Raio x dos 24 mil jogadores profissionais em atividade nos 722 clubes do Brasil

Registros e transferências de jogadores, segundo a CBF

Pelo terceiro ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em relação à última temporada foram 3.098 contratos a mais, num aumento de 14%. Em 2017, portanto, 24.841 jogadores de futebol firmaram algum tipo de acordo, incluindo 134 gringos, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Embora a entidade não tenha atualizado o dado de contratos ativos durante todo o ano, o número de 2016 deixa isso claro, com apenas 8.938 atletas chegando até janeiro – na ocasião, isso representou 41% do total de profissionais.

Ao todo, foram quase 17 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. Inicialmente, o balanço tinha três pilares (registro, transferências e salários), mas nos últimos dois relatórios a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No quadro pioneiro, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? No Brasil, apenas 114.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 722 clubes profissionais – no viés pernambucano, 22 times disputaram competições oficiais na temporada, a partir das Séries A1 e A2. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 397. A seguir, a evolução de clubes filiados.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Entre as transferências nacionais, apenas 40 via compensação financeira, totalizando R$ 81 mi – Raniel, por exemplo, foi do Santa para o Cruzeiro por R$ 2 milhões. Já no âmbito internacional foram 657 saídas, com 130 ocorrendo via empréstimos ou cessão dos direitos econômicos, movimentando quase R$ 1 bilhão (!), com média de R$ 7,0 mi – Erick foi negociado pelo Náutico junto ao Braga por R$ 2,8 mi. No sentido inverso foram 527 nomes, dos quais 40 com valores. E o investimento foi de R$ 227 milhões, com média de R$ 5,6 mi – André veio do Sporting para o Sport ao custo de R$ 5,2 mi.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Jogador do ano em 2017: Erick (Náutico), Anderson Salles (Santa) e André (Sport)

Erick (Náutico), Anderson Salles (Santa) e André (Sport) em ação em 2017. Fotos: Ricardo Fernandes/DP (Erick e Salles) e Peu Ricardo/DP (André)

Erick, Salles e André, os eleitos do blog em cada clube em 2017. Concorda?

Há 50 anos o Chelsea elege o seu melhor jogador no ano, independentemente do desempenho do time, com direito ao troféu “Player of the Year”. Uma premiação à parte de federações e confederações, que regulam competições mundo afora. Trata-se de um reconhecimento interno do clube, institucional. Na temporada 2017 o meia Eden Hazard foi o escolhido – o belga já havia sido nomeado em 2014 e 2015. Outros clubes ingleses adotam a ideia, como Manchester United e Liverpool, desde 1998 e 2002, respectivamente.

As escolhas costumam ser feitas com o engajamento da torcida, baseadas na opinião de sócios e da comissão técnica. As festas para os anúncios, com transmissões exclusivas, contam com outros prêmios, como a revelação do ano, o gol mais bonito e os novos integrantes para o “hall da fama” particular. 

No futebol pernambucano não há nada do tipo, mas ao menos vale estudar a ideia, que poderia encorpar as ações de marketing. A partir da premiação em vigor nas potências da Premier League, o blog escolheu os principais nomes alvirrubros, tricolores e rubro-negros na década vigente. Uma artilharia, um acesso, uma atuação inesquecível numa decisão, um ano regular ou mesmo o fato de ter sido a exceção num mau momento do clube. Tem de tudo. Obviamente, as três listas estão abertas a críticas e dicas de novos nomes…

Náutico
2011 – Kieza (atacante), goleador da Série B (21 gols), com acesso à elite 
2012 – Kieza (atacante), 13 gols na Série A, levando o time à Sul-Americana
2013 – Maikon Leite (atacante), único destaque em ano horrível (8 gols na A)
2014 – Vinícius (meia), titular o ano inteiro, decisivo para o vice no PE
2015 – João Ananias (volante), pilar defensivo na boa campanha na Série B
2016 – Rony (atacante), 11 gols na Série B e destaque no 5º lugar na B
2017 – Erick (atacante), estreando como profissional, fez 9 gols em 39 jogos

Santa Cruz
2011 – Tiago Cardoso (goleiro), craque do Estadual e decisivo no acesso à C
2012 – Dênis Marques (atacante), artilheiro do PE (15 gols) e da Série C (11)
2013 – Tiago Cardoso (goleiro), destaque no tri do PE e no acesso à Série B
2014 – Léo Gamalho (atacante), 32 gols marcados na temporada
2015 – João Paulo (meia), destaque no título estadual e no acesso à Série A
2016 – Keno (atacante), com velocidade, ganhou o NE e fez 10 gols na A
2017 – Anderson Salles (zagueiro), artilheiro do time (10 gols) num ano ruim

Sport
2011 – Marcelinho Paraíba (meia), o nome da campanha do acesso à elite
2012 – Hugo (meia), apesar do descenso, até recuperou o time (8 gols na A)
2013 – Marcos Aurélio (meia), 32 gols e destaque no acesso à Série A
2014 – Neto Baiano (atacante), destaque nos títulos do Nordestão e do PE
2015 – Diego Souza (meia), 9 gols e 10 assistências no 6º lugar na Série A
2016 – Diego Souza (meia), marcou 14 gols, sendo o artilheiro da Série A
2017 – André (atacante), 16 gols na Série A, o novo recorde do clube

Náutico vende o atacante Erick por R$ 2,8 milhões, na 10ª venda milionária do clube

Erick em ação no Náutico em 2017. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A passagem profissional de Erick no Náutico durou oito meses, iniciada na transição em janeiro, após a participação na Copa São Paulo de Juniores, quando marcou quatro gols, até a negociação milionária para o futebol português, já com o status de segunda maior venda da história do clube.

O atacante de 19 anos irá disputar a primeira divisão portuguesa pelo Braga, 5º colocado na última temporada. Com 70% dos direitos econômico do jogador, o timbu vendeu 55%, recebendo R$ 2,8 milhões, cifra só abaixo da transação envolvendo Douglas Santos, que chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira. O clube optou por ficar com 15% apostando na valorização numa venda futura na Europa – projetando o valor de mercado para 100%, Erick valeria, hoje, R$ 5 milhões. Apesar do período curto vestindo a camisa vermelha e branca, Erick trabalhou com cinco técnicos, conseguindo se destacar em um período de resultados ruins, do Estadual à Série B.

Erick como profissional no Náutico
39 jogos
9 gols
7 assistências

Considerando as transferências milionárias no futebol da região, Erick foi a 10ª venda do Náutico, a 32ª de Pernambuco e a 81ª do Nordeste. Curiosamente, das dez vendas alvirrubras, cinco ocorreram na Série A e cinco na Série B. Foram cinco para a Europa, quatro para o Brasil e uma para China.

Ranking timbu de vendas em R$

As maiores vendas do Náutico no Plano Real. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Ranking timbu de vendas em US$ (convertendo as maiores vendas em reais)

As maiores vendas do Náutico no Plano Real, convertidas em dólar. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Náutico vence Figueira e pode terminar a rodada fora da lanterna após 15 partidas

Série B 2017, 21ª rodada: Náutico 2 x 0 Figueirense. Foto: Paulo Paiva/DP

Até a 17ª rodada, o Náutico tinha apenas uma vitória no Campeonato Brasileiro, com 15% de aproveitamento. Na lanterna, via o concorrente mais próximo, o ABC, a sete pontos de distância. Sem meias palavras, encaminhava um rebaixamento virtual, que só não seria confirmado em caso de uma recuperação bem fora da curva. Passadas duas semanas, o time vem ensaiando essa reação. De lá pra cá foram três vitórias em quatro jogos, perdendo apenas para o líder da Série B, o América Mineiro.

Com o 2 x 0 sobre o Figueirense de Milton Cruz, num confronto direto importantíssimo dentro do Z4, o alvirrubro finalmente ultrapassou o ABC de Natal. Assim, após 15 longas rodadas, da 6ª até a 20ª, o Náutico saiu da última colocação. E só terminará a rodada na lanterna caso o clube potiguar vença o Internacional ou empate com gols, em duelo no Frasqueirão, sábado.

Série B 2017, 21ª rodada: Náutico x Figueirense. Crédito: Premiere/reprodução

Nesta segunda vitória seguida na Arena Pernambuco, o técnico Roberto Fernandes armou o time num 4-3-3 e pôde contar com a volta de Giovanni, fora por lesão há um mês, e com a estreia do centroavante William. Ambos com bom desempenho, sobretudo o meia, com o belo gol de fora da área, pavimentando a vitória, e o passe que deixou Breno em ótima condição, rolando para William, que empurrou a bola pra barra vazia. Dois gols no 1T.

Numa rara boa atuação do time nesta turbulenta temporada, mostrando organização em todos os setores, o prata da casa Erick teve mais condições de se apresentar melhor – algo dito há tempos, com o seu desempenho prejudicado pela má fase da equipe. A possível negociação de Erick para Portugal pode trazer alívio financeiro para o restante da campanha, tendo como contrapartida a perda técnica. Escolha difícil num momento-chave.

Sequência da “retomada”
18ª – Náutico 1 x 0 Vila Nova (Goiânia)

19ª – Náutico 1 x 0 Luverdense (Arena PE)
20ª – Náutico 0 x 1 América (Belo Horizonte)
21ª – Náutico 2 x 0 Figueirense (Arena PE)

Série B 2017, 21ª rodada: Náutico 2 x 0 Figueirense. Foto: Paulo Paiva/DP

O histórico de recuperação dos lanternas na Série B e a esperança timbu no returno

Série B 2017, 19ª rodada: Náutico 1 x 0 Luverdense. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com duas vitórias nas últimas duas rodadas do primeiro turno, o Náutico alimentou a esperança de permanência na Série B. Apesar de ter somado apenas 14 pontos, o time pernambucano tem exemplos de recuperação para poder se espelhar no returno. Na lanterna, precisaria, no mínimo, de quatro rodadas perfeitas para sair do Z4. A meta, portanto, é a longo prazo. Dos cinco times que somaram 14 pontos na primeira metade da segundona, na era dos pontos, dois deles escaparam do descenso, os rivais nordestinos ABC e Ceará. O primeiro era treinado pelo atual técnico timbu, Roberto Fernandes

Para isso, o Náutico precisará de pelo menos 31 pontos nos próximos 19 jogos, ou 54% de aproveitamento – abaixo disso, dependeria de combinações. Basicamente, trata-se do índice alcançado pelo Vila Nova, que encerrou o primeiro turno na 3ª colocação. Enquanto isso, o timbu teve 24%.

Projeção de campanha com 31 pontos no returno
10 vitórias, 1 empate e 8 derrotas
9 vitórias, 4 empates e 6 derrotas
8 vitórias, 7 empates e 4 derrotas

O lanterna da Série B após 19 rodadas (e a situação após a 38ª)
2006 – 15 pontos, Ceará (15º, 45 pts)
2007 – 17 pontos, Ituano (20º, 33 pts)
2008 – 12 pontos, CRB (20º, 24 pts)
2009 – 14 pontos, Campinense (19º, 37 pts)
2010 – 15 pontos, Ipatinga (19º, 41 pts)
2011 – 9 pontos, Duque de Caxias (20º, 17 pts)
2012 – 10 pontos, Barueri (20º, 30 pts)
2013 – 14 pontos, ABC (14º, 46 pts)
2014 – 14 pontos, Vila Nova (19º, 32 pts)
2015 – 14 pontos, Ceará (15º, 45 pts)
2016 – 13 pontos, Sampaio Corrêa (20º, 27 pts)
2017 – 14 pontos, Náutico

O desempenho do Náutico no 1º turno da Série B de 2017

Como mandante (7 pontos; 23,3% de aproveitamento)
10 jogos; 1 vitória, 4 empates e 5 derrotas
Venceu o Luverdense (1 x 0 )

Como visitante (7 pontos; 25,9% de aproveitamento)
9 jogos; 2 vitórias, 1 empate e 6 derrotas
Venceu ABC (0 x 1) e Vila Nova (0 x 1)

Náutico vence o segundo jogo seguido na Série B, o primeiro na Arena Pernambuco

Série B 2017, 19ª rodada: Náutico 1 x 0 Luverdense. Foto: Náutico/instagram (@nauticope)

Duas vitórias seguidas, na base do sufoco, mas que alimentam o sonho de recuperação, cujo desfecho só poderá vir a longo prazo. Diante de Vila Nova e Luverdense, o Náutico fez o mesmo placar, 1 x 0, terminando o primeiro turno da Série B com 14 pontos. Em uma semana de mais mudanças, com a 4ª troca de técnico no ano, estreou Roberto Fernandes, que trouxe a sua conhecida vibração para a partida na arena. O alvirrubro não vencia em casa há 4 meses (!) e não tinha mais o direito de deixar passar a oportunidade. Até então, eram nove apresentações como mandante, com quatro empates e cinco derrotas. Nenhuma vitória! Um desempenho bizarro que, mesmo com as duas vitórias fora de casa, deixava o clube afundado na lanterna.

Como a vida do Náutico não tem sido fácil, a sexta-feira começou com o pedido de rescisão do goleiro Tiago Cardoso, com Jefferson, da base, sendo acionado mais uma vez. No restante da equipe, mudanças pontuais no posicionamento, com o meio-campo bem povoado. Os 4.789 torcedores que foram a São Lourenço, mantendo a fé, tiveram que se apoiar no pensamento positivo até o finzinho, pois o jogo foi amarrado. A proposta alvirrubra era utilizar a velocidade do ataque, em contragolpes armados por Bruno Mota.

Série B 2017, 19ª rodada: Náutico x Luverdense. Foto: João de Andrade Neto/DP

Não por acaso, o time mato-grossense teve a posse de bola, com 63%, segundo o Footstats. Ao desarmar o adversário, o timbu tentava explorar a ligação rápida, na maioria das vezes em lançamentos – e foram 38, dos quais apenas 11 corretos. Após o primeiro tempo em branco, com Erick perdendo um gol embaixo da barra, o segundo tempo foi facilitado pela expulsão (justa) do volante Ricardo. No 11 x 10, o Náutico ganhou campo, apesar da afobação compreensível para quem vem tão mal na competição.

Jogando mais próximo à área, acabou forçando o erro do visitante, conseguindo um pênalti aos 17 minutos. Nada de Anselmo (já desligado) ou Gilmar, que haviam desperdiçado cobranças neste Brasileiro. Coube a Erick a responsabilidade. E guardou, chegando a 9 gols em sua primeira temporada como profissional, com 37 jogos disputados. A partir daí, era segurar a vantagem, primordial para manter o objetivo de permanência no returno.

Série B 2017, 19ª rodada: Náutico 1 x 0 Luverdense. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Náutico empata em Londrina e depende de rendimento de G4 para evitar queda

Série B 2017, 16ª rodada: Londrina 0 x 0 Náutico. Foto: Gustavo Oliveira/Londrina E.C.

A postura do Náutico em Londrina foi muito diferente em relação ao jogo em Belém, onde quase não atacou. Pelo futebol no segundo tempo, saiu lamentando o empate em 0 x 0, que mantém o 16º colocado bem distante.

Com o time paranaense buscando o G4, o desfalcado alvirrubro iniciou de forma mais precavida, estudando o rival. Com o decorrer e os sucessivos erros na saída de bola do mandante, o timbu resolveu se arriscar. A partir dos 15 do segundo tempo, o técnico Beto Campos lançou o time mais à frente. Primeiro, colocou Erick, poupado de cara devido a uma virose. Depois, acionou Gerônimo, também da base, no lugar do lateral Suelinton, que àquela altura atuava como atacante – e perdeu uma ótima oportunidade de cabeça. Com velocidade, os dois melhoraram o time, com duas chances nos minutos finais. Na primeira, num chute cruzado de Gerônimo, o goleiro defendeu. Nos descontos, Erick abusou das firulas, limitando-se a pedir pênalti.

Com o empate, o Náutico chegou a 8 pontos em 16 rodadas. Na Série B, considerando a era dos pontos corridos, apenas um clube se salvou do descenso com uma campanha assim. Em 2010, o Vila fez os mesmos 8 pontos, mas com uma vitória a mais (2 x 1). Ao fim daquela edição, o alvirrubro goiano se livraria após somar 38 pontos em 22 rodadas, com 57% de aproveitamento. Nível de G4. E a largada ocorreu justamente a partir da 17ª rodada, iniciando uma sequência de seis (!) vitórias seguidas. Ou seja, ao alvirrubro pernambucano, somente uma campanha fora da curva…

O lanterna da Série B após 16 rodadas (e a situação após a 38ª)
2006 – 12 pontos, Remo (12º, 46 pts)
2007 – 14 pontos, Remo (19º, 36 pts)
2008 – 9 pontos, CRB (20º, 24 pts)
2009 – 9 pontos, Campinense (19º, 37 pts)
2010 – 8 pontos, Vila Nova (16º, 46 pts)
2011 – 5 pontos, Duque de Caxias (20º, 17 pts)
2012 – 7 pontos, Barueri (20º, 30 pts)
2013 – 11 pontos, ABC (14º, 46 pts)
2014 – 8 pontos, Vila Nova (19º, 32 pts)
2015 – 11 pontos, Ceará (15º, 45 pts)
2016 – 11 pontos, Sampaio Corrêa (20º, 27 pts)
2017 – 8 pontos, Náutico

Série B 2017, 16ª rodada: Londrina 0 x 0 Náutico. Foto: Gustavo Oliveira/Londrina E.C.

Náutico comete outro pênalti, o 8º nesta Série B, e perde do Paysandu em Belém

Série B 2017, 15ª rodada: Paysandu 1 x 0 Náutico. Foto: Premiere/reprodução

Apesar dos cinco pontos somados nos três jogos anteriores, o Náutico não “andou” na classificação, obrigando o time, ainda lanterna, a conquistar ao menos um resultado positivo na sequência como visitante para impulsionar a reação na Série B. Contra Paysandu (Mangueirão) e Londrina (Estádio do Café). Na primeira tentativa, passou longe disso. O time armado por Beto Campos praticamente não atacou, numa noite pouco inspirada.

Alison, com 1 gol marcado em sete meses, abusou da paciência da torcida alvirrubra presente. Acabou substituído aos 31 minutos do segundo tempo, dando lugar ao também atacante Leílson, que pouco acrescentou. Após o intervalo, o time só tinha chegado uma vez, com Erick. Muito pouco. É verdade que o Papão também jogava mal, abusando da bola aérea, com a zaga alvirrubra cortando todas – no lance em que o mandante mandou para redes desse jeito, foi assinalado impedimento, corretamente.

Entretanto, a bronca é mesmo “por baixo”, com o time do Náutico falhando sucessivamente na área. Terminou em outro pênalti cometido neste Brasileiro. O 8º! E foi o terceiro de Tiago Cardoso derrubando um adversário (vs Inter, Boa e Papão). Na cobrança, o ex-alvirrubro Bérgson anotou o gol solitário, 1 x 0. Embora tenha sido uma partida tecnicamente fraca, venceu quem ao menos buscou o resultado de fato… Ao Náutico, a 10ª derrota em 15 jogos.

Os pênaltis cometidos pelo timbu na Série B
4 – Inter 4 x 2 Náutico (2 convertidos e 2 defendidos por Tiago Cardoso)
1 – Boa 2 x 1 Náutico (1 convertido)
2 – Guarani 2 x 1 Náutico (2 convertidos)
1 – Paysandu 1 x 0 Náutico (1 convertido)

Série B 2017, 15ª rodada: Paysandu 1 x 0 Náutico. Foto: Premiere/reprodução

Após 3 meses e 15 jogos de jejum, o Náutico volta a vencer. Em Natal, a fé

Série B 2017, 12ª rodada: ABC x Náutico. Foto: Andrei Torres/ABC FC

O Náutico não vencia uma partida desde o dia 10 de abril, ainda pelo Pernambucano. Ali, começou a derrocada, com a eliminação na semifinal, revés na disputa pela terceira vaga local no Nordestão e um péssimo início na Segundona. Ao todo, 15 partidas de jejum, com 4 empates e 11 derrotas. Já eram seis derrotas consecutivas, com o fantasma do rebaixamento à Série C onipresente nos Aflitos e a esperança da torcida se esvaindo.

Após a mobilização na arena para enfrentar o CRB, sem resultado, mais uma chance para o “reinício” no Brasileiro. Em Natal, contra o ABC, também em má fase, mas até então com dez pontos a mais. Voltar a pontuar, mesmo com o empate, insuficiente a médio prazo, já era o discurso do técnico Beto Campos. Brecar a má jornada poderia ser um passo, daí o time bem fechadinho, com três zagueiros (Breno Calixto, Léo Carioca e Feliphe Gabriel) e laterais focados na cobertura. À frente, Giovanni isolado na criação, tentando puxar contragolpes em velocidade com Erick e Gilmar. Com o adversário potiguar sem encaixar o seu jogo e pressionado por sua torcida no Frasqueirão, o alvirrubro conseguiu equilibrar o jogo. No primeiro tempo, poucas chances dos dois lados. No segundo, seguiu precavido, mas atento aos erros do mandante, cada vez mais frequentes. Um deles, fatal. Aos 21 minutos, em jogada iniciada por Erick, Suelinton cruzou e Gilmar marcou de cabeça, 1 x 0.

Sim, Gilmar. Aos 33 anos, a sua contratação foi bem questionável – algo compreensível. Craque do Estadual 2009, quando acabou vendido por R$ 2,1 milhões, o atacante voltou nesta segunda passagem sem tanto crédito. Não vinha justificando a oportunidade, mas é um batalhador. E acabou marcando o gol que mantém a fé da timbuzada, com dois jogos em casa a seguir…

O lanterna da Série B após 12 rodadas (e a situação após a 38ª)
2006 – 9 pontos, Remo (12º, 46 pts)
2007 – 9 pontos, Paulista (17º, 45 pts)
2008 – 8 pontos, CRB (20º, 24 pts)
2009 – 6 pontos, Campinense (19º, 37 pts)
2010 – 4 pontos, Vila Nova (16º, 46 pts)
2011 – 4 pontos, Duque de Caxias (20º, 17 pts)
2012 – 4 pontos, Ipatinga (19º, 31 pts)
2013 – 6 pontos, ABC (14º, 46 pts)
2014 – 5 pontos, Vila Nova (19º, 32 pts)
2015 – 7 pontos, Mogi Mirim (20º, 23 pts)
2016 – 6 pontos, Sampaio Corrêa (20º, 27 pts)
2017 – 5 pontos, Náutico

Série B 2017, 12ª rodada: ABC x Náutico. Foto: Andrei Torres/ABC FC

A seleção do blog para o Pernambucano 2017, desta vez sem o Troféu Lance Final

A seleção do blog para o Estadual 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP, via footballuser.com

O Troféu Lance Final é uma tradição na escolha dos melhores jogadores do Campeonato Pernambucano, com status de seleção oficial desde 2003. Entretanto, com a enorme desorganização da competição nesta temporada, a Globo Nordeste, que prepara a premiação, optou por não realizá-la desta vez. De fato, não haveria timing para um evento do tipo, com os times já modificados, inclusive os finalistas. De toda forma, o blog, que costuma participar da votação aberta à imprensa, apresenta aqui quais seriam os indicados em 2017. O time ficaria num 4-4-2, a divisão mais utilizada, contando apenas com jogadores que alcançaram a semifinal.

No gol, Mondragon, favorito disparado – tomou a titularidade de Luciano. Na zaga, Salles foi o único representante tricolor, ganhando destaque mais pelos gols de bola parada. Ao seu lado, Ranieri, pilar da defesa menos vazada (9 gols na fase principal). Nas laterais, dois leoninos, ajudados também pela limitação dos demais. Na cabeça de área, Rodolfo Potiguar e Rodrigo Souza, ambos com mais destaque no hexagonal. Na articulação, Valdeir e Diego Souza. O primeiro levaria também como craque. Mesmo sem jogar a decisão, comandou o carcará, com 4 gols e velocidade. Já DS87 foi o líder do time campeão. À frente, duas promessas, da Copa São Paulo para o Estadual. Erick chamou a atenção na fase classificatória e Juninho decidiu a semi.

Como seria a sua seleção? É preciso puxar pela memória nesta edição..

Mondragon (Salgueiro); Samuel Xavier (Sport), Ranieri (Salgueiro), Anderson Salles (Santa Cruz) e Mena (Sport); Rodolfo Potiguar (Salgueiro), Rodrigo Souza (Náutico), Diego Souza (Sport) e Valdeir (Salgueiro); Erick (Náutico) e Juninho (Sport)

Técnico: Evandro Guimarães (Salgueiro)
Craque: Valdeir (Salgueiro)
Revelação: Erick (Náutico)

O Troféu Lance Final volta em 2018. Espera-se, também, uma edição melhor.