O Recife que tropeça nas calçadas

 

O estudo divulgado ontem traduziu em números uma realidade bem conhecida de quem anda a pé pela cidade. De 12 capitais brasileiras, Recife ocupa o  4º lugar no ranking das que têm as piores calçadas. Buracos, imperfeições nos pavimentos, degraus, lixo, ambulantes, falta de acessibilidade, iluminação e sinalização são alguns dos problemas que atormentam os pedestres.

O levantamento foi feito pelo Mobilize Brasil, um portal da Associação Abaporu, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Os dados foram levantados entre fevereiro e abril deste ano e vão subsidiar a campanha nacional Calçadas do Brasil, para estimular vias melhores para os transeuntes.

De acordo com o estudo, a pior calçada do Recife está na Rua do Hospício, no Centro. Além de estreito – a largura mínima deve ser de 1,20m, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) -, o passeio é tomado por buracos, comerciantes e lixo. “Nossas calçadas são uma vergonha e essa aqui é uma das piores da cidade. Já cai num buraco caminhando em Casa Amarela e fiquei 30 dias com a perna quebrada”, relatou a aposentada Rivanilde Soares, 70. Considerando os critérios irregularidades no piso, degraus, largura, existência de rampas de acesso, obstáculos, iluminação, paisagismo e sinalização, as calçadas da Rua do Hospício receberam média 3, inferior ao resultado da cidade, que foi 4,95.

O estudo selecionou ruas e áreas com alta circulação de pedestres, como terminais de ônibus, redondezas de hospitais e ruas comerciais. No Recife, dez vias foram avaliadas. De acordo com o estudo, o local onde o pedestre tem vez na capital é na Avenida Boa Viagem. O calçadão obteve a maior nota: 8,50. No Recife, vigora a Lei de Edificações e Instalações que determina que a manutenção das calçadas seja feita pelo proprietário do imóvel.

Já  no entorno de praças, parques ou em frente a prédios públicos, a conservação é dever da prefeitura. “É claro que as calçadas do Recife não são boas, mas estamos tentando melhorar a acessibilidade”, reconheceu a assessora executiva da Secretraria de Controle e Desenvolvimento Urbano e Obras Glória Brandão. (Ana Cláudia Dolores)

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