Em Natal, o sorteio dirigido da Copa do Nordeste de 2016

Cenário do sorteio do Nordestão 2015, no Recife. Foto: Marlon Costa/FPF

Os cinco grupos da Copa do Nordeste de 2016 serão sorteados em 24 de setembro, em Natal. A cidade é a quarta a receber o sorteio oficial do regional, após Fortaleza, Salvador e Recife. Como de praxe, a cerimônia deverá ter presença da cúpula da CBF – ao menos para a capital potiguar o atual presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, deve ter condições de ir, FBI à parte. Os vinte participantes da 13ª edição serão distribuídos em um sorteio dirigido, dividido em quatro potes, separados pelo ranking da CBF para a temporada 2015. Logo, cada chave terá um time de cada pote.

Sexto melhor nordestino entre os times presentes, o Santa caiu no segundo pote. Assim, há 20% de chance de sair um Clássico das Multidões já na fase de grupos – em 2014, tivemos o Clássico dos Clássicos. Vale lembrar que a fórmula será a mesma, com fase de grupos, quartas de final (avançando os cinco líderes e os três melhores segundos colocados), semifinal e final.

Ao todo serão 74 jogos, de 14 de fevereiro a 1º de maio de 2016. Em relação à premiação, espera-se um aumento na verba total, que foi de R$ 11,14 milhões na edição vencida pelo Vozão. O anúncio pode ser feito até no evento, que será transmitido pelo Esporte Interativo, o maior responsável pelas cotas.

Pote 1 – Bahia (16º), Ceará (19º), Sport (20º), ABC (23º) e América-RN (28º).

Pote 2 – Santa Cruz (36º), Fortaleza (41º), Sampaio Corrêa (42º), CRB (47º) e Salgueiro (49º)

Pote 3 – Botafogo (65º), Campinense (70º), Vitória da Conquista (76º), Confiança (82º) e Coruripe (92º)

Pote 4 – Flamengo (132º), River (152º) Juazeirense (162º), Imperatriz (s/r) e Estanciano (s/r)

Na sua opinião, qual seria o grupo mais forte do Nordestão? E o mais fraco?

Em relação às divisões nacionais, a possibilidade mais forte, no cenário atual, seria uma chave formada por 1 time da Série A, 1 da B, 1 da C e da 1 D. Já a pior teria 2 da C e 1 da D e 1 sem série.

Personagens de 1987 sentados lado a lado na CBF, mas falando apenas do futuro

Assembleia Geral Extraordinária da CBF, em 8 de junho de 2015. Foto: CBF/Site Oficial

Às pressas, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária com os clubes da Série A de 2015. O objetivo com os dirigentes dos principais times era oferecer vantagens (autonomia) nos arbitrais das próximas edições em troca de apoio, uma vez que o mandatário encontra-se bastante pressionado após a divulgação da investigação do FBI.

Na sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Barra da Tijuca, no Rio, 18 clubes foram representados, incluindo 15 presidentes. A composição de uma das mesas, no entanto, foi de uma coincidência incrível. Sentados lado a lado, quatro dos principais personagens do Campeonato Brasileiro de 1987.

Primeiramente, os presidentes de Sport e Flamengo, João Humberto Martorelli e Eduardo Bandeira de Mello, protagonistas da disputa pelo título, entre a posse exclusiva do Leão ou a divisão entre os rubro-negros, dependendo do Supremo Tribunal Federal. Ambos pediram a palavra durante o evento, sobre mudanças estaturárias. Na sequência da bancada, Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo hoje e em 87, quando também presidia o Clube dos 13, grupo que organizou a Copa União, segregando o campeonato nacional. Por último, Eurico Miranda, todo poderoso do Vasco, hoje e ontem. Coube a Eurico representar o Clube dos 13 no conselho arbitral da competição oficial, assinando, em nome dos 16 times do “Módulo Verde”, o regulamento com o cruzamento final.

Em 2015, tanto tempo depois, talvez o assunto nem tenha sido debatido, nem por um segundo, até mesmo porque a pauta atual era bem relevante. Contudo, bastará haver o posicionamento do STF, seja qual for a resposta, para os quatro nomes voltarem ao passado, na época dos incontáveis bate-bocas na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, bem no centro do Rio de Janeiro…

Assembleia Geral Extraordinária da CBF, em 8 de junho de 2015. Foto: CBF/Site Oficial

Com o alto escalão investigado por corrupção, CBF anuncia curso de gestão

Curso de Gestão de Futebol. Crédito: reprodução

“O Curso de Gestão de Futebol é uma iniciativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visando contribuir de forma relevante na capacitação dos gestores esportivos envolvidos com o futebol. Como estes profissionais têm papel fundamental no processo de planejamento e operação de suas instituições, é de suma importância estar informados e atualizados sobre os processos mais eficientes, inovadores e mudanças ocorridas na área nos últimos anos. A CBF tem grande preocupação com a capacitação dos gestores esportivos devido a relevância e impacto de suas atuações no mundo do futebol, seja em seu fomento e desenvolvimento ou na alta performance.”

Esta é a descrição oficial do Curso de Gestão de Futebol elaborado pela CBF. No campo teórico, uma ideia louvável, com oito módulos de estudo nas áreas de estrutura e governança, planejamento estratégico, gestão de competições, marketing esportivo, direito esportivo, gestão técnica e comunicação. Aulas dentro da sede da confederação, no Rio de Janeiro.

No entanto, anunciar a criação de um curso (R$ 6.600 por pessoa) numa semana na qual o ex-presidente José Maria Marin foi o preso por corrupção, o ex-presidente Ricardo Teixeira tornou-se alvo de investigação e o atual, Marco Polo Del Nero, está ameaçado no cargo é de um contrassenso impressionante.

Faltou timing na CBF. Aliás, está faltando muita coisa por lá.

Por mais que os convidados para ministrar o curso tenham capacidade reconhecida, a ligação direta com a entidade neste momento tão conturbado não pareceu o melhor planejamento estratégico e nem um sinal de governança…

As primeiras palavras de Marco Polo Del Nero como presidente da CBF

Marco Polo Del Nero no discurso de posse como presidente da CBF, em 2015. Foto: Ricardo Stuckert/CBF

O advogado paulista Marco Polo Del Nero, de 74 anos, ex-presidente da federação paulista de futebol (2003-2010), assumiu o comando da CBF para um mandato de quatro anos. Na sede da entidade no Rio de Janeiro, a mesma na qual ocupou a vice-presidência nos três anos de gestão de José Maria Marin, ele discursou pela primeira vez como mandatário da confederação.

Sem surpresa, claro, valorizou o próprio trabalho, citando um investimento de R$ 100 milhões nos torneios promovidos pela CBF, que agora organiza 13 competições oficiais, envolvendo 200 clubes e 4.500 atletas.

“Avanço. Modernização. Legalidade. Estímulo à gestão responsável dos clubes. Busca de padrões de governança. Abertura. Segurança jurídica. Consciência de sua função social. Esses são os lemas da nova CBF.”

Qual é a sua opinião sobre o novo presidente da CBF?

Del Nero comandará o futebol brasileiro até 2019…

Vale assistir ao vídeo com a íntegra do discurso de posse. No futuro, a cobrança.

O lapso do secretário-geral da CBF sobre as ligas. Sim, elas estão previstas na lei

Walter Feldman, secretário-geral da CBF a partir de 2015. Foto: PSDB/divulgação

O mandato de quatro anos do novo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, começa em 16 de abril de 2015. No comando, uma figura terá bastante peso, o secretário-geral Walter Feldman, de 61 anos. Médico por formação e político por vocação, na descrição da própria entidade, ele concedeu entrevista ao Estado de S. Paulo, publicada na íntegra no site oficial da confederação. Chama a atenção a visão do dirigente sobre as ligas. Abaixo, as citações.

“(sobre a liga) Não tem nenhum sentido, na lei brasileira, entrar na organização independente e autônoma da sociedade civil. Em alguns pontos a MP ultrapassa a fronteira e em outros vai muito além da fronteira. É assustador, porque chegou a esse ponto que a Casa Civil fez: vamos colocar tudo o que a gente quer no novo futebol. Quem sabe passa?”

“O Bom Senso quer coisas muito boas para o futebol, mas tem exageros também. Trabalha com a ideia de liga e com a ideia de participação de jogadores e sistemas decisórios que são muito complicados porque não estão enquadrados nos modelos de organização da sociedade brasileira”.

Não nenhum sentido na lei brasileira?
A criação de ligas esportivas no Brasil está prevista na lei federal de nº 9.615, desde 1998. Mais conhecida como Lei Pelé, a norma já teve diversas revisões, entre 1999 e 2013, mas sem nunca riscar do papel o artigo 20, que autoriza a criação das ligas autônomas em relação às confederações: “As entidades de prática desportiva participantes de competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais”.

Não está enquadrado nos modelos de organização da sociedade?
Em mais um lapso de Feldman, pois a Lei Pelé rege o desporto nacional como um todo, outras modalidades à parte do futebol já contam com ligas, como o basquete (NBB e LBF) e o vôlei (Superliga). Apesar de hoje estar subordinada à CBF, vale destacar a própria Liga do Nordeste, com mais de 15 anos de história. Não por acaso, quando a confederação acabou com o Nordestão em 2003, a liga levou o caso à justiça, ganhando uma ação superior a R$ 30 milhões – o resultado disso foi o acordo para a volta do torneio, em 2013.