Carros com mais proteção

Por

Cel. Luiz Eduardo Hunzicker

Considerando que o cenário do trânsito brasileiro apresenta como resultado dos acidentes cerca de 40 mil mortos e 450 mil feridos anualmente, agregando enormes custos financeiros em atendimento emergencial, internamentos e tratamentos de recuperação pagos por toda a sociedade.

Danos emocionais também fazem parte da dor. Tanto o inventor do automóvel, como aqueles que o fazem evoluir em beleza, conforto e potência não concebera, o automóvel para bater, colidir, tombar ou capotar. Porém, o panorama é assustador. Os feridos, inválidos e mortos no trânsito são questões de saúde pública e como tal deverão ser tratados.

Remédios preventivos como a educação, a conscientização, a fiscalização e a punição cumprem o seu papel parcialmente e devem ser trabalhados constantemente.

O corpo humano não pode ser reforçado a ponto de suportar o impacto com o veículo. A maioria dos veículos que circula pelas vias urbanas e rodovias são frágeis quanto à proteção ao condutor e passageiros. Assim sendo, deve entrar em foco a engenharia veicular.

O governo federal deveria regulamentar a proteção aos ocupantes dos veículos, principalmente dos automóveis e camionetas, através de lei. Uma lei que obrigue as montadoras a oferecer ao público para fins de comercialização automóveis e camionetas chamados “básicos” equipados, no mínimo, com: cintos de segurança dianteiros e traseiros; encosto de cabeça dianteiros e traseiros; barras de proteção laterais e traseira, airbag frontal e laterais; ar quente, desembaçador e limpador do vidro traseiro e uma estrutura no compartimento dos ocupantes do veículo que o transforme numa verdadeira célula de segurança que não se deforme ao tombar ou capotar.

Todos os nossos condutores precisam destas medidas, pois mesmo aquele que trafega de forma prudente , obediente e cuidadosa pode ser vítima de um imprudente e irresponsável que provoca o acidente. E o governo deve legislar, sem postergar estas medidas. Nada de transferir a vigência das medidas. Se com estes equipamentos o veículo “básico” ficar mais caro; compra aquele que pode. Pelo menos as “cascas de ovo” deixarão de existir.

Existem veículos com muito mais equipamentos de segurança do que os citados neste texto. Por aí, percebe-se o quanto é importante a proteção aos ocupantes. Neste texto, estou falando em termos de mínimo. O que se pode esperar é que este mínimo já faça reduzir as vítimas, pois o acidente até pode ocorrer, o importante é que não resulte em vítimas. Estes equipamentos são mais importantes do que o rastreador.

 

Fonte: Portal do Trânsito

2 Replies to “Carros com mais proteção”

  1. Notei falta de conhecimento do autor do texto em parte das sugestões para a melhoria da segurança dos veículos.

    Não citando datas, os encostos de cabeça de cabeça já são obrigatórios para os ocupantes laterais do veículo, tanto na frente quanto atrás, o que para mim é uma pena, pois o quinto passageiro – que fica no meio – sai prejudicado, e neste ponto, a lei deveria ser assim: cintos de três pontos e apoios de cabeças para todos os passageiros. As barras de proteção laterais em projetos mais recentes já são instaladas nos veículos e com a nova lei de segurança, virarão uma obrigatoriedade, pois os testes de impactos também são feitos lateralmente. A lei também já está obrigando a instalação dos air bags frontais e ABS de série e a partir de 2014 todos deverão sair de fábrica com os dois. A terceira luz de freio – popular brake ligth – também já é obrigatória. Ar quente, desembaçador e limpador de vidro traseiro ajudam, mas para certos veículos – picapes com capota na caçamba ou uso – vidro traseiro com propaganda – mostram que não é um item suficientemente importante, e no caso do ar quente, ainda temos o fator climático do local onde é vendido, pois para regiões bastante frias ele é útil e o ar condicionado é dispensado, mas em locais com médias altas, o ar vira item preferencial e também ajuda no desembaçamento dos vidros tornado o quente se relevância.

    Air bags laterias ao meu ver ajudam para impactos de baixa velocidade, mas se for mais severos, os de cortina fazem mais diferença por impedir que a cabeça bata em partes duras – vidros e coluna – provocando cortes e/ou traumatismo, então é melhor ter frontais, laterais e de cortina, só que na Europa até onde sei não há essa obrigatoriedade. Há sim uma valorização do consumidor por veículos seguros e aí os fabricantes para tirarem notas maiores nos testes impactos dotam seus produtos com mais itens de segurança cientes que o consumidor valoriza. Lá já há cronograma para ESP ser item de série e este depende pelo menos do ABS para funcionar.
    Enquanto aqui querem obrigar o uso dos farois em rodovias durante o dia, a Europa já obriga para veículos feitos a partir deste ano o DLR – Luz Diurna – que é acionada ao dar a partida deixando o veículo perceptível de frente e isso em qualquer via, ou seja, facilita a vida do condutor evitando até de ser penalizado se em rodovias não acionar os farois por esquecimento ou desconhecimento.
    Sobre as células de sobrevivência, só faz sentido exigir isso se obrigar a liberação de vendas a partir de uma nota mínima nos testes de colisão e até poderia-se conceder redução tributária como o novo regime automotivo prever, pois veículo mais seguro não é apenas com carroceria reforçada, mas depende de itens complementares como air bags.
    Agora, tornar os veículos inacessíveis em função de aumento de preço para melhoria de segurança é sustentar os altos preços que já pagamos por veículos pouco equipados e estruturamente menos reforçados.
    Enquanto na Europa ou nos EUA um veículo de médio porte com cheio de itens de segurança e nota alta nos rigorosos testes de colisão é vendido pela metade do valor que pagamos aqui numa simples conversão de moeda e o nacional não vem tão completo e quando submetido em testes tira nota pior, ou seja, parecem até que estão economizando na produção das chapas deixando-as menos resistentes.
    O que tem que se fazer é fazer uma reforma tributária para que os preços em toda a cadeia baixem – custos e preço final – além do incentivo a competitividade e obrigação de mais itens relevantes a segurança. Pagar ainda mais caro para se ter um produto mais seguro já ocorre hoje. Temos é pagar menos para ser algo melhor desde da categoria de acesso.
    Luz baixa e/ou alta via xenon ou LEDs com função adaptativa, piloto automático adaptativo, sensor de ponto cego reforçam a segurança, mas pode ficar para os produtos bem mais caros que já trazem o mínimo de segurança exigido.