A volta dos bondes na versão VLT como alternativa de transporte

Os bondes elétricos nas ruas do Recife na década de 20 _ Foto Reprodução/internet
Os bondes elétricos nas ruas do Recife na década de 20 _ Foto Reprodução/internet

O sistema de transporte por bondes no Recife teve início no século 19 e eles eram movidos por tração animal. Somente em 1914, os bondes elétricos tomaram as ruas da cidade e permaneceram como principal meio de transporte de massa por cerca de 40 anos. Depois vieram os ônibus trazendo a modernidade para a cidade. Em vários trechos da cidade ainda há trilhos que contam um pouco dessa história.

Trilhos de antigos bondes no bairro do Recife Foto Cecília Sá Pereira
Trilhos de antigos bondes no bairro do Recife Foto Cecília Sá Pereira

Agora a cidade se prepara para receber o VLT (Veículo Leve sobre Trilho). O projeto prevê duas linhas fazendo a ligação da Avenida Norte com o centro da cidade e a Zona Sul. O VLT, uma releitura dos antigos bondes mais de meio século depois. E não apenas o Recife. Conheça outras cidades, que já renderam aos modernos bondes do século 21. Reportagem do Portal Mobilize:

VLT nas ruas de Paris - Foto- reprodução/internet
VLT nas ruas de Paris – Foto- reprodução/internet

No continente europeu, cidades como Bruxelas, Paris e Berlim ressuscitaram os seus “tramways” nos últimos dez anos. Isso sem contar as outras cidades que mantiveram e modernizaram seus sistemas de transporte elétrico, como Varsóvia, Basileia, Zurique, Lisboa e Porto, ou, na América, como São Francisco e Toronto.

Bruxelas (Bélgica)

O sistema de ‘tram’ (como são chamados os VLTs na Europa) de Bruxelas é um dos dez maiores do mundo, e transportava cerca de 123,5 milhões de passageiros em 2012. Em 2013, o sistema passou a ser composto por 19 linhas. A partir de 2011, o comprimento total da rota do sistema de bondes alcançou 138,9 km, tornando-se uma das redes maiores da Europa.

A região francesa de Île-de-France, abrangendo a capital de Paris, atualmente possui sete linhas de bondes, e está planejando novos ramais. Das linhas existentes, cinco são operadas pelo governo local, a RATP, que também opera o metrô de Paris e a maioria dos serviços de ônibus. Outra, a T4, é mantida pela operadora ferroviária nacional francesa SNCF. Três das linhas servem Paris.

Berlim (Alemanha)

VLT nas ruas de Berlim, na Alemanha - Foto: Reprodução/Internet
VLT nas ruas de Berlim, na Alemanha – Foto: Reprodução/Internet

A rede de VLT de Berlim tem cerca de 190 km, e é um dos sistemas mais extensos do mundo. O sistema se destaca pela sua rapidez, segurança, pontualidade e confiabilidade. Limpeza e conforto, acessibilidade e preocupação ecológica são a regra. Todos os anos, 1,3 milhões de viagens transportam 157 milhões de passageiros aos seus destinos. A cada 460 metros existe uma estação.

Outros países

Não apenas nestas regiões, mas também em países emergentes, o uso de bondes modernos para o sistema de transportes vem sendo projetado. Na China, por exemplo, existem pelo menos 15 projetos em estudo.

No Brasil

No Brasil, além da linha de VLT de Santos, no litoral paulista, que fazia parte do projeto que ia para o município de Praia Grande, estão em obras o VLT de Cuiabá (MT), desde 2012, com previsão de entrega entre este ano e 2015.

Além destes VLTs, o Rio de Janeiro está construindo uma rede cujo objetivo é integrar o centro da cidade, o Aeroporto Santos Dumont e a Barca Rio-Niterói à região portuária da cidade. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento até 2016, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O transporte deve retirar pelo menos 60% dos ônibus e 15% dos carros que circulam atualmente no centro da cidade.

Fonte : Portal Mobilize (Via Trolebus)

 

Mortes no trânsito: Europa diminui 5% ao ano, Brasil cresce 4%

 

A taxa brasileira de mortes por 100 mil veículos é 4,9 vezes maior que a europeia! E o trânsito brasileiro mata 24% mais pessoas em número absoluto que a União Europeia, mesmo possuindo uma frota 4 vezes menor.
E enquanto a mortandade no trânsito no Brasil só cresce, atingindo uma taxa média anual de crescimento no número de mortes de 4,06% ao ano na última década (2001/2010), na União Europeia ela só diminui, chegando a uma taxa média de diminuição de 5% entre 2000 e 2009.
Há duas décadas a União Europeia estabeleceu uma Política Púbica voltada exclusivamente para a Segurança Viária, com o intuito de reduzir drasticamente seu número de mortes da década de 90 (75.400) em 50% e conseguiu! (em 2009 o número de mortes de toda a União Europeia chegou a 32.787) Veja:
Se o ritmo de crescimento de mortes no trânsito brasileiro se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar crescendo 4,06% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais saltará para 313.708 no ano de 2060, totalizando um aumento de 982% em relação ao ano 2000.
Já se o ritmo de redução de mortes no trânsito europeu se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar caindo 5% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais cairá para aproximadamente 2.500 por ano em 2060, totalizando uma redução de 95% em relação a 2000.
Tanta discrepância serve para demonstrar como políticas de prevenção, maiores investimentos em segurança e educação no trânsito bem como em campanhas de conscientização trouxeram resultados fantásticos na União Europeia (todo um continente), enquanto nossa velha e arcaica maneira de lidar com esse grave problema (novas leis e mais sanções penais e administrativas) só tem contribuído para piorar o cenário de morticínio no trânsito brasileiro.
É chegada a hora, portanto, de deixarmos para trás velhas práticas e passarmos a investir com seriedade na fórmula EEFPP (educação, engenharia, fiscalização, prevenção e punição adequada).
*Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada, pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

Fonte: Portal do Trânsito

 

 

Bicicletas e o contrafluxo

Uma pequena placa na praça da Sé no centro de São Paulo pode parecer misteriosa, ou até mesmo surreal, mas o que ela indica é simplesmente algo que já é previsto no Código de Trânsito Brasileiro e praticado em inúmeras cidades européias. Bicicletas podem circular pelo contrafluxo motorizado, basta a oficialização do poder público.

A oficialização por parte do poder público dessa circulação das bicicletas no contrafluxo se traduz em adequar a cidade para a circulação e compartilhamento seguro das vias. Ruas e avenidas com sentido único de circulação são uma conveniência à segurança e conforto dos condutores dos veículos motorizados, uma distorção urbana que instintivamente ciclistas tendem a não reconhecer.

Afinal, movidos pela própria energia, ciclistas e pedestres buscam sempre o caminho mais curto, plano e direto até seu destino. Ruas e avenidas que desrespeitam essa necessidade dos ciclistas desconsideram a necessidade humana nos deslocamentos urbanos. Ou seja, para ser completa, uma via precisa garantir que pedestres e ciclistas possam segurar em ambos os sentidos com segurança, já o ordenamento do trânsito motorizado pode continuar operando por sua lógica, mas sempre garantindo a segurança e conforto das pessoas que circulam sem o apoio de motores.

Abaixo os exemplos europeus de ruas de bairro com circulação de bicicletas em ambos os sentidos da via.

Dinamarca:

Holanda:

 

Fonte:  Blog Transporte Ativo