As leis mais ignoradas no trânsito

Usar cinto de segurança, não furar sinal vermelho e não dirigir alcoolizado. Essas são regras do trânsito já bastante difundidas entre os condutores. No entanto, existem outras normas que estão bem longe do cotidiano de muitos motoristas porque elas são mais difíceis de serem fiscalizadas ou porque sua existência é desconhecida.

Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), durante os dois primeiros meses de 2012, foram aplicadas 27.944 infrações a veículos que transitaram com velocidade superior a permitida em até 20%. Já quando a infração dizia respeito ao ato proibido de usar buzina entre as 22h e 6h, apenas seis infrações foram aplicadas em todo o ano passado, no estado, e nenhuma neste ano.

O diretor de fiscalização e engenharia de trânsito do Detran-PE, Sérgio Lins, confirma que existem regras no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que são mais difíceis de serem fiscalizadas. “Se um guarda de trânsito multa um condutor por dirigir com uma mão só, o motorista terá mais margem para contra-argumentar. Poderá alegar que estava passando marcha ou sinalizando uma manobra”. O diretor também aponta como uma razão para o alto número de multas por excesso de velocidade e avanço de sinal, por exemplo, o fato de esse tipo de infração ser monitorado por sensores eletrônicos e não por pessoas. “Mesmo com todo o aparato dos agentes de trânsito, as máquinas conseguem uma precisão maior”.

O Vrum/Diario de Pernambuco lista agora algumas regras de trânsito que podem ser desconhecidas por quem dirige, mas que devem ser cumpridas, uma vez que visam prioritariamente a segurança de motoristas e pedestres. Fique atento para também não ser surpreendido por multas.

+As mais ignoradas

Dirigir com uma mão só

Cansaço, comodidade, costume. São vários os motivos que se pode utilizar para justificar o fato de não estar com as duas mãos no volante. Além de comprometer a segurança, o motorista que guia com uma mão está cometendo uma infração média (artigo 252 do CTB). Fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha ou acionar equipamentos e acessórios são as únicas ações que a lei permite que sejam feitas com uma das mãos enquanto a outra está no volante.

Uso ilegal da buzina

Quando motoristas acreditam que sinalizar com a buzina é a melhor saída, poucos são os que analisam o local e o horário para saber se a ação é legal. Segundo o artigo 227, do CTB, o uso da buzina só pode ser feito com toque breve, para advertir pedestres e outros veículos. De acordo com a legislação, quem usa o item de forma sucessiva e prolongada, entre as 22h e 6h, em locais e horários proibidos pela lei realiza uma infração leve.

Ultrapassar pela direita

É quase certo afirmar que todo mundo que passou por uma autoescola sabe que o certo é ultrapassar pela esquerda. Contudo, na hora em que a pressa fala mais alto, não é difícil encontrar aqueles que ultrapassarão por qualquer um dos lados. O CTB deixa que isso aconteça apenas quando o veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda. Uma infração média será aplicada a quem fizer a ultrapassagem proibida.

Estacionar na contramão

Na luta diária que muitos travam para tentar achar uma vaga de estacionamento, achar um espaço para parar o carro traz muita alegria. Na afobação para ocupar a vaga, muitos podem não lembrar (ou saber) que o artigo 181, do CTB, não permite que o carro seja estacionado na contramão. Parar o automóvel no mesmo sentido traz mais segurança para o condutor na hora de sair com o veículo, pois diminui as chances de uma colisão. A infração neste caso é média.

Muito próximo à esquina

Ainda tratando do dilema de estacionar, imagine encontrar um espaço vazio e que ainda tenha sombra. Perfeito, não é? Mas se este verdadeiro oásis estiver localizado a menos de cinco metros da esquina, a legislação diz que o seu carro não pode ser parado lá. A medida visa a proteção do condutor que está entrando numa rua e pode ser surpreendido por um carro estacionado. Segundo o artigo 181, do CTB, a infração neste caso também é média.

Película no vidro dianteiro

Umas das máximas da direção defensiva é: “veja e seja visto no trânsito”. A dica não pode ser cumprida se películas escuras forem colocadas nos vidros do carro. A Resolução 73 do Contran estabelece que a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% para os vidros incolores dos para-brisas e 70% para os para-brisas coloridos e demais vidros indispensáveis à dirigibilidade. Mas não é difícil encontrar quem esteja descumprindo a norma e cometendo uma infração média.

Carro lento em faixa rápida

Você já deve ter presenciado a situação em que um veículo em velocidade mais lenta está numa faixa destinada a carros mais velozes. O artigo 219 do CTB fala que transitar em velocidade inferior à metade da máxima estabelecida para a via se caracteriza como uma infração média. A atitude só é válida se as condições de tráfego e meteorológicas não permitam que o condutor trafegue na velocidade recomendado ou se ele estiver na faixa da direita.

Não sinalizar manobra

Utilizar a chave de seta do veículo para indicar a entrada à esquerda, à direita ou mudança de faixa é uma forma simples de evitar colisões que podem trazer danos materiais e físicos para os envolvidos. Perante o artigo 196, do CTB, não sinalizar a manobra implica em infração grave. Já quem deixar de se deslocar, com antecedência, para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão, quando for manobrar para um desses lados comete infração média.

FONTE: Vrum

3 Replies to “As leis mais ignoradas no trânsito”

  1. Se você está numa via com duas ou mais faixas para um mesmo sentido, se encontra na faixa rápida e topa com um veículo a sua frente em velocidade um pouco menor, mas superior aos que estão na faixa da direita, você vai forçar o deslocamento dele para a outra faixa quando poderia fazer pela direita desde que sinalizando a mudança de faixa e depois passar a ir para a faixa mais rápida novamente? Sei que o condutor deve obsevar pelo retrovisor a aproximação de outros veículos justamente para perceber que se houver necessidade de ultrapassagem, se faça antes a mudança de faixa para liberar a via a ter que fazer forçado e, por vezes, não ter como passando a aumentar a velocidade para não reter tanto o cara que pede passagem. Desde que o condutor sinalize com antecedência a mudança de faixa, não vejo problema em ultrapassar pela direita se for possível, pois é melhor ficar como muitos fazem, cortar farol alto e ficar colado na traseira forçando o cara a frente ir para a faixa mais lenta e olhe que isso remete a outra situação: mesmo que você esteja no limite da velocidade da via e na faixa rápida, se um engraçadinho ou veículo de emergência vier por ela com velocidade acima da permitida, você tem que ceder passagem mudando de faixa.

    Estacionar a menos de 10m de uma esquina é horrível para veículos grandes, 5m então…

  2. Muitos motoristas (principalmente os que dirigem carros muito potentes ou importados) costumam dirigir de modo arrogante e deselegante! Se vc está no limite de velocidade da via na faixa da esquerda e está ultrapassando os veículos da direita, quem vem atrás deve esperar a ultrapassagem e não ficar se espremendo entre os veículos! Devemos dirigir defensivamente e não feito loucos alucinados querendo que todos saiam da sua frente!!!

  3. È Newton, isso se chama falta de educação. Você pode está na faixa esquerca, pretende acessar a direita para mais adiante se dirigir a uma tranversal, e topamos com pessoas na direita que não dão passagem mesmo vendo um veículo sinalizando a intenção e a sua frente. Tal medida termina atrapalhando de duas formas: o condutor que quer ir para a direita termina forçando a barra mesmo, pois poderá passar pela transversal e essa forçado pode ocorrer até na entrada da tranversal, ou seja, você na faixa esquerda ter que parar a direita para fazer a conversão; a outra é deixar de pegar o acesso mais próximo para fazer em outro após, o que nos dias de hoje implica num veículo mais tempo numa via sem necessidade, maior despesa com combustível e perda de tempo.
    Muitos dos problemas no trânsito são falta de educação.