Operação Bomboniere prende suspeitos de vender “balas” e “doces” em raves

A Policia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, a Operação Bomboniere com o objetivo de desarticular uma organização criminosa com base no Recife e em Goiânia responsável pela distribuição de grande parte da substância entorpecente (drogas sintéticas: ecstasy e LSD bem como maconha e haxixe) consumidas principalmente em festivais de músicas eletrônicas (raves) nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

Festas costumam acontecer em lugares afastados da cidade. Foto: Diogo Carvalho/DP/D.A.Press
Festas costumam acontecer em lugares afastados da cidade. Foto: Diogo Carvalho/DP/D.A.Press

Um total de 35 Policiais Federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 2ª Vara dos feitos Relativos a Entorpecentes do Recife, sendo que três pessoas foram presas em Pernambuco e duas em Goiás.

A droga da quadrilha era adquirida na Espanha e no Paraguai e era transportada por via aérea com a peculiaridade de haver uma grande utilização de redes sociais, e-mails e aplicativos de smartphones para sua aquisição. Os lucros auferidos com o comércio da venda dessas drogas eram investidos quase em sua totalidade pelos líderes da quadrilha em automóveis, festas e viagens para competições de surfe em Lima (Peru) e Fernando de Noronha/PE.

A operação começou a ser desenvolvida em fevereiro de 2012 através de investigações realizadas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal em Pernambuco acerca da estrutura de uma organização criminosa com base no Recife e Goiânia voltada para o comércio de drogas sintéticas (ecstasy e LSD) com projeções nos estados da Paraíba e Alagoas.

No decorrer das investigações nove inquéritos foram instaurados e 11 pessoas foram presas resultando em várias apreensões de droga pertencentes a esta quadrilha (300 comprimidos de ecstasy, 12.200 pontos de LSD, 40 quilos de haxixe, 252 quilos de maconha e 2 veículos). Os policias investigaram a ação dos traficantes em festivais de músicas eletrônicas, festas “raves”, bares, boates, universidades, praias e academias, ambientes que são costumeiramente frequentados por grupos de jovens e adolescentes de classe média e alta.

Os investigados responderão por tráfico internacional de drogas e caso sejam condenados poderão pegar penas que somadas ultrapassam os 20 anos de reclusão. Após a autuação todos submeteram-se a exame de corpo de delito e em seguida foram levados para Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), onde ficarão à disposição da Justiça Estadual.

* O nome “Bomboniere” foi usado em virtude do nome popular “bala ou doce” dado por usuários ao ecstasy e ao LSD

Com informações da Polícia Federal