Central x Náutico, a 14ª final da história do PE. Entre o 1º título e o fim do jejum

Central x Náutico, a final do Pernambucano 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Entre 1953 e 2014, com a era profissional do futebol pernambucano já consolidada no Trio de Ferro, ocorreu apenas uma final inédita no campeonato estadual, com a presença do Porto, em 1998. De 2015 a 2018, o cenário mudou, com a terceira final inédita no curto período. Após as duas decisões com o Salgueiro, contra tricolores e rubro-negros, o interior se faz presente com a patativa. Na primeira semifinal, em Caruaru, o Central eliminou o Sport, com a primeira classificação à final da história do clube. Quatro dias depois, na arena, o Náutico despachou o Salgueiro. Ao longo de 104 edições, portanto, esta é a 14ª final distinta, num contexto pra lá de interessante.

Quem será o campeão pernambucano de 2018

  • Náutico (64%, 599 Votes)
  • Central (36%, 335 Votes)

Total Voters: 932

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Para começar, reúne os dois melhores times do campeonato, com campanhas idênticas em termos de pontuação (7V, 4E e 1D), ambos invictos na condição de mandante. Equilíbrio puro. Como o alvirrubro terminou à frente no turno, pelo número de gols marcados, jogará a partida de volta na Arena Pernambuco – sim, ao contrário das quartas e da semi, na decisão prevê dois jogos, com pontuação, saldo e penalidades como critérios de desempate.

Seguindo a análise pelo viés histórico, o alvinegro busca o 1º título estadual do interior – presente em 59 das 104 edições. Até hoje, no máximo cinco vices fora do Recife. Já o Náutico busca o fim do maior jejum de títulos entre os grandes da capital. Não ergue a taça desde 2004. E chega cascudo para esta final, com seis classificações em seis mata-matas no ano. Até hoje, os dois clubes já se enfrentaram 263 vezes, mas dá pra cravar que os dois próximos jogos serão os mais importantes – nas últimas dez partidas, apenas uma vitória alvinegra, justamente este ano, num 3 x 0 no início da competição.

Agenda da final Interior x Capital
01/04 (16h) – Central x Náutico (Lacerdão)
08/04 (16h) – Náutico x Central (Arena Pernambuco)

Histórico de Central x Náutico (todos os mandos)
263 jogos
146 vitórias alvirrubras (55,5%)
71 empates (26,9%)
46 vitórias alvinegras (17,4%)

Ordem cronológica das finais do Estadual*
1º) Flamengo x Torre (1915)
2º) Sport x Santa Cruz (1916)
3º) Santa Cruz x América (1921)
4º) Santa Cruz x Íris (1932)
5º) Santa Cruz x Varzeano (1933)
6º) Náutico x Santa Cruz (1934)
7º) Santa Cruz x Tramways (1935)
8º) Náutico x América (1944)
9º) Sport x América (1948)
10º) Sport x Náutico (1951)
11º) Sport x Porto (1998)
12º) Santa Cruz x Salgueiro (2015)
13º) Salgueiro x Sport (2017)
14º) Central x Náutico (2018)

* Considerando final em ida e volta, melhor de três, extra e supercampeonato

Presença em finais estaduais (2010-2018**)
7 – Sport (campeão 3x)
5 – Santa Cruz (campeão 5x)
3 – Náutico
2 – Salgueiro
1 – Central

** Período com o formato de semifinal e final

Santa é confirmado como maior vencedor do Pernambucano na década 2011-2020

Os títulos pernambucanos do Santa Cruz em 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016. Fotos: Superesportes/Diario de Pernambuco

O Santa Cruz começou a década de forma arrasadora no campeonato estadual, construindo um tricampeonato em cima do Sport, trivice. Tudo a partir de uma condição de ‘coadjuvante’ na edição de 2011, que tinha os rivais da Ilha e dos Aflitos como principais candidatos. Depois, soerguido no futebol local, o clube ainda emendou um bicampeonato. Sendo assim, ergueu a taça em 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016. Já seria suficiente para a condição de maior vencedor da década, mas a eliminação do Sport na semi do Estadual 2018 assegurou o status de forma exclusiva. Ou seja, a três edições do fim. Um feito e tanto, ainda mais se comparado com a última década ‘vencida’ pelo tricolor, com a disputa entre 1981 e 1990 acabando justamente no último ano – num Clássico das Multidões, com 3 x 3 em troféus até então.

Ao longo das onze décadas, sete clubes distintos conquistaram o título máximo de Pernambuco, mas apenas o Trio de Ferro conseguiu estabelecer domínios em décadas, com Sport (6x), Santa Cruz (4x) e Náutico (2x) – com um empate registrado entre rubro-negros e alvirrubros nos anos 50.

Confira as capas do Diario de Pernambuco com os títulos corais clicando aqui.

Os campeões pernambucanos em cada década
1911-1920 – Sport (3), América (2) e Flamengo (1)*
1921-1930 – Sport (4), América (3) e Torre (3)
1931-1940 – Santa Cruz (5), Tramways (2), Náutico (2) e Sport (1)
1941-1950 – Sport (5), Santa Cruz (2), Náutico (2) e América (1)
1951-1960 – Sport e Náutico (4), e Santa Cruz (2)
1961-1970 – Náutico (6), Sport (2) e Santa Cruz (2)
1971-1980 – Santa Cruz (6), Sport (3), Náutico (1)
1981-1990 – Santa Cruz (4), Sport (3) e Náutico (3)
1991-2000 – Sport (8) e Santa Cruz (2)
2001-2010 – Sport (6), Náutico (3) e Santa Cruz (1)
2011-2020 – Santa Cruz (5), Sport (2) e time a definir (1)**

* Foram apenas 6 competições na década
** Considerando as 8 competições na década, em andamento

Todas as voltas olímpicas no Campeonato Pernambucano, do British Club à Arena

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP (Arruda e Aflitos), Sport (Ilha) e Ministério de Esporte (Arena)

Atualizado em 28 de março de 2018

Em mais de um século de história, nove estádios celebraram o campeão pernambucano. Do antigo campo do British Club, em 1915, num terreno hoje ocupado por parte do Museu do Estado, à Arena Pernambuco, construída para a Copa do Mundo e estruturada com o que há de mais moderno. Os sete campeões estaduais (Sport, Santa, Náutico, América, Torre, Tramways e Flamengo) revezaram inúmeros palcos.

Dentre as 104 edições, 34 foram marcadas com conquistas de forma direta, sem a necessidade de uma final, extra, playoff etc. Exatamente por este motivo, duas voltas olímpicas aconteceram no interior, em Caruaru e Petrolina, com rubro-negros e tricolores ganhando a taça de forma antecipada. Entretanto, o cenário mais comum é mesmo a realização de uma final, com 70 edições até hoje.

Abaixo, confira o rendimento de cada clube em cada estádio, tanto no cenário geral quanto num recorte apenas com as finais de campeonato.

Voltas olímpicas (104 campeonatos)

Ilha do Retiro (37)
Sport (21, com 56%) – 1942, 1943, 1948, 1956, 1958, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2010
Santa Cruz (10, com 27%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (5, com 13%) – 1945, 1952, 1954, 1964 e 1965
América (1, com 2%) – 1944

Aflitos (21)
Náutico (8, com 38%) – 1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1967, 1968 e 1974
Sport (7, com 33%) – 1917, 1941, 1949, 1953, 1955, 1975 e 2009
Santa Cruz (5, com 23%) – 1947, 1959, 1969, 1972 e 1978
Torre (1, com 5%) – 1926

Arruda (18)
Santa Cruz (9, om 47%) – 1970, 1976, 1979, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 35%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (3, com 17%) – 1977, 1980 e 1982

Jaqueira (13)
América (3, com 23%) – 1919, 1922 e 1927
Santa Cruz (3, com 23%) – 1931, 1933 e 1935
Sport (3, com 23%) – 1920, 1928 e 1938
Tramways (2, com 15%) – 1936 e 1937
Torre (1, com 7%) – 1929
Náutico (1, com 7%) – 1939

Avenida Malaquias (8)
Sport (3, com 37%) – 1923, 1924 e 1925
América (2, com 25%) – 1918 e 1921
Torre (1, com 12%) – 1930
Santa Cruz (1, com 12%) – 1932
Náutico (1, com 12%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco, São Lourenço (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Antônio Inácio, Caruaru (1)
Sport (1, com 100%) – 1997

Paulo Coelho, Petrolina (1)
Santa Cruz (1, com 100%) – 2005

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Finais do Estadual (69 edições)

Ilha do Retiro (28)
Sport (15, com 53%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (10, com 35%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (16)
Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980

Aflitos (15)
Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969

Jaqueira (3)
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Sport (1, com 33%) – 1920

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco (2)
Sport (1, com 100%) – 2014
A definir – 2018

Cornélio de Barros, Salgueiro (1)
Sport (1, com 100%) – 2017

Ranking pernambucano com 102 títulos, sendo 22 amadores e 80 profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismos (1915/1936) e profissionalismo (1937/2016). Crédito: Pedrom/DP

Organizado ininterruptamente desde 1915, do amadorismo ao profissionalismo, o Campeonato Pernambucano chegou ao fim de sua 102ª edição. No ranking histórico, o Santa agora soma 29 títulos, vivendo a sua melhor sequência desde o pentacampeonato. Na nova rotina de voltas olímpicas, são cinco nos últimos seis anos. Agora está a onze títulos do Sport, o maior vencedor. Levando em conta apenas a era profissional, a partir de 1937, vantagem rubro-negra está é mais enxuta, de oito taças. Redução em ritmo acelerado.

Como curiosidade, o post traz a divisão de campeões em três vertentes. Sobre a transição dos períodos, basta notar que se neste ano o bicampeonato tricolor foi assistido in loco por 57 mil pessoas, somando Arruda e na Ilha. Enquanto isso, a primeira decisão do foottball não reuniu três mil pessoas, no antigo campo do British Club, na peleja entre Flamengo e Torre.

Além dos estádios, cifras também distintas. Em vez de salários acima de R$ 200 mil, no passado alguns jogadores até pagavam para atuar, como mensalidades de 10 mil réis. Foi assim até a 23ª edição, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O pioneiro foi o Central, trouxe o zagueiro Zago do Atlético-MG. Até ali, o esporte vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Do football ao futebol a sede por novas conquistas se mantém…

Campeonato Pernambucano, 1915/2016 (102 edições)
40 – Sport (2014, o último título)
29 – Santa Cruz (2016)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2015 (80 edições)
33 – Sport (2014)
25 – Santa Cruz (2016)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Completa um século o primeiro título pernambucano de futebol, do Flamengo

Flamengo do Recife, campeão pernambucano de 1915

Luiz Cavalcanti; Chico Alves e Rubens; Fred (Maciel), Ruy e Zezé; Waldemar, Gastão Bomfim, Tayllor, Percy Fellows e Lelys.

Eis a escalação do primeiro campeão pernambucano de futebol. Há exatamente um século, em 12 de dezembro de 1915, um domingo, o Flamengo do Recife venceu o Torre por 3 x 1, no campo do British Club, e ganhou o pioneiro troféu.

O Diario de Pernambuco, que a cada ano dava mais espaço às nobres disputas do football, publicou um texto na página dois da edição de 14 de dezembro:

“Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana (LSP), instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroados os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória, e as ‘louras medalhas”. 

“Terminamos enviando ao glorioso Flamengo e a seu digno capitão Gastão Bomfim os nosso mais efusivos votos pelo prosseguimento, sempre ascendente, das glórias alcançadas.”

A conquista, marcada por um jogo violento na decisão, veio num triangular, que anos depois seria chamado de “supercampeonato”, e de forma invicta.

Fundado no ano anterior, em 20 de abril, o Fla surgiu na Rua de Santa Cruz, na Boa Vista. A primeira mensalidade aos sócios da “Cruz Branca”, o seu primeiro nome, antes da inspiração carioca, foi estipulada em cinco mil réis pelo presidente Alcebíades Braga. Outro ponto importante na história da extinta agremiação está no uniforme, alvinegro, assim como o do Santa Cruz em seu primeiro ano de atividade. Por causa da aparência semelhante, a Liga Pernambucana (atual FPF) determinou que um dos dois teria que ceder, com os corais adotando o vermelho e virando, enfim, tricolor na temporada seguinte.

Após a pioneira conquista, o Campeão da Fidalguia não alcançaria mais destaque, caindo de rendimento a cada década. Em 1945, dois anos antes de sua última participação no Estadual, foi atropelado pelo Náutico por 21 x 3 (sim, 21 x 3), a maior goleada da história do futebol pernambucano. Saiba mais aqui.

Caiu no ostracismo, saindo de cena. Mas é inegável, já estava na história.

Há 100 anos…

Uniforme do Flamengo do Recife

Ranking pernambucano com 101 títulos, sendo 22 amadores e 79 profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2014). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

Organizado ininterruptamente desde 1915, do amadorismo ao profissionalismo, o Campeonato Pernambucano chegou ao fim de mais uma edição, a 101ª. No ranking histórico, o Santa Cruz, 28 vezes campeão, agora está a 12 títulos do Sport, o maior vencedor. Levando em conta apenas a era profissional, a partir de 1937, vantagem rubro-negra é de 9 taças. Então, como curiosidade, confira abaixo a divisão de campeões estaduais oficiais nas três vertentes.

Sobre a transição dos dois períodos do futebol local, basta notar que se neste ano o triunfo do Tricolor foi assistido in loco por 46 mil pessoas, no Arruda, no primeiro torneio o público não passou de três mil espectadores. Uma decisão de football no antigo campo do British Club, entre Flamengo e Torre.

Estádios e cifras distintas. Em vez de salários de R$ 100 mil, no passado, a caminho da profissionalização, alguns jogadores até pagavam para atuar, como mensalidades de 10 mil réis. Foi assim até a 23ª edição, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi o Central, que firmou um acordo com o Atlético Mineiro para trazer o zagueiro central Zago.

Até aquele ato, o esporte vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Acima disso, do football ao futebol a sede por novas conquistas se mantém.

Campeonato Pernambucano, 1915/2015 (101 edições)
40 – Sport (2014, o último título)
28 – Santa Cruz (2015)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2015 (79 edições)
33 – Sport (2014)
24 – Santa Cruz (2015)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Futebol estadual dividido por 22 títulos amadores e 78 títulos profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2014). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

O Campeonato Pernambucano chegou a um século de história.

Hoje, trata-se de uma competição com investidores, transmissão na televisão, premiação e milhares de torcedores envolvidos. Em 1915, a  disputa era puramente amadora, com curiosos próximos aos campos.

Como em todo o país, a profissionalização do futebol foi lenta. Antes, alguns jogadores até pagavam para jogar, como mensalidades de 10 mil réis.

Foi assim até 1937, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi o Central de Caruaru, que firmou um acordo com o Atlético Mineiro para trazer o zagueiro central Zago, visando o Estadual.

Aquele ato marcou o nosso futebol, que já vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Apenas como curiosidade, vamos à divisão de campeões nas duas vertentes, amadora e profissional. Entre parênteses, o último título.

Confira um gráfico com as diferenças nas duas eras, tanto no esporte quanto no próprio Recife, clicando aqui.

Campeonato Pernambucano, 1915/2014 (100 edições)
40 – Sport (2014)
27 – Santa Cruz (2013)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2014 (78 edições)
33 – Sport (2014)
23 – Santa Cruz (2013)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Futebol estadual dividido por 22 títulos amadores e 77 títulos profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2013). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

A transição foi lenta, iniciada nos primeiros toques de bola nos campos do Recife, mas consumada só em 1937. Até ali, vários atletas pagavam para jogar. Até 10 mil réis, mensalidade de sócio. Muitos compravam os próprios uniformes. Houve quem não aceitasse a profissionalização e abandonasse o futebol.

Em 1937 a então Federação Pernambucana de Desportos (FPD) registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi do interior, o Caruaru, que foi buscar no Atlético-MG o zagueiro central Zago.

Aquele ato marcou o nosso futebol, que já vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como América, Sport e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Em todo o país, o processo transcorreu durante toda a década de 1930. Em vários estados, como Rio e São Paulo, ligas paralelas (amadoras e profissionais) realizaram campeonatos estaduais oficiais. Na contramão – ainda bem -, Pernambuco conseguiu evitar o desmembramento do certame.

Abaixo, os campeões estaduais nas duas eras. Entre parênteses, o último título.

Confira a arte numa resolução maior clicando aqui.

Total – De 1915 a 2013, com 99 edições
39 – Sport (2010)
27 – Santa Cruz (2013)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Amador – De 1915 a 1936, com 22 edições
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Profissional – De 1937 de 2013, com 77 edições
32 – Sport (2010)
23 – Santa Cruz (2013)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Todas as voltas olímpicas no campeonato estadual

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli, Sport e Odebrecht

A volta olímpica do Campeonato Pernambucano de 2013 será dada na Ilha do Retiro, em 12 de maio, ou no dia 19, em um estádio a ser escolhido pela FPF através de um critério técnico, acordado nesta segunda. Se houver igualdade nos pontos após os dois jogos, o saldo de gols definirá o mando, seguido de gol na casa do adversário. Nova igualdade? Sorteio. Confira o ato oficial aqui.

Alheio a essa polêmica, confira os locais das 98 voltas olímpicas anteriores no Estadual, de acordo com os dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro.

Várias conquistas aconteceram sem a necessidade de uma final, com o campeão ganhando de forma antecipada ou na final de um turno, por exemplo. Até hoje, os estádios dos três grandes clubes da capital registraram a história máxima em 71 oportunidades, ou 72,4% de todas as competições locais. E olhe que a primeira festa foi apenas em 1940.

No interior foram apenas duas vezes, mas com triunfos dos recifenses. Como curiosidade nos dados vale destacar a lista apenas com as taças erguidas em finais de campeonato. A estatística geral deve ganhar um novo palco a partir de 2014, com a inclusão da Arena Pernambuco. A FPF pretende obter o mando de campo da decisão, antes mesmo de um jogo extra.

Post atualizado às 20h25.

Volta olímpica (98 campeonatos)

Ilha do Retiro (35)
Sport (21, com 60%) – 1942, 1943, 1948, 1956, 1958, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2010
Santa Cruz (8, com 22%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987 e 2012
Náutico (5, com 14%) – 1945, 1952, 1954, 1964 e 1965
Amérca (1, com 2%) – 1944

Aflitos (19)
Náutico (8, com 42%) – 1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1967, 1968 e 1974
Sport (6, com 31%) – 1941, 1949, 1953, 1955, 1975 e 2009
Santa Cruz (5, com 26%) – 1947, 1959, 1969, 1972 e 1978

Arruda (17)
Santa Cruz (8, om 47%) – 1970, 1976, 1979, 1983, 1990, 1993, 1995 e 2011
Náutico (6, com 35%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (3, com 17%) – 1977, 1980 e 1982

Jaqueira (13)
América (3, com 23%) – 1919, 1922 e 1927
Santa Cruz (3, com 23%) – 1931, 1933 e 1935
Sport (3, com 23%) – 1920, 1928 e 1938
Tramways (2, com 15%) – 1936 e 1937
Torre (1, com 7%) – 1929
Náutico (1, com 7%) – 1939

Avenida Malaquias (8)
Sport (3, com 37%) – 1923, 1924 e 1925
América (2, com 25%) – 1918 e 1921
Torre (1, com 12%) – 1930
Santa Cruz (1, com 12%) – 1932
Náutico (1, com 12%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Aflitos Liga (2)
Sport (1, com 50%) – 1917
Torre (1, com 50%) – 1926

Antônio Inácio, Caruaru (1)
Sport (1, com 100%) – 1997

Paulo Coelho, Petrolina (1)
Santa Cruz (1, com 100%) – 2005

Final do Estadual (64 edições)

Ilha do Retiro (26)
Sport (15, com 57%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (8, com 30%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987 e 2012
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (15)
Santa Cruz (7, com 46%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995 e 2011
Náutico (6, com 40%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 13%) – 1977 e 1980

Aflitos (14)
Náutico (7, com 57%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (4, com 28%) – 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 21%) – 1947, 1959, 1969

Jaqueira (3)
Sport (1, com 33%) – 1920
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

British Club (2)
Flamengo (1) – 1915
Sport (1) – 1916

Aflitos Liga (1)
Sport (1) – 1917