Morte de criança de 6 anos gera protesto na BR-232

A morte do menino Miguel Almeida de Lima Freitas, de apenas 6 anos, que foi usado como proteção durante um tiroteio, deixou os moradores do bairro do Totó revoltados. Nessa terça-feira, depois do sepultamento do corpo da criança, parentes e vizinhos do garoto saíram em passeata do Cemitério Parque das Flores e bloquearam a BR-232, nos dois sentidos, em forma de protesto.

População foi para a BR-232 com cartazes. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
População foi para a BR-232 com cartazes. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

Com pedidos de Justiça, os manifestantes interromperam o trânsito queimando objetos e se deitando no chão. A via só foi liberada por volta das 17h. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local para negociar com o grupo. Devido ao protesto, houve congestionamento nos dois sentidos da rodovia. Atitudes como essa costumam acontecer sempre depois de tragédias como a que vitimou o pequeno Miguel. O povo vai para rua cobrar por uma segurança a qual já deveriam estar recebendo.

Protesto fechou a BR-232 na tarde desta quinta. Foto: Raphael Guerra/DP/D.A Press
Protesto fechou a BR-232 na tarde desta segunda. Foto: Raphael Guerra/DP/D.A Press

O tiro que atingiu Miguel partiu de uma dupla de motoqueiros que tentava matar um rapaz de 19 anos. De acordo com a polícia, os dois suspeitos já foram identificados, mas ainda não foram localizados pelos investigadores. O crime teria sido motivado por uma briga em um pagode na sexta-feira passada.

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Garoto de seis anos morreu após ser baleado por criminosos

Corpo de menino de nove anos passa seis horas dentro de casa à espera de perícia

Seis horas com um corpo dentro de casa. Esse foi o tempo que uma família teve que esperar para que o cadáver do garoto Gefferson Gomes da Silva, 9  anos, que morreu com um tiro na cabeça, fosse encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML). A Delegacia de Boa Viagem vai assumir o caso ocorrido na manhã deste sábado, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Segundo a polícia, o menino foi encontrado morto por volta das 10h por um irmão de apenas 6 anos. No momento do disparo, apenas as duas crianças e outro irmão de 20 anos estavam na casa de primeiro andar. A morte foi na parte superior do imóvel.

Morte aconteceu na comunidade Ilha do Destino. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A.Press

Logo após a morte, um equipe da Polícia Militar chegou ao local. Em seguida, agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Boa Viagem também chegaram para registrar o caso. Por volta das 13h30, o carro do IML chega ao endereço da morte. Mas, para que a dor da família fosse atenuada em não estar de frente para o corpo da criança, faltava a equipe do Instituto de Criminalística (IC) para periciar o corpo.

A  rua, que fica na comunidade da Ilha do Destino, já estava cheia de gente e a notícia já estava na boca de todos e passava porta à porta. Somente perto das 16h, o carro do IC chegou para periciar a criança. Em primeiro contato com populares, o blog descobriu que a morte aconteceu por volta das 9h40. Foram mais de seis horas de sofrimento e uma espera angustiante.

A morte ainda é um mistério para a polícia. Familiares do garoto acreditam, no entanto, que ele possa ter atirado contra a própria cabeça. Ainda de acordo com os investigadores, o caso não pode ser tratado como um suicídio porque a arma não foi localizada. Os parentes da vítima, que morava apenas com os sete irmãos, não quiseram conversar sobre o que aconteceu.

 

Uma vida interrompida por mais uma bala perdida

 

Leonardo tinha apenas 11 anos, estava na 5ª série e gostava de criar galinhas no quintal de casa. Era um menino esperto e o caçula da casa. Nesse domingo, o corpo do garoto foi sepultado sob lágrimas inconsoláveis dos pais, da irmã mais velha e de dezenas de parentes e conhecidos. Leonardo tinha uma vida inteira pela frente, mas o destino não deixou ele seguir em frente. Depois de pegar sua bicicleta no último sábado para comprar ração para alimentar os pintos que tinha no quintal, deu de cara com a morte. Foi atingido por uma bala perdida e não resistiu. Foi baleado durante um tiroteio promovido por homens ainda desconhecidos pela polícia que estavam atirando contra outra pessoa. O alvo dos tiros também morreu. Além deles, uma menina de 14 anos também foi baleada na mão. Após o enterro do corpo de Leonardo, conversei com a pai dele por telefone. Veja abaixo matéria publicada nesta segunda-feira no Diario de Pernambuco.

 

Leonardo foi baleado quando estava na Rua da Cana, em Araçoiaba (FOTOS: TV CLUBE/REPRODUÇÃO)
Leonardo foi baleado quando estava na Rua da Cana, em Araçoiaba

Um menino de apenas 11 anos morreu após ter sido vítima de uma bala perdida. Leonardo José Bezerra havia saído de casa para comprar ração para os pintos que criava no quintal de sua casa, no município de Araçoiaba, na Região Metropolitana do Recife, quando foi ferido. O garoto foi atingido por um tiro na cabeça quando passava de bicicleta em um local onde um homem estava sendo perseguido e foi assassinado. O corpo de Leonardo foi sepultado no final da tarde desse domingo, no Cemitério de Araçoiaba. Além dele e do homem que foi morto, uma adolescente de 14 anos foi atingida na mão. A menina não corre risco de morte. O caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e será investigado, a partir desta segunda, pela Delegacia de Araçoiaba. O crime aconteceu na tarde do último sábado e a polícia ainda não tem informações sobre os suspeitos.

Segundo a mãe do menino, a dona de casa Rosilene Maria, cinco minutos após o filho ter saído de casa, os vizinhos vieram contar que ele tinha sido baleado. “Ele estava indo comprar a comida dos bichinhos dele. Pegou a bicicleta e não deu nem tempo dele chegar ao supermercado. Quando a gente correu para ver onde ele estava, meu filho ainda estava vivo e caído no chão. Não sei porque fizeram uma coisa dessas com minha criança”, questionou Rosilene. Segundo a polícia, o alvo dos disparos era um homem identificado como Elias Augusto Silva da Costa, 24, que não era morador da região. Após ser atingido na cabeça, Leonardo chegou a ser socorrido e levado para um hospital em Araçoiaba e depois foi transferido de helicóptero para o Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu ao ferimento.

 

Lei do silêncio no local

Luciano não sabe quem atirou no seu filho
Luciano não sabe quem atirou no seu filho

Os moradores das proximidades da Rua da Cana, onde aconteceu o crime, não deram informações sobre as pessoas suspeitas de terem promovido o tiroteio que resultou nas duas mortes e no ferimento da jovem. “Foi uma fatalidade. Meu menino tinha acabado de sair de casa na bicicleta dele e perdeu a vida desse jeito. E o pior de tudo é que as pessoas não dizem quem foram os responsáveis por isso. Nem esse rapaz que foi assassinado era da comunidade”, lamentou o pai do menino, Luciano José Bezerra.

O filho mais novo do casal Luciano e Rosilene, Leonardo era um menino tranquilo e estudioso. Estava cursando a 5ª série e gostava de criar galinhas no quintal de casa. “A mãe dele foi fazer a feira mais cedo, mas como já estava com muito peso acabou não trazendo a comida para os pintos. Então, pedimos para ele ir comprar. Agora perdi o meu único filho homem. É uma dor muito grande que nós estamos passando.”