Especialista defende criação de órgão nacional para a mobilidade urbana

 

Engarrafamento Recife Foto - Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Engarrafamento Recife Foto – Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Crescimento da frota de veículos muito acima do crescimento da população brasileira deve agravar ainda mais o problema da mobilidade urbana. A opinião é do engenheiro civil e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) Severino Soares Silva, que participou de debate sobre o tema no Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados. O especialista defendeu a criação de um órgão nacional para analisar os problemas e apontar as soluções para o setor.

Severino Silva assinalou que enquanto a população do Brasil cresceu 12% de 2000 até 2010, a frota de veículos aumentou 114% no mesmo período. “Hoje, no País, ocorrem 200 milhões de deslocamentos em carros, motos, ônibus e caminhões por dia. O custo desses deslocamentos – em termos de tempo perdido, poluição, acidentes e investimento – é gigantesco”.

“O que nos falta é uma ilha de excelência pensante para resolver a mobilidade urbana, criar um plano de mobilidade urbana para o Brasil, onde a União, mais estados e municípios possam interagir de outra forma, de maneira que tenham cabeças pensantes voltadas só para essa questão”, assinalou o especialista.

Na opinião de Severino Silva, o Brasil precisa resgatar algo na linha da extinta Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), que, na década de 70, atuava em conjunto com o Grupo Executivo para Implantação de Política de Transportes, o Geipot, – ambos vinculados ao Ministério dos Transportes.

Reflexos negativos
De acordo como o consultor, o problema tende a ter reflexos negativos na produtividade das pessoas e das empresas, no meio ambiente urbano e, consequentemente, na qualidade de vida da população.

O engenheiro civil também afirmou que a Lei da Mobilidade Urbana (12.587/12), sancionada em 2012, não é suficiente, porque define diretrizes e o que deve ser feito na área de transportes, mas não aponta quem vai fazer, nem como fazer. Ainda na opinião de Severino Silva, a maior parte dos municípios não têm pessoas capacitadas para gerenciar a mobilidade urbana.

O relator sobre o tema mobilidade urbana do Centro de Estudos, deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), vai elaborar um relatório com sugestões de especialistas e propostas legislativas.

Ronaldo Benedet informou o que vai destacar no texto a revisão do modelo de transporte, que na opinião dele é individual. “Só a base de automóveis e motocicletas, que causam os grandes congestionamentos, poluição, males gravíssimos. Para mim, o mais importante, é trabalhar de forma científica e técnica, criar, no Brasil, em nível federal, principalmente, um corpo técnico a exemplo do que já foi o Geipot e a EBTU, que eram organismos que pensavam o transporte e a mobilidade urbana no Brasil, que nós não temos mais hoje.”

Ronaldo Benedet também ressaltou que esse corpo técnico especializado é necessário para criar condições para que o Brasil tenha transporte coletivo de qualidade, para que as pessoas aceitem deixar em casa carros e motos para usar ônibus, metrôs e trens urbanos.

No mês passado, em palestra sobre o mesmo assunto, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques defendeu mais políticas públicas para o transporte coletivo.

Fonte: Agência Câmara

Blog Mobilidade Urbana no “Abre Aspas”

Um convite da jornalista e professora Carolina Cavalcanti para um encontro com os alunos de jornalismo da Aeso, que resultou numa entrevista no estúdio da faculdade sobre mobilidade urbana. Eis o resultado da entrevista.

Algumas explicações e correções do conteúdo da entrevista:

Quando a entrevista foi gravada em, abril de 2013, a CTTU ainda não havia divulgado o atual número de câmeras que passarão a monitorar o trânsito do Recife. Eram 27 câmeras, em tempo real, e vão passar a ser 72. Um grande avanço para a engenharia de tráfego do Recife.

Outro adendo, a RMR terá 25 terminais de integração, dois a mais do que previa o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU).

E ainda, cinco dos 12 corredores radiais da RMR irão receber pistas exclusivas para o transporte público no modelo BRS (Bus Rapid Service), que consiste na sinalização vertical e horizontal na faixa para privilegiar o ônibus.

E por último, o endereço do blog correto: blogs.diariodepernambuco.com.br/mobilidadeurbana

Ciclista com braço amputado pode receber cerca de R$ 12 mil de indenização

 

Acidente ciclistas Avenida Paulista - Foto : J. DURAN MACHFEE

O ciclista David Santos Souza, de 21 anos, teve o braço decepado após acidente na Avenida Paulista, em São Paulo e, com a amputação realizada no Hospital das Clínicas, pode receber até R$ 12,1 mil de indenização do Seguro DPVAT. Ele, que é limpador de vidros, estava a caminho do trabalho e foi atingido pelo Honda Fit do estudante de psicologia Alex Siwek, de 22 anos, em atropelamento que ocorreu na madrugada de domingo (10/03).

De acordo com o diretor de Sinistros da Mutual Seguros, Jorge Orfali, a ocorrência pode gerar o direito de receber o valor máximo para despesas médico-hospitalares: R$ 2.700,00.

“A indenização por invalidez permanente independe da quantia destinada à assistência médica. De acordo com a tabela do DPVAT, a perda total de um membro superior corresponde a 70% do teto do seguro obrigatório de trânsito, que é de RS 13.500,00. Assim, ele poderá pleitear mais R$ 9.450,00, totalizando R$ 12.150,00”, explica Orfali.

O executivo lembra que, para a entrada no processo das duas coberturas, é preciso apresentar o Boletim de Ocorrência (B.O.) expedido por autoridade policial competente, laudo do Instituto Médico Legal (IML), RG ou documento substitutivo, CPF e comprovante de residência (ou declaração assinada pelo beneficiário, fornecendo dados de endereço).

“O passo seguinte é entregar a documentação à companhia, sem a necessidade de intermediários, para verificação, cadastro e encaminhamento do processo à Seguradora Líder que, após nova análise, pagará a indenização diretamente ao segurado”, conclui Orfali.

Fonte: Seguro Medida

Nove ciclistas são internados por dia por acidentes de trânsito em SP

Nove ciclistas são internados por dia em hospitais públicos do estado de São Paulo vítimas de acidentes de trânsito. De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (13/3) pela Secretaria de Estado da Saúde, em média, a cada dois dias, pelo menos um dos ciclistas internados morre.

No ano passado, de acordo com a secretaria, 3,2 mil pessoas foram internadas, o que gerou um gasto de R$ 3,3 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Hassan Yassine Neto, médico socorrista do Grupo de Atendimento e Resgate às Urgências (Grau), as lesões mais frequentes nesses pacientes são os traumatismos cranianos e na coluna vertebral, além de fraturas dos ossos da bacia, do braço e da perna.

“O número de acidentes graves envolvendo ciclistas continua alto, porque as bicicletas precisam dividir cada vez mais espaço com os veículos. É preciso haver respeito mútuo e mais locais sinalizados e adequados aos ciclistas”, disse o médico.

ara diminuir a gravidade das lesões provocadas pelos acidentes, o médico destaca a importância do uso dos equipamentos de proteção individual, como capacete, joelheira e cotoveleira.

Além disso, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) recomenda que o ciclista use roupas claras e acessórios refletivos além dos afixados nos pedais e nas laterais, na dianteira e na traseira da bicicleta, que são obrigatórios.

A CET também recomenda aos ciclistas que não trafeguem em altas velocidades nem em vias expressas e rodovias. Outra orientação é que eles evitar as avenidas movimentadas.

Fonte: Correio Brasiliense

Metroviários continuam em greve no Recife e em mais quatro capitais

 

 

A greve dos metroviários continua no Recife e em mais quatro capitais brasileiras onde o transporte é administrado pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU): Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió e Natal. De acordo com informações da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), a paralisação dura duas semanas sem avanços nas propostas do Governo Federal.

A próxima assembleia da categoria está marcada para amanhã. De acordo com o presidente da Fenametro, Paulo Roberto Pasin, na ocasião, os trabalhadores decidirão se o esquema de emergência vai continuar. O sindicalista adiantou que a classe ainda aguarda uma posição da CBTU.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial acima do 0% proposto pelo Governo Federal para o ano de 2012. As paralisações afetam 500 mil pessoas, impacto que é reduzido com a operação dos trens nos horários de pico.

Dirigir por ruas alagadas pode dar prejuízos de até R$14 mil para motoristas


Alguns motoristas insistem em trafegar em ruas alagadas, correndo risco de causar danos elétricos no automóvel. O prejuízo pode chegar até R$ 4 mil – em carros nacionais- e R$ 14 mil para carros importados.

De acordo com o mecânico Luciano Rodrigues, especializado em injeção eletrônica, ao passar em uma rua alagada, um carro corre o risco de sofrer diversos danos por conta do ‘cauchy hidráulico’ – choque-térmico. Os problemas podem ser entre entortar/quebrar a viela ou manivela do carro, danificar a caixa de marcha, e até a perda total do motor.

Ele contou que a água também pode fundir o motor do carro, além de outros problemas hidráulicos. “É muito perigoso passar por por áreas alagadas, a não ser que o carro esteja frio, pois se ele já estiver ‘rodando’ a muito tempo, os danos serão grandes, e os prejuízos também”, recomendou Luciano.

Passar em baixa velocidade reduz os riscos de danificar o automóvel, segundo o mecânico. “É bom passar devagar, esse é o certo, pois o carro possui alguns componentes que não podem molhar, se passar com muita velocidade o pneu vai fazer pressão na água, e pode molhar algum componente eletrônico e comprometer o veículo”, informou.

Segundo ele, nas últimas semanas o número de casos de “falhamento” aumentou na oficina onde trabalha. “Falhamento é quando uma bobina ou vela falham. Nessas últimas semanas, por conta da cheia, muitos clientes chegaram aqui com esse problema, e eles tiveram sorte de ter sido só falhamento, pois poderia ter danificado o motor”, contou o mecânico.

Segundo ele, nos casos de ‘choque térmico’, é comum a perfuração do ‘carter’ do carro. Em carros populares, como o Gol, Ford, Corsa, Palio e Fiat, os valor do conserto fica em até R$ 4 mil. Já os mais caros, da marca Honda, Toyota, entre outros importados que utilizem blocos de alumínio, o conserto pode custar até R$ 15 mil.

Como evitar problemas no motor
O mecânico de carros Alonso Veras, deu algumas dicas ao Portal D24AM de como evitar problemas com o automóvel nesta cheia. “Se o local tiver muito alagado, é necessário procurar um desvio. Evitar o caminho é o certo a fazer, pois, mesmo que o motor esteja frio, corre o risco de molhar algum componente eletrônico do carro”.

Caso não exista um caminho alternativo, Alonso recomenda que o motorista fique atento e reduza a velocidade. “Não sabemos o que tem em baixo da água, pode ter até um buraco, então é bom que o motorista passe devagar por essas ruas, e o certo mesmo é que espere o motor dar uma ‘esfriada’ antes de entrar na água”.

Alonso informou que carros grandes como pick-ups, ou caminhões não correm o risco de sofrer problemas hidráulicos, mas mesmo assim é preciso atenção. “Os carros maiores podem passar tranquilamente, mas tem que ter um cuidado dobrado para não passar por um buraco, pois se furar um pneu fica difícil fazer a troca no alagado, principalmente de um carro grande”, recomendou.

Fonte: Portal do Trânsito

 

 

Frente parlamentar das ciclovias

 

Será lançada na quinta-feira (24) a Frente Parlamentar em Defesa das Ciclovias, que tem como objetivos debater políticas públicas de mobilidade urbana e atuar pela implantação de ciclovias nas cidades brasileiras. O ato de lançamento será realizado às 9 horas, no Plenário 13. Antes disso, às 8h30, haverá um passeio ciclístico da Catedral até a Câmara.

A iniciativa de criação da frente parlamentar é das deputadas Marina Santanna (PT-GO) e Rebecca Garcia (PP-AM) e dos deputados Márcio Macêdo (PT-SE), Policarpo (PT-DF) e Vicentinho (PT-SP). Rebecca Garcia, que será coordenadora da frente na região Norte, disse que pretende viabilizar propostas alternativas e sustentáveis para aumentar a quantidade de ciclovias, principalmente na Amazônia.

Entre as metas da frente parlamentar estão também a discussão de medidas de integração entre a bicicleta e os modos coletivos de transporte, e o incentivo à adoção de políticas e ações para implementação de infraestrutura do sistema cicloviário brasileiro.

Além de parlamentares que integram a frente, participarão da solenidade de lançamento representantes dos ministérios dos Transportes, da Saúde, do Meio Ambiente e das Cidades; do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran); e das entidades União dos Ciclistas do Brasil Rodas da Paz e Pedal Goiano.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

 

Quem olha o pedestre?

Coluna Mobilidade Urbana – publicada no Diario de Pernambuco no dia 14.05.12

Por Tânia Passos

A acessibilidade dos passeios é uma condição essencial de cidadania em qualquer lugar do mundo. Um direito inquestionável da mobilidade dos pedestres, que são integrantes do trânsito. Não sei quem inventou que calçada tem dono. Na verdade, seu espaço só é “privatizado” quando ocupado irregularmente.

O passeio é um espaço público que deve se manter livre e em condições ideais de circulação. Mas, depois que inventaram que o dono do imóvel é responsável pela manutenção das calçadas, embora o proprietário já tenha impostos mais do que suficientes, acabou ficando com essa bomba, espertamente repassada pelos gestores públicos.

Alguém já ouviu falar em dono de carro ser responsável pela manutenção das vias? Fora a taxa tapa-buraco, que aliás foi derrubada pela justiça, os motoristas não tem essa obrigação. E, embora sejam responsáveis pelo acréscimo indiscriminado de veículos nas vias urbanas, que trazem os mais diversos prejuízos na mobilidade e ao meio ambiente, eles não pagam nenhum centavo a mais por isso a não ser os custos com o próprio veículo. E sabe o que eles ganham? Toda atenção do poder público, seja com vias cada vez mais largas ou viadutos. E quem olha para o pedestre?

Somente no Pac da Mobilidade, o estado está recebendo R$ 2,4 bilhões para investir em obras viárias. Nenhuma fatia para as calçadas. A boa notícia é que o governador Eduardo Campos deverá anunciar melhorias em 50 quilômetros de calçadas do Recife. É um passo importante, uma vez que um terço da população da Região Metropolitana se desloca a pé. Essa contribuição será bem vinda. Mas é preciso também modificação na legislação.

A lei municipal de calçadas, aprovada desde 2003, coloca a responsabilidade da manutenção na conta do proprietário. E não é. Cabe ao poder público, que também cuida das ruas para os carros, cuidar das calçadas para os pedestres e isso precisa ficar claro de uma vez por toda. Ao proprietário cabe cuidar do espaço e não danificar.

Quem sabe possam ser criadas alternativas de descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)  para quem cuidar melhor da calçada. Mas que sirva de estímulo, bem diferente de jogar a responsabilidade para o proprietário do imóvel, que nunca foi e nunca será dono do passeio que é de todos. Que lei é essa?