CSI pernambucano ajuda polícia a desvendar crimes

A cena do crime fala. O corpo da vítima também. Há um mês, um professor de 49 anos foi encontrado morto em seu apartamento, com as pernas e o pescoço enrolados com fios. A análise de vestígios no local do assassinato levaram à suspeita sobre dois alunos de uma escola particular na qual ele trabalhava. O caso de José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, é o mais recente de uma série de investigações que demonstram a importância cada vez maior  da perícia criminal na elucidação de mistérios que intrigam a população e desafiam os investigadores.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime que vitimou o professor Betinho está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

No Caso Betinho, a perícia papiloscópica, feita pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), detectou as digitais dos dois estudantes nos objetos usados no crime e num móvel da casa da vítima. “As perícias esclarecem situações com provas incontestáveis. Mas para que sejam bem feitas, é fundamental que haja o isolamento da área”, explica a gerente de Polícia Científica de Pernambuco, Sandra dos Santos.

Apenas nos três primeiros meses deste ano, o Instituto de Criminalística (IC) realizou 921 perícias de comparação balística no estado. Já o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizou 341 perícias em locais de homicídios, tentativas ou em veículos no Grande Recife no mesmo período.

Ao chegar em um local de crime, seja ele um roubo ou um assassinato, o perito criminal ou papiloscopista analisa toda área próxima. Sandálias, peças de roupas, objetos pessoais ou a arma do crime são as primeiras coisas procuradas no cenário do crime. “Tudo o que é colhido para perícia pode trazer um resultado. E uma vez que esse resultado é obtido, pode se refazer a técnica em qualquer outro lugar do mundo que a resposta será a mesma”, assegura Sandra dos Santos.

A tarefa de encontrar as provas ou vestígios em locais de crime exige rapidez e experiência. “Quanto mais rápido chegarmos ao local, melhor. Nas perícias em lugares fechados é mais fácil encontrar vestígios como impressões digitais e manchas de sangue”, ressalta a gerente de Polícia Científica.

Para o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, a perícia criminal é essencial para a investigação policial. “Seja num crime de roubo, homicídio ou até mesmo sexual, a perícia é de fundamental importância. É o trabalho do perito que em muitos casos vai dar um norte para chegarmos à autoria do delito. Eles podem nos apresentar provas cabais contra os suspeitos do crime”, aponta Barros.

DNA
Recentemente, Pernambuco passou a contar com nova ferramenta para combater o crime através de análises de DNA. O estado é o primeiro do país a fazer a coleta de material genético de condenados por crimes hediondos para inserir no Banco de Dados de Perfis Genéticos. O banco, com tecnologia do FBI (polícia federal norte-americana), está presente em 17 estados e Distrito Federal para facilitar a identificação de reincidentes e crimes em série, e integrar o trabalho das polícias.

Outros casos

Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Caso Lara

No dia 24 de junho de 2003, a menina Lara de Menezes Albert, 7 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida quando estava dentro do apartamento onde morava com a família no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. No primeiro momento da investigação, o caso era um mistério para a polícia que não sabia de onde teria partido o tiro que feriu a garota. Somente após uma perícia realizada pelos profissionais do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco ficou concluído que o disparo que atingiu Lara teria partido de um apartamento de um prédio próximo ao dela.

Tópicos
Com base na trajetória da bala e a posição onde a criança estava, os peritos não tiveram dúvidas de que o tiro foi disparado de um prédio a 100 metros

O resultado foi entregue ao delegado responsável pela investigação, que solicitou um mandado de busca e apreensão no apartamento apontado pela perícia

Uma pistola foi encontrada no apartamento onde morava um tenente da Polícia Militar. Ele negou para a polícia que tivesse feito o disparo

A comparação balística apontou que o projétil que atingiu a vítima saiu da arma do tenente. O inquérito foi concluído e o autor indiciado

Lutador de box morreu em 2009. Foto: Tom Casino/Reproducao da Interne
Lutador de box morreu em 2009. Foto: Tom Casino/Reproducao da Interne

Caso Arturo Gatti

O lutador de boxe Arturo Gatti foi encontrado morto dentro de um quarto de hotel de luxo em Porto de Galinhas, Litoral Sul do estado, em 11 de julho de 2009, um dia depois de chegar à praia com a mulher, Amanda Rodrigues, e o filho para passar férias. Horas antes, segundo o inquérito policial, o casal teria brigado num restaurante e a mulher sido agredida. No hotel, Amanda teria se trancado no quarto com o filho e o lutador ficado na sala onde se suicidou. Inicialmente, a Polícia Civil acreditou em crime passional e Amanda foi autuada por homicídio. Passou 19 dias presa e só foi solta após o laudo da perícia pernambucana descrever que a morte de Gatti foi um suicídio.

Tópicos
Após analisar o peso da vítima (70kg), a posição que o corpo foi encontrado e a alça da bolsa usada no enforcamento, os peritos concluíram que o boxeador cometeu suicídio

Segundo a perícia, Gatti amarrou a alça de uma bolsa na escada e se pendurou, utilizando um banco da cozinha americana da suíte

O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou como causa da morte asfixia por enforcamento

A família da vítima chegou a contestar o resultado e contratou peritos internacionais, mas não obteve sucesso

Dois suspeitos foram identificados e um deles já foi preso. Foto: Reproducao TV Clube
Dois suspeitos foram identificados e um deles já foi preso. Foto: Reproducao TV Clube

Caso jornalista Marco Aurélio

O corpo do jornalista aposentado Marco Aurélio de Alcântara, 77 anos, foi encontrado na manhã do dia 24 de setembro do 2014, dentro da casa dele, no bairro do Derby. A vítima estava com as mãos, pernas e braços amarrados e um fio de náilon enrolado no pescoço. Na noite anterior à morte, testemunhas viram pelo menos duas pessoas estranhas entrando na casa. Alcântara teria vendido a residência onde morava por R$ 800 mil e sacado R$ 60 mil do valor. O dinheiro estaria guardado no imóvel. A identificação dos suspeitos do crime foi possível graças à análise feita pelos peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) em objetos que estavam na casa, onde foram colhidas impressões digitais.

Tópicos
As imagens das câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil mostraram dois homens saindo da casa do jornalista no dia do crime

Numa pasta que pertencia à vítima foram encontradas as digitais do suspeito Cristiano José da Silva Nascimento. Ele foi preso e confessou o crime

A partir da prisão de Cristiano, a polícia chegou ao segundo suspeito identificado como Emerson Pereira Morais, que está foragido

A polícia concluiu que os dois suspeitos mataram o jornalista aposentado para roubar. Cristiano disse que ele e Emerson ficaram com R$ 30 mil

Médico foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. Foto: Tv Clube/Reprodução
Médico foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. Foto: Tv Clube/Reprodução

Caso Artur Eugênio

No dia 12 de maio de 2014, o cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos, foi assassinado às margens da BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. O carro da vítima foi encontrado na manhã do dia seguinte, no bairro da Guabiraba, no Recife. Uma garrafa plástica localizada perto do veículo foi a chave inicial para desvendar o assassinato. A partir da localização das impressões digitais no recipiente, a polícia chegou ao nome de um dos suspeitos. Ao final das investigações, cinco pessoas foram indiciadas pelo assassinato que causou grande revolta na sociedade, sobretudo na classe médica.

Tópicos
O corpo de Artur Eugênio foi localizado na noite do dia 12 de maio do ano passado às margens da BR-101. Ele estava sem nenhum documento de identificação

Uma garrafa plástica encontrada perto do carro da vítima completamente carbonizado na Zona Norte do Recife foi recolhida pela perícia

A partir da análise feita por peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril, as impressões digitais de um suspeito foram localizadas

As imagens das câmeras de segurança analisas pela polícia mostraram que a vítima estava sendo seguida desde a saída do trabalho

Estudante de 17 anos foi o executor do professor Betinho do Agnes

Um adolescente de 17 anos está sendo apontado pela polícia como executor da morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49. Ele e outro aluno do Colégio Agnes (de 19 anos) são os suspeitos do crime, segundo o delegado Alfredo Jorge. Como antecipado pelo Diario com exclusividade, impressões digitais foram encontradas por peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) na casa do professor.

Delegado Alfredo Jorge espera que suspeitos confessem o crime. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Delegado Alfredo Jorge espera que suspeitos confessem o crime. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

As digitais do adolescente estavam no ferro de passar roupas usado para matar a vítima, no ventilador cujo fio serviu para amarrar as pernas do pedagogo e ainda na geladeira da residência. Já as do estudante de 19 anos foram colhidas na cômoda do apartamento de Betinho. Um dos estudantes é filho de um integrante da administração do colégio.

O professor foi encontrado morto em seu apartamento, no Edifício Módulo, na Conde da Boa Vista, em 16 de maio. De acordo com a polícia, os suspeitos devem ser ouvidos novamente na próxima semana. “Os dois prestaram depoimento em 21 de maio e negaram participação. Também negaram que estiveram na casa da vítima e alegaram que nem sabiam onde Betinho morava. Mas as digitais provam que eles estiveram na cena do crime”, apontou o delegado.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

Alfredo Jorge afirmou que a motivação do assassinato segue indefinida e por isso a investigação vai continuar. “Precisamos saber se houve relação sexual antes do crime. Estamos esperando os laudos.”

Até o momento, a polícia não decidiu quando irá pedir a prisão temporária ou preventiva do suspeito de 19 anos e a internação do adolescente. Ambos cursam o terceiro ano do ensino médio.

“Ainda não temos a motivação, mas o inquérito pode ser fechado sem essa conclusão e encaminhado à Justiça com as provas e indícios. Ambos apresentaram álibis para a noite do crime. O mais velho disse que estava em casa e o adolescente contou que estava com a namorada, mas a versão do mais novo já foi derrubada. Acho possível que o motivo do crime só seja descoberto com a confissão dos dois suspeitos.”

Os advogados do estudante de 19 anos afirmaram que a família ainda não vai se pronunciar. Os defensores vão aguardar as intimações para os novos depoimentos. Procurado mais uma vez, o Colégio Agnes também preferiu não se pronunciar.

Pontos cegos
A polícia revelou que existem pontos cegos na câmera de monitoramento do Módulo e que há a possibilidade de alguém ter entrado e saído do edifício sem ser filmado. A análise das gravações estão em andamento.

Polícia tem provas contra os dois suspeitos de matar professor em prédio na Boa Vista

A Polícia Civil já tem indícios e prova de autoria contra os dois suspeitos de terem envolvimento na morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. O delegado Alfredo Jorge disse nesta quarta-feira após ouvir cinco depoimentos na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que já sabe quem assassinou Betinho, como a vítima era chamada. “Ainda não temos a motivação do crime, mas latrocínio e ligação com o tráfico de drogas são linhas praticamente descartadas. Estamos muito perto de fechar o inquérito”, afirmou o delegado.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Entre os investigados pela morte do pedagogo estão dois rapazes que costumavam frequentar o Edifício Módulo, onde a vítima morava na Avenida Conde da Boa Vista, e dois estudantes da escola particular onde o pedagogo trabalhava. Os estudantes, sendo um adolescente, prestaram depoimento na quinta-feira da semana passada e negaram envolvimento com o crime. Os dois rapazes que foram ouvidos pela polícia nos primeiros dias da investigação e que frequentava a casa do professor também negaram participação no assassinato.

Dos cinco depoimentos colhidos nesta manhã, dois foram de estudantes do Colégio Agnes, dois de parentes do professor e o último deles foi o da zeladora do prédio que encontrou as chaves da casa de Betinho no lixo do quarto andar na manhã de sexta-feira (15). O professor morava no sétimo andar. A polícia está analisando agora as imagens do circuito interno do prédio para conseguir mais provas contra os suspeitos. Para a tarde desta quarta-feira está previsto o depoimento de mais uma familiar de Betinho. Além do Agnes, Betinho trabalhava em uma escola municipal em Nova Descoberta.

Nessa terça-feira, oito pessoas prestaram esclarecimentos à polícia. Também na terça-feira, um irmão e uma irmã de Betinho procuraram o delegado para saber como andam as investigações. Betinho foi encontrado morto dentro do seu apartamento na noite do último dia 16. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.

Delegado e perito encerram simpósio sobre local de crime

Os detalhes da investigação policial do caso do trio de canibais de Garanhuns e os relatos de como são feitas as perícias em locais de crime foram os assuntos em pauta no último dia do I Simpósio sobre local de crime promovido pela Faculdade dos Guararapes, em Piedade. O evento que levantou discussões sobre as técnicas e procedimentos adotados na perícia em locais de crime e a importância da preservação de cena de crimes terminou nessa sexta-feira e reuniu dezenas de alunos e público em geral.

Delegado Paulo Berenguer falou sobre os canibais. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Paulo Berenguer falou sobre os canibais. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Participaram do simpósio como palestrantes peritos criminais, policiais civis e militares e ainda delegados. Entre os temas debatidos estiveram; crime organizado, isolamento e preservação de local de crime, o DNA e a cena de crime, perícias realizadas pelo Instituto de Medicina Legal de Pernambuco (IML), homicídio sem cadáver e as perícias em casos policiais de Pernambuco.

Os participantes ficaram bastante impressionados com a palestra do delegado Paulo Berenguer, que presidiu o inquérito do trio de canibais. Ele falou detalhes da investigação, inclusive mostrando fotos e vídeos, e contou os detalhes de como os acusados seduziam e assassinavam suas vítimas. “Eles foram condenados pela morte de uma vítima, estão respondendo por mais dois homicídios e por muito pouco não chegaram a fazer outras vítimas”, contou o delegado.

Gilmário Lima revelou detalhes das perícias em locais de crime
Gilmário Lima revelou detalhes das perícias em locais de crime

Já o perito criminal Gilmário Lima, que trabalha no plantão da Força-tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e em Salgueiro, revelou quais são os procedimentos realizados durante uma perícia em local de cadáver. Também através de fotografoas, Lima prendeu a atenção do público explicando como é feita a coleta de material para produzir provas contra os suspeitos dos crimes.

Aprovada investigação da PF sobre falsificação de medicamentos

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou Projeto de Lei (PL 4136/12) que institui a Política Nacional de Combate à Pirataria de Produtos Submetidos à Vigilância Sanitária.

Segundo a proposta, a falsificação, corrupção ou a adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais passarão a constituir crimes da alçada da Polícia Federal (PF). Com esse propósito, o projeto acrescenta um inciso à lei que trata das competências da PF (Lei 10.446/02).

Foto: Everson Verdiao/Esp.DP/D.A.Press
Foto: Everson Verdiao/Esp.DP/D.A.Press

A intenção do autor da proposta, senador Humberto Costa (PT- PE), é criar uma política unificada de combate à pirataria, para facilitar o trabalho dos agentes públicos envolvidos no assunto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço dos remédios vendidos no Brasil são falsificados.

Crime organizado
O relator da comissão, deputado Fernando Francischini (SD-PR), acredita que a medida vai inibir a atuação do crime organizado. ”É uma legislação que avança e fecha o cerco contra organizações criminosas que pirateiam produtos que atentam contra a segurança da população, a saúde inclusive”.

Na opinião de Francischini, a população brasileira tem muito a ganhar com a aprovação do projeto, especialmente na saúde pública. ‘Não havia uma definição direta de que também se enquadrava como crime a pirataria desses produtos.”

Para o relator, também se vai ganhar na seriedade de tratamentos, que muitas vezes são feitos com produtos pirateados. “Imagina o tratamento de uma doença gravíssima, e que esse doente está se tratando com placebo, ou seja, um remédio sem todas as substâncias necessárias para o seu tratamento.”

Produtos abrangidos
Entre os produtos submetidos à vigilância sanitária, estão os medicamentos de uso humano, os alimentos e as bebidas, os cosméticos, os produtos de limpeza, os cigarros e quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde.

Da Agência Câmara

Caso promotor Thiago Faria: um ano e muitas interrogações

Um ano se passou e as dúvidas quanto à motivação e a autoria do assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, permanecem. Thiago foi morto a tiros de espingarda calibre 12 no dia 14 de outubro de 2013, quando seguia pela PE-300 em direção a Itaíba, no Agreste, onde atuava. O carro em que o promotor estava, acompanhado da noiva e de um tio dela – que não se feriram -, foi abordado por outro veículo, do qual os tiros foram disparados.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Ele estava com a noiva Mysheva e o tio dela, que não tiveram ferimentos. Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Federal assumiu as investigações no mês passado e, por enquanto, não descartou nenhuma hipótese. Uma equipe da Coordenação Geral Institucional de Defesa, com sede em Brasília, esteve no interior do estado realizando algumas diligências.

Neste fim de semana a equipe da TV Clube/Record foi à cidade de Itaíba, mas moradores e comerciantes da região têm medo de se pronunciar. Os agentes federais estão no Recife e só retornarão à região quando tiverem necessidade de esclarecer novas dúvidas ou fazer diligências. O efetivo da PF local está dando apoio.

De acordo com o superintedente da PF em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, novas perícias não estão descartadas, “apesar de já existirem laudos e depoimentos que dão base à investigação”. Uma nova reconstituição pode ser realizada novamente.

Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Na investigação da Polícia Civil, os policiais chegaram à conclusão de que o crime foi motivado por disputas por parte das terras da Fazenda Nova, arrendada pela noiva do promotor, a advogada Mysheva Martins. O inquérito apontou o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo como mandante, já que ele era o antigo posseiro da fazenda.

José Maria segue foragido, apesar do Disque-Denúncia oferecer recompensa de R$ 10 mil por informações que levem à sua captura. O cunhado dele, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, chegou a ser preso como suspeito de ter atirado no promotor, mas foi solto por falta de provas.

Polícia Federal já está investigando morte do promotor Thiago Faria

Há um mês à frente das investigações sobre o assassinato do promotor Thiago Faria, a Polícia Federal de Pernambuco se pronunciou nesta sexta-feira sobre o caso. De acordo com o superintente do órgão, delegado Marcelo Diniz Cordeiro, a PF começou a analisar as investigações repassadas pela Polícia Civil, realizou algumas diligências, entrevistas e intimações.

Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Para os trabalhos, foi designada uma equipe da Unidade de Combate a Crimes Contra Pessoas, que faz parte da Coordenação Geral de Defesa Institucional, sediada em Brasília. Os policiais vieram especialmente para o caso. O grupo está sendo coordenado pelo delegado Alves que, segundo o superintendente, tem experiência em atuar em homicídios, com investigação de grupos de extermínio. Esta semana, o delegado especial realizou diligências em Itaíba, de onde chegou nesta sexta-feira.

A entrevista coletiva aconteceu na sede da PF, no Cais do Apolo, há poucos dias do aniversário de um ano do crime, ocorrido no dia 14 de outubro de 2013 na PE-300, rodovia que liga Águas Belas, município onde o promotor morava, a Itaíba, onde ele trabalhava.

Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia Civil iniciou as investigações logo após o crime. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em agosto deste ano, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Polícia Federal assumisse o inquérito. O relator do incidente de deslocamento de competência, ministro Rogerio Schietti Cruz, entendeu que a demora no esclarecimento do crime representa grave violação dos direitos humanos e pode resultar na impunidade dos seus mandantes e executores.

A Seção ainda determinou que o inquérito seja acompanhado pelo Ministério Público Federal e que fique sob a jurisdição da Justiça Federal. O assassinato do integrante do Ministério Público de Pernambuco estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem.
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
O pedido de federalização foi feito ao STJ pelo procurador-geral da República, após solicitação do Ministério Público estadual. O procurador-geral sustentou que haveria um conflito aberto entre instituições – a Polícia Civil e o MP de Pernambuco –, o que demonstraria a impossibilidade de autoridades locais oferecerem resposta ao crime praticado.

Informações sobre assassino de médico valem até R$ 20 mil

Informações que ajudem a esclarecer o assassinato do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36 anos, morto no dia 12 de maio, agora valem até R$ 20 mil. O novo valor está sendo oferecido pelo Disque-Denúncia para auxiliar as investigações sobre o caso.

Atualmente, a polícia está à procura de Flávio Braz de Souza, suspeito de ser um dos executores do crime. O aumento no valor oferecido pela ONG é proveniente de doação realizada nesta terça-feira.

Flávio está sendro procurado. Foto: Reproducao TV Clube
Flávio está sendro procurado. Foto: Reproducao TV Clube
Cartazes com a foto do suspeito serão distribuídos por todo estado. “Trabalhamos em parceria constante com a polícia. Recebemos uma doação privada para elevar o valor da recompensa, e acreditamos que este seja um incentivo a mais para levar à localização suspeito, que está foragido”, explica a superintendente do Disque-Denúncia Pernambuco, Carmela Galindo. Até o momento, já foram recebidas 22 denúncias sobre o caso.

Quem tiver informações sobre o caso pode telefonar para 3421-9595, na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata Norte, ou (81) 3719-4545, no interior do Estado. Também é possível repassar informações através do site da central www.disquedenunciape.com.br, que permite o envio de fotos e vídeos. O serviço funciona durante 24h, todos os dias da semana. O anonimato é garantido.

Leia mais sobre o caso em:

Polícia busca agora último suspeito da morte do médico Artur Eugênio

Polícia Federal assume caso do promotor de Itaíba em caráter de urgência

Perto de completar nove meses do assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, a investigação do crime ganhou mais um capítulo. Depois de ter decido no mês passado que a Polícia Civil de Pernambuco retomaria a apuração parada desde o dia 14 de fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu a um novo pedido da Procuradoria-Geral da República para que a Polícia Federal assuma o caso temporariamante. A Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco, no entanto, ainda não recebeu a recomendação do STJ.

Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Publicada no dia 1º de julho, a decisão do ministro Rogerio Schietti Cruz ressalta que já passaram mais de oito meses desde a morte do promotor e que ele autorizou a retomada dos trabalhos para não comprometer o resultado final da investigação. “A falta de entendimento entre a Polícia Civil e o Ministério Público estadual tem ensejado um conjunto de falhas na investigação criminal que pode acabar comprometendo o resultado da persecução penal, com risco, inclusive, de gerar a impunidade dos mandantes e executores do noticiado crime.”

A decisão do ministro Schietti ressalta a autorização da PF para junto com o Ministério Público Federal fazer a colheita de “elementos indiciários, em caráter urgente e precário, que não constituam reserva de jurisdição e que possam ter o resultado comprometido com o decorrer do tempo.” O que o STJ ainda não decidiu, finalmente, é quem será o responsável pela conclusão do inquérito. Essa resposta só será conhecida com o julgamento final do Incidente de Deslocamento de Competência, que voltou a ser analisado. Resta saber o que os agentes federais irão encontrar de provas tanto tempo depois do crime.

Thiago Faria foi executado dentro do próprio carro. Foto: Anônimo
Thiago Faria foi executado dentro do próprio carro. Foto: Anônimo

O promotor foi executado no dia 14 de outubro do ano passado na rodovia PE-300, entre as cidades de Águas Belas e Itaíba, quando seguia para o trabalho. Ele estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Martins, e um tio dela. Ambos escaparam sem ferimentos. Procurado pelo Diario, o chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais, disse que não havia sido notificado desta nova decisão do STJ.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

O pedido de federalização do caso foi feito pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que estavam acompanhando a apuração da Polícia Civil. Atualmente, não há ninguém preso pela morte do promotor.

Morte do promotor de Itaíba voltará a ser investigada pela Polícia Civil

Depois de passar quatro meses engavetado, o inquérito que apura a morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, morto em 14 de outubro do ano passado, voltará a ser investigado. No entanto, frustrando o pedido dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPPE, a Polícia Civil seguirá com a apuração e não a Polícia Federal.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

Isso porque o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liminar formulado pela Procuradoria-Geral da República, que após acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS) entendeu que as investigações poderiam passar a ser feita pela Polícia Federal. O pedido de federalização do caso foi feito pelo MPPE, em fevereiro deste ano, por achar que a Polícia Civil não estaria realizando um bom trabalho.

Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Homem que matou Thiago Faria estaria no banco traseiro do carro. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em sua decisão, o ministro Rogerio Schietti Cruz disse que não encontrou motivos para o deslocamento de competência da investigação. E ressaltou ainda “que o instituto de deslocamento de competência é utilizado em situações excepcionalíssimas, em que efetivamente houver demonstração concreta de risco de não cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Estado brasileiro seja parte, até para não se banalizar esse instrumento e não esvaziar a competência da Justiça Estadual.” O ministro encerra a decisão afirmando que “à vista do exposto, nego provimento ao agravo regimental.”

Neste sábado, o assassinato do promotor completa oito meses. Desde o início da apuração, apenas um homem foi preso, por suspeita de ser o executor do promotor. O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara passou 60 dias sob custódia no Cotel e foi solto por falta de provas. O cunhado dele, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo, apontado pela polícia como o mandante do assassinato, está com a prisão decretada e segue foragido apesar do Disque-Denúncia oferecer recompensa de R$ 10 mil por informações que levem à sua captura.

Agricultor perdeu 16 kg enquanto esteve preso. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Agricultor perdeu 16 kg enquanto esteve preso. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Thiago foi assassinado na rodovia PE-300, entre as cidades de Águas Belas e Itaíba, quando seguia para o trabalho. Ele estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Martins, e um tio dela. Ambos escaparam sem ferimentos.