GOE deixará de existir e DGOPJ será dividida em quatro

 

Após o anúncio da mudança do comando da Polícia Civil, novas alterações começam a aparecer e desanimar muitos servidores. Uma das mais polêmicas é a extinção do Grupo de Operações Especiais (GOE). A unidade especializada em crimes que envolvem extorsão, sequestro, e que cumpre mandados de prisão e serve como Quartel General das grandes operações feitas pela corporação vai deixar de existir em breve. O que era GOE, no prédio do bairro do Cordeiro, agora passará a ser a Delegacia Anti-sequestro. O GOE passará a ser agora um grupo tático de apoio, e será subordinado à Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), comandada pelo delegado José Silvestre, que já foi delegado-adjunto do GOE.

GOE, no bairro do Cordeiro, era Quartel General para operações

Outra novidade na corporação será a divisão da Diretoria Geral de Operações de Polícia Judiciária (DGOPJ) em quatro áreas. O delegado Joselito Kehrle deixará o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para comandar a DGOPJ que abrangerá todos os departamentos especializados. Já o delegado Luiz Andrey sairá do comando do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) para assumir a DGOPJ que englobará a capital e Região Metropolitana. Outros dois delegados assumirão as DGOPJs da Zona da Mata e Agreste, que serão uma só,  e do Sertão.

Quem também ganhará novo posto na PC é o delegado Antônio Barros. Ele deixará o comando do Departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri) para assumir o Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social (CIIDS). Barros ganha o novo cargo porque Romano Costa, que respondia pelo CIIDS será empossado como sub-chefe da Polícia Civil de Pernambuco. O que ainda não foi definido é quem irá assumir o DHPP, o Denarc e o Depatri.

DHPP é exemplo para outros estados

 

 

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Pernambuco está servindo de exemplo para as polícias de outros estados do Brasil. Segundo o gestor do departamento, delegado Joselito Kerhle, representantes da área de segurança de vários estados já visitaram o DHPP para acompanhar o trabalho das equipes que investigam os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) para adotarem o mesmo modelo de trabalho. “Já recebemos policiais da Bahia, Ceará, Paraíba e até de São Paulo para observar nossa experiência e passarem a trabalhar da mesma forma em seus estados”, afirmou Kerhle.

Antes do DHPP existir, todos os homicídios registrados no estado era investigados pelas delegacias dos municípios onde as mortes aconteciam. “Recentemente, recebemos a visita da diretora do DHPP da Bahia, que veio acompanhada do comandante da Polícia Militar e do diretor de polícia da capital baiana para ver de perto nosso trabalho. Eles acompanharam desde a saída de uma equipe da Força-tarefa para atender uma ocorrência até o encaminhamento do inquérito criminal para a Justiça”, contou Joselito. No mês de março, o DHPP mandou um total de 102 inquéritos para a Justiça. Desses, 91 estavam com a autoria esclarecida.

“Pernambuco é sinônimo de excelência na redução da criminalidade violenta, mais especificamente no que se refere a homicídio. Já participamos da capacitação de agentes e delegados de outros estados, o que mostra que nosso trabalho tem dado bons resultados”, destacou Kerhle. O DHPP já recebeu também a visita de uma comissão de delegados e oficiais da Polícia Militar de Alagoas. De acordo com Joselito, o Departamento de Homicídios do Ceará foi montado a partir da experiência de Pernambuco. “Eles mandaram um total de 60 policiais para colher informações nossas e depois iniciaram o trabalho no estado deles”, lembrou o gestor do DHPP de Pernambuco.