Campanha para divulgar Disque-Denúncia pela internet

 

O Disque-Denúncia vai intensificar a campanha de divulgação do seu serviço de recebimento de informações pela internet. Até essa sexta-feira, mais de 300 denúncias já haviam sido recebidas pelo site www.disquedenunciape.com.br, que funciona 24 horas. Segundo o órgão, os municípios do interior foram responsáveis, até o momento, por cerca de 25% das denúncias enviadas pela internet. Serão distribuídos em todo o estado 50 mil folderes, 10 mil cartazes, e ainda espalhados outbus e outdoors ressaltando a importância da denúncia de crimes. O anonimato do denunciante será garantido pelo órgão e as informações serão repassadas para a polícia imediatamente, podendo gerar inclusive prisões em flagrante dos acusados.

Com o novo formato, as denúncias podem vir acompanhadas de fotografias, vídeos e até documentos que possam ajudar a identificar os criminosos. Após passar por uma análise rigorosa, esse material poderá servir como prova nas investigações policiais. Segundo a superintendente do Disque-Denúncia, Carmela Galindo, a campanha tem como objetivo alcançar um público maior de denunciantes nas regiões do Agreste e Sertão do Pernambuco. “Vamos reforçar nossas campanhas nas cidades do interior e continuar a realizar as reuniões com os delegados, comandantes de batalhões e com as escolas desses municípios para divulgar mais a nossa campanha pela internet”, ressaltou Carmela Galindo

Já na Região Metropolitana do Recife (RMR), que recebe a maior quantidade de denúncias, nos dez primeiros dias de funcionamento do serviço, os bairros do Ibura e Boa Viagem foram os que mais enviaram denúncias. Um total de 16 informações chegou do bairro do Ibura e 11 do bairro de Boa Viagem, ambos na Zona Sul do Recife. O terceiro lugar na capital pernambucana ficou com o bairro de Areias, de onde chegaram 10 queixas. No município de Jaboatão dos Guararapes, o líder de denúncias é o bairro de Piedade com cinco recebimentos. Em segunda colocação está Cajueiro Seco com quatro. Já em Olinda, cinco denúncias chegaram do bairro de Ouro Preto e quatro de Rio Doce.

 

Serviço:

Disque-Denúncia

Site: www.disquedenunciape.com.br

Fone: 3421-9595

Quando a população vira um investigador

 

Cada vez mais, a sociedade tem procurado ajudar a polícia a diminuir a criminalidade. Muitas vezes, essa iniciativa ganha corpo porque as pessoas estão descrentes na Justiça e cansadas de verem criminosos agirem livremente aos olhos de todos. As denúncias anônimas pela internet têm motivado a população colaborar mais com as investigações policiais. Em uma semana, o novo serviço do Disque-Denúncia recebeu 257 informações referentes a crimes cometidos no estado. O tráfico de drogas ocupa o primeiro lugar no ranking. Foram 92 casos. Na segunda colocação está a queixa sobre poluição sonora, que somou 47 reclamações e em terceiro lugar, a violência doméstica, com 21. As demais denúncias são de outros tipos de crimes.

Facilidade em prestar informações pelo site e a garantia do anonimato têm incentivado as denúncias (HEITOR CUNHA/DP/D.A PRESS)

Qualquer pessoa pode entrar no site www.disquedenunciape.com.br e denunciar. Foto: Heitor Cunha/DP.D.A Press

O que a população talvez não saiba é que todo o material que será enviado para a polícia poderá ser transformado em provas materiais. O que torna o cidadão um detetive auxiliando a polícia. As fotografias, os vídeos e outros documentos que comprovam crimes poderão servir como provas na investigação policial. O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Osvaldo Morais, adianta que tudo o que for enviado será analisado e submetido a uma perícia antes de ser considerado uma prova.

A estudante Amanda Lacerda, 18 anos, aprovou o novo modelo de fazer denúncias, apesar de ainda não ter utilizado o serviço. “Isso vai encorajar mais as pessoas a denunciarem os crimes que acontecem aqui em Pernambuco. Agora, posso fazer uma denúncia pela internet sobre crimes”, ressaltou a estudante.

O assunto foi manchete do Diario de Pernambuco desta quinta-feira. Confira reportagem completa na edição impressa publicada na editoria de Vida Urbana.

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Humorista Mução é preso em operação da Polícia Federal

 

O apresentador de rádio Mução foi um dos suspeitos presos na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal (PF) que está realizando uma operação de combate à pedofilia e pornografia infantil nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. O humorista que apresenta um programa diário numa rádio local foi detido em Fortaleza. A superintendência da PF em Pernambuco realiza nesta manhã uma entrevista coletiva para apresentar o balanço da ação.

mucao

Segundo a PF, pelo menos quatro dos 15 mandados de prisão expedidos pela Justiça já foram cumpridos. A operação DirtyNet (internet suja), como foi batizada, pretende cumprir ainda 50 mandados de busca e apreensão. O objetivo é desarticular uma quadrilha que compartilhava material de pornografia infantil pela internet. Os suspeitos vinham sendo investigados há cerca de seis meses. Durante esse período os integrantes do grupo foram flagrados trocando arquivos com cenas de adolescentes, crianças e bebês em contexto de abuso sexual. Os suspeitos também relatavam crimes de estupro cometidos contra os próprios filhos, além de sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.

Pornografia infantil no topo das denúncias

Do Diario de Pernambuco

Por Juliana Colares

 

Crianças são vítimas mais frequentes. Na última segunda, um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido em Olinda (HELDER TAVARES/DP/D.A PRESS.)
Crianças são vítimas mais frequentes. Na última segunda, um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido em Olinda

 

Em tempos de sociedade 2.0, a pornografia infantil está no topo das denúncias de delitos cometidos na web. Segundo dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos contra os Direitos Humanos, entre janeiro e maio deste ano, os casos de pornografia infantil representaram quase metade de todas as denúncias recebidas pela associação – 9.516 de um total de 19.265. A impunidade está diminuindo, mas o número de prisões ainda é bem inferior ao de crimes praticados. Dados fornecidos pela Safernet Brasil, que gerencia a Central Nacional de Denúncias, mostram que entre 2003 a 2008, a Polícia Federal prendeu, em todo o Brasil, 13 agressores sexuais que usaram a internet para cometer crimes contra crianças e adolescentes. De 2009 para cá, a quantidade de prisões passou de 100. Na última segunda-feira, mais um suspeito de divulgação de pornografia infantil na internet foi preso. O caso ocorreu em Olinda.

Um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido no bairro de Rio Doce no momento em que divulgava na internet imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. No apartamento do suspeito, identificado pela PF pelas suas iniciais, W.R.L.S, foram encontradas fotografias e vídeos contendo, inclusive, cenas de sexo explícito. O material estava armazenado em três discos rígidos. A prisão foi efetuada durante o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 13ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, a dois apartamentos residenciais localizados em Rio Doce. Todo o material foi encontrado em um dos apartamentos. A investigação começou no ano passado e corre em segredo de justiça.

Pelos dados analisados até o momento, W.R.L.S infrigiu dois artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente e pode pegar de quatro a 10 anos de reclusão. O material encontrado será analisado por perícia técnica. A Polícia Federal quer saber, por exemplo, se o suspeito participou da produção das imagens, o que pode fazer com que ele seja enquadrado em mais crimes. O inquérito policial já foi instaurado. O suspeito foi encaminhado para o Cotel, onde ficará à disposição da Justiça Federal.

“Nos últimos três anos, houve um aumento significativo de operações policiais e prisões. O cenário está mudando. Não na velocidade ideal, mas está mudando. Existem problemas estruturais na polícia e no judiciário que ajudam a manter um elevado índice de impunidade no país com relação a vários crimes. Com a internet não é diferente”, disse o diretor-presidente da Safernet Brasil, responsável pelo gerenciamento da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos contra os Direitos Humanos, Thiago Tavares.

Segundo ele, na maioria das prisões realizadas pela Polícia Federal, os crimes praticados eram de produção, divulgação e armazenamento de imagens com cenas pornográficas e de sexo explícito envolvendo crianças com zero a 12 anos. De acordo com Thiago Tavares, comprovar o crime na internet é fácil. O mais complicado é identificar a autoria.

 
Entrevista >> Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet Brasil

“O mais complicado é identificar o autor do crime”

Por que a pornografia infantil é o crime cibernético contra os direitos humanos mais denunciado?

A pornografia infantil sempre foi o crime mais denunciado desde 2006, quando a Safernet Brasil foi criada. Isso ocorre, primeiro, porque é um crime que choca muita gente. A tendência é que alguém que encontre uma imagem desse tipo na rede, denuncie. E, infelizmente, existe farto material de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet. E com o crescimento de pessoas com acesso à internet – no Brasil são 80 milhões – há mais pessoas se deparando com esse tipo de conteúdo.

É mais difícil investigar os crimes na internet?

Existe um mito de que a internet é uma terra sem lei. A internet não é um mundo paralelo. Sua vida online é a extensão da sua vida offline. E a lei que vale para o offline vale para o online. O que muitas vezes é mais complicado é identificar a autoria do crime, o que depende de uma série de variáveis. Por exemplo: se um crime é cometido por meio de um provedor estrangeiro sem representante legal no Brasil, a obtenção das provas necessárias à comprovação da autoria passa a depender de cooperação jurídica internacional, que normalmente é lenta e, em alguns casos, insuficiente.

Existem redes de pronografia infantil na internet ou essas imagens são pulverizadas na web?

Existe um degradê de situações. Existe desde o curioso eventual que consome esse tipo de imagem até organizações criminosas dedicadas à produção e venda desse conteúdo. Existem grupos que fazem a intermediação financeira de compra e venda de imagens de abuso e exploração sexual de crianças. E também existe o abusador que registra o abuso e troca essas imagens com outros abusadores.