Mais de 8 mil presos estudam nos presídios pernambucanos

Balanço divulgado pela Secretaria de Ressocialização do estado (Seres), mostra que de janeiro até agora foram efetuadas 700 novas matrículas nas escolas que funcionam dentro das unidades prisionais. No final de 2013, 7.512 reeducandos estavam matriculados nas escolas. Hoje, esse número saltou para 8.521.

Salas de aula estão atraindo mulheres e homens presos. Foto: Seres/Divulgação
Salas de aula estão atraindo mulheres e homens presos. Foto: Seres/Divulgação

Apenas nos três presídios que fazem parte do Complexo do Curado receberam 250 novos alunos. De acordo com o secretário de Ressocialização, Romero Ribeiro, a meta é fechar 2014 com 10 mil matrículas. Uma tarefa um pouco difícil diante da falta de estímulo de alguns presidiários e das condições precárias dos precárias de algumas unidades.

Ainda segundo o balanço da Seres, com mais de 27% dos presos estudando, Pernambuco lidera o ranking da educação prisional, já que a média no resto do país é de apenas 11%. Esperamos que esses presos e presas que estão aproveitando o tempo atrás das grades para estudar voltem para as ruas com um novo pensamento e não entrem novamente no mundo do crime, como fazem a maioria que ganha liberdade.

Cerca de oito mil detentos de Pernambuco estudam nos presídios

O sistema prisional de Pernambuco tem atualmente um total de 27 mil detentos num espaço onde caberiam apenas dez mil presos. Um retrato da superlotação que assola quase todas as unidades prisionais do Brasil. Apesar desse dado negativo, a Secretaria de Ressocialização do estado (Seres) comemora o alto índice de presos que estão estudando atrás das grades.

Seminário acontece até esta quarta-feira em Boa Viagem
Seminário acontece até esta quarta-feira em Boa Viagem. Foto: SDSDH/Divulgação

 

Segundo o superintendente da Seres, coronel Romero Ribeiro, cerca de oito mil reeducandos estão frequentando as salas de aula. Os números foram apresentados nessa terça-feira na abertura do Seminário Nacional – Sistema Prisional e Reinserção Social, que acontece até esta quarta-feira no Golden Tulip Recife Palace Hotel, em Boa Viagem. No seminário foi apresentado o resultado de uma pesquisa que resultou numa Proposta de Reinserção Singular para os detentos. O primeiro passo de Pernambuco pode estar sendo dado justamente com o investimento na edução dos presos.

A pesquisa, que foi realizada com detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, e da Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, identificou o rompimento dos laços familiares como uma das principais causas que dificultam a reinserção de ex-presidiários na sociedade.

“Não podemos colocar as pessoas no presídio e deixá-las simplesmente trancadas. A prisão não é para sempre e essas pessoas irão voltar para as ruas. Por isso, é preciso que os detentos recebam uma atenção especial enquanto estão nas unidades e um apoio quando deixarem a prisão”, ressaltou Carina Vasconcelos, que é professora de direito, conselheira do Conselho Penitenciário de Pernambuco e participou da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro Pró-Cidadania.