Julgamento de acusados de matar promotor Thiago Faria começará na segunda-feira

Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, serão julgados nesta segunda-feira, dia 24. A data foi definida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva irão a júri popular. A previsão da Justiça Federal é de que o julgamento dure pelo menos quatro dias.

Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime
Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime

Em setembro passado, a Justiça Federal de Pernambuco fez o sorteio dos jurados que irão participar do júri popular. Foram sorteados 25 jurados e também os 25 suplentes. Somente no dia do júri popular serão escolhidos os sete jurados que irão acompanhar todo o julgamento e serão os responsáveis pelo destino dos réus.

O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Agreste do estado. O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela quando dirigia sentido ao município de Itaíba. Segundo reprodução simulada realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro.

Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP
Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP

O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Um grupo de promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foi formado para acompanhar as investigações da Polícia Civil. Depois de um embate entre a Polícia e Associação do MPPE, que chegou a  pedir a federalização do caso, as investigações que ficaram paradas por quatros meses voltaram às mãos dos delegados da Polícia Civil. No entanto, depois o caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, onde foi concluído.

De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a decisão de deslocar a competência do caso para a Justiça Federal foi da Terceira Seção do Tribunal, e se deu no dia 13 de agosto de 2014. O relator do processo (IDC 5) foi o ministro Rogerio Schietti Cruz, que votou favorável ao “imediato deslocamento do inquérito policial para atribuição da Polícia Federal, sob o acompanhamento e o controle do Ministério Público Federal, e sob a jurisdição, no que depender de sua intervenção, da Justiça Federal da Seção Judiciária de Pernambuco”. O voto do ministro Schietti foi seguido por unanimidade pelos demais ministros da Terceira Seção.