O relatório econômico da FGV sobre a danosa operação da Arena Pernambuco

O relatório econômico da FGV sobre a operação da Arena Pernambuco

A equipe técnica da Fundação Getúlio Vargas, contratada pelo governo do estado, passou quatro meses levantando todos os dados econômicos da Arena Pernambuco relacionados à sua operação, cujo contrato original (rompido) apontava 30 anos junto ao consórcio liderado pela Odebrecht. Finalizado pela FGV em 23 de dezembro, só agora, em 5 de março de 2016, foi publicado no Portal da Transparência. Trata-se de um calhamaço de 225 páginas.

O relatório econômico aponta um faturamento muito abaixo do previsto em contrato. Nos dois primeiros anos, apenas 20%, mostrando o quanto foi danoso o acordo na parceria público-privada. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a receita obtida chegando a R$ 47 milhões.

Entre outros pontos, o documento aponta oito medidas a curto prazo para otimizar a mobilidade e, consequentemente, a operação do estádio. Tal ponto considera cenários de lotação no estacionamento. Além disso, traz o interesse do governo para tocar a Cidade da Copa em outros moldes, via programa Minha Casa, Minha Vida, com 3 mil apartamentos de 45m² e 1.200 casas de 60m².

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Estudo da FGV vai reavaliar o contrato de operação da Arena Pernambuco

Fundação Getúlio Vargas

O custo operacional da Arena Pernambuco preocupa o governo do estado, que já não esconde a necessidade de reavaliar o contrato com a Odebrecht. A primeira medida será o estudo produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o objetivo de procurar soluções para reduzir custos e aumentar as receitas. Um procedimento administrativo, no qual há jurisprudência, dispensou a licitação, deixando claro a pressa do estado para reorganizar os gastos com a parceria público-privada, assinada até 2043. O estudo deve sair em seis meses.

Ao blog, o vice-governador do estado, Raul Henry, explicou a ideia:
“A FGV vai estudar a contraprestação operacional (inclui obra, taxa de retorno e custo fixo/operacional). Quando o estádio foi criado, havia uma série de coisas previstas em um momento de euforia no país, como a Radial da Copa e a Cidade da Copa. A Fundação Getúlio Vargas fará uma revisão do momento”.

Apesar do momento delicado do estado como negócio, ele considerou acertada a ideia de erguer um novo estádio. “Quando Pernambuco ganhou a chance de receber a Copa, todas as cidades queriam. Ganhamos visibilidade”.

Na parceria público-privada, o governo terá que suprir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da previsão de R$ 73,2 milhões, segundo o aditivo assinado em 21 dezembro de 2010. Atualmente, a projeção já estaria em R$ 110 milhões. Com jogos esvaziados – o segundo Clássico dos Clássicos no hexagonal atraiu apenas 6.063 espectadores -, o buraco só faz aumentar. “Assumimos (o governo) em um momento de turbulência e estamos estudando para dar uma solução”, completou Henry.

Sobre o custo de construção do estádio (R$ 743 milhões), saiba mais aqui.