Os piores dias para tirar o carro da garagem

 

Um dia normal de engarrafamento no Recife

Quem mora em grandes cidades brasileiras já deve ter notado que alguns dias da semana são mais ou menos propensos a congestionamentos. Mas o que muitos motoristas já cogitaram na prática, a fabricante de GPS TomTom constatou cruzando dados do trânsito de nove cidades brasileiras.

Em ranking recente, a empresa concluiu que, em boa parte das grandes metrópoles nacionais, as terças e as sextas-feiras são os piores dias para ir ou voltar do trabalho levando em consideração o tempo extra gasto no percuso por causa do trânsito.

Os moradores de Recife (PE), por exemplo, gastam em média  até o dobro de tempo para voltar para casa  no entardecer das sextas-feiras quando se leva  em conta a duração do mesmo percurso em horários do dia sem congestionamento.

Em São Paulo, nas terças-feiras de manhã, os motoristas gastam até 49% a mais de tempo por percurso devido aos engarrafamentos.

Veja os piores dias para tirar o carro da garagem em 9 cidades brasileiras. Confira também quanto tempo os motoristas perdem por dia em cada local e a posição dos municípios no ranking global da TomTom.

Em tempo: as cidades foram listadas de acordo com suas posições no ranking da TomTom.

Onde mais se perde tempo parado no trânsito no Brasil

Indicador

O que é

Dias com os piores horários de pico da manhã

Dia da semana + Em quanto aumenta a duração do percurso por causa do congestionamento

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Dia da semana + Em quanto aumenta a duração do percurso por causa do congestionamento

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

Tempo extra de duração do percurso por causa de congestionamentos diários

Posição no ranking mundial

Posição em lista de 146 cidades

Rio de Janeiro (RJ)

Cidade

Rio de Janeiro

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (75%)* e Sexta (74%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (87%)* e Terça (81%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

26 minutos

Posição no ranking mundial

3

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Salvador (BA)

Cidade

Salvador

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (69%)* e quinta (66%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Quinta (84%)* e sexta (77%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

24 minutos

Posição no ranking mundial

5

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Recife (PE)

Cidade

Recife

Dias com os piores horários de pico da manhã

Quinta (88%)* e Terça (84%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (101%)* e Quinta (82%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

27 minutos

Posição no ranking mundial

6

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Fortaleza (CE)

Cidade

Fortaleza

Dias com os piores horários de pico da manhã

Quinta (57%)*, Segunda (52%)* e Terça (52%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (69%)* e Quinta (63%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

22 minutos

Posição no ranking mundial

23

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

São Paulo (SP)

Cidade

São Paulo

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (49%)* e Segunda (45%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (69%)* e Quinta (62%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

20 minutos

Posição no ranking mundial

36

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Belo Horizonte (MG)

Cidade

Belo Horizonte

Dias com os piores horários de pico da manhã

Segunda (47%)* e Terça (45%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (78%)* e Quinta (55%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

20 minutos

Posição no ranking mundial

70

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Porto Alegre (RS)

Cidade

Porto Alegre

Dias com os piores horários de pico da manhã

Segunda (47%)* e Terça (46%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Quinta (56%)* e Sexta (55%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

19 minutos

Posição no ranking mundial

89

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Brasília (DF)

Cidade

Brasília

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (39%)* e Segunda (37%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (67%)* e Terça (54%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

18 minutos

Posição no ranking mundial

106

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Curitiba (PR)

Cidade

Curitiba

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (35%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (48%)* e Quinta (42%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

16 minutos

Posição no ranking mundial

118

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos.

 

Fonte: Agência ANTP

Ciclista deve ou não usar capacete?

 

Uso do capacete nos ciclistas não é unanimidade. Credito: Nando Chiappetta/DP/ D. A Press.
Uso do capacete nos ciclistas não é unanimidade. Credito: Nando Chiappetta/DP/ D. A Press.

Recentemente, participei de um encontro promovido pela Ameciclo, onde se se discutiu a forma como a imprensa enxerga a bicicleta no contexto do trânsito. Para minha surpresa, saí de lá convencida de dois aspectos: um que o capacete do ciclista não é tão importante como acreditava (redução da velocidade nas vias irá oferecer mais segurança) e segundo, nem sempre usar a contramão é o mais grave quando a cidade não oferece alternativa segura de circulação. Aqui compartilho um texto do Blog Vá de Bike, que traz uma abordagem de especialistas de Londres, também contrários ao uso obrigatório do capacete em ciclistas.

——-

Uma lei para tornar obrigatório o uso do capacete para ciclistas está em análise no Parlamento Britânico, e dois médicos estão argumentando contra a idéia. Sua opinião é que simplesmente não há evidências suficientes para sustentar a hipótese de que o uso de capacete salva vidas, e que a evidência que existe é, na melhor das hipóteses, contraditória.

Mas eles também apresentam alguns convincentes argumentos morais contra a obrigatoriedade do capacete para os ciclistas – e, também, para esquiadores, remadores, e até mesmo pedestres.

Os autores, Carwyn Hooper e John Spicer, da Universidade de Londres, reconhecem que suas idéias não são convencionais (a British Medical Association apoia a aprovação da lei, por exemplo), mas eles explicam o que eles acham que é uma falha na lógica da BMA: dizer que os capacetes de bicicleta protegem bem as pessoas quando caem da bicicleta para o pavimento (todos os testes padrão de capacetes de bicicleta são quedas, onde um capacete cai de cerca da altura do ombro de uma pessoa em uma bigorna plana). Mas os capacetes não são resistentes o suficiente para proteger contra lesões ao cérebro e ao crânio causadas pelo impacto com um carro ou voando para fora da bicicleta para a frente ou para trás como os capacetes de moto fazem. (Eles são a favor do uso obrigatório do capacete para motocicletas porque eles dizem que existem evidências claras de que isso reduz mortes e ferimentos).

Como prova de que usar um capacete de ciclista pode não ajudar em nada, Hooper e Spicer se referem a um pesquisa australiana de 1990 que mostra que 80 por cento de ciclistas mortos ou feridos graves estavam usando capacetes no momento do acidente.

Enquanto os documentos também indicam que os motoristas tiram mais finos de quem usa o capacete, talvez, usar um capacete de segurança entorpeça os ciclistas para os perigos ao seu redor, eles também deixam claro que há argumentos econômicos, bem como sociais, contra o “Estado babá” que são dignos de debate.

Por exemplo, há a idéia de que a obrigatoriedade do uso de capacete reduz o número de pessoas que usa a bicicleta e que você nunca vai conseguir que o nível de ciclismo da Inglaterra chegue no mesmo nível, ou até mesmo próximo, da Holanda ou Dinamarca (nenhum dos quais obriga o uso de capacete) se for adicionado ainda outro impedimento para pedalar. Claro que se isso fosse a única razão impedir o aumento do número de ciclistas nos EUA, onde as nossas leis de capacete variam de estado para estado e geralmente incluem apenas as crianças, teríamos muito mais ciclistas do que temos agora.

Então, talvez o seu mais forte argumento contra as leis do capacete obrigatório é aquele que deve entrar em ressonância com a maioria das pessoas aventureiras: que deveríamos ter o direito ao risco. Sim, isso parece um paradoxo. E ambos os médicos reconhecem que quando se trata de crianças, que não podem exercer julgamento, devemos impor determinados comportamentos.

Mas eles dizem que o risco está intimamente conectado à autonomia e que a obrigatoriedade do uso de capacetes em uma esfera da vida considerada de risco pode levar a mandatos para proteção em todos os tipos de atividades, desde escalada ao esqui. Pode, argumentam eles, até mesmo levar à proibição de comportamentos que, estatisticamente falando, nunca são realmente tão perigosos quanto não-participantes podem acreditar, uma vez que, por exemplo, aplinismo pode parecer suicídio para quem vive sentado no sofá, mas morrer por um ataque cardíaco é muito mais  comum do que os riscos que correm praticamente todos atletas outdoor.

Então, eles estão, em essência, argumentando que o risco é essencial ao ser humano, e você não pode proibir isso.

Talvez por isso tanto o primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, e o prefeito de Londres, Boris Johnson, andam de bicicleta sem capacete: Eles querem um pouco de aventura, assim como o resto de nós.

Fonte: http://www.adventure-journal.com/2012/03/doctors-argue-against-mandatory-bike-helmet-laws/