A diminuição da capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro a cada laudo

A diminuição na capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

No auge da capacidade de público, descontando as superlotações, obviamente, o Arruda e a Ilha do Retiro já tiveram 160 mil lugares à disposição. Haja diferença para o cenário atual, de 2015, após a recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Por questão de segurança, como a capacidade de evacuação de torcedores, o órgão solicitou (e foi atendido) a redução dos dois estádios, que hoje têm 78.017 lugares somados, menos da metade do máximo já liberado. São 50 mil na casa coral e 27 mil no reduto rubro-negro. A partir disso, o blog recuperou as capacidades oficiais ao longo dos anos. As aferições foram feitas várias vezes, a pedido dos clubes, da FPF e até da CBF, com dados distintos a cada laudo de engenharia. Da época com todos em pé aos assentos marcados.

Nesse tempo todo, entre outros motivos, como exigências dos Bombeiros e Polícia Militar, a mudança também está relacionada ao cálculo de cada assento, que até a década de 1990 era 30 centímetros por espectador. Hoje, 50 cm.

E olhe que Arruda e Ilha receberam, não faz muito tempo, públicos superiores às novas capacidades: 60.040 em 2013 e 28.766 em 2014, respectivamente.

Ilha do Retiro (após as obras para a Copa do Mundo de 1950)
1950 – 20.000 lugares
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e a ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’ (obra de 1997)
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Arruda (após a conclusão do anel inferior, para a Copa da Independência)
1972 – 64.000 lugares
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

Cartilha, confraternização e as mesmas ações do MPPE contra as uniformizadas

Cartilha do Torcedor, produzida pelo Ministério Público de Pernambuco

De tempos em tempos, uma mesma medida é tomada pelo Ministério Público de Pernambuco para tentar parar a violência protagonizada por supostos integrantes das torcidas uniformizadas nos jogos de futebol.

O promotor José Bispo decidiu entrar com uma ação solicitando o afastamento das principais facções dos clubes pernambucanos, por um ano. A medida valeria para os estádios na Região Metropolitana do Recife.

A ideia está longe de ser inédita…

A última recomendação do tipo aconteceu em 2012. Relembre aqui.

A própria FPF tomou uma decisão semelhante em 2013. Durou quatro meses.

Ou seja, teremos uma velha novidade, que já se configurou em um paliativo. Seguimos sem avanço no problema central, com investigações e punições de fato aos infratores.

Em 2010, o Ministério Público de Pernambuco já havia lançado uma cartilha de comportamento dos torcedores, com objetivo de informar de forma clara e objetiva os direitos e deveres das pessoas que frequentam os estádios.

A cartilha, com tiragem de 25 mil exemplares, não teve tanto efeito.

Curiosamente, naquela ocasião, o mesmo José Bispo fez uma grande confraternização no MPPE com integrantes das principais uniformizadas, Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico.

Essa dualidade do órgão e de seus representantes também faz diferença

Em vez de cartilhas e recomendações provisórias, bem que o Ministério Público poderia insistir na ideia do cadastro dos membros. E olhe que que as estimativas apontam para até 190 mil membros…

Uniformizadas no Recife: 800 crimes em cinco anos

Torcidas Organizadas de Santa Cruz(Inferno Coral), Sport (Jovem) e Náutico (Fanáutico)

Há algum tempo, assistir a um jogo de futebol no Recife requer o máximo de cuidado. O Ministério Público de Pernambuco produziu um extenso estudo sobre a violência no futebol do estado, transformando em números esse temor nas arquibancadas. A entidade colheu dados oficiais com a Polícia Militar, delegacias da capital e no Juizado Especial do Torcedor (Jetep). O número final assusta, apesar da consciência sobre a regularidade dos atos de vandalismo ocorridos nos três estádios da capital e num raio de até cinco quilômetros.

Foram 800 crimes em 1.825 dias. Na média, cerca de um a cada dois dias.

Furto, roubo, lesão corporal, formação de quadrilha…

No relatório, a autoria dos crimes está relacionada aos supostos integrantes das três maiores torcidas organizadas do estado. Em audiência pública neste ano, os presidentes das três uniformizadas revelaram a quantidade de torcedores cadastrados.

Torcida Jovem – 90 mil
Inferno Coral – 80 mil
Fanáutico – 20 mil

Segundo o promotor de justiça Ricardo Coelho, a ordem dos crimes praticados é proporcional à quantidade de membros. Com o documento, o MPPE encaminou uma ação à vara da Fazenda Pública pedindo a extinção das três uniformizadas, com base em decisões de São Paulo e Minas Gerais. Sobre o assunto, ainda vale um comparativo. Enquanto as três torcidas organizadas têm 190 mil integrantes, os três grandes clubes têm apenas 30 mil sócios em dia.

A recomendação do MPPE sobre as torcidas organizadas

Mais um veto para as torcidas organizadas de Pernambuco. A recomendação foi do Ministério Público. É suficiente? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Saiba mais aqui.

Confira um texto no blog sobre a violência nos clássicos do estado clicando aqui.

Faça um bom trabalho, PM

Futebol e Cidadania

Ao todo, serão 132 jogos na fase classificatória do Estadual desta temporada.

A Polícia Militar, como já foi dito, será homenageada pela FPF, dando nome ao troféu de campeão pernambucano de 2011 (veja AQUI).

Agora, resta esperar uma redução nos dados da violência nos jogos no Pernambucano.

Abaixo, os dados do Juizado do Torcedor, ligado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), durante as duas últimas edições da competição.

2009 – 169 ocorrências em 43 jogos com o MPPE. Foram 162 pessoas detidas por atos violentos e 7 cambistas. Média de 3,9 casos registrados por jogo.

2010 –  180 ocorrências em 34 jogos com o MPPE. Foram 101 pessoas detidas por atos violentos e 79 cambistas. Média de 5,2 casos registrados por jogo.

O recorde foi em 3 de fevereiro do ano passado, com 122 detidos no clássico Santa 1 x 3 Sport, o que mostra o grau de periculosidade.

O órgão vem com mais poder de atuação no #PE2011. A Lei Complementar número 163, de 17 de dezembro de 2010, será colocada em prática já na abertura.  Com ela, o Jetep passa a ter plena competência cível e criminal.

Assista ao vídeo institucional “Futebol e Cidadania”, do Jetep, clicando AQUI.

Futebol pernambucano em miúdos

Futebol e Cidadania

As torcidas uniformizadas tornaram-se um grande problema do futebol brasileiro nos últimos anos. Um problema “macro”, bem além do raio de atuação dos clubes. É algo que congrega polícia, políticas públicas e justiça.

No estado, temos o Juizado Especial do Torcedor (Jetep), que atua junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no combate à violência no futebol. O órgão lançou o vídeo institucional “Futebol e Cidania” (saiba mais AQUI). Abaixo, veja 10 minutos do vídeo, que também está sendo distribuído em DVD, inclusive para o blog.

A peça foi (bem) desenvolvida pela Ateliê Produções, com direção de Cezar Maia, com direito a legendas em português e inglês. Descrição oficial do vídeo:

“O vídeo sobre o futebol pernambucano traz depoimentos de promotores de Justiça, delegados, juízes e diversos torcedores. Além da explicação sobre os detalhes do Estatuto do Torcedor, a responsabilidade de torcidas, times, dirigentes e até jogadores, o filme ressalta a beleza do futebol, resgata a magia da bola em campo, que as vezes, fica obscurecida pela violência.”

O tema relacionado às torcidas organizadas já havia sido abordado recentemente em outro post no blog, também com vídeo (confira AQUI).