Crucificando as capas e gerando debates

Capas da revista Placar em outubro/2012 e agosto/2001

Jornalisticamente falando, não é uma ideia nova. Mas gera polêmica.

A imagem de um personagem crucificado, não sendo ele Jesus Cristo, já estampou revistas não só de esportes como de outras editorias. Pautas diversas.

A edição recém-lançada da Placar, com Neymar em destaque, vem sendo tema de um debate sobre o uso da fotomontagem, tida como uma “ofensa” aos cristãos.

Houve até uma nota de repúdio da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que viu no “um recurso editorial com mera finalidade comercial”.

Mesmo que tenha sido focada no viés comercial, essa capa feriu até que ponto a liberdade de expressão na imprensa? A própria Placar já havia encampado esta ideia em agosto de 2001, com o meia Marcelinho Carioca.

Na época, a revista ainda era semanal. Não houve a mesma repercussão…

Reflexo das mídias sociais e da aceleração da informação?

Na década de 1970, a espanhola Don Balon colocou o craque Johan Cruyff. Em 1981, a revista Veja, a publicação de maior circulação do país, “crucificou” o cidadão brasileiro…

Qual é a sua opinião sobre o assunto?

Revista Don Balon e Veja

O mesmo país, a mesma capa, mas sem o mesmo destino

Revista Realidade de 1966, com Pelé, e Veja de 2012, com Neymar

Em abril de 1966, Pelé estampou a capa da primeira edição da revista Realidade. A publicação nacional circularia durante uma década. Na primeira, uma imagem marcante.

Bicampeão mundial, o Brasil partia para mais uma Copa do Mundo, agora a Inglaterra, em busca do tri, da posse definitiva da Taça Jules Rimet.

Na capa, um dos símbolos da coroa britânica, com o chapéu felpudo da guarda real.

Como se sabe, a Seleção não foi bem na terra do football e o tri só viria no México.

Agora, 46 anos depois, a revista Veja encampa a mesma ideia para a edição especial para a Olimpíada de Londres, destacando o futebol e o craque-mor, Neymar.

Que pelo menos o desfecho seja diferente…

Batalha do Serra Dourada no Top 10 da emoção

O site da revista Veja, publicação de maior circulação no Brasil, divulgou a sua lista com os “dez jogos que levantaram a torcida” nesta temporada, em todo o mundo. Em 5º lugar na lista, o já histórico Vila Nova 0 x 1 Sport, em 26 de novembro…

O ranking faz parte da seção “Fatos, imagens e ideias que marcaram 2011”.

Confira a lista completa clicando aqui.

Dez jogos que levantaram a torcida em 2011, seguindo a Veja

Veja bem a calculadora de 2014

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Nesta semana, a revista VEJA traz em sua manchete o atraso nos estádios brasileiros para cumprir o cronograma da Copa do Mundo de 2014 (veja AQUI).

Mas, na visão deste blog, vem com um erro grave na base dos cálculos…

Segundo a publicação, a final do Mundial, por exemplo, será realizada apenas em “2038”, segundo critérios matemáticos da reportagem.

Está no texto: “A reportagem comparou o orçamento previsto para a reforma ou construção de cada arena com o valor que foi investido nelas até agora. Em outras palavras, analisou a execução orçamentária estádio por estádio”.

A Arena Pernambuco tem um orçamento oficial de R$ 532 milhões. Lá, já foram investidos R$ 60 milhões. Segundo a VEJA, caso a obra local siga no ritmo atual, o estádio só ficará pronto em dezembro de 2015.

Aí está o problema na edição da revista com a maior tiragem de exemplares do país.

O próprio texto diz que seria preciso aumentar o gasto mensal em 72% para concluir a empreitada no tempo necessário.

Mas quem falou que o gasto mensal é estático? Na matéria, ninguém. Nenhuma obra é executada de maneira linear. Isso inclui edifícios, estaleiro, estádios, rodovias etc.

Desde que a obra começou, em 30 de julho de 2010, é gradual a evolução na carga de trabalho, principalmente no efetivo. De 18 operários, o projeto já chegou a 620. O gasto mensal de abril deste ano não foi o mesmo de agosto passado, sem a terraplenagem.

Em janeiro de 2012, o pico da obra, estão previstos 1.800 trabalhadores. Ou seja, não é difícil imaginar que o gasto mensal aumentará. No efetivo, o crescimento será de 190%.

O atraso existe e em todos os setores da Copa, como estádios, aeroportos e mobilidade urbana. Não precisa de cálculos mirabolantes para se chegar a essa conclusão…

Veja o hotsite do Diario sobre a evolução da Area Pernambuco AQUI.