A cada 12 minutos um brasileiro morre vítima do trânsito

Por

Mariana Czerwonka

Segundo dados da Seguradora Líder, que administra o DPVAT, em um ano, as mortes no trânsito subiram 8%. O Ministério da Saúde registrou mais de 42.000 vítimas fatais do trânsito em 2010 (última atualização disponível), mas os números da seguradora apontam 58.000 mortes. “É claro que deve ser levado em consideração que o número de indenizações do ano não reflete exatamente o número de mortes, pois o DPVAT pode ser solicitado até três anos depois do acidente”, explica Elaine Sizilo, especialista em trânsito e consultora do Portal.

Levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil, divulgado recentemente, aponta que morreram cerca de 127 pessoas por dia no trânsito apenas em 2012. Isto equivale a uma morte a cada 11 minutos e 21 segundos. Com estes números, o Brasil já passou para a quarta colocação no ranking mundial de acidentes de trânsito. “Estes dados não registram apenas números, cada pessoa que morreu, tinha um rosto, uma história, uma família. O brasileiro precisa mudar o seu comportamento diante do trânsito, se não estas tragédias continuarão aumentando”, diz Sizilo.

As principais causas dos acidentes registrados no país são excesso de álcool ou drogas, distrações provocadas por celulares e sono e cansaço ao volante. Para médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o brasileiro precisa mudar a forma de dirigir. “Para dirigir o condutor precisa ter três funções importantes funcionando perfeitamente: a cognitiva, que traz atenção e concentração, a função motora, de respostas imediatas e a última é a função perceptiva que traduz o tato, a audição e as sensações do motorista. Se o motorista estiver embriagado, distraído ou com sono, estas funções estarão deprimidas”, alerta.

Fonte: Via Portal do Trânsito

Motocilista tem 30 vezes mais chance de morrrer do que o motorista

 

Estudo feito por docente da USP mapeou acidentes no país durante 5 anos. Livro com resultado será lançado em congresso de Joinville, em novembro

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) revela que um motoqueiro tem 30 vezes mais chance de morrer no trânsito do que um motorista. A pesquisa mapeou os acidentes registrados no Brasil durante cinco anos. Há cinco anos, o motofretista Sebastião Lopes usa a moto para trabalhar e já sofreu acidente. “O rapaz atravessou contramão na minha frente, não deu tempo de brecar e eu bati no carro dele. E vários colegas já perderam a vida nessa profissão e o dia a dia da gente é sempre arriscando, sempre correndo em cima do perigo”, falou.

Os especialistas calcularam o número de acidentes por quilômetros rodados. O objetivo é apontar algumas soluções para o problema. “Passa por todas as áreas necessárias, passa pela área da educação, da fiscalização, pela melhoria da segurança dos nossos veículos, segurança das nossas vias, ou seja, o problema é bastante abrangente e trata de todos os aspectos relacionados com a segurança viária de maneira geral”, explicou Coca Ferraz, professor da USP e autor do livro “Segurança viária”, que será lançado em novembro, num congresso em Joinville (SC).

Vulnerabilidade

De janeiro a agosto deste ano, das 190 vítimas de acidentes de trânsito internadas em Araraquara (SP), 100 eram motociclistas, segundo o Ministério da Saúde. O custo para o sistema de saúde chegou a quase R$ 210 mil. Na cidade circulam diariamente quase 32 mil motociclistas. “Na moto a gente está mais sujeito, caiu, não tem jeito. O carro tem mais proteção”, completou o motociclista e engenheiro agrônomo Paulo Maia.

Lesões

O ortopedista Roberto Felício afirmou que cair da moto pode causar diversos tipos de lesões.”A gravidade das lesões vai em decorrência do tipo de fratura que a pessoa apresenta: quanto mais próxima das articulações, mais grave é a fratura e quanto mais grave a fratura, mais possibilidade de sequela funcional provoca naquele membro”, explicou. Segundo Felício, de cada 10 acidentes que atende, pelo menos um tem envolvimento de moto. O mototaxista Edson Perre conhece bem essa história. Ele bateu a moto há 12 anos e ainda sente dores por causa do acidente. “Não fica mais a mesma coisa, então, de vez em quando inflama a perna, fica inchada, é bem ruim”, contou. Perre terá que fazer outra cirurgia para extrair um parafuso da perna.

Dicas

Para enfrentar um trânsito tão violento, os motociclistas precisam ficar atentos a alguns itens de segurança, além do capacete, obrigatório por lei e indispensável na segurança. “As jaquetas também são importantes porque muitas delas são adaptadas com protetor de ombros, cotovelos e costas com material flexível que, na queda, vai evitar o contato do chão direto com a pele”, orientou o instrutor de autoescola Nelson Santinon. Segundo ele, o calçado ideal deve ser de couro. “Justamente para ter o mesmo efeito da jaqueta, ou seja, ralar o couro primeiro para depois chegar no pé”, reforçou. “Tênis também pode, só não pode dirigir de chinelo”, completou.

Santinon alertou que sandália e salto alto não combinam com segurança. “Aí nós temos que diferenciar beleza de segurança: fica linda de salto alto, mas não há segurança nenhuma e há um perigo eminente desse salto se enroscar na pedaleira e na hora de botar o pé no chão cair parado, inclusive. O instrutor destacou, ainda, que o motociclista sempre deve usar os dois freios ao mesmo tempo, o do pé e o da mão.

Fonte: Portal do Trânsito ( Mariana Czerwonka)

 

É crime não prestar socorro à vítima


A semana inicia com uma notícia triste da morte de um pedestre que foi atropelado e arrastado por cerca de 25 metros por um EcoSport . Não satisfeito, o motorista ainda passou por cima do corpo da vítima, o major José Vieira Bezerra, 51 anos, que tinha saído cedo de casa para caminhar.

O motorista fugiu sem prestar socorro. O acidente ocorreu no domingo, na Avenida Bernardo Vieira de Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. As câmeras dos edifícios conseguiram filmar a atrocidade  e são fundamentais para a polícia identificar o foragido.

O acidente serve de alerta sobre as responsabilidades no trânsito e o blog traz esta semana uma enquete sobre como o motorista deve se comportar em uma situação desse tipo.

Omissão de Socorro é um dos crimes previstos no Código Penal brasileiro, em seu art. 135. É o exemplo clássico do crime omissivo. Deixar de prestar socorro a quem não tenha condições de socorrer a si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública que o possa fazê-lo, quando possível, é crime.