Navegação para a Zona Sul é outra aposta do Recife

Mapa Zona Sul do Recife - navegação

O Recife deve ganhar mais um trecho navegável dentro do projeto Rios da Gente, do governo do estado. A Rota Sul, que estava prevista no projeto original, mas que havia sido retirada por falta de recursos, foi reintegrada à proposta de tornar o Capibaribe navegável. O novo ramal que deve ligar o Centro à Zona Sul foi apresentado, ontem, pelo governador Eduardo Campos e pelo secretário das Cidades, Danilo Cabral, aos ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e do Planejamento, Miriam Belchior, em Brasília. O estado solicitou ao governo federal a liberação de mais R$ 115 milhões que seriam suficientes para criar mais oito quilômetros de transporte fluvial. Até agora, pelo menos 13 quilômetros estão garantidos com as rotas Oeste e Norte, cujas obras, no valor de R$ 293,6 milhões, estão em andamento.

A Rota Sul levaria o passageiro de barco da Rua do Sol, no Centro do Recife, até a Avenida Antônio Falcão, em Boa Viagem, passando pelo Cais José Estelita e Pina. A quantidade de estações que estariam ao longo dos oito quilômetros ainda não foi definida. Os recursos solicitados, no entanto, dariam para bancar tanto essas estruturas quanto a dragagem de trechos dos rios Capibaribe, Beberibe e Jordão. A proposta foi apresentada ao governo federal como mais uma opção de transporte público para a Zona Sul da capital que ainda pode ser integrado aos demais modais, como o ônibus e o metrô.

Segundo o secretário Danilo Cabral, o estado está tentando integrar as três rotas no Centro da cidade. Para isso, está sendo estudada uma intervenção de engenharia nas pontes da Boa Vista e Seis de Março, mais conhecidas como Ponte de Ferro e Ponte Velha. Elas seriam elevadas para permitir a passagem das navegações quando a maré estivesse alta. A manobra, tecnicamente chamada de macaqueamento, não afetaria as caraterísticas das pontes.

O secretário também fez um apelo aos ministros para que possam intermediar, junto com o ministro da Defesa, uma negociação com a Marinha do Brasil a respeito da liberação de vias na Vila Naval, em Santo Amaro. O estado precisa instalar uma estação do corredor fluvial nessa área e criar uma via para veículo individual paralela a Cabugá que será dedicada ao Bus Rapid Transit (BRT) no sentido Recife/Olinda. “Se isso não ocorrer, inviabilizará o projeto da navegabilidade e do corredor da Cabugá”, pontuou Cabral.

A nova rota navegável

  • O projeto de navegabilidade ganharia a Rota Sul, ligando o Centro a Boa Viagem
  • 8 km de extensão
  • R$ 115 milhões de investimentos
  • Inicialmente, 2 estações estão previstas, mas esse número pode aumentar: Estação Bairro do Recife e Estação Boa Viagem

Trajeto da Rota Sul

  • Agência Centro dos Correios
  • Palácio do Campo das Princesas
  • Bacia do Pina
  • Rio Jordão – até a Antônio Falcão

Projeto de navegabilidade em curso
Rota Oeste ( da estação Metrô Recife à estação Dois Irmãos)

  • 11 km
  • 40 minutos é o tempo estimado do percurso

Cinco estações

  • Estação Dois Irmãos – BR-101
  • Estação Santana – Ao lado do Parque de Santana
  • Estação Torre – Próximo ao Carrefour
  • Estação Derby – Localizada ao lado do Memorial de Medicina
  • Estação Recife – Atrás da estação Central do Metrô

Rota Norte ( da estação da Rua do Sol à estação Tacaruna)

  • 2,9 km
  • 20 minutos

Duas estações

  • Estação Correios – localizada na  Rua do Sol, no bairro de Santo Antônio
  • Estação Tacaruna – próximo ao Shopping Tacaruna

Embarcações

  • 13 embarcações (uma de reserva)
  • 14 metros de extensão
  • 90 passageiros sentados
  • 156 viagens por dia
  • 18km é a velocidade média estimada
  • 335 mil pessoas por mês deverão ser transportadas
  • 293,6 milhões de reais é o custo total do projeto (sem a Rota Sul)

Fonte: Secretaria das Cidades

 

9 Replies to “Navegação para a Zona Sul é outra aposta do Recife”

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  2. Mais uma vez,Boa-Viagem vai ser beneficiada!!! Sempre Boa-Viagem,eu pensei que iria aumentar a tragetoria da estação da Guararapes que vai até o Shopping Tacaruna,pelo menos aumentar até o Varadouro em Olinda. Aí sim,valeria a pena!!! Mas da Guararapes até o Shopping??? Muito curto o percurso,só pra turista mesmo. Só a rota Oeste vale a pena…..

  3. a ilusão $$ da navegabilidade
    Só reconheço comentários favoráveis por quem tiver ido e ficado até o fim da 1ª audiência “pública” sobre o “projeto” de navegabilidade dos rios e de ter visto os senões de alguns técnicos, verdadeiros especialistas.
    O jornal deve ter limites pra vender “notícias”, mas nem ao menos os textos usam expressões como “previsão”, “previsões”, mas já apresenta como certo pelo uso dos verbos no futuro afirmativo?… Confunde-se com releases, notícias oficiosas.

    humberto cavalcanti

  4. Estamos cansados de promessas que não se realizam. Foi assim com o Projeto da Agamenon Magalhães e com o Cais José Estelita. Esse Projeto de Navegabilidade vai realmente sair ou é mais outra falácia?? E as demais obras do PAC?? E a BR 101 na altura da Cidade Universitária??
    É muita falácia!!

  5. Tem certas decisões, neste projeto da Navegabilidade do rio Capibaribe, que parece coisa de amadorismo. Em 2008 projetaram uma rota partindo do Marco Zero até Olinda no Varado passando pelo canal da malária, que na maré baixa fica com 15cm de água no leito deste canal. A rota Norte da rua do Sol á estação Tacaruna, na maré baixa, vai navegar literalmente na lama, cavando um canal em uma área muito assoreada. Em vez de aproveitar a dragagem do rio Beberibe e seguir até Olinda próximo a comunidade ilha do maruim. Rota Sul, o rio Jordão, só enche em período de chuvas, além de concentrar uma grande concentração de esgoto sanitário. Em 2009 quando participei do IV Workshop Recife – Marceille, escutei de um palestrante, que os barcos de passageiros do rio Capibaribe deveriam navegar em zig zag para atender os dois lados da margem do rio. Ainda este ano participei de uma palestra na Aliança Francesa,”Navegabilidade Metropolitana”. A onde escutei a mesma história de o barco de passageiro no rio Capibaribe navegar em zig zag. Diziam que não podia levantar á ponte da Boa Vista, por que a mesma era tombada pelo patrimônio histórico. O corre que em cada extremidades desta ponte, passa uma via transversal, com 12m de comprimento. Neste caso, com o levantamento desta ponte, pode ocorrer um aclive bastante elevado dificultando a passagem dos veículos.

  6. A blogueira e jornalista continua sem questionar, sem dar espaço à dúvida, pois saltam aos olhos minimamente críticos a inviabilidade de realização (e de manutenção) de tal projeto. Alguns obstáculos foram colocados claramente pelo Prof. Ricardo Braga, foram 8 pontos!, na 1. audiência “pública” sobre mobilidade urbana e o projeto de navegabilidade. Mas, assim como não questiona os empresários de ônibus, os balanços e as planilhas por eles apresentadas, mostra-se mais interessada no suspeitíssimo prêmio Urbana, que só engana leitores menos informados e de menor senso crítico. Carreirismo e arrivismo mais que ética é o que faz vender o jornal e dar espaço pra tal tipo de jornalismo, pelo menos nesse caso. Claro, sua Editoria, é responsável por isso também. Triste.

  7. Prezados,

    haja vista as dúvidas e obstáculos aqui apontoados, pergunto, caso realmente seja inviável o transporte por barcos em vários trechos anunciados, um hovercraft não seria uma opção? Esse equipamento é anfíbio e flutua sob um colchão de ar nas superfícies, tanto líquidas quanto sólidas.

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