No ano em que completou a primeira década de existência, o Diario de Pernambuco enfrentou uma série de mudanças. Em 1835, seu fundador, Antonino José de Miranda Falcão, repassou o empreendimento para Manoel Figueroa de Faria, que já imprimia, na sua oficina tipográfica na Casa da Porta Larga, nas proximidades da Matriz de Santo Antonio, as quatro páginas do jornal que circulava no período de segunda-feira a sábado.

Em 1836, o Diario ganhou oficinas próprias na Rua das Cruzes, no bairro de Santo Antonio. Na ocasião do centenário do jornal, em 1925, o logradouro passou a ser chamado oficialmente de Rua Diario de Pernambuco.

Em 1855, ao completar as três primeiras décadas de existência, o Diario havia conseguido resistir a 348 concorrentes, que acabaram falindo. O seu parque gráfico, além da impressora que produzia o jornal, contava ainda com outra máquina e seis prelos de ferro para diversas obras menores, com 150 pares de caixetas de tipos. Três estrangeiros figuravam entre os seus 72 empregados.

No dia 28 de novembro de 1859, o Diario de Pernambuco altera o seu formato,passando a ser impresso em papel maior, com as dimensões próximas às atuais.

A dinastia Figueroa no comando do Diario de Pernambuco chegaria ao fim em 1901. O jornal já enfrentava dificuldades desde outubro de 1900, quando reduziu o número de páginas de oito para quatro. Na primeira edição de janeiro, um comunicado aos leitores informava a existência de um outro problema: “por terde soffrer grandes reparos a maquina em que imprimíamos o nosso jornal, a qual ultimamente estava funccionando de maneira pessima, passamos por algum tempo a fazer a impressão do Diario em uma excellente machina Marinoni que tambem faz parte de nossas officinas. Sendo a alludida machina pequena, o Diario de Pernambuco passa a ser publicado em oito paginas, contendo a mesma quantidade de material que d’antes. Dando este ligeiro cavaco, pedimos desculpas aos nossos leitores pela mudança, que aliás será temporaria”.

O Diario parou de circular no dia 23 de março de 1901. O jornal foi a leilão e acabou sendo adquirido pelo vice-presidente da República, o conselheiro Rosa e Silva. Em abril de 1901, o jornal mudou de endereço, passando a ocupar o palacete erguido na Praça da Independência. Foi o lugar mais duradouro do Diario, só acontecendo a transferência definitiva para o prédio dos Associados, em Santo Amaro, em junho de 2004.

Em 1910, o Diario volta a circular com oito páginas, depois do período em que esteve sendo impresso numa rotativa menor. Em novembro de 1911, o jornal teve edições rasgadas em plena Praça da Independência e seu parque gráfico foi danificado. O “empastelamento” foi consequência dos conflitos entre os “rosistas”, adeptos do proprietário do Diario e dos “dantistas”, partidários do general Dantas Barreto, que disputavam o cargode governador do estado. Rosa e Silva venceu nas urnas e o jornal foi atacado.

O Diario só voltaria às ruas no dia 28 de janeiro de 1913, agora com novo dono, o proprietário rural e dono de engenho Carlos Benigno Pereira de Lira. Na primeira edição sob seu comando, um comunicado deixava claro que o jornal não seguia nenhuma corrente política e tinha o único objetivo de levar informação a seus leitores.

No dia 1º de janeiro de 1914, o Diario de Pernambuco volta a ser publicado num formato menor, mas com a possibilidade, graças à moderna impressora rotoplana que substituiu a Marinoni cansada de guerra do tempo dos Figueroa e de Rosa e Silva, de utilizar mais recursos gráficos. É a época do surgimento das primeiras fotos publicadas pelo jornal.

Em 1915, o jornal passou a ser impresso em máquinas linotipo, da empresa Lynotype Mergenthaler, constituindo-se na maior oficina gráfica existente na época nas regiões Norte e Nordeste. A velha Marinoni, utilizada na última etapa da gestão do clã Figueroa e depois por Rosa e Silva, foi definitivamente aposentada.

Com o equipamento mais moderno, o Diario poderia até imprimir 30 mil exemplares por tiragem, o que permitiu fazer a experiência, no início da 1ª Guerra Mundial, de lançar uma edição vespertina, em papel verde, com os fatos mais recentes do conflito na Europa recebidos por telegrama. Ao contrário dos combates, que se prolongariam até 1918, o “Diario Verde” não vingou, mas a contratação de mais agências de notícias permitiu uma cobertura mais ampla da guerra.