, aos 41 minutos, o estreante Gilberto ainda mandou uma bomba para as redes, mas o árbitro assinalou impedimento. Não estava.

Com uma partida equilibrada, o time pernambucano precisou voltar mais incisivo na segunda etapa, não só nos contragolpes como na marcação.

Mas isso ficou no campo da teoria, pois a Portuguesa manteve o domínio no meio-campo durante boa parte do jogo. Magrão foi acionado pelo menos três vezes!

No seu estilo, surpreendendo, o Sport ampliou aos 25 minutos, num gol que parece um script básico no futebol. Carrasco vestindo a camisa do Santa Cruz, Gilberto encheu o pé num rebote do lateral Cicinho e marcou o gol. Agora válido.

Para recompor o meio-campo, Moacir deixou o banco e entrou em sua 100ª partida pelo clube. Festa à parte, o jogo seguia perigoso. Tanto que a Lusa, num golaço de Moisés, diminuiu logo depois. Sem vacilar, o Sport segurou o resultado. Foi competitivo. Venceu.

Série A 2012: Sport  2x1 Portuguesa. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco