Rondas reforçadas na Agamenon Magalhães e no Recife Antigo

O Comando da Polícia Militar de Pernambuco anunciou ontem ações para reforçar a segurança na Avenida Agamenon Magalhães e no Bairro do Recife. A iniciativa foi motivada pelas denúncias veiculadas na imprensa sobre crimes praticados nas duas áreas. O novo esquema entrou em funcionamento no último fim de semana.

Investidas têm deixado a população assustada. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Investidas têm deixado a população assustada. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

A Agamenon foi dividida em oito trechos prioritários nos principais cruzamentos. A avenida, que só contava com dois policiais do Batalhão de Trânsito (BPTran), agora receberá o apoio de 16 policiais, entre agentes da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), dos 13º e 16º batalhões, Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães) e BPTran, das 15h às 23h. Além do reforço, a Polícia Militar também vai usar videomonitoramento e serviço de inteligência.

No Recife Antigo, a intervenção será mais intensa, principalmente no fim de semana. De segunda a quinta-feira, 17 policiais da Cavalaria (12 a mais) vão realizar rondas no bairro das 16h às 2h. Nas sextas, nos sábados e domingos, entre às 18h e 6h, serão 30 homens (23 a mais), tendo como focos principais as ruas Tomazina, da Moeda e a Praça do Arsenal, no Bairro do Recife.

Ex-PM é condenado a 37 anos por homicídio de grávida

O ex-policial militar Marco Antônio de Medeiros Silva foi condenado pela Justiça a 37 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio triplamente qualificado da corretora Taciana Barbosa de Carvalho. O veredicto foi lido pela juíza Maria Segunda Gomes, na tarde de ontem, após decisão do júri popular.

O ex-policial mantinha um relacionamento amoroso com a corretora, mas não aceitava o fato de
ter um filho com ela (Julio Jacobina/DP/D. A Press; Julio Jacobina/DP/D. A Press/reprodução)

O crime aconteceu em maio de 2008. Grávida de oito meses, ela foi morta e seu corpo, jogado em alto-mar, segundo o Ministério Público.

Além do homicídio, o ex-PM foi condenado por sequestro, aborto provocado por terceiro, furto qualificado, ocultação de cadáver e coação no curso do processo.
Na sessão do júri, convocado a depor, Marco Antônio de Medeiros Silva preferiu permanecer em silêncio. A magistrada determinou que ele cumpra a pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. Mas ele continuará no Presídio de Igarassu, pois a defesa irá recorrer.

“Entendemos que a decisão do júri foi contrária às provas que estão nos autos. A pena decidida pela juíza também foi exacerbada”, afirmou o advogado Maurício Gomes.
Na fase de debates, a promotora Eliane Gaia afirmou que a vítima foi morta porque era “uma pedra no caminho” de Marco. “Ele queria impedir o nascimento do filho. Por falta de inteligência, cometeu seis crimes para tirar essa pedra. Primeiro, sequestrou Taciana. Depois, matou e, consequentemente, abortou. Furtou itens dela, ocultou o cadáver e coagiu testemunhas. O objetivo era não dar pensão e não ser descoberto na sua traição pela esposa”, disse a promotora.

Antes dos debates, a mãe da vítima, Fátima Maria Barbosa, única a depor, relatou que, no dia em que a filha desapareceu, o acusado telefonou para Taciana e marcou um encontro. Contou ainda que o réu teria oferecido um medicamento para que a gestante abortasse, o que não foi aceito pela corretora. Após o resultado, os pais dela disseram ter ficado aliviados.

Desde o desaparecimento do corpo, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram buscas em alto-mar, em Itamaracá, mas nada foi encontrado. Em 2011, com uso de outras tecnologias, equipes voltaram a fazer buscas, novamente frustradas.