Náutico vence o Flu de Feira, avança na Copa do Brasil e já soma R$ 2,5 milhões

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Fluminense de Feira x Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

Com muita entrega em campo e uma ótima atuação do goleiro Bruno, o Náutico venceu o Fluminense por 1 x 0, em Feira de Santana, e abocanhou a terceira cota na Copa do Brasil, desta vez de R$ 1,4 milhão – num mata-mata, jamais havia recebido tanto por um confronto. Exatamente por isso, o jogo era tão importante para o clube, que havia estimado um orçamento de apenas R$ 14 milhões para o ano inteiro. Agora, enfim, começa a ganhar fôlego. Tanto para manter a equipe quanto para pensar em reforços visando a Série C.

Para chegar a este novo contexto, o timbu lutou demais no interior baiano. Jogou ao seu estilo, apertando a marcação e buscando os contragolpes – para conseguir uma finalização isolada ou ao menos ter a oportunidade na bola parada, como foi o caso do único gol da partida. Através de Wallace Pernambucano, sempre ele. O meia (ou centroavante?) chegou a 6 gols em 9 jogos no ano, marcando em todas as competições (Estadual, Nordestão e Copa do Brasil). Num escanteio fechadinho, aos 28/1T, o jogador de 1,84m subiu e desviou de cabeça. Colocou a disputa, em jogo único, numa situação mais favorável, revertendo parte da pressão da torcida da casa.

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Fluminense de Feira x Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

O camisa 9 seria substituído no 2T, após um mal estar, mas já havia feito a sua parte. Na noite, a grande bronca foi o time não conseguir segurar a bola em nenhum momento. No primeiro tempo, a posse foi de 33%. No segundo, a margem não mudou tanto, com o time pernambucano finalizando poucas vezes. Para ser bem preciso, foram apenas 3. Já o Flu tentou 22! Para brecar tantas chances, destaque para Bruno (três grandes defesas, se redimindo da atuação há uma semana), Breno Calixto (incansável) e Camutanga (seguro, mesmo amarelado). A classificação alvirrubra foi copeira. E milionária…

Cotas do Náutico na Copa do Brasil
1ª fase – R$ 500 mil (vs Cordino-MA)
2ª fase – R$ 600 mil (vs Fluminense-BA)
3ª fase – R$ 1,4 milhão (vs Cuiabá-MT ou Aparecidense-GO)
4ª fase – R$ 1,8 milhão?

Flu de Feira x Náutico (todos os mandos)
12 jogos
8 vitórias alvirrubras (66,6%)
2 empates (16,6%)
2 vitórias baianas (16,6%)

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Fluminense de Feira x Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

Em Feira de Santana, Santa é eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil pela 7ª vez

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Fluminense de Feira 2 x 0 Santa Cruz. Foto: Tiago Caldas/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

1999 – Treze-PB, 3 x 2 e 2 x 4
2003 – Coríntians-RN, 0 x 2 e 2 x 1
2007 – Ulbra-RO, 0 x 2 e 1 x 2
2008 – Fast-AM, 1 x 3 e 1 x 0
2009 – Americano-RJ, 0 x 2 e 2 x 4
2012 – Penarol-AM, 2 x 1 e 2 x 3
2018 – Fluminense de Feira-BA, 0 x 2

Pela 7ª vez em 24 participações, o Santa foi eliminado logo na abertura da Copa do Brasil. Desta vez a campanha foi a mais curta, um jogo. No primeiro mata-mata, segundo o regulamento criado há um ano, o pior rankeado joga em casa e o melhor rankeado tem a vantagem do empate. Na maior cidade do interior baiano, Feira de Santana, o tricolor passou longe desse empate. Com 25 minutos de bola rolando, o placar de finalizações apontava 5 x 2 para o Fluminense, que se aproveitaria bastante dos erros técnicos dos corais.

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Fluminense de Feira 2 x 0 Santa Cruz. Foto: Gledson Santos/Fluminense de Feira/site oficial

Se Tiago Machowski vinha salvando, acabou dando rebote numa cafofa – num lance iniciado após a saída errada de Artur. No segundo tempo, a esperada reação não ocorreu, com uma chance efetiva aos 39 minutos, numa cabeçada de Daniel Sobralense. E o contragolpe foi fulminante, cravando o 2 x 0. Um resultado que mantém o time de Júnior Rocha sem vitórias em 2018, e já com um grande desfalque financeiro (R$ 600 mil) numa temporada apertada.

A cobra coral na 1ª fase da Copa do Brasil
24 participações

16 classificações (66%; última em 2016 – Rio Branco/ES)
7 eliminações (29%; última em 2018 – Fluminense/BA)
1 pré-classificação às oitavas (em 2017)

Os 5 jogos oficiais do tricolor em 2018 (0V, 3E e 2D)
16/01 – Confiança 1 x 1 Santa Cruz (Batistão), Nordestão
18/01 – Santa Cruz 1 x 1 Vitória (Arruda), Estadual
21/01 – América 2 x 0 Santa Cruz (Ademir Cunha), Estadual
25/01 – Santa Cruz 1 x 1 Central (Arruda), Estadual
31/01 – Flu de Feira 2 x 0 Santa Cruz (Joia da Princesa), Copa do Brasil

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Fluminense de Feira 2 x 0 Santa Cruz. Foto: Tiago Caldas/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

Com 8 jogos, preliminar do Nordestão de 2018 registra média de 2,1 mil torcedores

Copa do Nordeste 2018, seletiva: Náutico (5) 0 x 0 (4) Itabaiana. Foto: Itabaiana/instagram (@aitabaianaoficial)

A Copa do Nordeste foi reformulada, com a fase de grupos caindo de 20 para 16 times, após as duas edições seguidas com média de público abaixo de 6 mil espectadores. Tentanto elevar o número de partidas envolvendo as forças tradicionais da região, a Liga do Nordeste encaminhou à CBF, após uma assembleia, a ideia de uma seletiva com oito times. Ou seja, quatro mata-matas e eliminação direta, projetando emoção. No entanto, ao menos focando o torneio de 2018, a nova etapa não colaborou para o incremento, deixando claro como um calendário ruim (e esse foi) atrapalha.

Os oito jogos preliminares foram assistidos in loco por 17 mil torcedores, com a maior assistência justamente na última partida, na Arena Pernambuco. Ainda assim, menos de 5 mil torcedores viram a classificação do Náutico na disputa de pênaltis. Na média, pouco mais de 2 mi. Na bilheteria, idem. Em 2017, a média geral foi de R$ 113 mil, turbinada, naturalmente, pela fase final. Em 2018, a preliminar inteira arrecadou R$ 186 mil, com índice de R$ 23 mil.

Ao todo, a 15ª edição do Nordestão terá 70 jogos, 4 a menos que a anterior.

Os maiores públicos da fase preliminar da Lampions
4.805 pessoas – Náutico 0 x 0 Itabaiana (13/01/2018)
4.357 pessoas – Treze 1 x 0 Cordino (11/01/2018)
3.757 pessoas – CSA 4 x 0 Parnahyba (22/08/2017)
1.114 pessoas – Parnahyba 0 x 1 CSA (15/08/2017)
1.094 pessoas – Itabaiana 0 x 0 Náutico (08/01/2018)
947 pessoas – Globo 2 x 0 Fluminense (24/08/2017)
785 pessoas – Fluminense 1 x 1 Globo (16/08/2017)
206 pessoas – Cordino 1 x 1 Treze (04/01/2018)

Público total: 17.065 torcedores; média: 2.133

Classificados à fase de grupos: Treze (A), Globo (B), Náutico (C) e CSA (D)

O racha entre os 16 fundadores da Liga do Nordeste, exposto via notas oficiais

O racha entre os fundadores da Luga do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

No dia seguinte à desfiliação de Sport e Náutico da Liga do Nordeste, 11 fundadores se manifestaram a favor da associação, mantendo o formato deliberado para a Copa do Nordeste de 2018, com fase preliminar, 16 clubes na fase principal e os recursos originais de participação. Anúncios feitos através das notas oficiais de Bahia, que divulgou o entendimento de outros nove times, e Vitória. Entretanto, três clubes não se manifestaram. Dois deles, Sergipe e Fortaleza, sequer se classificaram à próxima edição do regional, num indício de agendas livres, sujeitas a convites. Já o terceiro clube pode ser o personagem realmente decisivo neste imbróglio, na visão do blog.

Assegurado na pré, o Santa pode herdar a vaga na fase de grupos com a desistência leonina. Por outro lado, caso também saia da liga – e a decisão coral será tomada no Conselho Deliberativo – , o Nordestão perderia o mercado pernambucano, concentrado no Grande Recife, cenário das maiores audiências na tevê aberta. Em 2017, três jogos passaram de 1 milhão de telespectadores, as duas finais e a volta do Clássico das Multidões pela semi.

Obviamente, nenhum patrocinador (nem detentor dos direitos de TV) relevaria a saída dos clubes mais populares do estado. E o exemplo vem de uma das maiores fontes de captação. No sinal aberto, os jogos são sublicenciados pelo Esporte Interativo à Rede Globo. Sem o Recife, essa verba ficaria em xeque – e parece claro o duelo entre os dos canais, cujos clubes à frente já têm contratos assinados no Brasileiro 2019, Sport (Globo) e Bahia (EI). Até que saia a escolha coral, o quebra-cabeças está formado na Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), fundada em 30 de outubro de 2000. Com 16 fundadores, a liga mais tradicional do país vive o seu maior racha…

Atualização em 05/07: o Fortaleza também emitiu nota de apoio à liga.

Fundadores favoráveis à continuidade da Copa do Nordeste*
ABC, Bahia, Botafogo-PB, Ceará, Confiança, CRB, CSA, Fluminense de Feira, Treze e Vitória, América-RN e Fortaleza (este, dois dias depois)
* Seguindo a decisão da assembleia geral, ocorrida em 24 de março

Fundadores que se desfiliaram da Liga do Nordeste
Náutico e Sport

Fundadores que ainda não se posicionaram
Sergipe e Santa Cruz

Os demais clubes da região com histórico na Lampions, como Campinense (campeão em 2013), Sampaio Corrêa e Salgueiro (vice estadual e classificado para 2018), são considerados “ouvintes” nas reuniões da liga. Neste embate, devem virar alvos dos subgrupos. Tendo que optar entre a consolidação do Nordestão e a promessa de mais receita a curto prazo em outro torneio.

Qual deveria ser a posição do seu clube? Opine.

Cota absoluta de participação no Nordestão
2013 – R$ 5,6 milhões
2014 – R$ 10,0 milhões (+78%)
2015 – R$ 11,1 milhões (+11%)
2016 – R$ 14,8 milhões (+33%)
2017 – R$ 18,5 milhões (+25%)
2018 – R$ 23,0 milhões* (+24%)
* Previsão