Alvirrubro volta a pontuar fora, mesmo sem inspiração

Série A 2012: Santos x Náutico. Foto: RICARDO SAIBUN/AGIF/ESTADÃO

Eram seis derrotas seguidas como visitante.

O último ponto conquistado fora de casa havia sido no próprio Recife, no clássico contra o Sport, no duelo que encerrou o primeiro turno.

Desde então, a soma na tabela ocorreu apenas no estádio dos Aflitos.

As várias vitórias em casa deixaram o Náutico numa situação confortável. No entanto, havia o desgaste por acumular tantos insucessos fora da fronteira pernambucana.

Na noite desta quinta-feira, abrindo a 33ª rodada do Brasileirão, o Alvirrubro ficou no empate sem gols com o Santos e enfim brecou essa sequência.

Nem Neymar nem Kieza, 0 x 0.

Com 42 pontos, o Alvirrubro está a apenas um pontinho da margem de segurança imposta pela atual classificação geral para aniquilar qualquer chance de descenso.

Outrora um caldeirão, desta vez apenas 6.256 torcedores foram à Vila Belmiro. Não assistiram ao melhor dos jogos. Não havia inspiração alguma nas duas esquipes.

O Náutico, na verdade, jogava no erro do Santos. Aos 32 minutos, o atacante Rogério, substituindo Araújo, entrou na área e ao fintar o zagueiro acabou derrubado. Pênalti.

Uma grande chance para Kieza chegar a 13 gols em 16 jogos na Série A. Na cobrança, na melhor das chances, acertou a trave. A bola acertou o poste e foi pra fora.

Susto à parte, Neymar mal chutava a gol. Preferiu o cai-cai. Até os dribles foram escassos, apesar do nervosismo do zagueiro Alemão. Coube a Elicarlos a proteção.

Numa situação normal de temperatura e pressão, o resultado na primeira etapa teria sido bom para o Náutico. Naturalmente, poderia ter sido melhor…

No segundo tempo, o jogo fraco continuou. Aos 21 minutos, Gideão, outra novidade na noite, salvou o Timbu duas vezes no mesmo lance. O pontinho estava garantido.

Série A 2012: Santos 0x0 Náutico. Foto: GUSTAVO EPIFANIO/FOTOARENA/ESTADÃO

O decacampeão Durval, de Cruz do Espírito Santo

Neymar, Durval e Ganso, campeões com o Santos no Paulista de 2012. Foto: Fifa/divulgação

Decacampeão estadual. Uma marca inacreditável.

No Brasil, apenas dois clubes conseguiram essa sequência. O América em Minas Gerais, de 1916 a 1925, e o ABC no Rio Grande do Norte, de 1932 a 1941.

Entre os jogadores, o feito é ainda mais raro, até mesmo por causa das inúmeras transferências no futebol. Em 2012, porém, o zagueiro Durval, paraibano de Cruz do Espírito Santo, acaba de alcançar a incrível meta.

Não perca a conta do beque… 2003 pelo Botafogo, na Paraíba. 2004 com o Brasiliense, no Distrito Federal. 2005 no Atlético, no Paraná. De 2006 a 2009, o tetra no Sport, em Pernambuco. De 2010 a 2012, um tri no Santos, em São Paulo.

Dez títulos estaduais em cinco estados diferentes. Sem contar as outras medalhas douradas no currículo, como Copa do Brasil (duas) e Libertadores.

O registro acima também está no site da Fifa, que deu destaque à marca (veja aqui).

“Não dava para esperar isso, para falar a verdade. Você quer ser campeão, mas seguido assim, não imaginava. Mesmo que imaginasse, talvez não desse certo. Mas ainda bem que as coisas foram acontecendo naturalmente.”

Durval ladeado por Neymar e Paulo Henrique Ganso…

Rivais de Sport e Náutico neste Brasileiro. Vida dura. Dos recifenses.

Domínio absoluto do “Estilo Barcelona”

Final do Mundla de Clubes 2011: Barcelona 4 x 0 Santos. Foto: Fifa/divulgação

Domínio pleno, dos primeiros instantes ao último fôlego.

Uma decisão de título mundial em ritmo de treino, dando a certeza de que esse Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta já é um dos maiores times da história do futebol.

Logo aos 16 minutos, Xavi dominou na entrada na área e deu um lindo passe.

Durval não acompanhou o lance e a bola foi para os pés de quem? Lionel Messi.

O craque argentino tocou por cobertura e abriu o placar com absoluta justiça, pois o Barça já tinha, naquele momento, 76% de posse de bola.

Um domínio maior que na partida contra o Al-Sadd, na semifinal. Neymar, Ganso e companhia não concatenavam as ações. Apáticos em um domingo fora de hora.

Aos 23, então, a missão do Peixei tornou-se indigesta, com o gol de Xavi, fintando um defensor e batendo rasteiro, bem colocado.

A dúvida, ali, era se o jogo seria a maior goleada na final do Mundial de Clubes da Fifa, até então com o 3 x 0 da Internazionale sobre o Mazembe, do Congo, ano passado.

Dúvida (ou expectativa) plausível, pois o toque de bola incessante não diminuiu.

Um time que não perde a pelota, que não erra passe e que tem Messi tem mais é que olhar para frente mesmo. O time catalão não muda o seu estilo sob hipótese alguma.

Ditando o ritmo, o Barcelona chegou a terceiro gol aos 45 minutos, numa blitz na área santista, com o toque final de Fábregas. Facilidade visível até na comemoração, morna.

Na etapa complementar, o Santos até tentou agredir, mas não havia muito o que fazer.

A não ser evitar algo histórico, pela pior ótica possível, obviamente…

Sem perder o ímpeto, o time comandado por Pep Guardiola continuou passeando em campo, criando e invertendo jogadas, levando pânico à zaga brasileira.

E o quarto gol, o do recorde absoluto, acabou saindo aos 38. De praxe: Messi recebe, dribla o goleiro, toca para as redes e solta um sorriso discreto…

Barcelona 4 x 0 Santos. A aula de futebol foi dada, mais uma vez. Algo quase corriqueiro mesmo diante de potências como Real Madrid e Manchester United, diga-se.

Como ocorre há três anos, ou mais de 1.000 dias, o Barcelona terminou a partida com a maior posse de bola, esbanjando qualidade no passe e na finalização.

Desta forma, o Barça é com toda justiça bicampeão mundial, 2009/2011.

Més que un club.

Final do Mundla de Clubes 2011: Barcelona 4 x 0 Santos. Foto: AFP

Quem será desmascarado?

Duelo: Messi x Durval. Crédito: Maria Eugênia Nunes/Diario de Pernambuco

Lionel Andrés Messi ou Severino Ramos Durval?

Rosário, na Argentina x Cruz do Espírito Santo, na Paraíba.
Atacante x zagueiro.
1,69m e 24 anos x 1,84m e 31 anos.
Habilidade e técnica x raça e força.
Melhor do mundo x xerife.
Camisa 10 x camisa 6.
Barcelona x Santos.

No Japão, a provável final do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa de 2011.

Quem será “desmascarado” do rótulo de gigante nesta decisão em dezembro…?

Um menino que deixou o seu país ainda criança para tentar fazer um tratamento hormonal para o crescimento. A genialidade com a bola nos pés o salvou disso, possibilitando um tratamento caríssimo, bancado pelo clube catalão.

E o que dizer do filho de um humilde agricultor no interior? Antes, literalmente, um beque de usina. Para tirar a família do limbo, precisou tirar, também, muitas bolas da área.

Quem diria… Durante 90 minutos, caso a zebra não apareça novamente na semifinal do Mundial, dois personagens tão antagônicos no futebol ficarão frente a frente.

Durval pelo lado esquerdo da área e Messi no centro do ataque do Barça, ladeado por Pedro e Villa, mas sempre caindo pela direita… O choque será inevitável.

Em tempo: a frase em japonês na imagem feita por @geninhanunes significa “o duelo”.

O timaço imaginário do Sport

Time de botão do Sport

Polêmica, do começo ao fim. Mas, nesse caso, com o que há de melhor no futebol.

O Sport irá pintar no clube a formação de sua seleção histórica. A escolha será feita pela própria torcida. Certamente, uma atração no site leonino.

Qual seria a seleção com os melhores jogadores rubro-negros desde 1905?

Impossível não haver injustiça, sobretudo com jogadores de décadas passadas, uma vez que a votação será na internet, com público reconhecidamente mais jovem…

Antes de qualquer coisa, a lista é subjetiva. Não existe nem mesmo uma formação padrão. Pode ser 5-3-2, 4-4-2, 4-3-3 etc. Então, vamos começar a discutir o tema…

A lista “prévia” do blog levou em consideração o fato de que os maiores títulos do clube foram conquistados nos últimos 30 anos, além de um passeio na história, claro.

Seleção histórica do Sport:

Magrão; Betão, Durval, Ailton e Dutra; Leomar, Merica, Raul Betancourt e Jackson; Ademir Menezes e Leonardo. Técnico: Emerson Leão.

Vou arriscar até um segundo time:

Bosco; Russo, Marco Antônio, Alemão e Dedé; Dinho, Ely do Amparo, Ribamar e Juninho Pernambucano; Traçaia e Roberto Coração de Leão. Técnico: Nelsinho Batista.

Obviamente, as duas equipes estão longe de qualquer unanimidade.

O blog sequer tem essa pretensão.

Por sinal, escale a sua seleção rubro-negra, torcedor!

Em 2009, o Santa Cruz também montou a sua superseleção (veja AQUI).

Durvality 9x

Durval, zagueiro do Santos, campeão paulista de 2011. Foto: Santos/divulgaçãoFilho de Cruz do Espírito Santo, cidade paraibana de apenas 15 mil habitantes, Durval realmente não esquece as raízes…

Campeão paulista mais uma vez pelo Santos, o zagueiro de 30 anos alcançou uma marca impressionante no futebol brasileiro.

Foi o 9º título estadual consecutivo do ídolo e ex-capitão do Sport.

A saga começou em 2003, pelo Botafogo de João Pessoa. Depois, em 2004, a conquista no Distrito Federal, pelo Brasiliense. Veio 2005 e a taça no Paraná, com o Atlético.

Entre 2006 e 2009, um tetracampeonato pernambucano como xerife da zaga rubro-negra. Nos últimos dois anos, o Paulistão com o Peixe. Titular absoluto.

Sem falar muito, mas com muita seriedade em campo, Durval segue fazendo história.

Sem esquecer de Cruz do Espírito Santo, é claro. Nem na volta olímpica na Vila Belmiro…

Em Pernambuco, o lateral-direito Gena foi 11 vezes campeão estadual de forma consecutiva. Hexa pelo Náutico, de 1963 a 1968, e penta pelo Santa, de 1969 a 1973.

“Cuide bem da minha faixa”

Durval

O zagueiro Igor é o novo capitão do Sport.

O camisa 3 ainda vem se acostumando com a faixa utilizada nas últimas temporadas pelo ex-camisa 4 da Ilha, Durval, hoje no Santos.

Durval, por sinal, deu apoio a Igor quando soube da decisão do técnico Givanildo Oliveira, que o oficializou como capitão do Sport na véspera da estreia no Estadual. O defensor telefonou direto do Litoral Paulista para saber como anda o velho Leão de guerra sem o seu ídolo, como Igor deixa claro na declaração abaixo.

“Ele me liga para saber como estão as coisas no Sport. Nós somos amigos, ele gosta muito daqui e fica querendo saber da evolução do time. No domingo, ele até me pediu um gol contra o Vitória: ‘Faz um gol aí, Cururu (sapo, apelido de Igor). E tinha que ser de cabeça. E eu fiz (o Leão venceu por 5 x 1).”

Sobre a tal “faixa”, o novo capitão rubro-negro revelou o último pedido de Durval, com quem dividiu o quarto da concentração do Sport nos últimos três anos. Um pedido que demonstra certa saudade: “Cuide bem da minha faixa”.

Recado dado.

Exército sem capitão

Durval, tetracampeão pernambucano pelo Sport, de 2006 a 2009Paraibano de Cruz do Espírito Santo, Durval chegou no Sport no início de 2006, aos 25 anos. O zagueirão havia sido vice-campeão da Taça Libertadores do ano anterior, quando defendia o Atlético-PR.

Mas chegou por baixo na Ilha, por causa de uma falha na decisão da competição. No Recife, sob o comando de Dorival Júnior, ganhou uma vaga no time principal rapidamente. Canhoto, o defensor passou a vestir a camisa número 4, emblemática.

Da estreia em 8 de janeiro de 2006 até a última rodada da Série A deste ano foram 226 jogos. De “refugo” do Furacão ao status de ídolo do Sport. O capitão da Copa do Brasil. 😈

Nestes quatro anos na Ilha do Retiro, o jogador escreveu uma história rara no atual futebol brasileiro, no qual atletas trocam de clube a cada seis meses.

Foram quatro temporadas de soberania no Rubro-negro. Foi tetra no Estadual – o último de maneira invicta. Nos 2 primeiros anos, a braçadeira de capitão ficou com o meia Geraldo (2006) e com o volante Éverton (2007).

E olhe que foi difícil achar uma foto do zagueiro segurando a taça no primeiro título. Em cerca de 50 fotos, Durval aparece atrás dos destaques daquele time em quase todas.

Sinal claro de que ainda estava buscando o seu espaço no grupo. Depois disso, ele cansou de levantar taça na Ilha. Só de turnos foram 7!

Mais. Veio também a fama de zagueiro-artilheiro. Fez 25 gols pelo clube, com vários gols nos clássicos contra o Náutico.

Foram quatro anos tendo o nome gritado na arquibancada da Ilha, com aquele início impublicável e que termina com a célebre frase “É o melhor zagueirodo Brasil!” .

Este segundo semestre em 2009 foi o seu pior momento no Leão, no qual o tal grito de guerra não fez tanto sentido, mas que continuou sendo ecoado no estádio por respeito a um dos jogadores mais vitoriosos nos 104 anos do Sport.

Durval ergue a Copa do Brasil de 2008Apesar da proposta feita pelo clube para tentar uma renovação, o seu empresário e o presidente leonino não chegaram a um acordo. Durval vai seguir a sua vida, provavelmente em um time na Série A. Ele tem mercado e futebol pra isso.

Aos torcedores do Sport, vai ficar uma lembrança eterna. O gol de falta contra o Internacional, no dificílimo confronto das quartas de final da Copa do Brasil de 2008, na Ilha.

O relógio marcava 33 do 2º tempo. Um jogo tenso. O Leão, com 1 jogador a menos, vencia por 2 x 1, mas precisava de um gol, diante do fortíssimo Colorado de Alex, Fernandão e Nilmar.

Falta para o Leão. Durval se aproximou e chamou a responsabilidade. O capitão acertou um míssil contra a meta de Clemer. Há quem diga que aquele foi um dos gols mais comemorados da história do estádio rubro-negro…

A fotomontagem no lado direito reproduz as 4 voltas olímpicas no Pernambucano, entre 2006 e 2009, de cima para baixo. Acima, a maior de todas as taças na “Era Durval”. O troféu que valeu a 2ª estrela dourada. É cacete! 😯

Números: Inaldo Freire, fisiologista do Sport.

Incompetência no ABC

Jogo com público bem reduzido no estádio Bruno José Daniel, no ABC Paulista. Com o frio aumentando a cada minuto na tarde deste sábado.

O Sport começou o jogo combatendo a temperatura baixa. Aos 5 minutos do 1º tempo, o estreante Elder Granja brigou pela bola, conseguiu o desarme, tabelou e ainda ficou cara a cara com o goleiro Neneca… Tocou por cima, mas a zaga paulista tirou.

Série A-2009: Santo André 2 x 1 SportO Leão, aliás, foi muito bem nos primeiros 20 minutos, criando chances, jogando apenas no campo do adversário. Foram 5 finalizações no período.

Na 6ª finalizaçào, finalmente o gol, mais do que merecido. E de um estreante, o meia Hugo (foto), o menos conhecido do pacote liberado pelo Atlético-MG.

O empate do Santo André veio num vacilo daqueles, aos 30. Cicinho, foi até a linha de fundo pelo lado direito e tocou para Elvis, mais livre ainda… Ele só teve o trabalho de finalizar para as redes de Magrão.

No segundo tempo, o Sport voltou com Weldon no lugar de Ciro, que não produziu muita coisa. O substituto sim: raiva. 👿 Aos 12, na sua marcante arrancada, Weldon quase desempatou.

Depois, o atacante teve mais duas grandes chances… Duas finalizações horríveis.

Aos 31, Weldon foi além. Perdeu um gol incrível, livre, após bola levantada na área… 😯

Aos 35, Durval recebeu o segundo amarelo e, consequentemente, o vermelho. A segunda expulsão do capitão leonino em 201 jogos pelo clube.

E aos 48 minutos do 2º tempo, a prova de que a maré não está nada agradável para os rubro-negros. Após um cruzamento na área, Nunes cabeceou na trave, a bola voltou para Marcel, que estava claramente impedido e virou. Virou o jogo e o barco leonino.

Cuidado, Sport…