Quadrilhas de roubos a bancos no interior são de estados vizinhos

As quadrilhas que estão assaltando agências bancárias e espalhando o terror na população do interior de Pernambuco são de outros estados do Nordeste. A Polícia Civil já sabe que os criminosos são de Alagoas e Paraíba, por exemplo. Apesar dos números da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontarem redução no número de roubos a banco no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, as investidas criminosas voltaram a acontecer em sequência e com violência neste mês. Só na madrugada de ontem, mais três agências foram alvos de criminosos, duas delas no interior, uma em Triunfo, no Sertão, outra em Timbaúba, na Mata Norte, e uma no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

PMs da Cioe foram acionados para detonar explosivo no Cabo. Fotos: Reprodução/TV Clube
PMs da Cioe foram acionados para detonar explosivo. Fotos: Reprodução/TV Clube

Segundo o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Antônio Barros, todos os esforços estão sendo realizados para que os criminosos sejam identificados e presos. “Estamos em contato direto com as polícias de outros estados para chegar a esses suspeitos. Não temos dúvidas de que são assaltantes de fora de Pernambuco. Uma reunião com o superintendente da Polícia Federal de Pernambuco será agendada para que o nosso setor de inteligência possa trocar informações com os agentes federais sobre esses casos”, ressaltou Barros. A Polícia Federal é responsável por investigar os assaltos às agências da Caixa Econômica Federal. Já a Polícia Civil apura as investidas contra os demais bancos.

Em Timbaúba, bandidos usaram maçaricos para abrir caixas eletrônicos
Em Timbaúba, bandidos usaram maçaricos para abrir caixas eletrônicos

No caso do assalto no Cabo de Santo Agostinho, agentes da PF estiveram na agência da Caixa Econômica e fizeram a perícia no local. Segundo o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro, nenhuma quantia em dinheiro foi levada. “Vamos tentar identificar os suspeitos pelas imagens das câmeras de segurança e ainda a partir do veículo Gol de cor branca que foi deixado por eles no local. Os criminosos tentaram explodir os caixas eletrônicos mas não conseguiram. Então, policiais militares detonaram o explosivo”, detalhou Santoro. Uma equipe antibomba da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe) foi acionada para desativar o artefato deixado pelos suspeitos em um dos caixas no local onde saem as cédulas de dinheiro.

A operação de detonação do explosivo teve início por volta das 7h com o mapeamento no local. Com uma roupa especial que protege de possíveis combustões, o especialista utilizou um braço mecânico para retirar o explosivo, que por volta das 8h20 foi detonado em segurança. O trabalho foi acompanhado por uma multidão, num clima de curiosidade e tensão. O trânsito nas proximidades foi fechado e a área foi isolada para evitar acidentes.

De acordo com a Polícia Militar (PM), por volta das 3h da madrugada os criminosos chegaram em um carro branco. Enquanto parte do grupo efetuava disparos contra o posto de policiamento comunitário do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde havia apenas um PM de plantão, os demais entraram na agência. A explosão danificou o imóvel e a polícia encontrou no local um artefato intacto. Na fuga, os assaltantes também espalharam grampos pela estrada, com o objetivo de dificultar a perseguição policial. Nas vias, a polícia encontrou ainda diversas cápsulas de pistola nove milímetros disparadas durante a ação criminosa. Ninguém foi preso até o momento.

Novas investidas no interior do estado

Também na madrugada de ontem, a agência do Banco do Brasil da cidade de Triunfo, no Sertão de Pernambuco, foi invadida e explodida por crimonosos. O impacto das detonações danificou bastante o imóvel. A quantia roubada não foi informada pela polícia. Câmeras do circuito interno da agência flagraram a ação dos bandidos e poderão ajudar a identificá-los. Já na cidade de Timbaúba, dois caixas eletrônicos do Banco Santander foram alvos de bandidos também na madrugada de ontem. Segundo a polícia, os suspeitos utilizaram maçaricos para arrombar os terminais eletrônicos. O valor levado também não foi informado.

Além dos três casos registrados ontem, outros dois assaltos a banco ocorridos na semana passada mostrou a fragilidade da polícia para impedir a ação ousada dos bandidos, principalmente no interior do estado. No primeiro caso, na cidade de Macaparana, no Agreste, cerca de 15 homens fortemente armados invadiram a cidade, na madrugada do último dia 6 de abril. A quadrilha se dividiu em grupos. Um explodiu a agência do Banco do Brasil com explosivos potentes. Os outros grupos realizaram tiroteios pelas ruas do município e também na cidade vizinha de São Vicente Férrer. Viaturas da polícia foram alvos de vários disparos.

Dois dias depois, a agência do Banco do Brasil do município de Cupira, no Agreste, também foi invadida. Cerca de 30 homens chegaram ao local em quatro carros, espalharam grampos nas estradas que dão acesso à cidade e em frente ao destacamento da Polícia Militar. Em seguida, o grupo explodiu os caixas eletrônicos da agência e fugiu levando uma quantia em dinheiro não informada. Em nenhum dos casos há suspeitos detidos.

Taxa de homicídios diminui nas grandes cidades e aumenta no interior

Da Agência Brasil

A taxa de homicídios no Brasil tem diminuído nas grandes cidades e aumentado no interior, sobretudo no Nordeste. Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2016, divulgado hoje (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O estudo analisou a evolução dos homicídios por macrorregiões, unidades da federação e microrregiões, provocadas por armas de fogo, violência policial, assim como homicídios de afrodescendentes, de mulheres e jovens. Os números estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e se referem a 2014.

Cidade do Agreste está perdendo a tranquilidade. Foto: Jaqueline Maia/DP/D.A.Press
Cidades do Agreste estão perdendo a tranquilidade. Foto: Jaqueline Maia/DP/D.A.Press

Das 20 microrregiões mais violentas, 16 estão no Nordeste, que também possui sete entre as 20 mais pacíficas. Dentre as 20 microrregiões que apresentaram maior crescimento nas taxas de homicídios, 14 estão no Nordeste.

Entre 2004 e 2014, a redução mais significativa da taxa foi observada em São Paulo (-65%), que tem quase 15 milhões de habitantes. Já o crescimento mais acelerado de homicídios foi observado em localidades interioranas, até pouco tempo atrás, bastante pacíficas. É o caso de Senhor do Bonfim (81 mil habitantes), na Bahia, que teve piora de 1.136,9% nos dados de violência, entre 2004 e 2014. Ainda assim, Senhor do Bonfim aparece com taxa de cerca de 18 homicídio por 100 mil habitantes, bem menor que a aglomeração urbana de São Luís (MA), com taxa de 84,9, primeira da lista das microrregiões mais violentas.

Estados
Os seis estados com crescimento superior a 100% nas taxas de homicídios pertencem ao Nordeste. Pernambuco destoou dos demais estados da região, ao registrar queda de 27,3% no número de homicídios. O Rio Grande do Norte teve aumento de 360,8% na taxa de homicídios em dez anos. Logo atrás vem Maranhão (209,4%) e Ceará (166,5%).

Cerca de 10% de todos os homicídios no mundo, em 2014, ocorreram no Brasil. Em números absolutos, foram 59,6 mil assassinatos, o que coloca o Brasil como campeão de mortes por homicídio. Por outro lado, entre 2010 e 2014, aumentou o número de estados com queda nas taxas de homicídios, passando de oito para 12 unidades federativas, com destaque para quedas no Paraná (-20,9%) e no Espírito Santo (-14,8%), estado que saiu pela primeira vez, desde 1980, da lista dos cinco estados mais violentos do país a partir de 2013. A taxa de homicídios caiu 1,3% e o posicionou junto a outros estados que diminuíram essas taxas, como São Paulo (-52,4%), Rio de Janeiro (-33,3%), Pernambuco (-27,3%), Rondônia (-14,1%), Mato Grosso do Sul (-7,7%) e Paraná (-4,3%).

O resultado pode indicar, segundo a análise, “uma mudança no sinal da evolução dos homicídios no Brasil”, segundo a nota. Nos estados em que se verificou queda dos homicídios, o estudo identificou que políticas públicas qualitativamente consistentes foram adotadas, como no caso de São Paulo, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Ações como a integração da Polícia Militar no Paraná e investimento nas polícias e prevenção social, no Espírito Santo, são algumas inovações e ações citadas como possíveis contribuições para a queda.

Morte de negros
Entre 2004 e 2014, o estudo mostra que houve alta na taxa de homicídio de afrodescendentes (+18,2%) e diminuição no número de homicídios de outros indivíduos que não de cor preta ou parda (-14,6%). Em 2014, para cada não negro assassinado, morreram 2,4 indivíduos negros.

O estudo sugere que uma possível explicação para esse resultado é o fato de a taxa de homicídio ter diminuído mais nas unidades federativas onde há proporcionalmente menos negros, como no Sudeste e Paraná, e ter crescido nos estados com maior população afrodescendente, como em vários estados do Nordeste. Proporcionalmente, a violência contra a população negra é maior em quase todas as unidades da federação, à exceção de Roraima e Paraná.

No Rio Grande do Norte, a taxa de vitimização de negros aumentou 388,8% entre 2004 e 2014. Por outro lado, houve redução de 61,6% na vitimização de negros em São Paulo, no mesmo período.

Violência de gênero
Treze mulheres foram assassinadas, por dia, em 2014. A taxa de homicídios entre mulheres apresentou crescimento de 11,6% entre 2004 e 2014. A distribuição dessas mortes aparece de maneira bastante desigual no país. Enquanto o estado de São Paulo reduziu em 36,1% esse crime – embora em ritmo menor que o registrado entre os assassinatos de homens, que teve redução de 53% – outras localidades apresentaram crescimento de 333%, como o Rio Grande do Norte.

No período de 2004 a 2014, 18 estados apresentaram taxa de mortalidade por homicídio de mulheres acima da média nacional (4,6), com destaque para Roraima (9,5), Goiás (8,8), Alagoas (7,3), Mato Grosso (7,0) e Espírito Santo (7,1).

O estudo reforça a importância de políticas públicas voltadas para o combate da violência contra a mulher, com ações específicas que considerem os vínculos estabelecidos entre a vítima e seu agressor, as relações de dependência financeira ou emocional, bem como as redes de atendimento e os serviços disponíveis para proteter e garantir a segurança dessas mulheres.

Voluntários para Varas de Infância e Juventude estão sendo selecionados pelo TJPE

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vai abrir inscrições para seleção de Agente de Proteção no período de 21 de setembro a 5 de outubro de 2015. Os agentes irão atuar como voluntários na Vara Regional da Infância e Juventude da 1ª Circunscrição (que abrange o Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Abreu e Lima, Paulista), como também na Vara Regional de Palmares.

Processo seletivo foi estabelecido pelo Edital nº 07/2015, publicado na última sexta-feira (4/9) no Diário de Justiça Eletrônico (DJE).  Para a Vara Regional das cidades da Região Metropolitana, serão aceitas 117 inscrições. Para Palmares, 36. A inscrição deve ser efetivada a partir de 21 de setembro na página de concursos e seleções do site do TJPE, onde o candidato também poderá imprimir seu comprovante de participação.

Para se inscrever, o candidato precisa ser maior de 18 anos e possuir o nível médio completo.  Ao todo são 51 vagas, sendo 12 delas direcionadas a Palmares. O processo de seleção é coordenado pela Secretaria de Gestão de Pessoas, e terá duas fases: aplicação de prova subjetiva e entrevista. O resultado final será publicado no Diário de Justiça Eletrônico de 14 de dezembro deste ano.

A função do agente é assegurar a efetivação dos direitos referentes às crianças e aos adolescentes, executando fiscalizações nos espaços públicos e privados. O horário de atuação será no período matutino, vespertino ou noturno, com carga horária de 20 horas mensais, correspondente a quatro atuações de cinco horas. “O agente tem direito ao certificado a partir da primeira atuação”, explica a chefe da Unidade de Seleção e Acompanhamento do Serviço Voluntário, Renata Albuquerque.

O prazo máximo de atividade como Agente de Proteção é de dois anos, permitida uma recondução por igual período. De acordo com o edital, com base na Resolução 360/2013 do TJPE, a atividade de voluntariado não assegura nenhum direito trabalhista de servidor público ou recebimento de remuneração. Confira a Resolução 362/2014, que instituiu a função pública de Agente de Proteção no âmbito da Justiça Estadual de Pernambuco.

Com informações da assessoria de imprensa do TJPE

Criminalidade sai das grandes cidades e avança para o interior

Da Agência Brasil

De acordo com o último Mapa da Violência, 56.337 pessoas foram vítimas de homicídio em 2012. Esse número corresponde a 29 mortes a cada grupo de 100 mil habitantes e é o maior da série histórica do estudo, divulgado a cada dois anos, tendo como base o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. Em 2002, o índice era de 28,5 por cem mil habitantes. A maior queda foi registrada em 2007, quando chegou a 25,2.

Segundo o coordenador do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o mapa mostra a tendência da violência de migrar dos grandes centros para o interior. Se nesta década o número de homicídios permaneceu quase o mesmo, ele diminuiu em cidades como Rio, São Paulo e Recife, mas migrou para cidades médias e pequenas.

Vítima foi assassinada por volta das 12h dessa sexta-feira. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Cidades como Recife, São Paulo e Rio de Janeiro diminuíram o número de assassinatos nos últimos anos. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

“Por um lado, pode-se dizer, sim, que o crime migrou porque foi mais bem combatido nas cidades, mas também foram as relações que se deterioraram. Um grande número de mortes ocorre por desavenças que acabam em brigas e até mesmo em mortes”, disse.

Profissionalização
A análise do mapa, segundo Jacobo, mostra que as grandes cidades profissionalizaram suas áreas de segurança, enquanto no interior a área ainda age como 20 anos atrás, como se não houvesse crimes para investigar. “O que você tem nas pequenas cidades é um contingente policial mínimo, despreparado para lidar com desavenças e que não tem condições de combater qualquer tipo de crime”, disse.

Para tentar resolver essa questão, o governo federal criou o programa Brasil Mais Seguro, que ajuda os estados na formação de policiais e aquisição de equipamentos. “Para se ter uma ideia, não tínhamos peritos treinados nos equipamentos mais modernos, e graças ao programa montamos laboratórios e a Polícia Federal treinou nossos investigadores”, relatou Diógenes Tenório, secretário de Defesa Social de Alagoas, primeiro estado a receber o programa.

Jovens negros
Os jovens negros foram as maiores vítimas dessa violência. Pessoas com idade entre 15 e 29 anos tiveram as taxas de homicídio aumentadas de 19,6 em 1980 para 57,6 em 2012, a cada 100 mil jovens.

Negros também morreram muito mais que brancos. Morreram 146,5% mais negros do que brancos no Brasil, em 2012, vítimas de violência. Entre 2002 e 2012, o número de homicídios de jovens brancos caiu 32,3% e o dos jovens negros aumentou 32,4%.

“O problema é que a política de segurança pública escolheu um inimigo, e claramente ele é o jovem negro, que já é vítima dos lugares mais pobres e violentos, e eles não têm a mesma proteção dos jovens brancos de classe média”, avalia Ruth Vasconcelos, socióloga da Universidade Federal de Alagoas e especialista em violência.

“Claramente, o que precisamos é de uma política de segurança cidadã, e nossos policiais estão sendo treinados cada vez mais nessa perspectiva, para proteger o cidadão e não para matar os bandidos”, relatou o deputado Edson Santos (PT-RJ), que foi ministro da Igualdade Racial e integra a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

Mortes de policiais
A discussão sobre o papel da polícia também é importante. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado por um fórum de especialistas ligados à área governamental de segurança, mostram que 490 policiais tiveram mortes violentas em 2013, destes 75,3% foram mortos quando não estavam em serviço. Por outro lado, policiais causaram 11.197 mortes. Em comparação com outros países, os dois dados são alarmantes.

“É uma situação muito grave, porque representa uma situação quase de guerra. Até por isso os policiais precisam ser bem treinados e remunerados, para se protegerem e às suas famílias”, disse o deputado João Campos (PSDB-GO), que é delegado e integrante da Comissão de Segurança Pública da Câmara.

Delegacias do estado agonizam

Levantamento feito pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) em 172 delegacias de Pernambuco entre os dias 14 de abril e 16 de maio deste ano revelou que as unidades policiais do interior do estado estão agonizando. O relatório foi produzido a partir de 11 dias de visitas na Região Metropolitana do Recife (RMR), Zona da Mata, Agreste e no Sertão e teve como objetivo denunciar as condições precárias dos prédios.

Fotos: Sinpol/Divulgação

Um dossiê com as conclusões da inspeção foi preparado pela diretoria do Sinpol e encaminhado ao secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e ao chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais, para que os reparos sejam feitos com urgência.

A situação das delegacias pernambucanas tem sido alvo de preocupação não só do Sinpol. Em março do ano passado, a pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública feita pelo Ministério da Justiça mostrou que Pernambuco tinha uma delegacia para cada 41.232 habitantes. E mais: apenas 10% das delegacias existentes no estado eram especializadas.

A publicação apresentada com base nos dados colhidos no ano de 2011 apontou que Pernambuco, juntamente com Ceará, Rio de Janeiro e Distrito Federal, tinha a menor quantidade de delegacias em relação à população estadual.

Sobre as vistorias realizadas às unidades policiais recentemente, o presidente do Sinpol, Cláudio Marinho, informa que algumas estão em situação de interdição. “Em alguns prédios, é humanamente impossível trabalhar. Algumas cidades têm delegacias que estão sob risco de serem atingidas por deslizamentos de barreiras. Precisam de reformas urgentes”, apontou Marinho.

O diretor do Sinpol Marcos Pereira informou que depois do último levantamento feito pelo sindicato em 2012 algumas delegacias foram reformadas. “No entanto, muitas outras cidades estão em situação lastimável. Os funcionários estão fazendo cotas para cobrir as despesas com a limpeza das unidades”, completou Pereira.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da PCPE afirmou que desde o lançamento do Pacto pela Vida, em 2007, a Polícia Civil promoveu, até o momento, “grandes reformas em 81 unidades policiais através de um novo projeto arquitetônico. Mais de R$ 10 milhões foram investidos em obras de recuperação e construção de delegacias e outras unidades do interior passam por pequenas reformas frequentemente”.

A nota diz ainda que a partir do projeto arquitetônico idealizado para as delegacias que receberam reformas, duas delas, como a da Várzea e a de Tejipió receberam, no ano de 2011, o prêmio de qualidade em atendimento e instalações do Instituto Altus Global Alliance – ONG Internacional. A PCPE informou ainda que a Divisão de Projetos continua desenvolvendo projetos de reformas e construções para outras delegacias na capital e interior do estado.

Novos PMs e policiais civis reforçam a segurança

O policiamento do Recife, Região Metropolitana e interior do estado teve um reforço a partir da formatura de 1.996 policiais civis e militares. A solenidade de conclusão de curso aconteceu nesta segunda-feira, no Quartel do Derby, com a presença do governador Eduardo Campos. A maior parte do efetivo (800 soldados da Polícia Militar) irá incrementar o efetivo do Programa Patrulha dos Bairros. Os novos PMs irão para as ruas de imediato, segundo informações da Secretaria de Defesa Social (SDS).

A primeira experiência para atuar junto ao público o grupo adquiriu no carnaval deste ano, quando os soldados foram escalados para trabalhar durante o desfile do Galo da Madrugada. O reforço na segurança pública também será nas delegacias especializadas e nas instaladas nos bairros, com a contratação de 415 agentes e 201 escrivães. O investimento no curso de formação foi de R$ 18,5 milhões.

De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, os novos policiais irão substituir na capital servidores mais antigos que solicitaram transferência para outras delegacias. Em relação aos 800 soldados da PM, afirmou que eles serão distribuídos nos cinco batalhões da capital e designados para o trabalho na Patrulha dos Bairros. “Eles irão atuar com a nova filosofia de segurança pública que é de interagir com a população”, destacou. Wilson Damázio disse, ainda, que a partir desse reforço a Patrulha dos Bairros vai passar a funcionar 24 horas por dia.

Segundo o comandante da Polícia Militar, coronel Luiz Aureliano, o restante do efetivo da PM será distribuindo na capital, Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão. Questionado sobre desatinação de um maior efetivo para o Recife, ele afirmou que todos os policiais foram treinados para trabalhar com a nova filosofia de policiamento comunitário. “Mas a capital não está tendo uma atenção especial por isso porque todas áreas merecerem a mesma atenção”, ponderou.

O diretor da Polícia Civil, Osvaldo Morais, lembrou que desde 2007 o efetivo da corporação tem recebido um aumento importante e que a perspectiva para 2013 é de crescer em 10% o número de agentes e em 100% o de escrivães. “Essa contratação (dos novos policiais) é muito importante para aumentar a produção de inquéritos nas delegacias e dar o retorno que a população espera”, frisou. De acordo com dados da SDS, o investimento anual do governo do estado em segurança pública chegou a R$ 2,6 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões com pagamento de salários dos funcionários da ativa, R$ 500 milhões com custeio e R$ 100 milhões com investimentos (compras de equipamentos e construção).

Por Rosália Rangel do Diario de Pernambuco

 

Delegados na dança do “Vou não, quero não, posso não…”

 

Não é de hoje que as delegacias de polícia do interior do estado passam temporadas sem delegados titulares. Essa é uma ferida antiga que a Secretaria de Defesa Social (SDS) não conseguiu curar até agora. Com exceção dos policiais que já moram nas cidades do interior ou daqueles que são punidos pelos superiores com transferências para lugares distantes, ninguém quer trabalhar fora da área da capital e Região Metropolitana. A dificuldade de mandar delegados para chefiar as equipes nos municípios mais afastados acaba gerando outro problema. O acúmulo de função de alguns profissionais que são obrigados a responder por duas ou até três delegacias diferentes.

No último dia 22 de junho, uma portaria do secretário Wilson Damázio determinava que sete delegados especiais deveriam assumir delegacias do inteior a partir do início de julho. No entanto, dos sete nomes, apenas um delegado seguiu para o seu destino. Os outros seis, entre eles dois ex-secretários de Segurança Pública do estado, bateram o pé e não assumiram os novos postos. Como justificativa para não atender à determinação do chefão, apresentaram atestados médicos alegando a impossibilidade de viagens longas. Além disso, dois deles deram entrada em pedidos de licença-prêmio e outros dois teriam solicitado a tão esperada aposentadoria. Todos esses delegados estavam desempenhando funções burocráticas na capital do estado e não gostaram nadinha de terem que partir para o interior.

Entre os delegados, inclusive uma mulher, que entraram na conhecida dança do “vou não, quero não, posso não”, hit que dominou a internet há cerca de dois anos, estão ainda ex-chefes do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) e ex-titulares de delegacias distritais. O que sobrou para a SDS, mais uma vez, foi determinar que outros delegados do interior passem a assumir os lugares não ocupados pelos colegas. E isso não é um privilégio só do interior do estado. Na RMR, também há falta de delegados para os plantões, o que levou a SDS até a tirar delegados da Corregedoria para assumir delegacias. Leia matéria abaixo sobre o assunto.

 

Delegados tirados da Corregedoria para fazer plantões