Janderson quer falar porque viajou com a filha após deixar a prisão

O engenheiro Janderson Salgado Alencar, 29, que está preso no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, pretende explicar os motivos que o levaram a fugir com a filha Júlia Alencar, de um ano e dez meses, assim que deixar a prisão. Detido no pavilhão especial da unidade prisional, ele recebeu ontem a visita do advogado Jairo Cavalcanti, com quem conversou sobre o processo.

“Ele está bem e tranquilo. Assim que deixar a prisão vai dar uma entrevista coletiva para explicar as razões dele para o que aconteceu. Como ainda não tive acesso aos autos do processo, não pude entrar com o pedido de habeas corpus”, explicou Cavalcanti. A mãe de Janderson, Maria de Nazaré Salgado de Alencar, disse que o filho não era “bandido”. “Quando ele sair do Cotel vai contar as verdades do fato. Meu filho não é um bandido como estão dizendo”, ressaltou.

Já no bairro de Casa Caiada, em Olinda, em seu primeiro dia de volta à rotina, a menina Júlia Alencar foi cercada de carinhos e cuidados da mãe, Cláudia Cavalcanti, 42, e de toda a família. Na primeira noite em que dormiu na companhia materna, Júlia acordou duas vezes e chorou um pouco. “Ela deve ter acordado ainda com medo, mas fora isso, passou a noite bem. Ainda ontem (anteontem) à noite quando ela chegou em casa ficou um pouco quieta, mas depois que reconheceu o ambiente e reencontrou suas coisas, ficou eufórica. Foi uma alegria só”, contou a mãe que passou 15 dias longe da filha.

A criança que havia sido levada pelo pai foi encontrada na noite do último sábado pela polícia do Amapá e chegou ao Recife no início da tarde de ontem. O engenheiro contou à polícia que não desistiria de tentar morar com a filha.

Até serem encontrados na cidade de Santana, no estado do Amapá, Janderson e a filha percorreram mais 3,5 mil km e passaram por nove cidades de cinco estados. Segundo a delegada Gleide Ângelo, pai e filha deixaram o Recife no final da manhã do dia 10 de julho, depois que o engenheiro pegou a menina na casa da mãe. O acordo judicial determinava que ela deveria ter sido devolvida às 18h, o que não aconteceu.

“As viagens deles foram feitas de ônibus, carros e barcos. Por muito pouco ele não conseguiu sair do Brasil, mas graças a Deus deu tudo certo e a menina agora está com a mãe. Como a prisão aconteceu no sábado, ainda tenho alguns dias para fechar o inquérito e encaminhar para a Justiça”, destacou a delegada Gleide Ângelo, que investigou o caso junto com a delegada Fabiana Leandro e o chefe de investigação Raldney Júnior.

Caso seja condenado, Janderson Alencar poderá pegar de dois a seis anos de reclusão. Ele foi preso em cumprimento a um mandado pelo artigo 237 do Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA), que corresponde a subtrair criança ou adolescente com o fim de colocação em lar substituto. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Ressocialização (Seres), Janderson poderá receber visita de familiares a partir deste domingo. Já seu advogado pode visitá-lo todos os dias, no horário das 9h às 20h. Ainda segundo a Seres, no pavilhão especial, onde ficam detentos com formação superior, as celas costumam abrigar de dois a cinco detentos. No entanto, nem a defesa nem a Seres souberam informar com quantas pessoas Janderson está dividindo a cela.

Engenheiro foi preso onde estava escondido com a filha havia três dias

Após passar três dias praticamente trancado junto sua filha Júlia Alencar no kitnet que havia alugado na cidade de Santana, no Amapá, o engenheiro Janderson Barbosa Alencar, 29 anos, foi preso depois que um policial entrou no imóvel como se fosse um eletricista.

Janderson e Júlia chegam nesta segunda-feira
Janderson e Júlia chegam nesta segunda-feira

Segundo informações do blog amapaense Selesnafes.com, Janderson e a menina chegaram ao local por meio de uma embarcação vinda da cidade de Altamira, no Pará, um dos locais onde pai e filha chegaram a se hospedar.

O delegado Uberlândio Gomes, do Amapá, estava monitorando os passos do pernambucano.  “Ele estava esperando uma parente dele chegar de Santarém para ajudá-lo na fuga. Provavelmente ia atravessar para a Guiana Francesa”, comentou o delegado Uberlândio ao Selesnafes.com.

Para tentar forçar a saída de pai e filha do imóvel, a polícia cortou o fornecimento de energia elétrica do local. A iniciativa não deu certo. Foi então que a polícia resolveu criar um plano para entrar no imóvel.

A proprietária do kitnet disse ao engenheiro que havia chamado um eletricista para checar a instalação do kitnet. No entanto, o eletricista era um agente da Polícia Civil do Amapá.

Ele entrou no local com autorização do engenheiro, que ao perceber um descuido de Janderson deu sinal para os outros policiais entrarem no imóvel e imobilizaram o engenheiro.

De acordo com a polícia, ele não teve tempo de reagir. Os policiais encontraram com o engenheiro mais de R$ 25 mil em dinheiro. Janderson, Júlia e os três policiais pernambucanos que estavam investigando o caso chegam ao Recife no início da tarde desta segunda-feira. A mãe da menina, Cláudia Cavalcanti, vai receber a filha no aeroporto.

Mãe da criança levada pelo pai conta os minutos para ter a filha nos braços

A notícia recebida na noite desse sábado de que sua filha Júlia Alencar, de apenas um ano e dez meses, foi encontrada no estado do Amapá, a servidora pública Cláudia Cavalcanti, 42 anos, só quer uma coisa: pegar a filha em seus braços. Na manhã deste domingo, Cláudia recebeu a imprensa em seu apartamento, na cidade de Olinda, e falou sobre o alívio de saber que a filha está bem.

Cláudia espera a chegada da filha. Foto: Wagner Oliveira/DP
Cláudia espera a chegada da filha. Foto: Wagner Oliveira/DP

“Quando recebi a ligação da delegada Gleide Ângelo dizendo que minha filha havia sido encontrada, minha vontade foi de pegar o primeiro avião e ir embora me encontrar com ela. Chorei muito e também fiquei com o corpo todo trêmulo. A delegada disse que só voltaria com Júlia e graças a Deus isso vai acontecer. Não vejo a hora de ter minha filha nos meus braços”, declarou Cláudia.

Gleide Ângelo, Fabiana Leandro e Raldney Júnior chegarão ao Recife com Júlia nesta segunda-feira
Os policiais Gleide Ângelo, Fabiana Leandro e Raldney Júnior chegarão ao Recife com Júlia nesta segunda-feira

Janderson Alencar, pai da garota, estava sendo procurado pela polícia pernambucana desde o dia 10 deste mês. Ele tinha autorização da Justiça para ficar com a filha das 9h às 18h. Como não devolveu a menina no horário determinado, o caso foi denunciado à polícia e os dois passram a ser procurados. Antes de fugir com a filha, segundo a Polícia Civil de Pernamnbuco, Janderson realizou um saque bancário no valor de R$ 400 mil, o que o ajudou em seu deslocamento pelo Brasil.

Polícia Civil localiza criança que havia sido levada pelo pai

Foi localizada na noite deste sábado, pela Polícia Civil de Pernambuco, a menina Júlia Cavalcanti de Alencar, de 1 ano e 9 meses, que havia sido levada pelo pai. Ela está em segurança. A garota e o pai, Janderson Rodrigo Salgado Alencar, 29, estavam na cidade de Santana, no Amapá. Ele está preso.

A operação pela prisão contou com o apoio da Polícia Civil daquele estado que realizou a abordagem em uma residência localizada na área central da referida cidade. A operação que resultou na localização da criança e prisão do genitor da mesma foi fruto de trabalho em conjunto entre as Polícias Civis de Pernambuco e do Amapá, onde esta última também contou com informações da Inteligência da PCPE.

As delegadas da 9ª DPH da cidade de Olinda/PE, Gleide Angelo e Fabiana Leandro, que presidem as investigações, estão em vôo do Pará para o Amapá com o objetivo de proceder ao recambiamento do preso e trazer a criança para o Estado de Pernambuco.

Júlia e Janderson estavam sendo procurados desde o dia 10 de julho depois que ele não devolveu a menina para a mãe como estava previsto em decisão judicial. Ainda não há previsão para o horário de chegada de pai e filha a Pernambuco, pois as delegadas irão precisar de autorizacão judicial para viajar com a criança.