(Des)centralizar o Recife

 

Centro do Recife - Foto - Alcione Ferreira

Por

Tânia Passos

Pelo menos dois terços da população do Recife se deslocam para trabalhar em apenas um terço do território do município. Imagina o que isso significa em termos de deslocamentos! O Centro do Recife, onde fica a Região Político Administrativa 1 (RPA-1), é o ponto de maior convergência de pessoas, seguido da RPA-6, onde está o bairro de Boa Viagem. Não é de se espantar que praticamente todas as linhas de ônibus se dirijam ao Centro. Fazer o caminho da descentralização do comércio, serviços, frentes de trabalho e ainda moradia e lazer é um passo importante para a melhoria da mobilidade.

Com uma área de 219 quilômetros quadrados e uma população de 1,5 milhão de pessoas distribuídas em 94 bairros, o Recife não tem muito para onde crescer. Por isso, é preciso replanejar as suas centralidades urbanas. A área territorial, onde estão inseridas as seis RPAs, revela não apenas desigualdades sociais, mas também um descompasso entre as áreas mais populosas, adensadas e motorizadas, que interferem diretamente na mobilidade de uma cidade.

O bairro de Boa Viagem, o mais populoso com quase 123 mil habitantes, tem também a maior taxa de motorização, com 1,3 habitante por carro. Em Peixinhos, que tem a menor taxa de motorização da cidade, são 16,77 habitantes por carro. O problema não é o fato de nem todo mundo ter esse meio de transporte, mas sim a ausência de uma diversidade de modais para alcançar as centralidades.

Mobilidade Travada

Trabalhar a descentralização dos centros urbanos é uma das missões do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira para os 500 anos do Recife. De acordo com a presidente, Evelyne Labanca, até dezembro de 2013 estará pronto o termo de referência do edital que vai selecionar uma empresa de consultoria para uma pesquisa em todos os bairros. O estudo vai apontar o que cada um precisa para evitar que os moradores necessitem se deslocar. “Quanto mais as pessoas tiverem acesso aos serviços, comércio, trabalho e moradia na própria região, sem precisar percorrer grandes distâncias, melhor será. E esse é o nosso desafio para o Recife que queremos em 2037”, apontou Labanca.

Leia a matéria completa no Diario de Pernambuco

3 Replies to “(Des)centralizar o Recife”

  1. Justamente isso que tenho observado, tudo é em boa viagem ou no centro. Observo que mesmo pessoas que moram em outras cidades da RMR quando querem comprar algo convergem para o centro da cidade e me pergunto se na cidade delas não existem certas lojas. Acredito que é algo cultural também o “ir para a cidade”. Recife inventou de virar cidade grande então tem que mudar, eu não gostaria de morar numa cidade parecida com a insuportável São Paulo.

  2. Fátima:o Recife virou uma São Paulo.por culpa nossa!nossa mentalidade travou no fim dos anos 80!eu li essa matéria no jornal e é uma pena ver Boa Viagem com um bom serviço do ônibus,priorizar o carro.lamentável ver o Recife com essa mentalidade.o exemplo de sexta feira passada parece q não surtiu efeito na sociedade recifense.do jeito q vai(priorizar o carro)não vamos mais andar em 2015!

  3. o bairro do curado no recife rps-5 é totalmente sub populoso e tem uma área enorme 1 mil hectare ,enorme agora com a copa pode ser que melhor , amanha dia 1 de junho será aberto o TI TIP no curado no recife que vai beneficiar mais o curado em jaboatao pela falta de gente.