Moto com baixa cilindrada pode ser proibida de circular em rodovia

 

Proposta aprovada na Comissão de Viação e Transportes (PL 6857/10) proíbe a circulação de ciclomotores, motonetas e motocicletas com menos de 125 cilindradas em rodovias. O relator, deputado Hugo Leal, do PSC fluminense, alterou o projeto original que ampliava a proibição para motores de até 250 cilindradas. Cilindrada é medida da capacidade de expansão do motor em centímetros cúbicos e está relacionada à potência do veículo. O relator explica que a restrição é necessária para garantir maior segurança e evitar acidentes nas rodovias.

“É uma tendência, isso tem acontecido no mundo exatamente para evitar que motos que não têm estabilidade possam ir para autopistas e sofrer as consequências do deslocamento do ar e de velocidades expressivas que elas obviamente não podem acompanhar.”

A proposta aprovada também retirou do projeto original a inclusão da Agência Nacional de Transportes Terrestes no Sistema Nacional de Trânsito. Para o relator, a Agência já possui suas próprias atribuições. Já o autor da proposta, deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, não concorda com a alteração. Para ele, o texto aprovado impede a ampliação da fiscalização nas rodovias.

“O substitutivo reduziu muito o projeto, então acho que não tem muita significância do jeito que foi aprovado.”

O projeto original determina, ainda, multa para veículos de carga que circularem com peso acima do permitido nas rodovias. No substitutivo, os valores das multas foram especificados, conforme a infração. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.

De Brasília, Amanda Martimon
Fonte: Agência Câmara

VLT do Rio de Janeiro vai funcionar a bateria

 

 

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), meio de transporte inserido no projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, é aguardado com grande expectativa pelos cariocas. O sistema integra os projetos da cidade para a Copa de 2014 e Olimpíada 2016.

Enquanto serviço, o VLT traz uma grande novidade: o sistema de bilhetagem por validação, com a compra da passagem feita do lado externo do veículo. No interior do vagão, não haverá necessidade de catracas, roletas ou cobradores. Por este sistema de cobrança, já utilizado em países da Europa, o passageiro ingressa no trem e só então seu bilhete é marcado num leitor digital durante a viagem.

Dos mais avançados meios de transporte do mundo, utilizado em cidades como Barcelona, Berlim e Paris, o VLT do Rio de Janeiro terá 28 km de trilhos, distribuído em seis linhas. Duas delas têm previsão de entrega para a Copa. As outras quatro deverão estar concluídas até os Jogos Olímpicos.

Para Jorge Arraes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Rio de Janeiro (Cdurp), órgão responsável pelas obras, o VLT representa uma revolução na utilização do transporte público: “Será um marco para o Rio de Janeiro, não só em relação à capacidade e qualidade do transporte coletivo como pelo beneficio ambiental. Nós vamos introduzir um sistema de bilhetagem por validação, novidade no país. As estações e paradas abertas não terão catracas, o que proporcionará expressiva mudança no comportamento do usuário”. E completa: “Por fim, será um transporte integrado, conectando todos os modais da área, incluído no Bilhete Único, confortável e sustentável. Configura um momento diferencial na história do transporte coletivo da cidade”, declarou Arraes.

O traçado do VLT na cidade foi definido de forma a interligar os principais modos de transporte público, os pontos turísticos da região e as áreas de grande circulação. E permitirá o acesso e o deslocamento muito mais rápido entre locais de grande fluxo, como a Leopoldina, Central do Brasil, Cinelândia e Praça XV.

Para tanto, o projeto prevê a construção de quatro estações principais de VLTs – Rodoviária, Aeroporto Santos Dumont, barcas (Praça XV) e Central do Brasil – e 42 paradas, integrando bairros portuários com a nova área central de negócios, que também faz parte do processo de revitalização da região.

A rede prioritária de integração, definida pela prefeitura do Rio, engloba um trecho da Avenida Brasil, que permite o atendimento da área central de negócios; e a ligação da estação Central do Brasil (trens para o subúrbio carioca) com as barcas, via rua Sete de Setembro, e a sua continuidade até o aeroporto Santos Dumont, via rua General Justus. (Veja documento em PDF figura 1.6.4 – pg. 56).

Em uma segunda etapa, ainda sem previsão de sair do papel, haverá extensão do serviço às regiões da Glória, Lapa, Cidade Nova e São Cristóvão.
“O VLT é um componente fundamental na concepção e implantação do novo sistema viário da Região Portuária, com grande impacto positivo sobre o trânsito da cidade. Ele ligará trens, metro, barcas, teleférico, ônibus e aeroporto. Significa que será muito mais confortável optar pelo transporte coletivo integrado para transitar no Centro. Mais que a inovação, ele é um elemento que trará eficiência ao transporte coletivo, combinando sustentabilidade e qualidade”, observou o presidente da Cdurp.

VLT com energia embarcada, sem fios

Além de não poluente, silencioso e eficiente, o VLT carioca dispensará rede aérea de alimentação da tração do veículo. Ou, não contará com pantógrafos, em linguagem técnica. Em vez disso, os veículos contam com um sistema de energia próprio, denominado energia embarcada, por bateria e/ou supercapacitores. A alimentação será feita em pontos específicos – nas paradas e cruzamentos principais. Essa tecnologia utiliza bancos de capacitores com dupla camada de isolamento e grupos de bateria, todos de alto desempenho. Desta maneira, os bancos de capacitores também conseguem ser mais econômicos, recuperando e armazenando a energia gerada no processo de frenagem do próprio veículo.

O VLT terá uma frota de 32 veículos (Veja documento em PDF, quadro na pg. 167) no início da operação, até atingir o total de 42, todos equipados com ar condicionado. A frente de cada veículo será protegida com um dispositivo absorvedor de choque, de forma a resistir a impactos, sem deformação, até velocidades de 5 km/h.

Até dezembro, será definido o processo de licitação do VLT. O modelo e dimensões dos veículos, assim como o local e país do montador e fornecedores das peças, serão definidos somente após ser conhecida a concessionária vencedora da licitação. Também ficará a cargo da empresa escolhida a instalação e operação do serviço.

O início das obras para a implantação dos VLTs está previsto para início de 2013. No entanto, a Cdurp já toca as obras de adequação e reformas de ruas e túneis que receberão os VLTs. A futura operadora poderá optar por um modelo de 2,40 m de largura, com capacidade para 400 passageiros, que seria o mais indicado para atender às condições físico-operacionais existentes no traçado determinado para o VLT no Rio de Janeiro. Ou, dependendo de resultados de novos estudos, poderá até mesmo adotar um veículo de 2,65 m, com capacidade para 430 pessoas (Veja gráfico no documento em PDF, pg. 145), tais como velocidade máxima, sendo que a velocidade média foi estabelecida em 15km/h).O custo total das obras está orçado em R$ 1,1 bilhão, sendo que R$ 582 milhões virão do governo federal, através do PAC da Mobilidade.

 

Fonte: Portal Mobilize

Mobilidade no 1º escalão

Por

Tânia Passos

A criação de uma secretaria para cuidar da mobilidade no Recife traz muitas expectativas e questionamentos. A expectativa é que o tema passe a ser uma prioridade em toda a sua dimensão. Desde a preocupação com as calçadas, até hoje com medidas tímidas e pouco eficazes, o entendimento da prioridade ao pedestre, reduzir pontos de conflito no tráfego, facilitar a acessibilidade com conforto e segurança, incentivar modais não motorizados e ainda contribuir pela melhoria do transporte público. A questão é se tudo isso caberá dentro de uma secretaria.

Um dos pressupostos para uma cidade ter mobilidade é pensar a ocupação dos espaços públicos. Essa foi uma lição que a cidade de Curitiba aprendeu cedo, ainda na década de 1950, quando criou o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Guardadas as devidas proporções foi o que se tentou fazer aqui com a criação do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira. Ainda não se sabe o destino que o Pelópidas terá na atual gestão. Em Curitiba, o IPPUC fez a diferença. É lá onde os gestores públicos vão para buscar alternativas de planejamento da cidade. Como os funcionários são concursados, a maior parte do corpo técnico não muda, quando muda o gestor.

Para a nossa nova Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, o titular da pasta João Braga, que até bem pouco tempo era consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), além de ter sido ex-secretário de Defesa Social e de Infraestrutura, também traz no seu currículo a construção do camelódromo da Avenida Dantas Barreto. O camelódromo tem sido, até agora, um calcanhar de Aquiles para os governantes. Pelo visto, a cidade está dando mais uma oportunidade a Braga em um tema que mexe com a vida de todos. Só esperamos que o Recife não se torne um laboratório de experiências. Planejar e elaborar estudos nunca foi o nosso forte. Mas pode passar a sê-lo. Então, boa sorte ao secretário!

Fonte: Diario de Pernambuco