Estacionamento não é um problema público

O ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, que fez uma verdadeira revolução urbana na dinâmica de circulação da capital da Colômbia, privilegiou pedestres, ciclistas e o transporte público. Neste vídeo, ele diz porque a mobilidade não motorizada deve ter prioridade.

One Reply to “Estacionamento não é um problema público”

  1. Alguém perguntou a esse prefeito como ele vai e volta a prefeitura?
    Dizer que fazer vias para automóveis não traz retorno político e reconhecimento é desconsiderar, não sei no país dele, mas aqui é, que paga-se altas taxas que são destinadas a conservação e melhoria de infraestrutura, enquanto ciclista e pedestre não pagam diretamente para essa finalidade. Logo, condutor de carro não tem que agradecer, pois espera retorno da taxa paga.
    Via para pedestre significa calçadas padronizadas, mas se não há por aqui ainda definicação a quem se deve cobrar pelo estado da calçada, o IPTU que seria uma forma de recurso para conservação também não é bem aplicado, pois há quem pague o imposto e não tem nem sua rua calçada.
    Na ótica prefeito, carro é um luxo, portanto que o tem banque por estacionamentos raros e caros, ande bastante do ponto onde deixou o carro para ir ao ponto que pretende ir, se vire para levar filhos ao colégio/médico, leve as compras nas costas como se o público fosse a melhor para tudo. Se o carro é tão ruim e o público é tão bom demanda muito mais atenção, então façamos o seguinte: todos os usuários de carro marquem um dia para só usar o público. Se ele é tão bom, não vai saturar e vai atender com êxito essa migração; a outra é deixem de comprar e não invistam nas vias para estes, assim provocaremos demissões em massa e até fechamento de montadoras, não receberemos novos investimentos que diminuiriam o desemprego e promoveriam o desenvolvimento, e se tiver ainda uso racional das conduções, se durante a semana cuja maioria abriria mão do carro para usar o público desafogando vias, nos finais de semana teríamos enormes congestionamentos já que as tarefas que realmente fazem sentido o uso do carro estariam comprometidas com vias que só privilegiam outros segmentos.
    É muito fácil dar um exemplo de melhorias e não entender outros fatores que estão em jogo. Talvez por isso que Bogotá não tem uma indústria de carros como a daqui que ainda vai ganhar novos investimentos promovendo riqueza e avanço.
    A melhor escolha ao meu ver é, sim, promover melhorias mais relevantes ao transporte público que aqui em Recife está longe de Curitiba, mas não se deve esquecer o individual. Um dos motivos por termos conquistado a Fiat foi o crescimento do Nordeste na aquisição de bens que engloba o veículo particular. Opto por deixar nas mãos do usuário optar por usar o transporte público e o individual, e não como parecem sugerir, forçar a migrar.
    Voltando a questão do estacionamento nas ruas, se é muito bom tirar os carros estacionados nas vias melhorando a circulação dos que realmente precisam, construir edifícios-garagem no centro é válido e não será de graça, pois se é pago para estacionar na via, não seria diferente no outro. A verticalização é muito melhor que vermos hoje várias ruas ocupadas com veículos estacionados e isso diminuiria assaltos também.
    Para mim, é uma obrigação o gestor investir nas várias formas de locomoção, pois quando eu precisar de uma delas, estarei satisfeito. Se esse prefeito aqui não melhorasse a locomoção para carros e eu uso ônibus, carro e usei bike, criticaria ele de toda forma. No dia que o pobre deixar de ser e poder comprar um carro, antes elogio no transporte público que este usava pode virar crítica pela falta de investimento no outro.