Afinando o discurso contra as cotas de televisão na Segundona

Reunião do CT Wilson Campos, organizada pelo Náutico, sobre o aumento de cotas no Brasileiro. Foto: NJosé Gomes Neto/Náutico/Assessoria

Oito clubes da Série B se reuniram no centro de treinamento timbu, na Guabiraba, para discutir o futebol em 2015. A reunião organizada pelo Náutico, através de Glauber Vasconcelos, foi fortalecida pelo Santa, com Antônio Luiz Neto. Na pauta, a lei de responsabilidade fiscal e o novo calendário brasileiro.

Outro ponto em questão foi a necessidade de afinar o discurso sobre o aumento de cotas na segunda divisão. Afinal, ninguém (nem mesmo o Ceará, líder) tem a garantia de participação na elite na próxima temporada.

Ficar na segunda divisão faz parte do jogo, mas nesse balaio a verba é de apenas R$ 3 milhões para quem não tem um contrato de quatro anos assinado com a Rede Globo. No Nordeste, por exemplo, apenas Sport, Bahia e Vitória têm acordos do tipo, de R$ 27 milhões/ano (em 2016 o valor subirá para R$ 35 mi).

Na edição vigente, 19 clubes da Segundona receberam R$ 3 milhões (R$ 57 mi), enquanto o só Vasco ganhou 70 milhões de reais. Concorrência desleal.

Além dos rivais pernambucanos, participaram Ceará, Paraná, Ponte Preta, Portuguesa e Vila Nova, durante duas horas. Caso o discurso realmente tenha se tornado único, a negociação em bloco tende a aumentar a chance de sucesso no pleito diante da TV…

Dificilmente um torneio seria viável para a tevê com 12 de 20 times.

Timbu terminou 2013 com a maior receita da história e a maior dívida da história

Números do Náutico. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP/D.A Press

A campanha do Náutico na Série A de 2013 foi a pior da história do clube.

Foram 28 derrotas em 38 jogos, culminando com o descenso.

Fora de campo, apesar dos salários atrasados e da crise administrativa, o Timbu teve o maior orçamento de sua história, segundo o balanço financeiro oficial.

O total de receitas operacionais de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013 foi de R$ 48.105.068, ou 17% maior que a verba da temporada anterior, de R$ 41 milhões, até então o recorde na história do clube (veja aqui).

Apesar disso, a dívida de Rosa e Silva cresceu bastante, quase 16 milhões de reais (22%).

Somando os passivos circulante e não circulante, eis o aumento do buraco…

2011 – R$ 62.442.207
2012 – R$ 71.978.517
2013 – R$ 87.916.127

O exercício do ano terminou com um déficit de R$ 721.230.

Como costuma ocorrer, o Alvirrubro publicou o seu relatório no caderno executivo do Diário Oficial do Estado. No ano passado, em 28 de abril. Desta vez, na data limite, 30 de abril.

O que preocupa nesses dados é que eles foram contabilizados na elite nacional. Na última vez em que esteve na Segundona, em 2011, a receita foi de R$ 19 milhões.

Atualização:
Após a publicação do post, Paulo Wanderley, presidente timbu no biênio 2012/2013, entrou em contato com o blog. Ele rechaçou o relatório, que não contou com a sua assinatura. “Deixei o balancete de janeiro a novembro no conselho em 23 de dezembro. Só faltava o último mês, que não estava fechado. Mas eles (nova gestão) mudaram o regime contábil, de caixa para competência. Assim, em vez de somar só o que entrou no ano, pegaram todas as dívidas de todas as gestões e jogaram no meu balanço. Foi uma covardia. A dívida do Náutico subiu para 75 milhões de reais, e não 87. Vou processar Glauber Vasconcelos.”

Em seguida, o presidente Glauber também foi ouvido pelo blog. Justificou a posição de reunir as dívidas antigas. “Não estou dizendo que as dívidas são dele (Paulo). O que se fez foi o registro de dívidas do clube. O Clube Náutico Capibaribe não pode ficar na fantasia, as dívidas existiam. Pode processar à vontade. Talvez no processo fique mais claro. Estamos fazendo uma auditoria que vai até maio.”

Balanço financeiro do Náutico em 2013

Bandeira branca a meio mastro após quebra da primeira diretriz do Futebol de Paz

Futebol de Paz. Crédito: facebook.com/fpfpe

No início de 2014, o presidente do Sport, João Humberto Martorelli, teve a boa e necessária ideia de estimular uma campanha para a paz no futebol local.

O projeto Futebol de Paz foi lançado em 22 de janeiro, na sede da FPF, com a presença do dirigente e dos mandatários de Náutico, Glauber Vasconcelos, e Santa Cruz, Antônio Luiz Neto. O discurso, enfim, parecia afinado.

A ideia foi composta por seis diretrizes, todas elas com o objetivo de evitar o aumento do clima hostil no futebol pernambucano, com material de divulgação nos clubes, nos jogos e nas redes sociais. A primeira delas é a seguinte:

“As entrevistas dos três presidentes e dos diretores dos três clubes serão sempre exaltando a paz, nunca de uma rivalidade que gere promoção da rivalidade e da violência.”

Menos de um mês após a bandeira branca tremulada, logo o próprio Martorelli feriu o primeiro ponto do acordo, destinado aos gestores do esporte.

No calor da confusão sobre a tabela do Estadual, que foi parar no STJD e resultou no adiamento do clássico entre Náutico e Sport na primeira rodada – a uma data a ser definida -, o presidente rubro-negro declarou o seguinte à Rádio Jornal.

“É evidente que o Náutico está com medo de enfrentar o Sport. Isso é o que me parece mais óbvio.”

O dirigente é um advogado conceituadíssimo na região, mas à frente do futebol do clube parece ter faltado um pouco de traquejo nesta confusão.

A bandeira branca a meio mastro no Recife, mais uma vez.

Dois anos na elite nacional e um trágico balanço financeiro no Náutico

Glauber Vasconcelos, presidente do Náutico em 2014, revela o balanço da gestã 2012/2013. Foto: Brenno Costa/DP/D.A Press

O Náutico disputou a Série A do futebol brasileiro em 2012 e 2013. No primeiro ano, uma boa campanha, com o 12º lugar e a vaga na Copa Sul-Americana. Na segunda temporada, a última colocação, com o rebaixamento.

No biênio, contudo, o clube teve a maior receita de sua história. Com dados fechados, o orçamento de 2012 foi de R$ 41 milhões, mais que o dobro do ano anterior, quando o Timbu disputou a segundona, com R$ 19,2 milhões.

Mesmo com esse cenário, o clube terminou bem no vermelho…

A gestão de Paulo Wanderley foi encerrada, entrando no lugar Glauber Vasconcelos, eleito representando o Movimento de Transparência Alvirrubra.

Fazendo justiça ao nome, o MTA apresentou um balancete dos últimos dois anos. A prestação final deve ser publicada até março no Diário Oficial do Estado.

Nos dois anos mais robustos do Alvirrubro, um incrível déficit de R$ 14.774.879.

Pendências no futebol profissional, no departamento administrativo, em acordos judiciais e extrajudiciais, luvas de atletas, comissionamentos, parcelamentos fiscais e obrigações fiscais. Para se ter ideia, só com os atletas a dívida é de R$ 4,8 milhões. Bronca é dever R$ 378 mil a empresários de jogadores…

Alguns pontos surpreendem nesse anúncio. Primeiramente, o fato de o déficit oficial de 2012 ter sido de R$ 392.993, o que leva a uma conclusão (rasa?) de que somente em 2013 o rombo foi de R$ 14.381.886!

Ampliando o caos, lembremos dos aportes da Arena Pernambuco, em seu primeiro ano de contrato, e da venda do lateral-esquerdo Douglas Santos, que rendeu cerca de 4 milhões de reais, na maior negociação da história do clube.

Voltando ao presente, em 2014, o Náutico terá uma Série B pela frente, com uma sensível redução nas receitas, sobretudo nas cotas de televisão.

Nota-se que a situação financeira não é das melhores…

Saiba mais sobre os balanços de Náutico, Santa e Sport em 2011 e 2012 aqui.

Das flâmulas aos voluntários pela paz no futebol pernambucano

Reunião com os presidentes do Santa Cruz (Antônio Luiz Neto), Sport (João Humberto Martorelli), FPF (Evandro Carvalho) e Náutico (Glauber Vasconcelos). Foto: FPF/assessoria

Os presidentes de Santa Cruz, Sport e Náutico voltaram a se encontrar.

Antônio Luiz Neto, João Humberto Martorelli e Glauber Vasconcelos.

Como em quase todas oportunidades nas quais os mandatários dos maiores clubes do estado se reuniram, o palco escolhido foi a sede da Federação Pernambucana de Futebol, no bairro da Boa Vista (veja aqui).

Independentemente do local ou do grau de formalidade, o objetivo teórico foi alcançado no encontro.

No projeto Futebol de Paz, também com a participação de Evandro Carvalho, presidente da FPF, a ideia é implantar uma cultura de paz.

Trata-se de algo pra lá de trivial, mas que de forma incrível está ausente do contexto atual no Recife. Algumas medidas foram tomadas, como a utilização das redes sociais oficiais na web promovendo a desportividade, a troca de flâmulas entre as equipes exaltando a paz, som interno dos estádios estimulando a cordialidade, convocação de voluntários… Tudo pelo simbolismo.

Portanto, foi mais uma chance pra uma condução do futebol sem violência.

Até porque a necessidade é cada vez maior…

Café da manhã com os presidentes. No cardápio, o futuro do futebol recifense

Café da manhã. Crédito: http://entremaeefilha.blogspot.com.br

Apesar da proximidade entre as agremiações, um encontro entre os presidentes dos grandes clubes do Recife é algo bastante raro.

Salvo exceções em reuniões na FPF, como na votação de um conselho arbitral – isso quando não mandam apenas os representantes -, os encontros ocorrem nos clássicos, e olhe lá. Mesmo com um camarote cedido à diretoria rival, nem sempre há uma troca de palavras.

Por isso, por mais simplória que a ideia seja, é um alento a informação sobre a costura de uma reunião entre os mandatários de Náutico, Glauber Vasconcelos, Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, e Sport, João Humberto Martorelli.

Não há uma data definida ou mesmo o “sim” dos dirigentes, após a ideia lançada pelo gestor leonino. Sabe-se que seria um café da manhã na capital, informal.

No cardápio, uma variedade de assuntos pendentes sobre o futebol local, incluindo a crescente violência, negociações em bloco, calendário, infraestrutura, parcerias etc. Para o entendimento, é preciso mesmo conversar.

Esse diálogo, há muito em falta, pode se estender até o jantar…

Eleição alvirrubra ganha as ruas recifenses

A eleição do Náutico para o biênio 2014/2015 terá 3.307 sócios aptos a voto.

São quatro chapas, um recorde entre os grandes clubes pernambucanos, e olhe que a marca seria ainda maior, pois um candidato desistiu.

Além do material amplamente compartilhado nas redes sociais e nas rádios, as três principais chapas investiram na divulgação nas ruas da cidade.

Outdoor, adesivos em carros e ônibus e até vídeos em painéis eletrônicos em pontos estratégicos da cidade, bem além de Rosa e Silva.

A eleição timbu será realizada no dia 15 de dezembro, nos Aflitos. Confira o histórico das eleições nos times da capital clicando aqui.

Movimento Transparência Alvirrubra (Glauber Vasconcelos – chapa 10)

Divulgação da chapa alvirrubra MTA. Crédito: MTA/divulgação

Alvirrubros de Coração (Marcílio Sales – chapa 13)

Divulgação da chapa timbu Alvirrubros de Coração

Renovação (Alexandre Homem de Melo – chapa 14)

Divulgação da chapa alvirrubra Renovação

Ainda há a chapa “Náutico pra frente”, encabeçada por Alberto de Souza, cujo número na disputa será o 12.