O teste intermodal no Recife

 

 

Calcular a eficiência dos diversos modais ao longo de um percurso na cidade, considerando, além do custo, critérios como emissão de poluentes foi a pegada do Desafio Intermodal, realizado ontem pela primeira vez no Recife. A saída foi do Shopping Boa Vista e a chegada no Shopping Recife, em Boa Viagem. Cada participante, porém, escolhia o percurso que considerava mais adequado para seu transporte ou combinação de veículos.

Em primeiro lugar ficou Enio Paipa, de bicicleta, com tempo de 36 minutos e 6 segundos; em segundo, Carlos Alberto Milheiro, de patins, aos 37 minutos e 20 segundos; e em terceiro, Renato Fernando, de motocicleta, aos 38 minutos e 30 segundos. Em seguida, chegaram as “categorias” bicicleta + metrô, bicicleta + barco (travessia do Marco Zero ao Parque das Esculturas), metrô + caminhada, carro, corrida, ônibus, ônibus + metrô e caminhada.

Ao chegar, cada “atleta” registrava suas impressões do trajeto, dando notas de 0 a 10 para itens como praticidade, segurança, conforto e infraestrutura. Fernando Lima, que percorreu o caminho a pé, reclamou do desrespeito dos motoristas e da falta de conservação das calçadas. “Há trechos que não têm passagem de pedestres, você precisa andar na pista. Em outros, elas estão em péssimo estado”, apontou. Já Roberta Cardoso teve dificuldade em entrar no metrô com a bicicleta. “Não queriam deixar eu passar, mesmo quando eu expliquei que ela é dobrável. Outro problema era a sujeira lá dentro”, reclamou.

Para Felipe Malagueta, membro do Observatório do Recife e um dos organizadores do evento, ressaltou a importância de se despertar na população o interesse por diferentes opções de locomoção. “A população precisa pensar em como tornar o trajeto melhor não só para o indivíduo, mas para a sociedade – avaliando a questão ambiental e o tempo social gasto”. O Desafio Intermodal também é realizado em São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Fonte: Diario de Pernambuco

Moto é tema do Fórum de Trânsito

 

Dentro do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, promovido pelos Diários Associados, um tema que não poderia ficar de fora: o fenômeno do aumento da frota de motos e as consequências no trânsito e na saúde pública. A cada década, o número aumenta cerca de 300%.

Na sexta edição do fórum, o veículo de duas rodas que vem, cada vez mais, ocupando espaço nas vias será tema da discussão que vai contar com a participação do médico-cirurgião João Veiga, responsável por uma estatística detalhada da passagem das vítimas de acidente de moto na maior emergência do estado, o Hospital da Restauração.

O fórum, que acontece na terça-feira, a partir das 8h30, na Rua do Veiga, Santo Amaro, terá ainda a participação do promotor de justiça Francisco Edílson de Sá Júnior, que vai apresentar, a partir da legislação, de que forma o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pode atuar nessa problemática.

Os números apontam que morrem por dia no Nordeste uma média de sete pessoas, vítimas de acidente com o veículo. O evento terá ainda o palestrante Carlos Valle, vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguro (Fenacor), que vai apontar os gastos do pagamento de sinistros em relação aos acidentes envolvendo esse tipo de veículo.

Na ponta dessa discussão está o motociclista, na maioria, pessoas que se cansaram do serviço existente de transporte público e optaram pela moto como meio de locomoção. A explosão das motos pode ser constatada nas duas últimas décadas. Em 1990, o Detran-PE registrava um total de 33.381 motos no estado. Em 2000, esse número subiu para 144.804, um aumento de mais de 300%. E entre 2000 e 2010, o número de motos passou para 639.406, mantendo o mesmo percentual de aumento.

A moto, por enquanto, só perde para o automóvel que tem uma frota de quase um milhão em todo o estado. Mas é só uma questão de tempo. Os especialistas calculam que antes da próxima década elas já terão superado os automóveis. “A gente precisa levantar questionamentos sobre esse problema, que não se trata apenas do trânsito, mas também da saúde pública”, apontou o presidente do Fórum, Laédson Bezerra.

E tem razão. Somente na emergência do HR, em 2010, o número de vítimas de acidente de moto foi quase o triplo das vítimas de arma de fogo, até então imbatíveis nas estatísticas hospitalares. No local foram atendidas, em 2010, 538 pessoas feridas com armas de fogo e 1500 vítimas de acidente com moto.

Não por acaso, os especialistas dizem que a moto tem sido uma arma letal contra os próprios condutores. No fórum, a discussão também pretende avançar no tipo de capacitação que os motoqueiros recebem na hora de tirar a carteira de habilitação.

Em São Paulo, no centro de treinamento da Central de Engenharia de Tráfego (CET), há cursos voltados para motoqueiros. No local eles reaprendem como se comportar no trânsito. “A maioria chega aqui cheia de vícios. Um dos mais frequentes é deixar a viseira aberta. Mas há muita dificuldade em relação à frenagem correta”, explicou a gestora de educação da CET, Irismar Menezes.

Saiba mais
Próximos temas do seminário:

Código de Trânsito Brasileiro  Discutirá as regulamentações e projetos de lei de reforma do código

Sistema Único de Saúde  Pretende debater a capacitação dos hospitais e pontos de urgência no período da Copa do Mundo

Educação no Trânsito Programas de governo voltados para a capacitação dos pedestres, motoristas e ciclistas

A sociedade na operação do trânsito Programas de voluntários apresentando experiência em outros países e sugestões para melhoria do tráfego