Flagrantes das não calçadas do Recife

O internauta Rivail Chaves fez um verdadeiro ensaio de um problema que vem se tornando uma epidemia na cidade do Recife: o desrespeito ao pedestre com a ausência dos passeios, tanto nos bairros centrais como periféricos. .

As moradias avançam nas calçadas sem nenhuma cerimônia e fica por isso mesmo. A ausência do poder público vem colaborando para a impunidade. A seguir, o ensaio fotográfico feito pelo internauta Rivail Chaves dos descasos que ele vem se deparando em vários pontos da cidade. E você também pode colaborar. É só enviar o seu e-mail para taniapassos.pe@dabrb.com.br

Caso1 –

Rivail Chaves/DivulgaçãoCaso 2

Rivail Chaves/Divulgação

Caso 3 –

Rivail Chaves/Divulgação

Caso 4

Rivail Chaves/Divulgação

Caso 5 –

Rivail Chaves/Divulgação

Caso 6 –

Rivail Chaves/Divulgação

Caso 7

Rivail Chaves/Divulgação

Calçadas, martírio dos cadeirantes

A difícil acessibilidade na maior cidade do País. Em capitais menores, o problema não é diferente. Quando o poder público vai entender que calçada é um princípio de mobilidade? Na verdade, a número um na cadeia dos deslocamentos.

Para os pedestres, uma calçada mal conservada é sinômino de desconforto e muitas vezes acidentes. Um estudo de 2005 feito no Hospital das Clínicas de São Paulo atestou que a circulação de pedestres é na verdade um enorme problema de saúde pública. São milhares de casos todos os anos que oneram os custos dos hospitais que também geram um enorme prejuízo econômico para a sociedade.

Já para um cadeirante, calçadas sem condições de circulação representam um custo ainda maior, a perda de acesso à cidade. De maneira consistente ou com improvisos, garantir o direito de ir e vir à pessoas com mobilidade reduzida ganha a devida atenção em nossas cidades. É a luta em prol do que se convencionou chamar de acessibilidade, ou “desenho universal”.

Ao reforçar a lógica de pensar primeiro no mais frágil, o planejamento urbano garante acesso à todos. Sejam ciclistas nas ruas ou os cadeirantes nas calçadas. Parabéns aos irmãos Ramon e Thomaz Ballverdu que junto com Marcelo Silva, produziram o vídeo que ilustra esse post. Moradores de Pelotas, nenhum dos três é cadeirante, mas sabem da importância de uma cidade inclusiva.

Com informações de:
Parkour Roulant: atletismo sobre rodas – Pelotas, Capital Cultural
Cerca de 100 000 pedestres caem e se machucam nas calçadas todos os anos – VejaSP

Multa para quem não cuidar das calçadas

 

Não sei se lá em São Paulo eles exageram na dose, mas tudo que for pelo bem das calçadas tem algo de positivo. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acaba de sancionar uma lei que, além de aumentar a área mínima do passeio de 90 centímetros para 1,20 metros, ainda aumentou o valor da multa para quem não cumprir a legislação. E a multa também ficou mais salgada.

Na capital paulista, a multa passa a ser de R$ 300 por metro linear de calçada danificada. Antes, ela não ultrapassava o valor de R$ 510, mesmo em áreas de grandes dimensões.

O problema dessas leis é a aplicabilidade delas. No Recife, a Lei de Calçadas, aprovada desde 2003, não conseguiu reverter a situação dos passeios. Nem mesmo nas calçadas de órgãos públicos. É quase tentador acreditar que tudo pode ficar perfeito, por decreto, mas na prática a realidade é bem mais complexa.

Há urbanistas que defendem o estímulo de impostos para a conservação dos passeios por parte dos proprietários. Pode ser uma alternativa. Outros, afirmam que o espaço das calçadas é de uso público e, portanto, a responsabilidade é dos órgãos públicos, da mesma forma que as vias têm investimentos para os carros. Confesso que acho este último raciocínio mais pertinente.

Se levarmos em conta que são investidos milhões na construção de viadutos e rodovias e para as calçadas nada. Na verdade, ninguém se sente responsável por elas. E, pensar que só aqui na Região Metropolitana do Recife a estimativa é que um terço da população, ou seja, mais de um milhão de pessoas se desloca a pé é, no mínimo, razoável para não dizer obrigação, apostar na melhoria dos passeios.

E só para não perder a oportunidade dêem uma olhada nas calçadas do centro de Bogotá, um exemplo de acessibilidade em um país da América Latina, que não chega nem perto da situação econômica do Brasil.