Estudantes protestam aumento de 6,5% nas passagens de ônibus

 

 

Foi anunciado, pela Grande Recife Consórcio de Transportes, o aumento da passagem do transporte público em Pernambuco. O reajuste, de 6,5%, eleva o valor do anel A, para R$ 2,15, o valor do anel B, para R$ 3,30, o anel D, para R$ 2,60 e o anel G, para R$ 1,40. O valor é inferior ao que foi pedido pelas empresas, de 17,2%, de forma que o mínimo que poderia ser gasto no transporte coletivo seria o valor de R$ 1,50. A votação teve 13 votos a favor, 3 abstenções e apenas um contra. Neste último caso, em defesa do reajuste máximo.

Antes mesmo da decisão, marcada para ser anunciada hoje, teve início, o protesto dos estudantes. Os jovens caminharam do Ginásio Pernambucano, no bairro da Boa Vista, e seguem para a Conde da Boa Vista, na altura do cinema São Luiz. A passeata segue até a frente do Grande Recife Consórcio de Transportes, no Cais de Santa Rita. Há alguns minutos, o Batalhão de Choque chegou ao local para fazer a segurança da área e acompanhar o movimento, que deve interromper o trânsito na via.

Enquanto isso, a reunião que decide o valor do aumento, que teve início às 8h, segue a portas fechadas. O resultado deve ser divulgado ainda na manhã desta sexta-feira. Pelas redes sociais, repercute a possível intimidação do movimento estudandil, uma vez que uma das líderes teria sido intimada a comparecer à unidade de polícia sob suspeita de incentivar a violência. Em represália, estudantes, pela internet, divulgam telefones e meios de contato, em protesto, afirmando que desejam também ser intimados.

 

Passagens de ônibus podem subir 17,2%

 

Um dia após o início de uma mobilização nas redes sociais de estudantes e usuários do transporte público contra um possível aumento na tarifa dos ônibus, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE) confirmou a intenção de reajustar os valores das passagens.

Mas, ao contrário do que vinha sendo feito nos últimos quatro anos, com o aumento baseado no Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), os empresários querem um reajuste de 17,2%, mais que o dobro do IPCA, que foi de 6,5%. O sistema atende a 800 mil passageiros por dia.
Caso o reajuste seja aprovado no Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), a tarifa do anel A passará de R$ 2,00 para R$ 2,35. Segundo a empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, responsável pela operacionalização do sistema, até o início da noite de ontem a empresa não havia recebido oficialmente o pedido de reajuste.

Em nota enviada à imprensa, a Urbana-PE alega que as cargas tributárias ultrapassam em 50% o valor da tarifa e eles não recebem nenhum tipo de subsídio. Nas contas dos empresários cerca de 20% das viagens não são pagas pelos usuários. E com a previsão de novos terminais integrados neste ano, a perspectiva do setor é de uma redução na demanda pagante. Para justificar o pedido de “realinhamento” tarifário, os empresários alegam que o percentual atende a critérios técnicos e que o IPCA é inferior à elevação do custo setorial.

Protestos

O movimento estudantil se reuniu ontem à noite para definir os rumos da mobilização contra o aumento. O Comitê Contra o Aumento das Passagens de Ônibus decidiu fazer diversas manifestações, entre elas uma panfletagem amanhã e um ato público na sexta-feira. A concentração será no Ginásio Pernambucano, no Centro do Recife.

 

 

 

 

Movimento contra aumento de passagens

Ainda não há nada definido oficialmente sobre um aumento das passagens de ônibus para a Região Metropolitana do Recife, mas já há movimentação nas redes sociais em protesto contra um possível reajuste. A mobilização está prevendo, inclusive, um “boicote” aos ônibus no dia 30 de janeiro. A preocupação está levando em conta a lógica do reajuste ocorrido em janeiro do ano passado que se baseou no Índice de Preço ao Consumidor (IPCA). Na ocasião, a tarifa passou de R$ 1,85, no anel A, para R$ 2,00.

Na mesma proporção, se for calculado o IPCA de 6,5% para as tarifas atuais, o aumento passaria de R$ 2,00 para R$ 2,15, no anel A, e de R$ 3,10 para R$ 3,30 no anel B. Até então, o Recife vem se mantendo entre as capitais brasileiras com menores tarifas. Procurada pelo Diario, a empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano informou que não irá se pronunciar sobre reajuste das tarifas antes da oficialização.

Os protestos que se multiplicam nas redes sociais chamam atenção também para a falta de qualidade do transporte público. As maiores reclamações são referentes à superlotação, nos horários de pico, e à demora nos intervalos das viagens. Uma das linhas consideradas mais críticas é Barro/Macaxeira. Conseguir um lugar dentro do ônibus exige um esforço grande dos usuários. A passageira Marlene da Conceiçao, 23 anos, afirma: “Não vou pagar mais de R$ 2,00 por por um transporte que tem passageiros pendurados nas janelas”.

Protestos

Os aumentos das passagens tradicionalmente são seguidos de protestos principalmente dos movimentos estudantis. Em geral, as manifestações ocorrem após o anúncio dos reajustes. No ano passado, a mobilização parou o trânsito e provocou tumulto quando um grupo de estudantes resolveu interditar a Agamenon Magalhães formando um cordão humano. Um motorista tentou furar o bloqueio e atingiu dois estudantes. O carro só parou quando foi cercado pela polícia.

Os estudantes decidiram ir às ruas depois que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deu parecer favorável ao Grande Recife Consórcio de Trânsito, arquivando o procedimento administrativo que analisou o reajuste em 8,66% das passagens de ônibus do Recife e Região Metropolitana.

Mais rigor na legislação de trânsito

Aos 14 anos, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é considerado uma das legislações de trânsito mais completas do mundo. Mas quando se trata de punir motoristas que causam vítimas ao dirigirem embriagados ou em alta velocidade e que acabam sendo enquadrados, na maioria dos casos, em homicídio culposo (sem intenção de matar), frustra parentes das vítimas, que esperam uma justiça mais rigorosa.

Em São Paulo um grupo de manifestantes fez um protesto silencioso para pedir  mudanças na legislação. Eles defendem que a lei de trânsito seja mais rigorosa na punição desse tipo de motorista.

No último dia 17 de setembro, mãe e filha morreram atropeladas na Zona Oeste de São Paulo. No local do acidente os manifestantes vestidos de camiseta branca levaram flores. Além da homenagem às vítimas, o ato teve objetivo de deflagrar uma campanha contra a impunidade e incentivar uma mudança no comportamento da sociedade.

Os manifestantes pretendem colher l,3 milhão de assinaturas para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para a revisão do Código Nacional de Trânsito.