Acidente de Thor Batista é mais comum do que se imagina

 

Centenas de condutores se envolvem em acidentes com consequências geralmente graves durante a noite em todo o país, como no caso do acidente envolvendo o filho de Eike Batista,Thor.

Imediatamente procura-se incessantemente uma causa para o acidente, excesso de velocidade, embriaguez ao volante, condições do veículo, histórico do motorista, e etc…Mas o que geralmente os motoristas, ciclistas e pedestres não sabem é que durante a noite nossa visibilidade diminui para 18% em relação ao que enxergamos durante o dia, ou seja, temos uma perda de 82% em nossa visibilidade.

Dessa forma, a noção de profundidade diminui, o que contribui para que pedestres e ciclistas geralmente não sejam vistos, por isso a percepção dos movimentos também é muito prejudicada. Por outro lado, é muito comum, pedestres e ciclistas à noite, usarem roupas com a cor preta, também não tendo a noção que isso contribui para que não sejam vistos à noite.
Este é mais um motivo que ciclistas e pedestres surpreendem os condutores e, por isso, os motoristas devem ficar atentos a mínimos movimentos que podem denunciar presença de pessoas que se lançam na via, repentinamente, saindo de lugares pouco iluminados.

Tenho certeza que muitos condutores não tem ideia do porque necessitam diminuir a velocidade após o anoitecer. Pelo contrário, normalmente, os condutores nesse horário têm as pistas menos congestionadas, e então não sabem do agravante de que com as pistas livres, correm mais, enxergando menos.

Também acredito que todos os motoristas envolvidos em acidentes com vítima, assim como Thor também não desejavam ou gostariam de, a partir de agora, carregar o peso para o resto de suas vidas de ter matado alguém. Na verdade, em um acidente como este, todos se tornam vítimas da falta de informação, de conhecimento e da educação que deveriam ser fatores fundamentais para nossa formação como participantes do trânsito.

O fato ocorrido deve servir, pelo menos, para que percebamos que todos os condutores de veículos automotores não recebem informações necessárias ao conquistarem sua Carteira Nacional de Habilitação e consequentemente evitarem um problema como esse; mas os pedestres e ciclistas deveriam receber essas informações ainda com maior prioridade, pois nesse conflito que o trânsito gera, estes são os mais frágeis e, naturalmente, os mais prejudicados.

*Salete Romero é Especialista em Psicologia e Segurança no Trânsito (via Portal do Trânsito)

 

One Reply to “Acidente de Thor Batista é mais comum do que se imagina”

  1. O texto ao meu ver, apesar do cunho educadional, esquece de bases legais e procedimentos/recursos tecnológicos.

    Aqui em PE, como, parece, em outros locais, as bikes, conforme legislação de trânsito, devem possuir refletores dianteiros, traseiros e nas rodas, retrovisor esquerdo e buzina para ser melhor vista à noite. Para quem se preocupa com a segurança, coisa rara por aqui, ainda adiciona lanternas dianteira e traseira sendo a de trás com função pisca-pisca que chama mais a atenção e facilita sua identificação numa maior distância.
    Tudo isso tem um custo, mas quem banca a perder de vista o comodismo ou lazer, se valorizasse tanto a vida, os itens citados, alguns já obrigatórios nos modelos novos, teriam tratamento similar.
    Agora, vejo nas ruas daqui irresponsáveis circulando em bikes que nem freio, pois itens de visualização parece ser muito, e quando tem noto maior presença do dianteiro. Numa economia porca desta, o indivíduo se precisar frear de forma urgente não vai ter como, se só tiver o freio da frente terá uma boa chance de cair da bicicleta já que este só serve quando parado tendo em vista que pedalando não só provoca desiquilíbrio como folga a coluna do guidõ e se usar o calçado como freio, estará diminuindo a sua vida útil.
    Outra é que numa via movimentada do tipo estada, é melhor para quem anda de bike seguir no sentido contrário do fluxo quando possível para ver o quem na sua direção e na impossibilidade, usar o retrovisor. Atravessar também a via deve ser feita de forma muito pensada, pois em bikes com marcha que não estão devidamente reguladas, a pessoa pode inventar de atravessar achando que dá tempo e no meio do caminho ocorre uma troca de marcha involuntária que pode incorrer num prejuízo de tempo.
    Isso tudo mostra o quanto a falta de responsabilidade do ciclista pode prejudicar em momentos decisivos.
    No caso do condutor, em tocante a situação de Thor, o SLR McLarem tem farol bi-xenon e só por ter xenon na luz baixa já permite um ganho de visibilidade, 30% superior aos conjuntos halógenos, ou seja, ainda que a condição física noturna crie uma perda de visão, o sistema do veículo pode compensar inalteradas as demais variáveis. Num trajeto não tão iluminado como o do local do acidente, não se sabe, o farol alto poderia está ligado e se é com xenon então a visibilidade seria melhor ainda e para velocidade alta ou no limite da via com características de estrada é recomendável se não tiver veículos próximos. Se você dirige mais rápido à noite, terá que tentar ver com maior antecipação as coisas adiante e o farol alto ajuda nisto. Outra, não é atoa que fabricantes desenvolvem sistemas de visão noturna por laser ou infravermelho para ampliar à noite a capacidade de se ver as coisas mais distantes já que durante o dia a luz natural permite mais facilmente, claro, desconsiderando outros fatores como sol forte e veículo com cor semelhante ao pavimento e daí sugerir ligar o farol durante o dia.
    Enfim, mostro que não é apenas comportamento e limitação do corpo ao meio externo, mas também priorizar condições mínimas de segurança que contribuem para percepção de terceiros e o uso correto da tecnologia disponível.
    Alguns podem até pensar que no caso do xenon há uma defesa escondida para a sua liberação, mas não. Sei que a construção de um farol considera o tipo de lâmpada e por isso sou contra o emprego de lâmpadas mais eficientes como o xenon em farois que não o levaram em consideração.