Conheça a cidade que limitou a presença dos carros nas ruas

A mudança de conceito de cidade uma das maiores metrópoles mundiais não ocorreu por acaso, mas de uma decisão. Nova Iorque fez a opção pelas pesoas. E não faz muito tempo. As cidades brasileiras também podem fazer essa escolha, desde que ofereçam um transporte público de qualidade. Lá eles têm um eficiente sistema de metrô, aqui ainda estamos patinando entre o modelo de VLT e BRT. Acompanhe esse vídeo e assista como é possível transformar uma cidade para as pessoas.

Mudanças não acontecem por acaso e Nova York está aí para provar. No início dos anos 2000, o recém-eleito prefeito Michael Bloomberg e a Secretária de Transportes Janette Sadik-Khan começaram a planejar uma série de alterações no uso das ruas da cidade, tudo para reduzir a circulação de veículos automotores no espaço urbano.

As intervenções começaram timidamente, com a simples pintura de solo, a construção de pequenas praças, a proibição do estacionamento de carros nas ruas e a implantação de faixas exclusivas para ônibus e bicicletas. Os motoristas, é claro, reclamaram. Mas, aos poucos, todos foram entendendo que a mudança estava valorizando a vida na Big Apple. E o que era experimental foi se consolidando. A própria secretária falou sobre esse processo em sua visita a São Paulo, em 2013.

O vídeo “New York Streets Metamorphosis”, produzido pelo Departamento de Transporte de Nova York e editado por Clarence Eckerson Jr., mostra como essas alterações foram sendo realizadas desde 2005, em locais como Times Square, Kent Avenue, Madson Square, Sands Street, Herald Square, Queensboro Bridge, 9th Avenue e Clinton Street, entre outras ruas.

Fonte: Portal Mobilize

Cidades para pessoas, simples assim

Proposta de Jan Gehl para a Cidade Universitária Pedra Branca, em Santa Catarina

Por

Regina Rocha

“Cidades para Pessoas”, a obra síntese do pensamento do arquiteto dinamarquês Jan Gehl, acaba de chegar às livrarias do Brasil. A aguardada primeira edição do livro em português (Editora Perspectiva) tem prólogo do ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner e do influente arquiteto britânico Richard Rogers. A edição brasileira traz ainda anexo sobre o recente projeto de cidade universitária em SC, com consultoria do escritório de Gehl.

Jan Gehl propõe a construção de cidades compactas, onde a mobilidade urbana até deixaria de representar um problema. As ideias defendidas pelo urbanista – cidade viva, segura, sustentável e saudável; a dimensão humana; a cidade como lugar de encontro, boa para caminhar e para pedalar, são retomadas em todos os capítulos, onde textos curtos e fotos vão mostrando soluções e bons e maus exemplos de cidades.

O conceito de Cidades para Pessoas nasceu a partir de um singelo comentário da esposa Ingrid Gehl sobre os desenhos que ele elaborava ao preparar seus projetos: “Por que vocês, arquitetos, não estão interessados em pessoas? Vocês estão muito interessados em formas, mas vocês não sabem nada sobre as pessoas…”. A partir daí, o casal começou a estudar mais profundamente essa ligação entre arquitetura, psicologia e sociologia. “Isso se desenvolveu em meus quase 50 anos de devoção para estudar cidades para as pessoas”, comentou Gehl em entrevista recente à revista Arquitetura e Urbanismo.

Autor de vários livros sobre urbanismo, Gehl é professor universítário, consultor de qualidade urbana, e vem realizando projetos de intervenções em várias partes do mundo – Dinamarca, Estados Unidos, Suécia, Holanda, Inglaterra, Jordânia, Oman e Austrália.

“Jan Gehl é nosso maior observador de qualidade urbana e um indispensável filósofo das cidades como soluções para a crise ambiental e de saúde que enfrentamos. Com mais da metade da população mundial vivendo hoje em áreas urbanas, o planeta inteiro precisa aprender as lições que ele nos oferece em Cidades Para Pessoas.” (Janette Sadik-Khan)

“Este livro analisa muitas das ideias seminais de Gehl, examina algumas das cidades do mundo que se desenvolveram com êxito nas últimas décadas e estabelece os desafios para o futuro. Muitas gerações terão uma vida melhor, e as cidades serão mais competitivas, se seus líderes ouvirem sua advertência.” (Enrique Peñalosa)

“Jan Gehl continua a nos surpreender com sua compreensão sobre o que realmente faz as cidades funcionarem. Este livro, baseado em trabalhos que fez na Europa, Austrália e Américas, tem um alcance global, com dados comparativos de como pedestres utilizam os espaços públicos, cujo apelo maior é a rapidez com que ele tem sido capaz de ajudar algumas cidades a transformar suas ruas de tráfego intrincado em paraísos para as pessoas.” (Peter Newman)

“Gehl aborda, de forma aprofundada e objetiva, questões que são fundamentais à qualidade de vida na cidade e que se refletem na escala dos espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a vitalidade, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, na valorização dos espaços públicos, nas possibilidades de expressão individual e coletiva, na beleza daquilo que pode ser apreendido ao nível do observador.” (Jaime Lerner)

Fonte: Portal Mobilize