Pacto pela Vida do Recife terá que mudar realidade dos Torrões

O bairro dos Torrões, na Zona Oeste do Recife, passará por uma transformação nos próximos quatro anos. A poucos dias do lançamento das metas do Pacto pela Vida municipal, a Secretaria de Segurança Urbana anunciou que escolheu o local como modelo para redução da criminalidade, com investimentos que vão desde mudanças urbanísticas até a inserção dos jovens ao mercado de trabalho. Torrões, que abriga a comunidade de Roda de Fogo, foi considerada uma das cinco áreas mais críticas da capital pernambucana.

Segundo moradores, as ruas são mal iluminadas (JULIO JACOBINA/DA/D.A PRESS)
Segundo moradores, as ruas são mal iluminadas

O bairro dos Torrões, na Zona Oeste do Recife, passará por uma transformação nos próximos quatro anos. A menos de dez dias do lançamento das metas do Pacto pela Vida municipal, a Secretaria de Segurança Urbana anunciou que escolheu o local como modelo para redução da criminalidade, com investimentos que vão desde mudanças urbanísticas até a inserção dos jovens ao mercado de trabalho. Torrões, que abriga a comunidade de Roda de Fogo, foi considerada uma das cinco áreas mais críticas da capital pernambucana.

O Centro Comunitário da Paz (Compaz), que está sendo construído na Avenida Abdias de Carvalho, terá papel fundamental na mudança de perfil da população que vive no bairro. Em entrevista exclusiva ao Diario, o secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife, Eduardo Machado, explicou que um mapeamento está sendo realizado para identificar os grupos de risco, entre eles os adolescentes e jovens maiores de 18 anos que não estudam e não trabalham.

“Fizemos fotos do bairro, entrevistas com as pessoas. Os dados estão sendo cruzados com os da Secretaria de Assistência Social. O objetivo é chegar nos que mais precisam. No Compaz, haverá encaminhamento para supletivo, reforço escolar, agência do trabalho, curso de capacitação. Todas as faixas etárias serão atendidas”, afirmou Machado. Quadras esportivas para futebol, vôlei, basquete, biblioteca com salas de informática e para estudos de grupo fazem parte do projeto. “Também teremos uma estrutura para a mediação de conflitos, que será referência ao país”, completou.

Ao lado, praça, onde funciona um ferro-velho de dia e um suposto ponto de tráfico à noite (JULIO JACOBINA/DA/D.A PRESS)
Ao lado, praça, onde funciona um ferro-velho de dia e um suposto ponto de tráfico à noite

Ações articuladas
Em paralelo às atividades monitoradas, todas as secretarias vão unir forças com ações no bairro. Terrenos baldios que servem como ponto de tráfico de drogas, comércios em áreas públicas, estacionamentos irregulares, má iluminação. Esses problemas serão sanados, um a um, segundo promessa da prefeitura. “O maior investimento municipal será destinado à segurança urbana, que vai apontar, muitas vezes, o trabalho que deve ser realizado por outras secretarias. Estamos em diálogo frequente”, disse o secretário-executivo.

No ano passado, 18 homicídios foram registrados nos Torrões. Neste ano, pelo menos cinco já foram contabilizados pela polícia. A meta, seguindo o modelo estadual, é de redução de 12% ao ano. A partir de junho, haverá reuniões semanais de monitoramento para queda da criminalidade no Recife, com apresentação das ações já realizadas, seus resultados e novas ideias. O programa completo do Pacto pela Vida será apresentado no próximo dia 30, pelo prefeito Geraldo Julio.

Por Raphael Guerra, do Diario de Pernambuco

 

As balas perdidas, os inocentes e a urgência das UPPs

Parece cada vez mais urgente que Pernambuco passe a implantar um modelo que foi adotado pelo Rio de Janeiro no quesito segurança pública. Na tarde dessa terça-feira, um menino de apenas 10 anos levou um tiro na cabeça enquanto estava brincando com colegas. O garoto foi atingido, segundo a polícia, durante um tiroteio entre criminosos, possivelmente traficantes. No início do mês, um menino também de 10 anos morreu após ter sido baleado dentro de casa numa troca de tiros entre bandidos e policiais militares.

Até quando vamos assistir a ações como essas que só vitimam pessoas inocentes? Duas crianças, uma morta e uma em estado gravíssimo e a sensação de que o controle da situação está nas mãos da criminalidade. E se existisse aqui as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) que subiram os morros cariocas e tomaram conta de tudo? E se polícia pernambucana tivesse mais presente nas comunidades com a finalidade de mudar essa realidade violenta?