Bastidores da Seleção no Recife, na primeira aparição de Neymar na Arena

Brasil treinando na Arena Pernambuci antes do jogo contra o Uruguai pelas Eliminatórias da Copa 2018. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Com uma programação bem enxuta na capital pernambucana, passando apenas 36 horas, a Seleção Brasileira realizou o único treino antes do jogo contra o Uruguai pouco depois da chegada ao hotel em Boa Viagem, onde foi recepcionada por torcedores.

A assessoria da CBF divulgou um vídeo de bastidores da viagem da Canarinha ao Recife, desde a Granja Comary. À noite, o time realizou um reconhecimento na Arena Pernambuco, na primeira e única aparição de Neymar no estádio antes do clássico pelas Eliminatórias da Copa 2018.

A óbvia insatisfação, a cobrança e a velha política entre a Fifa e o governo brasileiro

Dilma Roussef, presidente do Brasil, e Joseph Blatter, presidente da Fifa. Foto: Fifa/divulgação

“O Brasil acabou de se dar conta que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar.”

Ao que parece, Joseph Blatter perdeu a paciência com a organização brasileira. A declaração no domingo foi a mais dura durante todo o processo.

Blatter, de 77 anos, está na Fifa desde 1975. Portanto, o Mundial deste ano será o 10º com a presença do dirigente, presidente da entidade há quinze anos.

A crítica torna-se ainda mais pesada ao constatar que entre essas dez edições sob o olhar próximo do suíço estão a Argentina de 1978, sob ditadura militar, o México em 1986, numa organização às pressas, substituindo a Colômbia, e a África do Sul em 2010, num torneio já bastante criticado.

Francamente, ele disse algo fora da realidade? Não mesmo. Pelo contrário, a crítica aponta para o próprio dirigente, que tanto demorou para se dar conta da confusão preparação nacional, com atrasos e denúncias de superfaturamento.

Vale lembrar que a Copa no país deve consumir R$ 64 bilhões em investimentos públicos e privados. É mais que a soma de 2002, 2006 e 2010.

Por outro lado, dificilmente o governo federal deixaria barato uma entrevista assim, amplamente distribuída pelas agências internacionais.

Através do twitter, vejam só, a presidente brasileira Dilma Roussef escreveu sete mensagens. Uma resposta indireta, por mais que a direção das palavras fosse bem precisa. Abusou da emoção, sem foco nas questões técnicas.

“Os brasileiros começam 2014 confiantes que irão sediar a  Copa das Copas. No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do futebol. Todos os que vierem ao Brasil serão bem recebidos, porque somos alegres e acolhedores. Esta será a Copa de 12 cidades-sedes, da floresta Amazônica aos pampas gaúchos, das montanhas de Minas às praias cariocas, das dunas do Nordeste à metrópole de São Paulo. Os turistas terão oportunidade de conhecer este país multicultural e batalhador. Um Brasil que está enfrentando o desafio de acabar com a miséria e de gerar oportunidades para todos. A procura por ingressos para os jogos – a maior em todas as Copas – mostra que torcedores do mundo inteiro confiam no Brasil.  Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a  Copa das Copas.”

Entre as mensagens da presidente e a tréplica de Blatter, um intervalo de apenas duas horas. Na mesma rede social, o mandatário da Fifa recuou, adotando um discurso pra lá de político, raso…

“Concordo com Dilma sobre Copa. O mundo todo está esperando pela Copa das Copas. Brasil será ótimo anfitrião.” 

Talvez a cobrança siga nos bastidores, talvez. Afinal, a Copa do Mundo é um produto da Fifa, uma instituição privada. Para recebê-lo, o Brasil se sujeitou às mais pesadas cobranças, algumas delas ferindo até as leis nacionais – que acabaram sendo modificadas.

A soberania do Brasil não está em jogo nessa cobrança, não mesmo. A capacidade organizacional, sim.

Apesar dos panos quentes na discussão online, é claro para qualquer um, Fifa, governo federal, população brasileira e estrangeiros, que algo não está 100%. Na verdade, atingir esse percentual nas obras vem sendo uma batalha, aumentando os custos devido à falta de tempo. O atraso é real, política à parte.

Desvende o “Padrão Fifa”

A Fifa acaba de divulgar um dossiê com todos os requisitos para um estádio em condições de receber a Copa do Mundo.

O documento “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, com 420 páginas, chegou à sua 5ª versão, englobando novas tendências das arenas, tendo como base de dados os elogiados estádios sul-africanos utilizados no último Mundial.

Para acessar ao dossiê completa da Fifa, em inglês, clique aqui.

A impressionante gama de detalhes forma o tão propalado “Padrão Fifa”, dito quando se fala de um novo palco futebolístico. O Superesportes examinou o documento e traz três infográficos com as normas exigidas pela entidade.

Para visualizar os infográficos em grande resolução, clique em um dos três tópicos abaixo, assinados por Pedrom, da editoria de Arte do Diario de Pernambuco.

campo de jogo, arquibancada e mídia.

Quase uma Batalha

Nota oficial do Náutico pela convocação de Muricy Ramalho para treinar a Seleção Brasileira

Era a chance de uma vida.

Dirigir a Seleção Brasileira.

Durante a semana, ele recebeu um tratamento de popstar. A convocação da CBF era questão de horas. A felicidade era inegável.

Mídia, crônica esportiva, pessoas próximas à CBF. Todo mundo apontando o treinador do Corinthians como o sucessor de Dunga no comando da Canarinha.

Inúmeras pautas com Mano Menezes sobre a “missão de 2014” já estavam prontas.

Manhã de sexta-feira. E o convite foi para… Muricy Ramalho.

O que faltou? Como tanta gente poderia estar errada?

Campeoníssimo nesta década, de fato Muricy também era um nome digno para a tarefa de tentar conquista o hexacampeonato mundial. O técnico, conselheiro timbu, chegou a receber uma nota oficial de parabéns do Náutico, onde fez a base de sua carreira.

Mas veio o “não” do Fluminense. Parecia jogo de cena. Mas a recusa do tricolor carioca foi crescendo… Tomando um ar constrangedor para Ricardo Teixeira, que se encontrara horas antes com Muricy em um clube de golfe no Rio.

Um não à CBF, diratamente ao seu presidente? Era demais. Era surreal.

Como uma verdadeira Batalha dos Aflitos, a chance apareceu para Mano Menezes nos instantes finais de uma decisão que já parecia consumada. Perdida.

E ele não titubeou. É o novo técnico da Seleção (veja AQUI).

A nota oficial do Alvirrubro acabou sendo retirada do site. O orgulho de ver um técnico formado nos Aflitos acabou desfeito na mesma tarde. E não é que Mano Menezes é justamente o protagonista da Batalha dos Aflitos?

O futebol e as suas ironias…