Invisíveis, mas nem tanto

 

 

Eles nunca fizeram parte de um estudo de circulação e tampouco de estatística sobre origem e destino, mas nunca deixaram de estar lá. Os ciclistas sempre ficaram à margem do sistema viário do Recife, mas seja por modismo ou bandeira política eles começam a dar as caras. Que seja! O importante é que se façam vistos como uma das apostas nos deslocamentos e não apenas de lazer.

Há muitos caminhos a serem percorridos de todos os lados até que possamos perceber o Recife como uma cidade “amiga da bicicleta”. Mas alguns passos estão sendo dados. Pela primeira o sistema cicloviário faz parte de um plano diretor, que promete ampliar o número de ciclovias na cidade. Hoje temos apenas 28km e potencial para cerca de 2 mil km, segundo o Instituto da Cidade Pelópidas Silveira. E a própria Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) está ampliando a inserção de ciclofaixas, a exemplo do binário Encanamento/Arraial. É verdade que são necessários ajustes, mas isso é próprio de quem busca acertar e a CTTU com certeza ficará sensível às sugestões dos cicloativistas, que sabem o que é melhor para eles.

É importante que não se criem ciclovias ou ciclofaixas da mesma forma como implantaram rampas para cadeirantes em quase toda esquina para “atender” ao discurso da mobilidade, mas na maioria das vezes inacessíveis. Como disse, temos um longo caminho a percorrer, mas talvez o passo mais importante seja fazer com que o ciclista se sinta inserido dentro do sistema de trânsito. Ainda não há estudos de quantos são e para onde vão? O certo é que eles estão nas vias e cada vez menos invisíveis que antes.

2 Replies to “Invisíveis, mas nem tanto”

  1. Acredito que se deve sar espaço específico para ciclistas como também garantir a mobilidade de pedestres, e, nesse sentido, os dois têm lutas semelhantes!
    Até porque os preços para muitos inacessíveis e incompatíveis com a má qualidade, o desoconforto e a ineficiência do transporte público fazem do andar a pé e do ciclismo uma boa alternativa.
    Só acredito que a prioridade deveria ser criação de faixas exclusivas para os ônibus conseguirem andar, quem sabe associadas com as chamadas “ciclofrescas”! Estimular o transporte público e desestimular o uso de carros! Afinal, não há como transformar Recife numa São Paulo, pois não tem como alargar as ruas, dentre outras razões!

  2. Eu sou a favor de calçadas melhores para se locomover, bem como vias seguras para utilizar a bike, mas não dá para pensar que transporte coletivo que deve ser motivado também é solução. O ideal seria o uso racional de cada meio, mas garantindo que cada meio de transporte possa ser usado a contento. Se há um transporte público que preste e me permita chegar ao trabalho mais distante e portanto inviável de usar a bike, ótimo. Se não é tão longe assim, uso a bike enquanto fizer sol e o ônibus quando chover. Contudo, quando precisar usar o carro, se tiver, para tarefas que bike e ônibus não servem, o mesmo imposto que pago para ter o direito de usá-lo quero ver aplicado em vias bem pavimentadas, sinalizadas e sem congestionamento, afinal de contas aqui se paga duas, três vezes por um produto igual ao vendido lá fora, afora preços de combustíveis, seguro, etc também caros e não poder circular com fluidez e segurança.
    Enfim, não se trata de beneficar o individual ou o coletivo, mas a todos.
    Um grupo pequeno se diz contra os elevados da Agamenon que vão beneficiar muitos dando várias explicações para tal. Se é para beneficiar um ferindo outro, então que prejudique todos. Menos carros na rua é possível com rodízio simples e barato. Quem acha que é beneficiar individual será forçado a usar o coletivo por não poder usar o seu carro e assim vai, mas como não há estrutura em nada (vias que suportem mais carros, transporte coletivo bom e preferencial, vias para os ciclistas, calçadas boas para transitar), nenhum vai suportar possível migração – tem lugar que há congestionamento de bicicletas, o público não aguenta todo o individual e por aí vai.