Um parto na Ilha

Ilha do Retiro

Nove meses.

Nada mais…

Torcedor rubro-negro, aproveite ao máximo a sua Ilha do Retiro.

O estádio inaugurado em 4 de julho de 1937 está com os dias contados.

Vai virar pó.

As sociais, a geral da Jovem, a arquibancada frontal, as cadeiras, os camarotes, os assentos especiais nas curvas. Tudo.

Aquele dia jamais imaginado no Sport está marcado. Será em dezembro deste ano.

O saudosismo será grande. Do tamanho da história vivida ali.

Em todos os tipos de grama existentes por lá pisaram Ademir Menezes, Vavá, Manga, Rildo, Traçaia, Betancourt, Dadá Maravilha, Roberto Coração de Leão, Betão, Ribamar, Juninho Pernambucano, Chiquinho, Leonardo, Durval, Magrão…

Muito antes do distintivo do Sport possuir estrelas, o time já suava na Ilha do Retiro, tão diferente a cada década. Um produto de sete ampliações.

A “Arena Pernambuco” de 1950… Com traços bem mais modestos.

Mas, ainda assim, a Ilha de todos os rubro-negros. Jamais, uma ilha deserta.

Pois o seu fim tornou-se inevitável numa nova era de modernização (veja AQUI).

A gestão atual mirou o futuro e lançou de forma efetiva a sua arena. Por enquanto, mais uma de papel. Ao contrário das outras, porém, chegou com prazo para demolição.

Também veio o cronograma de construção, claro. Serão dois anos de uma ansiedade jamais vista, numa demanda de R$ 400 milhões.

Quantos não pagariam o dobro para que isso não acontecesse? Para que o palco de tantas emoções continuasse intacto, tombado. Uma casa de alegrias e tristezas.

De momentos únicos, que literalmente não voltarão.

Mas para o estádio de 45 mil lugares virar realidade, ainda falta muito. Falta tudo. Como, por exemplo, decidir qual será o projeto, da Plurisports ou Lusoarenas.

Antes de tudo, faltam nove meses… Para nascer um novo Sport.

É bom avisar que a Copa será em 2014

Arena Recife-OlindaHá quase um ano, a Fifa confirmava o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Uma responsabilidade daquelas para o país, que recebeu o evento apenas uma vez, em 1950. E há quase um ano também segue a dúvida sobre as subsedes do Mundial. Algumas cidades já foram confirmadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília), mas e a proposta pernambucana? A candidatura conjunta Recife/Olinda foi bem recebida pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, até mesmo porque existe um novo estádio no projeto (capacidade para 42 mil pessoas). Mas é aí que começa a série de dúvidas sobre o pleito pernambucano.

A Arena Recife-Olinda (ilustração acima)- projeto do governo do estado junto à iniciativa privada – seria construída no bairro de Salgadinho em Olinda. O elevado custo para desapropriar a área (mais de R$ 100 milhões) vem inviabilizando a execução da obra. Aliás, para ela sair do papel, o estado precisa ser confirmado como subsede. É o gato correndo atrás do rabo. O Náutico, por sua vez, anunciou em outubro de 2007 que construirá um novo estádio (a Timbarena, em local a ser confirmado), através de uma parceria com a empresa potuguesa Lusoarenas. Dificilmente, porém, Pernambuco comportará dois estádios multiuso. Por isso, o presidente do Náutico, Maurício Cardoso, vem tentando há 15 dias uma audiência com o governador Eduardo Campos, para conversar sobre o assunto. O governo tem total interesse que um clube local administre o estádio.

Vale lembrar ainda que o Santa Cruz divulgou, também no ano passado, o projeto Arena Coral, com o objetivo de modernizar todo o Arruda. Projetos, projetos, projetos… É animador sim. Mas será ainda mais se pelo menos um deles chegar pelo menos à etapa da “pedra fundamental“. Pernambuco ganharia bastante. Apesar de todo esse rebuliço, alguns setores já se mexem. O Sindicato de Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco/PE) promoveu hoje o Seminário Copa 2014, no Recife Palece, que teve como objetivo reunir representantes do governo do estado e das prefeituras de Olinda e Recife (além de empresários), até mesmo porque Pernambuco terá que se estruturar bastante para receber a Copa. Que é um desejo de todos. Por mais que não pareça, ainda.