Perfil

“Advogado ensinando advogado”. Foi com esse lema que o escritório Martorelli Advogados, localizado no RioMar Trade Center, cresceu e se tornou pioneiro em práticas inovadoras em Pernambuco. Da pequena empresa com dois sócios, fundada em 1983, a uma das principais referências no meio jurídico do país, a aposta foi na formação dos estudantes que chegavam lá para estagiar, recebiam orientações dos sócios e terminavam a graduação em Direito com a possibilidade de também se associarem ao escritório.

O sócio fundador da empresa, João Humberto Martorelli, ressalta que os 35 anos da companhia foram pavimentados por esse lema. “Fundamos, eu e Luiz Piauhylino, um escritório pequeno em 1983. Catorze anos depois, ele saiu para abraçar a carreira política. Fiquei com seis advogados associados e com um escritório já bastante capilarizado do ponto de vista geográfico. Foi quando iniciamos essa filosofia de incentivar que os profissionais formassem os estagiários. Nossa máxima era e continua sendo geração formando geração”, destaca.

Isso permitiu que o escritório se tornasse o primeiro do Recife a ser full service, isto é, que atende em todas as áreas jurídicas. “Desenvolvemos uma cultura e valores encarados de forma muito séria, tais como os princípios da ética, da capacidade técnica e do permanente aperfeiçoamento, além de conhecer a fundo o negócio do cliente. Nosso crescimento foi gerado a partir dos próprios estagiários que foram se tornando advogados e agregados aos quadros do escritório.”

Outro pioneirismo do escritório no estado foi ao renovar as práticas da advocacia empresarial em Pernambuco. “O que se praticava até então era o conceito de banca de advocacia. Desde 1983, porém, fazemos parte do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa), que nos apresentou práticas modernas e internacionais”, pontua Martorelli. Entre as atividades inovadoras estão o gerenciamento de cada área técnica por sócios e o trabalho estruturado administrativamente, com metas e orçamentos.

Com as renovações na forma de advogar no estado, o escritório cresceu e extrapolou as fronteiras de Pernambuco. Hoje, tem cinco unidades no Nordeste (Recife, Salvador, Maceió, João Pessoa e Aracaju), além de filiais em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO). “Estamos expandindo para outras cidades. Nosso objetivo estratégico é estar presente em todas as capitais do Nordeste. Além disso, conscientes de que a economia anda fora do Brasil e com uma visão global, temos uma atuação internacional por meio de parcerias com escritórios nos Estados Unidos e Europa”, destaca Martorelli.

Atualmente, o escritório conta com 14 sócios patrimoniais, além do sócio fundador, e uma quantidade de sócios de serviço que varia dependendo da demanda. São cerca de 90 a 100 advogados, número que flutua. Um plano de evolução de carreira para os estagiários e advogados está sendo aperfeiçoado para fazer com que esse quantitativo cresça ainda mais. “Temos o conceito de Escola Martorelli, para a permanente e sistemática dedicação dos 15 sócios na formação de advogados. Além disso, convidamos juristas e professores de diversas matérias para aperfeiçoar essa formação. Incentivamos e subsidiamos a capacitação constante e o ingresso deles em mestrados e doutorados, no Brasil e no exterior”, enfatiza o fundador.

Cotas

Há três meses, o escritório implementou um sistema de cotas raciais. Das vagas abertas aos estagiários, 20% são reservadas para pessoas negras. O escritório tem 30 vagas para estagiários atualmente. “Não descuidando da função social da advocacia, estabelecemos voluntariamente a cota para negros. Sabendo que nossa formação dos quadros se dá a partir do estágio, então estamos investindo fortemente nesse ativismo racial. Entendemos que se você não atua positivamente para eliminar o racismo, é racista. Ser antirracista é implementar políticas efetivas”, explica Martorelli. Quatro estagiários já ingressaram na empresa por meio das cotas. “Estamos muito felizes em poder contribuir com esse processo”, diz.

Entendendo as dores do cliente

Um escritório antenado com o novo cenário econômico e as tecnologias. Com 35 anos de história, o Martorelli Advogados investe em inovação para se aproximar cada vez mais da realidade dos clientes. A empresa tem promovido mudanças baseadas no valor “cliente no centro de tudo” aliada às práticas mais modernas do mercado.

“Precisamos entender as dores do cliente e compreender o negócio dele. Então, se você advoga para uma usina de cana-de-açúcar, tem que entender como ela opera e o que é uma moenda, por exemplo. Isto é, usar a linguagem do cliente, entrar no negócio dele e, a partir daí, buscar oportunidades”, diz a sócia head da área empresarial, Fabiana Nunes.

Representando o escritório, ela foi ao Vale do Silício, na Califórnia, para entender como funcionam as startups. “Concebemos, então, a MA 4 startups, que começou a operar em 2018. É uma célula do escritório, com sete profissionais. Atendemos clientes que faturam de R$ 0 a 60 milhões por ano. Temos a sensação de estarmos com o pé no futuro porque estamos interagindo com esses novos agentes da economia”, ressalta.

No campo da inovação, foi firmada uma parceria com a Ensinar Tecnologia. “Somos o primeiro escritório de advocacia do país a usar a inteligência artificial do Google.”