O metrô e os circulares

O metrô é o transporte de massa estruturador em qualquer cidade do mundo, porque a sua capacidade de transportar é maior do que a do ônibus. Na lógica da operação do sistema, todos os outros modais devem se voltar para o metrô para fazer a integração. Na verdade, ainda estamos atrasados nesse dever de casa.

E há vários aspectos a serem analisados: inclusão de bicicletário, estacionamento para os carros ou motos nos terminais integrados e, principalmente, linhas circulares eficientes. São etapas que, aos poucos, começam a ser vencidas. Os bicicletários são promessa para os novos terminais de integração. E a gente espera que se cumpra. Já as linhas circulares terão que ser ampliadas ou implantadas.

O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano ampliou de quatro para seis as linhas circulares do centro expandido, um reflexo do aumento da demanda de passageiros em função dos novos terminais integrados. Por isso, a linha Sul do metrô também terá que ser beneficiada com os circulares. O TI Aeroporto iniciou este fim de semana, a operação com uma linha circular e os terminais Tancredo Neves e Cajueiro Seco também serão beneficiados com os circulares. A inclusão do circular, por si só, não significa que tudo vai funcionar conforme o figurino.

Não adianta muito ganhar tempo na viagem de metrô e perder minutos preciosos esperando o circular em filas gigantescas. A dinâmica do intervalo das viagens e, sobretudo, uma melhor facilidade de acesso aos terminais irão completar o ciclo da integração dos modais. E quem sabe, cada vez mais pessoas deixem a bicicleta, o carro ou a moto e peguem o metrô. Estou quase me convencendo.

3 Replies to “O metrô e os circulares”

  1. É Tânia, o que você disse sobre a perda de tempo no aguardo de ônibus tirar o ganho obtido com o metrô é similar ao questionamento que fiz num forum e até vi na TV, sábado, usuário falando o mesmo.
    O governo promete ganho de tempo de até 30min com os futuros corredores Leste/Oeste e Norte/Sul via BRT/TRO e estes, de certa forma, são análogos ao metrô. A promessa começa a fugir da realidade quando usuários que hoje pegam apenas um ônibus para ir ao centro terem que pegar dois. No caso do Leste/Oeste, dois TIs – Perimetral 3 e 4 – serão feitos e deverão receber as hoje linhas de bairros para fazer a migração para o BRT/TRO. Acredito que as linhas de bairro não irão circular pelos corredores exclusivos e se forem, será pelo tráfego misto. A migração desses dois TIs para os BRT/TRO deverá ser feita por passarelas, então no futuro, o usuário que pega uma linha de bairro terá que se dirigir ao TI mais próximo, acessar a passarela, e esperar o BRT/TRO da vez, e no processo inverso, aguardar a linha que vai para o seu bairro chegar ao TI. Essa brincadeirinha pode anular ou até aumentar o tempo gasto para se fazer o trajeto hoje.
    Outra, já reportado aqui, será a possível entrada dos BRTs/TROs em tráfego misto ainda que em pequeno percurso, mas se esta via mista tiver um problema, o transporte que tem como uma das vantagens menor tempo de translado pode sofrer do mesmo problema das demais linhas – depender da fluidez de um trânsito cada vez pior.
    O colega no forum chamou a atenção que o metrô aqui não chega realmente a um local onde a massa das pessoas circula citando a Guararapes. Eu vou mais além dizendo que em grande parte do trajeto, ele fica afastado dos principais pontos de concentração pessoas e assim força a dependência do uso de ônibus para se chegar a eles. Fazer o quê? Cada cidade com o seu problema.

  2. Bem…..Estamos atrasados nesse quesito,é muito simples; Quem manda aqui são os donos de empresas de ônibus e pronto!!!

  3. A integracao de bike nos metros deveria ser mais rápida, pois adaptaçoes sao baratas e simples. questao de políticas, proprietários de empresas de ônibus deixarem.
    deveriam também fazer ramais suspensos de metro vlt, ou seja, como exemplo: ligar o metro da antonio falcao a domingos ferreira suspenso. dai faria a interligacao REAL DA ZONA SUL COM O RESTO DO SISTEMA.