Os presidentes do Trio de Ferro que já conquistaram títulos oficiais no futebol

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico. Crédito: camisasdefutebolretro.com

Atualizado até 28/03/2018

Centenários, os três grandes clubes pernambucanos somam 100 títulos oficiais no futebol, sendo 48 do Sport, 31 do Santa e 21 do Náutico. Neste levantamento do blog, considerando as conquistas mais expressivas, entraram as seguintes competições: Estadual (1915-2017), Nordestão (1994-2017), Torneio Norte-Nordeste (1968-1970), Série C (1981-2017), Série B (1971-2017), Série A (1959-2017) e Copa do Brasil (1989-2017), com a discussão aberta sobre outros torneios, claro. Aqui, porém, o viés é sobre o presidente à frente em cada um desses títulos. Até hoje, 60 mandatários conseguiram títulos em suas gestões, à parte da análise administrativa, com ampliação estrutural e redução de dívidas (ou o contrário!). Alguns múltiplos campeões se beneficiaram de vários mandatos, enquanto outros conseguiram uma taça expressiva para a respectiva galeria mesmo com apenas um ano.

No Náutico está o maior campeão pernambucano. O nome não traz surpresa alguma: Eládio de Barros Carvalho, que há tempos empresta o nome ao estádio dos Aflitos. Foram seis campeonatos, e não exatamente o “hexa”, embora tenha comandado o timbu no início da sequência exclusiva. No Santa, curiosamente os presidentes executivos com mais títulos são os da década mais recente, quando o clube engatou uma série de cinco estaduais em seis anos e ainda conquistou os seus primeiros títulos oficiais fora do âmbito local. Sem contar o fato de ALN e Alírio terem tido mandatos maiores, uma vez que num período de 40 anos (1973-2013) somente um tricolor teve uma gestão superior a dois anos – José Neves, com três mandatos.

Já no Sport, quatro presidentes tem um histórico superior a três títulos, com o polêmico Lucano Bivar, que renunciou em 2011 e se licenciou em 2013, sendo o maior vencedor (entre todos listados abaixo), embora não tenha conquistado nenhuma das duas estrelas douradas – na verdade, ganhou a prateada.

Sport – 25 presidentes campeões

7 títulos
Luciano Bivar (PE em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006, NE em 2000 e Série B em 1990)

5 títulos
Wanderson Lacerda (PE em 1991, 1992, 1994 e 1996, NE em 1994)

3 títulos
Adelmar da Costa Carvalho (PE em 1955, 1956 e 1958) e Milton Bivar (PE em 2007 e 2008, Copa do Brasil em 2008)

2 títulos
Manoel José Guimarães (PE em 1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (PE em 1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (PE em 1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (PE em 1961 e 1962), Jarbas Guimarães (PE em 1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (PE em 1981 e 1982), Homero Lacerda (Série A em 1987 e PE em 1988), Silvio Guimarães (PE em 2009 e 2010) e João Humberto Martorelli (PE em 2014 e NE em 2014)

1 título
Arnaldo da Silva Loyo (PE em 1920), Roberto Rabello (PE em 1925), Raphael Addobati (PE em 1928), José de Andrade Médicis (PE em 1938), Renato Silveira (PE em 1943), João Elysio de Lauria (PE em 1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (PE em 1949), José Dhália da Silveira (PE em 1953), Eduardo Cardoso (N-NE em 1968), José Moura (PE em 1980), Severino Otávio (PE em 2003) e Arnaldo Barros (PE em 2017)

Santa Cruz – 21 presidentes campeões

4 títulos
Antônio Luiz Neto (PE em 2011, 2012 e 2013, Série C em 2013)

3 títulos
Alírio Moraes (PE em 2015 e 2016, NE em 2016)

2 títulos
Carlos Afonso de Melo (PE em 1931 e 1932), Odivio Duarte (PE em 1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (PE em 1969 e 1970), James Thorp (PE em 1971 e 1972) e José Neves (PE em 1986 e 1987)

1 título
Alcides Lima (PE em 1933), Virgílio Borba Júnior (PE em 1935), Jaime Galvão (PE em 1940), José Fulgino (PE em 1946), Edgar Beltrão (PE em 1947), Gastão de Almeida (PE em 1973), José Nivaldo de Castro (PE em 1976), Mariano Pedro Mattos (PE em 1978), Rodolfo Aguiar (PE em 1979), Vanildo de Oliveira Ayres (PE em 1983), Dirceu Menelau (PE em 1990), Alexandre Mirinda (PE em 1993), Luiz Arnaldo (PE em 1995) e Romerito Jatobá (PE em 2005).

Náutico – 14 presidentes campeões

6 títulos
Eládio de Barros Carvalho (PE em 1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)

2 títulos
Luiz Carneiro de Albuquerque (PE em 1967 e 1968) e Josemir Correia (PE em 1984 e 1985)

1 título
Victorino Maia (PE em 1934), Aroldo Fonseca (PE em 1939), Neto Campelo Júnior (PE em 1945), Wilson Campos (PE em 1964), Fernando Wanderley (PE em 1965), Manuel Cesar de Moraes (PE em 1966), João de Deus (PE de 1974), Antônio Amante (PE em 1989), André Campos (PE em 2001), Sérgio Aquino (PE em 2002) e Ricardo Valois (PE em 2004)

A ata do centro de treinamento do Sport, ou da Associação Amigos do Sport

Ata da Associação Amigos do Sport

Até 2008, o centro de treinamento em Paratibe, de sete hectares, pertencia ao Intercontinental. O local foi vendido ao Sport por R$ 2 milhões.

Rebatizado de CT José de Andrade Médicis, o local recebeu mais de R$ 10 milhões em investimentos em infraestrutura, com alojamento, sala de musculação, cozinha industrial, sala de imprensa e melhora nos cinco campos.

No papel, o local pertence à Associação Amigos do Sport, alugado ao Leão por 90 anos, com renovação automática por mais 90.

Na prática, pertence ao Sport. Mas o fato de ser apenas na “prática” vem incomodando a diretoria, que vem articulando o repasse do patrimônio ao clube, de fato e de direito, até porque o CT foi comprado com dinheiro do clube e modernizado com dinheiro do clube.

A tal associação foi criada em 2004 foi criada para englobar um bem num momento em que o Rubro-negro, atolado em dívidas, poderia ter o patrimônio lesado (de alguma forma). São 12 nomes envolvidos, todos sócios do clube.

Severino Otávio, Eduardo Monteiro, Silvio Pessoa, Marcos Amaral, Luciano Bivar, Luciano Monte, Macondes Sávio, Antônio Eduardo de Rueda, Ricardo Brito, Gustavo Dubeux, Carlos Othony Vasconcelos e Hilson Macedo Filho.

Ao blog, uma das pessoas envolvidas no processo confirmou os nomes que compõem o documento reproduzido acima.

É preciso que todos concordem com a transferência, mas há resistência, com o argumento de que o imóvel já encontra-se protegido legalmente.

Na transição da A para B, Sport registra queda de R$ 28,3 milhões no faturamento

Números do Sport. Arte: Brenno Costa/DP/D.A Press

Em 2012, o Sport teve o maior orçamento de sua história no futebol.

A volta à primeira divisão do Brasileiro resultou num faturamento de R$ 79,8 milhões, com um forte incremento de R$ 20 milhões de luvas pela prorrogação do contrato com a Rede Globo até 2017. Números bem acima dos rivais (relembre aqui).

Com o rebaixamento no campo, porém, as finanças também despencaram em 2013. Para ser mais exato, uma redução de 35,5%. De 1º de janeiro a 31 de dezembro, o futebol rubro-negro teve R$ 51.428.086, com déficit de R$ 4.963.656.

O balanço foi publicado em 8 de abril, na Folha de Pernambuco, e agora divulgado no site oficial do clube, num documento produzido pelo contador Rosivaldo Justino da Silva.

Balanço financeiro do Sport em 2013. Crédito: Sport/reprodução

O descenso implicou em outros números. O fluxo de caixa na temporada foi de R$ 640 mil, bem abaixo dos R$ 10,3 milhões no exercício anterior.

Mas há algo a comemorar no relatório. A diminuição das dívidas do Leão.

A soma dos passivos circulante e não circulante foi de R$ 22.751.467, incluindo obrigações trabalhistas e sociais. Antes era de R$ 27.381.927. Ou seja, a queda registrada foi de 16,9%.

Já o patrimônio do Sport, considerando estádio, terrenos, sede social, ginásios, parque aquático, máquinas e veículos, corresponde a R$ 172.653.917

O próximo demonstrativo do clube será lançado em abril de 2015. Para quebrar o recorde, terá que superar suprir a lacuna das “luvas” de 2012…

Balanço financeiro do Sport em 2013. Crédito: Sport/reprodução

Os embates nas urnas do futebol pernambucano

Eleições no Náutico, Santa Cruz e Sport desde 2000. Fotos: Diario de Pernambuco (DP/D.A Press)

Historicamente, as eleições presidenciais nos grandes clubes pernambucanos sempre focaram mandatos de dois anos no comando executivo. Durante décadas o sistema funcionou desta forma, de biênio em biênio. Somente em 2014 houve uma mudança, no Arruda, com a implantação do triênio.

Em relação ao formato da disputa, o último a adotar a eleição direta, com a participação de todos os sócios, foi o Náutico. Até 2011, apenas os membros do Conselho Deliberativo podiam votar.

Paralelamente à modernização dos estatutos, os clubes vêm convivendo com seguidos embates políticos. Se até os anos 1990 a formação do “consenso” era quase uma regra no processo eleitoral, hoje em dia o bate-chapa se tornou quase inerente às urnas nos Aflitos, no Arruda e, sobretudo, na Ilha do Retiro, que já contou até com urnas eletrônicas, com 21 equipamentos em 2000. Em Caruaru o consenso também vem passando longe.

Confira os dados das eleições com mais de uma chapa inscrita, com pleitos históricos do passado e todos os embates desde 2000, com percentuais dos votos válidos, e os curiosos nomes das candidaturas…

Última atualização em 06/12/2017

Eleição presidencial do Náutico. Fotos: Diario de Pernambuco (DP/D.A Press)

Náutico

1978 – 160 votos (apenas conselheiros)
João de Deus (Situação) – 108 votos (67,5%)
Virgínio Cabral de Melo (Oposição) – 52 votos (32,5%)

1979 – dado desconhecido
João de Deus (União e Trabalho) – vencedor
José Ventura (Movimento de Restauração Alvirrubro)

2009 – 160 votos (apenas conselheiros)
Berillo Albuquerque (Náutico Acima de Tudo) – 121 votos (75,62%)
Paulo Alves (Náutico Para Todos) – 39 votos (24,37%)

2011 – 1.632 votos
Paulo Wanderley (Náutico de Primeira) – 1.139 votos (69,79%)
Marcílio Sales (Movimento Transparência Alvirrubra) – 475 votos (29,10%)
Paulo Henrique (Renovação) – 18 votos (1,10%)

2013 – 2.146 votos
Glauber Vasconcelos* (Movimento Transparência Alvirrubra) – 1.575 votos (73,39%)
Marcílio Sales (Alvirrubros de Coração) – 458 votos (21,34%)
Alexandre Homem de Melo (Renovação) – 70 votos (3,26%)
Alberto de Souza (Náutico pra frente) – 43 votos (2,00%)

2015 – 1.544 votos
Marcos Freitas* (Náutico de Todos) – 777 votos (50,32%)
Edno Melo (Vermelho de Luta, Branco de Paz) – 767 votos (49,67%)

Eleição presidencial do Santa Cruz. Fotos: Diario de Pernambuco (DP/D.A Press)

Santa Cruz

1975 – 1.387
José Nivaldo de Castro (Situação) – 1.195 votos (86,15%)
José Marcionilo Lins (Oposição) – 192 votos (13,84%)

2004 – 1.337 votos
Romerito Jatobá (Santa 10) – 895 votos (66,94%)
Antônio Luiz Neto (Santa União) – 442 votos (33,05%)

2006 – 1.405 votos
Edson Nogueira* (Competência e Credibilidade) – 731 votos (52,02%)
Alberto Lisboa (Santa Renovação) – 674 votos (47,97%)

2010 – 1.435 votos
Antônio Luiz Neto (Continuação e Avanço) – 1.134 votos (79,02%)
Sérgio Murilo (Santa Cruz de Corpo e Alma) – 301 votos (20,97%)

2012 – 1.787 votos
Antônio Luiz Neto (Força da União e Avanço) – 1.636 votos  (91,55%)
Joaquim Bezerra (Ética e Profissionalismo) – 151 votos (8,44%)

2017 – 1.252 votos
Constantino Júnior (Construindo com a Força da União) – 812 votos (64,85%)
Albertino dos Anjos (Muda Santa Cruz) – 250 votos (19,96%)
Fábio Melo (Santa Cruz do Povo) – 190 votos (15,17%)

Eleição presidencial do Sport. Fotos: Diario de Pernambuco (DP/D.A Press)

Sport

1974 – 2.997 votos
Jarbas Guimarães (Situação) – 2.308 votos (77,01%)
José Joaquim (Oposição) – 689 votos (22,98%)

1978 – 2.403 votos
José Moura (Situação) – 2.091 votos (87,01%)
Arsênio Meira (Oposição) – 312 votos (12,98%)

1986 – 2.224 votos
Homero Lacerda* (Oposição) – 1.381 votos (62,09%)
Wanderson Lacerda (Situação) – 843 votos (37,90%)

2000 – 2.816 votos**
Luciano Bivar (Rumo ao Hepta) – 1.805 votos (64,09%)
Wanderson Lacerda (Verdade Rubro-negra) – 1.011 votos (35,90%)
* Ainda foram registrados mais 719 votos impugnados e 13 nulos

2002 – 1.696 votos
Severino Otávio (Sport é Paz) – 1.478 votos (87,14%)
Alfredo Bertini (Renovação) – 147 votos (8,67%)
Geraldo Carvalho (Recuperação) – 71 votos (4,18%)

2006 – 1.817 votos
Milton Bivar (Lealdade e Tradição) – 1.560 votos (85,85%)
Alfredo Bertini (Por Amor ao Sport) – 257 votos (14,14%)

2008 – 3.456 votos
Silvio Guimarães (Continuidade e Trabalho) – 2.614 votos (75,63%)
Homero Lacerda (União e Pelo Sport Tudo) – 842 votos (24,36%)

2010 – 1.957 votos
Gustavo Dubeux (Sport Unido) – 1.922 votos (98,21%)
Oposição, sem nome definido (Transparência Sport) – 35 votos (1,78%)

2012 – 3.441 votos
Luciano Bivar (Sport de Verdade) – 1.971 votos (57,27%)
Homero Lacerda (Sport Vencedor) – 1.470 votos (42,72%)

2014 – 1.818 votos
João Humberto Martorelli (União e Vitória) – 1.542 votos (84,81%)
Bruno Reis (Sport Pode Mais) – 276 votos (15,18%)

2016 – 4.063 votos
Arnaldo Barros (Avança Sport) – 2.509 votos (61,75%)
Wanderson Lacerda (Por um Sport campeão) – 1.554 votos (38,24%)

Eleição do Central no Lacerdão. Imagens: TV Asa Branca/reprodução

Central

2009 – 189 votos
João Tavares* (Central para Todos) – 123 votos (65,1%)
Cícero Moreira (Tradição com Responsabilidade) – 66 votos (34,9%)

2013 – 230 votos
Chico Noé* (Unidos pelo Central com Transparência) – 115 votos (50,0%)
Sivaldo Oliveira (União, Força e Compromisso) – 103 votos (44,7%)
Lícius Cavalcanti (Coração Avinegro – 12 votos (5,2%)

2015 – 17 votos
Lícius Calcante (Puro Sangue) – 14 votos
Alexandre César (Coração Alvi-Negro) – 3 votos***
*** Impugnados

* Vitória da oposição

A relação extraoficial de dirigentes e torcidas organizadas

Presidente de Náutico (Paulo Wanderley), Santa Cruz (Antônio Luiz Neto) e Sport (Luciano Bivar), com símbolos de Fanáutico, Inferno Coral e Torcida Jovem

A relação das torcidas organizadas com as direções dos clubes de futebol é quase umbilical. As primeiras aglomerações organizadas de torcedores surgiram em Pernambuco na década de 1970, num cenário completamente diferente, inclusive pela estrutura de comunicação da época.

Acredite, as torcidas dividiam o mesmo espaço nas arquibancadas. O objetivo era cantar mais alto, levar mais sacos de papel picado e bandeiras.

É difícil precisar o momento exato em que essas torcidas ganharam um poder além da conta, mas foi nos anos 1990. Um fenômeno de norte a sul. Ganharam espaços nos estádios, salas nas sedes dos clubes, caminho livre.

Foram ganhando dinheiro com produtos de suas próprias marcas, elevando o status entre os torcedores, sobretudo os mais jovens, em busca de uma identidade. E os gritos do clube foram abafados pela autoexaltação.

Aos poucos, 50 viraram 500, que viraram 5 mil e hoje são 50 mil.

No Recife não foi diferente. Disputas internas acabaram os grupos menores, incorporados à Fanáutico (20 mil), Inferno Coral (80 mil) e Torcida Jovem (90 mil). Uma massa humana assim, num processo democrático, pode ser utilizada de inúmeras formas. Nos jogos, determina a pressão ou apoio a um jogador ou dirigente na arquibancada. Nas eleições, uma conta exata de votos.

Conscientes disso, os diretores locais abraçaram as organizadas, alheios aos problemas causados pelas mesmas, responsáveis por 800 crimes em cinco anos, segundo o Ministério Público. Brigas, roubos, depredação etc.

Tudo via uma contrapartida extraoficial, de apoio financeiro por apoio maciço nas urnas, com mensalidades quitadas faltando poucos dias para o pleito.

Contudo, no palanque o tom até de presidentes é de apoio à presença das uniformizadas nas partidas, dentro e fora de casa. Tratam casos de violência como pontuais, por mais que a sensação seja onipresente em relação aos episódios envolvendo os supostos integrantes dessas facções.

Vestir uma camisa ou colocar um boné de uma organizada pode até gerar o apoio segmentado de parte da torcida a um dirigente.

Na maioria do público, o ato não parece ser encarado da melhor forma.

Os dirigentes também sabem disso. Mas enquanto isso não influenciar nas urnas, dentro e fora dos clubes, não deverá fazer muita diferença…

O Sport mais rico de todos os tempos

Balanço financeiro oficial do Sport em 2012

O balanço financeiro do Sport com os dados do biênio 2011 e 2012 foi divulgado pelo clube em 29 de março deste ano, no jornal Folha de Pernambuco. Impressiona a receita operacional do Leão no período, justo quando viu o Tricolor, com R$ 30 milhões nos dois anos, conquistar o bicampeonato estadual.

Se em 2011, disputando a segunda divisão nacional, o Leão já havia tido a maior receita do estado com o futebol profissional, com 40 milhões de reais, na temporada passada o time da Ilha do Retiro se superou.

A prestação de contas durante o ano na Série A, na qual acabou rebaixado, apresentou uma receita de R$ 73.098.500. Por mês, cerca de R$ 6 milhões em caixa. Uma verba bem acima da realidade do esporte na região.

Se no campo os resultados não surgiram, apesar da receita, na questão administrativa houve avanço. As dívidas do clube, ao contrário dos rivais, vêm caindo. Atualmente, a soma dos passivos circulante e não circulante é de R$ 27,3 milhões. A diminuição no último ano foi de 39,5%.

Outro número positivo foi o investimento de R$ 4,6 milhões na formação de atletas. O patrimônio do clube, segundo os bens e direitos em operação, com estádio, terrenos, sede social e ginásios, alcança R$ 170.296.298.

No fim de sua gestão, Gustavo Dubeux não titubeou. O Sport encerrou a última contabilidade com R$ 10 milhões em caixa. Surreal até bem pouco tempo…

Confira os documentos numa resolução maior aqui.

Balanço financeiro oficial do Sport em 2012

Presidentes campeões no futebol pernambucano

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico. Crédito: camisasdefutebolretro.com

O título pernambucano de futebol em 2013 será emblemático para o presidente campeão. Se o tricolor Antônio Luiz Neto conquistar o tricampeonato, será o primeiro mandatário com três títulos estaduais no Santa Cruz. Atualmente, ele divide a ponta com dois títulos com mais cinco gestores.

No Sport, Luciano Bivar já é o maior ganhador de campeonatos estaduais do clube, com cinco troféus. Contudo, se vencer o sexto, se igualará ao maior campeão geral do Pernambucano, o alvirrubro Eládio de Barros Carvalho, que empresta o nome aos Aflitos. Não foi o presidente do hexa do Timbu (ganhou só o primeiro ano, em 1963), mas venceu cinco torneios na década de 1950.

Por outro lado, se forem somadas as conquistas oficiais além da fronteira local, Luciano Bivar já seria o maior vencedor, com sete. Confira a lista completa dos presidentes campeões de Sport (45 taças), Santa Cruz (26) e Náutico (21).

Sport – 23 presidentes campeões

5 títulos
Luciano Bivar (1997, 1998, 1999, 2000 e 2006)

4 títulos
Wanderson Lacerda (1991, 1992, 1994 e 1996)

3 títulos
Adelmar da Costa Carvalho (1955, 1956 e 1958)

2 títulos
Manoel José Guimarães (1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (1961 e 1962), Jarbas Guimarães (1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (1981 e 1982), Milton Bivar (2007 e 2008) e Silvio Guimarães (2009 e 2010)

1 título
Arnaldo da Silva Loyo (1920), Roberto Rabello (1925), Raphael Addobati (1928), José de Andrade Médicis (1938), Renato Silveira (1943), João Elysio de Lauria (1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (1949), José Dhália da Silveira (1953), José Moura (1980), Homero Lacerda (1988) e Severino Otávio (2003)

Considerando os demais títulos oficiais além do Estadual, o Sport tem mais seis: Luciano Bivar (Série B 1990 e Nordestão 2000), Eduardo Cardoso (Torneio Norte-Nordeste 1968), Homero Lacerda (Série A 1987), Wanderson Lacerda (Nordestão 1994) e Milton Bivar (Copa do Brasil 2008).

Santa Cruz – 20 presidentes campeões

2 títulos
Carlos Afonso de Melo (1931 e 1932), Odivio Duarte (1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (1969 e 1970), James Thorp (1971 e 1972), José Neves (1986 e 1987) e Antônio Luiz Neto (2011 e 2012)

1 título
Alcides Lima (1933), Virgílio Borba Júnior (1935), Jaime Galvão (1940), José Fulgino (1946), Edgar Beltrão (1947), Gastão de Almeida (1973), José Nivaldo de Catro (1976), Mariano Pedro Mattos (1978), Rodolfo Aguiar (1979), Vanildo de Oliveira Ayres (1983), Dirceu Menelau (1990), Alexandre Mirinda (1993), Luiz Arnaldo (1995) e Romerito Jatobá (2005).

Náutico – 14 presidentes campeões

6 títulos
Eládio de Barros Carvalho (1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)

2 títulos
Luiz Carneiro de Albuquerque (1967 e 1968) e Josemir Correia (1984 e 1985)

1 título
Victorino Maia (1934), Aroldo Fonseca (1939), Neto Campelo Júnior (1945), Wilson Campos (1964), Fernando Wanderley (1965), Manuel Cesar de Moraes (1966), João de Deus (1974), Antônio Amante (1989), André Campos (2001), Sérgio Aquino (2002) e Ricardo Valois (2004)

Agenda Prefeitura / Sport / Arena

Comitiva do Sport visita o prefeito Geraldo Júlio. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

A última atualização processo de número 0701045412 na Prefeitura do Recife data de 27 de abril de 2012. É essa a inscrição do projeto rubro-negro para a criação de uma arena num novo complexo na Ilha do Retiro. Desde então, foram feitas exigências sobre mobilidade urbana no local. Na fase atual, os leoninos buscam soluções para o projeto de R$ 750 milhões (saiba mais aqui).

Nesta quinta-feira, uma comitiva do clube liderada pelo presidente da comissão da arena, Yuri Romão, e pelo arquiteto responsável, Carlos Fernando Pontual, escutou do prefeito Geraldo Júlio a decisão pela criação de agenda periódica de encontros para acelerar a análise do projeto.

O complexo projetado pelo Sport encontra-se no Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife (CDU), que avalia projetos de grande relevância na capital tendo como ponto de partida terrenos de pelo menos 10 mil metros quadrados. A Ilha do Retiro tem uma área de 110 mil m².

Confira o andamento burocrático das obras de grande impacto no Recife aqui.

Edição especial do clássico com a arquibancada dividida ao meio

Torcidas de Santa (Arruda) e Sport (Ilha). Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A. Press

Até a década de 1990 era comum ver o Arruda, a Ilha do Retiro e o estádio dos Aflitos divididos ao meio nos grandes clássicos recifenses.

Tentando contornar a insegurança, a CBF articulou no seu regulamento geral de competições uma limitação para a torcida visitante de apenas 10%.

Em 2009, o então presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, decidiu que os clássicos no estado teriam que ter uma divisão diferente.

Estabeleceu 80% para mandante e 20% para o visitante.

“Eu não quero essa história de ‘torcida única’ nos estádios no Pernambucano não. Isso acontece no Campeonato Brasileiro, mas aqui nós colocaremos 20%”.

A medida segue em vigor até hoje.

Como se sabe, o Estadual poderá terminar em uma partida extra (veja aqui).

No dia 19 de maio, caso seja necessária a terceira partida para o título de 2013, no Arruda ou na Ilha do Retiro, a divisão do público será meio a meio.

A decisão foi tomada pelo atual mandatário da federação, Evandro Carvalho, junto aos presidentes de Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, e Sport, Luciano Bivar.

Portanto, 50% para tricolores e 50% para rubro-negros.

No Mundão, 27.500 ingressos para cada um. Na Ilha, 16.250 bilhetes.

A arrecadação na bilheteria, claro, seria compartilhada pelos rivais.

Seria um clássico como nos velhos tempos. Se a polícia militar fizer bem o seu trabalho de contenção e o público também colaborar, será uma baita festa.

Antes do depoimento no STJD, no Rio de Janeiro, visita à CBF, no Rio de Janeiro

Luciano Bivar, presidente do Sport. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

A revelação de Luciano Bivar sobre o pagamento de comissão a um lobista para facilitar a ida do volante Leomar à Seleção Brasileira entrará no campo jurídico.

No Recife, o presidente rubro-negro se mostra tranquilo, apesar da gravidade do episódio. O seu vice é um dos mais renomados advogados do Nordeste.

No entanto, ao contrário do que o dirigente poderia imaginar, o ato, caso configurado como crime, não está prescrito. Segundo o código brasileiro de justiça desportiva, o prazo é de 20 anos. A ida de Leomar à Seleção foi em 2001.

O seu depoimento já está marcado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, cuja sede está localizada no Rio de Janeiro. Será em 21 de março.

Antes, nos dias 15 e 16, outra viagem do empresário à Cidade Maravilhosa.

Mas ao coração do futebol brasileiro, até a CBF. No primeiro encontro, conversa com o diretor de competições da entidae, Virgíliso Elísio. Segundo a breve nota no site oficial do Sport, o contato “discutiu assuntos de interesse do clube”.

Em seguida, almoço com presidente da confederação, José Maria Marin.

Ambos experientes, Marin com 81 anos e Bivar com 69. Por mais que o discurso seja cortês de ambos os lados, será difícil convencer alguém que o episódio de 2001 não tenha sido o prato principal.

Até porque, conforme mostrado no Diario de Pernambuco, a história tem vários pontos soltos, como o fato de Leomar ter sido o jogador que mais atuou com Emerson Leão, enquanto este era treinador do Sport, deixando claro o quanto era desnecessário um lobista e o tal marketing esportivo.

Ou o fato de que o volante estava com salários atrasados quando foi convocado, e mais tarde deixaria o clube de graça após ação na  justiça do trabalho.

Revoltados, Leão e Antônio Lopes, integrantes da comissão técnica daquela Canarinha, articulam ações na justiça, ao contrário das primeiras declarações.

Sem terem sido citados, acharam num primeiro momento que não haveria necessidade. Depois, perceberam que indiretamente são, sim, relacionados.

Calejado, Bivar antecipa que o Sport não sofrerá punição. Por sinal, qual teria sido o benefício ao clube? O lobby veio do seu cofre? Não se sabe. Ganhou algo com a passagem de Leomar com a camisa verde e amarela?

Na verdade, posteriormente o clube teve um prejuízo de R$ 2,5 milhões devido à má gestão nos direitos do atleta.

Então, até o momento, vale ressalvar, o alvo da inevitável investigação é o próprio Bivar. Ou jogará no ventilador ou recuará no discurso, o mais provável.

A resposta já está no Rio de Janeiro.

José Maria Marin