Carro demais em Curitiba ameaça qualidade do transporte público

O trânsito já se tornou reclamação constante na boca do curitibano e um dos motivos pode ser a quantidade de carros nas ruas da cidade. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital do Paraná tem a quarta maior proporção entre pessoas e automotores. Existe um veículo para cada 1,3 habitante. Isso significa que são 1.746.896 curitibanos para 1.315.305 veículos. Diante de tantos carros, o tráfego intenso acaba sendo inevitável.

Na avaliação do professor de Urbanismo do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Paulo Rolando de Lima, os congestionamentos e a demora no deslocamento diário vão continuar crescendo. “Este é o preço que se vai pagar por ter optado pelo transporte individual. Todos reclamam, mas querem ir à padaria de carro”. Aliado a isso, destacou o docente, tem-se a melhoria da renda da população e o crescimento da chamada Classe C, que consome cada vez mais e a partir de agora pode concretizar o sonho do carro próprio.

Parte deste problema, que também pertence a realidade da outras grandes cidades, pode ser solucionada com investimentos no transporte público a ponto de torná-lo confortável para aqueles usuários que não têm outra opção e atrativo para aqueles que possuem carro. A ideia é que o carro não faça parte do dia a dia. “O cidadão precisa entender que ele faz parte do funcionamento do trânsito”, afirmou Paulo de Lima.
De acordo com o professor Paulo Rolando de Lima, a estrutura do transporte coletivo de Curitiba já funcionou bem, mas hoje, com o crescimento da cidade, o deslocamento para algumas regiões é difícil. “Só para o Centro está resolvido, mas precisa ampliar e melhorar as linhas que ligam os bairros”, afirmou. “É necessário dar eficiência e velocidade no percurso”, acrescentou.
Via Blog Meu Transporte

Maioria dos veículos circula sem seguro no país. O seu tem?

 

Quanto maior o tempo de uso do veículo, mais caro se torna o seguro opcional. Essa fórmula perversa tem levado os consumidores com carros mais antigos a abdicarem dessa proteção ao patrimônio. Apenas 28,3% dos 48 milhões de veículos que circulam no país – aqueles com a documentação em dia – possuem seguro. O percentual chega a 59% dos veículos novos, mas cai para 37% da frota com até três anos de uso. Só 20% dos 13,5 milhões de veículos segurados têm mais de seis anos de idade. O que poderia ser feito, então, para tornar esse produto mais acessível?

Para Neival Freitas, diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o alto custo do seguro opcional no país está relacionado ao preço das peças na reparação de sinistros que, segundo o Código de Defesa do Consumidor (artigo 21), têm que ser novas e originais. “Infelizmente o preço do seguro vai encarecendo na medida em que o tempo passa e se torna fora do alcance do consumidor. O Código admite que, se o consumidor concordar, podem ser utilizadas peças usadas ou não originais, o que poderia baratear o preço, mas isso nunca foi regulamentado”, diz Freitas.

Como exemplo, ele cita um Volkswagen Golf com 12 anos de uso, com preço atual de mercado em torno de R$ 20 mil. “Se houver uma colisão e uma porta precisar ser trocada, esse conserto vai custar 17,5% do valor do carro, considerando que uma porta nova custa em torno de R$ 3,5 mil. Proporcionalmente, é (um custo) muito alto”, ilustra. A solução, garante o executivo, seria o uso de peças usadas, que custam entre 20% e 30% de uma nova.

O problema é que, atualmente, o comércio de peças usadas dá margem a práticas criminosas como o roubo de veículos para desmanche. O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei (nª 345/07, do Senado) que regulamenta o desmanche, mas a matéria foi vetada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro de 2011. “Estamos na expectativa de que esse projeto volte à pauta, pois se você cria uma rastreabilidade para as peças abre a possibilidade de sua utilização pelas seguradoras”, comenta Neival Freitas.

O preço do seguro pode variar entre 5% e 20% do valor do veículo. Proprietária de um Fiat Uno Mille ano 2000, a servidora pública Fabiane de Oliveira Batista, 32 anos, está há cinco anos sem contratar o seguro opcional. “Nas vezes em que fui tentar fazer o seguro, achei muito caro, não valia a pena”, depõe. Ela acha injusto desembolsar uma quantia tão alta – em 2011 cotaram o dela por cerca de R$ 1,6 mil – e ter que pagar a franquia sempre que precisar.

“É uma despesa a mais que a gente acaba excluindo. Valeria a pena no caso de perda total ou roubo. Mesmo assim, se o carro for roubado e depois encontrado, ainda que todo depenado, o seguro não cobre”, argumenta. Para completar, ela diz que o tipo de veículo que possui é muito visado por ladrões, o que encarece o valor do seguro. “Tenho uma amiga que tem um Ford Ka e o seguro é bem mais barato.”

Fonte: Trânsito Manaus (Via Portal do Trânsito)

Documento de licenciamento poderá vir com quilometragem do carro

 

A quilometragem rodada pelo veículo poderá se tornar informação obrigatória do documento de licenciamento anual. Isto é o que prevê o PLC 112/2011, projeto a ser analisado na próxima reunião da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), que ocorrerá na terça-feira (27), às 11h30.

Pelo texto, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), os Detrans de todo o país deverão criar um campo específico para informar, no certificado de licenciamento expedido anualmente, a quilometragem rodada. A intenção do autor é conter a ação de proprietários desonestos que reduzem a quilometragem mostrada no hodômetro para facilitar a venda do veículo.

Essa informação, diz ainda o texto, deverá ser verificada e anotada na inspeção veicular periódica, prevista no artigo 104 do CTB, mas que ainda precisa ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Transito (Contran). Na inspeção, devem ser avaliadas as questões de segurança do veículo e de poluição sonora e atmosférica, e caso o projeto seja aprovado, também a quilometragem, sem ônus para o proprietário ou o erário.

O relator, senador Lauro Antonio (PR-SE), deu parecer favorável ao texto. A matéria ainda precisa ser analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde recebe decisão terminativa.

Fonte: Agência Senado

 

Condutoras acima de qualquer piada

Diario de Pernambuco

Por Laís Capristano

 

Se você é daquelas motoristas que mal sabem onde fica o motor do carro e acham que fazer “manutenção” significa botar gasolina e encher os pneus de vez em quando, talvez seja hora de conhecer um pouco mais sobre automóveis. Pensando nesse perfil de condutoras que querem ficar bem longe do estereótipo machista da “barbeira”, o Detran-PE abre, nesta segunda-feira, as inscrições para um curso gratuito de mecânica básica para mulheres. O órgão também vai dar capacitações de direção e pilotagem defensivas, essas abertas também aos homens.

Os cursos serão oferecidos durante todo o ano, na sede do Detran, na Estrada do Barbalho, Iputinga. As inscrições para as 2.920 vagas podem ser feitas no site www.detran.pe.gov.br. Os alunos têm que ser maior de 18 anos e devidamente habilitados.

Bastante procurado, o curso de mecânica para mulheres atende a uma parcela de motoristas carentes por mais conhecimento ao volante, inclusive para não serem enganadas em oficinas mal intencionadas. “As participantes começam a ter noções básicas sobre o funcionamento dos veículos de passeio e podem identificar problemas mecânicos”, descreve a gestora da Escola Pública de Trânsito (EPT), Joelma Sena. Quem já concluiu o curso garante que vale a pena. “Hoje eu sei trocar o óleo e o pneu e consigo reconhecer alguns problemas no carro”, disse a cuidadora Alcione Nascimento. Antes de frequentar as aulas, ela tinha medo de enfrentar uma oficina mecânica. “Agora posso resolver sozinha qualquer contratempo do meu carro, sem medo de ser enrolada nas oficinas”.
Nos cursos de pilotagem defensiva e direção defensiva, os alunos, em sua maioria homens entre 18 e 30 anos, buscam instruções para evitar acidentes. Foi o caso do policial militar Adriano Ramos, 32 anos. “Trabalho de moto quase todos os dias e senti que precisava dessa capacitação para minha profissão e minha vida pessoal”, ressaltou.

As instruções sobre legislação de trânsito, noções de cidadania e técnicas para evitar acidentes serão repassadas aos alunos durante cursos semanais. As lições vão trazer dicas sobre condução em situações adversas, frenagem com desvio seguro, curvas e direção eficiente. Ao final do ciclo de explanações e exercícios práticos, os concluintes receberão um certificado. “Para muitas pessoas, este é um diferencial na hora de concorrer a uma vaga no mercado de trabalho. Uma especialização em condução segura dá mais credibilidade ao profissional”, acrescentou a gestora Joelma Sena. A Escola Pública de Trânsito funciona das 8h às 12h, de segunda à sexta, de acordo com o calendário letivo da instituição.

Saiba mais

Cursos e vagas

Mecânica básica  para mulheres

Inscrições: 26/03
Vagas: 30 pessoas
Início das aulas: 02/04

Praticando direção defensiva

Inscrições: 02/04
Vagas: 35 pessoas
Início das aulas: 09/04

Pilotagem defensiva

Inscrições: 02/04
Vagas: 35 pessoas
Início das aulas: 09/04

 

 

 

Quem disse que carro é investimento?

 

Diario de Pernambuco

Por

Tatiana Nascimento

Os engarrafamentos são constantes. As condições das ruas e estradas, sofríveis. Ainda assim, muitos brasileiros não tiram da cabeça o pensamento de ter um carro na garagem. Para isso, basta juntar a grana ou financiar o veículo em suaves prestações. Este pensamento não poderia estar mais errado. O preço para levar o carro para casa – à vista ou financiado – é apenas um dos custos que este “novo membro da família” dará ao feliz proprietário.

Não dá para ter ilusões. O filho/carro terá de ser alimentado (combustível) e limpo (lavagem). Também deverá ter um plano de saúde (seguro), ir ao médico (manutenção) regularmente. Sem contar as emergências que podem acontecer no dia a dia (um pneu furado, por exemplo). É por estas e outras que um carro popular pode custar ao proprietário cerca de R$ 10 mil por ano. Sem contar o valor da compra/financiamento.

“Há um conjunto de despesas que deve ser calculado. É preciso colocar isso numa perspectiva anual, mas também prever uma despesa fixa no mês com o carro”, explica o professor de economia da Faculdade Boa Viagem Marcelo Barros. Uma das despesas está dando as caras justamente agora: o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Aqui no estado, os automóveis de passeio usados com até 15 anos pagam uma alíquota de 2,5% sobre o valor de mercado (valor venal).

Exemplo: um Palio ELX Flex/2010 vai pagar R$ 551,17 com o IPVA. A primeira cota ou cota única vence em março (veja o calendário completo no quadro). As outras duas cotas vencem em abril e maio. Quem opta por pagar em apenas uma parcela tem um desconto de 5%. “Quem atrasa o pagamento tem um acréscimo de 0,25% ao dia. Com 60 dias chega a 15%. A cada mês, além a multa, tem o acréscimo da Selic”, diz Júlio Lóssio, gerente de veículos e IPVA da Secretaria da Fazenda.

O educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro Livre-se das dívidas, lembra que, antes de sair com o veículo da concessionária, é necessário fazer o seguro. Mas é preciso pesquisar entre as seguradoras, já que há uma grande flutuação nos preços. O valor vai depender do modelo do carro, da idade, se o motorista é homem ou mulher (mulheres pagam menos). Outro item que representa um custo alto é o combustível, lembra Domingos.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina no Recife é de R$ 2,61. O motorista de um carro com tanque de 40 litros gastará R$ 104,40 para abastecê-lo. Se usar dois tanques por mês, serão R$ 208,80. No ano, o gasto médio com gasolina será de R$ 2.505,60. Assustou? Pois é. Outra despesa que deve ser contabilizada é com o estacionamento. Quatro horas em um shopping saem, em média, por R$ 5.

“Também é preciso contabilizar o custo das revisões. Isso dá para ver já na concessionária ao levar o carro. Mas há uma coisa que pouca gente leva em conta, que é a depreciação do veículo”, lembra Marcelo Barros. Após o primeiro ano de compra, a desvalorização pode variar de 9,7% a 25,5%, dependendo do modelo. O levantamento foi feito pela Agência AutoInforme/Molicar. O Celta é o que menos sofre depreciação. Ainda assim, são quase 10% a menos de valor por ano.

Barros também reforça que, justamente por conta da depreciação, não dá para pensar no carro como um investimento. Ele é um bem de consumo que bem usado e com planejamento pode dar muitas felicidades para a família. “É diferente de um imóvel, que se deprecia numa velocidade muito menor à valorização. No caso do carro a velocidade é inversa.” Por isso, é importante também que a pessoa já vá fazendo uma reserva financeira para usar na hora de trocar o veículo.

Carro movido a energia solar inicia 3ª etapa de sua volta ao mundo

 

 

O carro de corrida SolarWorld GT, construído por estudantes da Universidade de Bochum, na Alemanha, iniciou a terceira etapa de sua volta ao mundo. O automóvel elétrico, equipado com painéis fotovoltaicos, deve percorrer sete mil quilômetros em território norte-americano, de maneira totalmente limpa.

A viagem, chamada de Volta ao Mundo, inclui 29.251 quilômetros dos cinco continentes, percorridos em apenas 355 dias. Assim os jovens criadores do carro e do projeto pretendem entrar para o Guiness, Livro dos Recordes, com a distância mais longa percorrida em um carro solar.

Em sua primeira expedição, realizada ainda em 2011, o Solar World GT andou quase cinco mil quilômetros na Austrália e Nova Zelândia. Nos Estados Unidos, o objetivo é concluir o trajeto de sete mil quilômetros, da costa leste ao oeste, em apenas 49 dias.
Depois disso os desafios serão a Europa e Eurásia.

O carro é uma espécie de prévia do futuro, com espaço para carregar dois ocupantes e design bastante diferente dos modelos tradicionais. Mesmo sendo movido pela energia do sol, a potência das placas instaladas no teto é de 823 watts, que permitem ao automóvel alcançar velocidade máxima de 100 km/h, com emissão zero.

Conforme publicado no site do projeto, os estudantes crêem que este trabalho faça parte de uma missão “capaz de despertar o interesse em energias renováveis e em todo o potencial que elas têm”. Além disso, a equipe se vê como um grupo de embaixadores para a mobilidade sustentável.

Redação CicloVivo

 

Câmara rejeita projeto que torna bafômetro obrigatório em veículos

 

A Comissão de Viação e Transportes rejeitou na quarta-feira (14) o Projeto de Lei 2057/11, do deputado Paulo Wagner (PV-RN), que torna o bafômetro equipamento obrigatório em todos os veículos. Para o relator, deputado Milton Monti (PR-SP), “não parece razoável exigir a instalação do aparelho em todos os veículos saídos de fábrica no Brasil, onde o preço dos automotores já é, comparativamente, mais elevado”.

Rejeitado na única comissão responsável pela análise do mérito, o projeto será agora arquivado, a menos que haja recurso de 52 deputados para sua votação em Plenário.

Para o relator, o mais importante é investir na educação dos motoristas, uma vez que a lei de trânsito brasileira baniu o álcool ao volante. “O motorista, portanto, não precisaria de nenhum instrumento de medição, pois saberia que qualquer ingestão de bebida alcoólica pode lhe colocar em posição de descumprir a norma legal”, defende.

Monti argumenta ainda que a medida poderia estimular a instalação de um mercado de adulteração do sistema, de modo a torná-lo imprestável para o fim a que se destina.

Fonte: Agência Câmara

 

Saiba como enfrentar as chuvas de verão sem derrapar

Muitos motoristas aqui já enfrentaram a situação desagradável de passar por um poça de água e perder o controle do carro momentaneamente. O problema é que quando existe um excesso de água, aliado as outros fatores, o resultado pode ser muito grave. Confira abaixo as dicas de um especialista para minimizar os riscos de aquaplanagem.

Janeiro é mês de férias e também um período em que quase todos os dias cai aquela chuva de verão. Por isso, um dos cuidados a mais que os motoristas devem ter é com a aquaplanagem. A aquaplanagem é o “deslizamento” do carro sobre uma camada de água, que ocorre quando os pneus perdem tração por não terem capacidade de “expulsar” a água existente na pista. Isso ocorre devido ao nível de desgaste dos pneus e depende da velocidade do carro ao atingir a lâmina de água. A aquaplanagem pode alterar a trajetória do carro e, em casos mais graves, causar um acidente.

Por isso, a atenção com os pneus deve ser redobrada. Nada de transitar com os pneus carecas. José Carlos Quadrelli, gerente geral de engenharia de vendas da Bridgestone do Brasil, explica que os sulcos dos pneus são responsáveis pela drenagem da água do asfalto. “No caso de chuva a pouca ou nenhuma profundidade dos sulcos, compromete o escoamento da água que fica entre o pneu e o piso, o que aumenta significativamente o risco de aquaplanagem e a perda do controle da direção”, explica ele.

Para garantir a segurança e aderência dos pneus no asfalto, o ideal é que a profundidade mínima dos sulcos não ultrapasse a indicação TWI (Tread Wear Indicators), que são “ressaltos” da borracha vistos dentro dos sulcos. “Abaixo de 1,6 mm de profundidade, em qualquer parte dos sulcos, o pneu passa a ser considerado careca e, além de perigoso, passível de autuação pelas autoridades”, salienta Quadrelli.

Como forma de tentar prolongar a vida útil do pneu, alguns motoristas adotam um recurso que não é recomendável. “Muitas vezes, quando os pneus atingem o TWI, alguns borracheiros aplicam a prática de ‘riscar´ ou ‘frisar’ o pneu, também conhecida como ressulcagem. Consiste em redesenhar a banda de rodagem com lâminas quentes. Esta atitude é condenada pelos fabricantes de pneus, pois ao ter retirada parte da borracha que compõe sua estrutura, deixando por vezes a lona aparente, o pneu perde sua resistência, pode estourar em pleno movimento e compromete sua aderência com o solo”.

Outras regras básicas para o motorista conduzir com segurança sob chuva, são manter os pneus com a pressão indicada pelo fabricante do veículo, ter os quatro pneus com a mesma medida e desenho – que garante capacidade de drenagem por igual, fazer o rodízio a cada 8 mil quilômetros (quando não houver recomendação diferente do fabricante do veículo) e procurar trocar os quatro pneus juntos.

Além dos cuidados com a conservação dos pneus, os especialistas em segurança no trânsito recomendam que nos dias chuvosos não se trafegue em velocidade acima de 80 quilômetros por hora. Afinal de contas, nem todas as estradas brasileiras possuem sistemas de escoamento, drenagem e captação de águas pluviais, portanto, caso você esteja dirigindo em dias chuvosos, sempre olhe pelo retrovisor e veja se você consegue ver as marcas dos seus pneus da estrada. Caso não consiga vê-los, cuidado, pois o risco de aquaplanagem é maior.

Se com todos estes cuidados você ainda aquaplanar, a dica é: retire imediatamente o pé do acelerador, não pise bruscamente no pedal do freio. Segure firme no volante para manter as rodas retas. Quando sentir que os pneus retomaram o contato com o solo, gire levemente a direção de um lado para o outro até sentir que o veículo recuperou totalmente a aderência. Caso o seu carro possua freios ABS (que não deixa travar as rodas), aplique a força no pedal do freio, mantendo-o pressionado até o seu controle total do veículo.

Fonte: UOL.com

Compartilhamento de automóveis para uso urbano

 

 

Artigo do professor José Alex Sant´Anna, publicado no “Informativo Perkons – Notícias em Trânsito”.

Nas grandes cidades, os veículos particulares ficam mais tempo parados nas garagens e estacionamentos do que efetivamente sendo utilizados, durante todo o dia.

As pessoas que se deslocam para compras ou para o trabalho, que não tem uma rotina fixa e bem estabelecida dependem do veículo particular para seus deslocamentos, pois o transporte público é planejado e operado com o foco principal nas pessoas que se destinam a trabalho e escola em viagens rotineiras e pendulares (do tipo vai e volta).

Nas grandes cidades, qualquer pessoa que tenha alguma atividade que saia um pouco da rotina passa a depender do automóvel para seus deslocamentos e a vida moderna tem na variedade de atividades das pessoas uma de suas características.

Com a crescente dificuldade de estacionamento, principalmente nas áreas centrais das grandes cidades, uma nova modalidade de “propriedade” de veículos parece ser o próximo passo para facilitar os deslocamentos de grande parte das pessoas que atualmente utilizam o carro próprio, nas cidades.

Se o transporte coletivo atualmente é operado por empresas privadas sob o controle do poder público, o transporte individual poderá ser otimizado com a formação de “sociedades” que disponibilizem uma quantidade de veículos em áreas de estacionamento privado, estrategicamente distribuídas pela cidade, de forma a se tornarem acessíveis aos “sócios” para pronta utilização mediante identificação previamente preparada (carteira de sócio) e reembolso das despesas de uso (pagamento debitado em cartão de crédito em função do tempo e quilometragem de cada utilização).

Dessa forma os sócios terão acesso a veículos para seus deslocamentos, sem ter que procurar estacionamentos e sem a preocupação com a manutenção e guarda dos veículos que estaria transferida para a Empresa operadora (poderia ser uma Sociedade por Cotas, onde cada sócio seria um cotista).

Isso não é novidade. Ainda nos anos 70 do século passado, as primeiras iniciativas de utilização compartilhada de automóveis apareceram em Santa Mônica, nos Estados Unidos, com o nome de “car pool”. Pessoas que residiam em um mesmo bairro e trabalhavam em um mesmo local se associavam para compartilhar o mesmo automóvel com o objetivo principal de usufruir das facilidades das “faixas exclusivas” para veículos com duas pessoas ou mais. Como conseqüência imediata, as empresas que incentivaram o “car pool” reduziram significativamente o número de veículos estacionados em seus pátios, abrindo espaço para os clientes.

Em algumas cidades da Europa, a utilização de bicicletas “públicas” ou de empresas locadoras, mediante uma garantia monetária e, às vezes, pequeno pagamento para manutenção dos serviços, surgiu no último quarto do século XX, permitindo considerável melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

No caso dos automóveis, ainda não é comum locar veículos, no Brasil, embora tal atividade esteja aumentando consideravelmente, mas essa atividade se concentra em atender às demandas de longos períodos, principalmente semanas ou meses, e eventualmente um período de no mínimo 24 horas, mediante contrato específico.

O que se coloca agora para discussão não se trata de locação, nesses moldes, mas de propriedade compartilhada de veículos, disponibilizada para os sócios e gerenciada por uma empresa eventualmente formada pelos próprios proprietários (ou por empreendedores interessados). Em algumas cidades da Europa já começam a surgir iniciativas nesse sentido.

Os veículos seriam disponibilizados em garagens distribuídas pela cidade, para utilização imediata por parte do grupo de pessoas associadas na propriedade dos veículos com pagamento pelo uso e nos encargos de gerenciamento. Os veículos seriam utilizados por períodos curtos de tempo para um único deslocamento entre dois pontos da cidade e ao ser deixado em uma das garagens do “pool” seria disponibilizado para outro usuário.

Em outro segmento do setor de transportes, a propriedade compartilhada de aviões executivos e helicópteros é uma atividade bem sucedida no Brasil. Investidores adquirem esses veículos e os entregam a uma empresa gerenciadora que se encarrega da manutenção e operação com a garantia de disponibilidade por um número programado de horas mensais e eventual lucro resultante do aluguel da aeronave nos períodos que se encontra disponível.

A maior resistência a esse tipo de compartilhamento ainda é relacionada ao veículo automotor terrestre, tanto o automóvel como o veículo de carga; mas o que se espera ao colocar essa discussão é que as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea, levem à assimilação desse conceito de utilização compartilhada para o transporte individual urbano.

A dificuldade de estacionamento nas áreas centrais das grandes cidades e a modificação das atividades urbanas deste início de século, sugerem que o transporte individualizado sem rotas fixas e sem horários estabelecidos seja popularizado e o compartilhamento pode ser um caminho.

José Alex Sant´Anna
Professor da Universidade Federal do ABC
Dedica-se a pesquisas de Transporte e Trânsito Regional e Urbano