A importância da História e a riqueza pernambucana
Conhecer o passado é fundamental para os governantes, na hora de tomar decisões. “Se os homens se deixam ir ao acaso, quando se trata de governar um estado ou ordenar um exército, é que não têm o verdadeiro conhecimento da História, não sabem apreender-lhe o sentido nem fruir-lhe o saber profundo”, disse o florentino Nicolau Maquiavel (1469/1527), o “pai” da ciência política moderna. Um princípio que também se aplica aos cidadãos comuns em ocasiões importantes, como, por exemplo, na hora de escolher em quem votar.
“Quando o passado não ilumina o futuro, o espírito vagueia nas trevas”, disse também o filósofo francês Alexis de Tocqueville (1805/1856), autor do clássico “A Democracia Americana”. E a História é a lanterna que clareia nossos caminhos.
Mas ela se presta para muito mais que isso. São os seus personagens representativos –– Abraham Lincoln nos Estados Unidos, Tiradentes no Brasil etc. etc. –– que servem de protótipos, de modelos para formar o caráter dos cidadãos. Quando é rica, torna-se, ainda, um importante patrimônio para quem a possui. (Quanto não vale a Inconfidência para os mineiros, por exemplo, em auto-estima, em projeção política para o seu estado e como atração turística?). E a História de Pernambuco tem muito a nos oferecer sob todos os esses aspectos –– ensinamentos, exemplos, prestígio, orgulho, fonte de renda ––, porque é riquíssima.
Pernambuco, História & Personagens
Foi aqui, por exemplo, que, na luta contra os holandeses, no século XVII, começou a se formar o sentimento “nativista”, a consciência de que nós, brasileiros, formamos uma nação; e vingou o maior movimento de resistência popular que já houve neste País, a República dos Palmares. No século XVIII houve o primeiro grande ensaio de independência da Europa empreendido nas Américas, a chamada “Guerra dos Mascates”. Aqui, na primeira metade do século XIX, houve cinco rebeliões sucessivas em nome da independência, da democracia e, inclusive, do socialismo. E, na segunda metade, expressivos movimentos abolicionistas e republicanos, assim como importantes lutas populares, no século XX, entre muitos outros eventos dos quais trataremos, a partir de agora.
Ao longo de um ano este Diario publicará, semanalmente, o perfil de um personagem importante e falará um pouco da sua época, na forma de crônicas assinadas por Paulo Santos de Oliveira. De Duarte Coelho a Eduardo Campos. Da Nova Lusitânia aos dias correntes. Assim, no dia seis de março de 2017, aniversário de duzentos anos da Revolução que é o nosso momento maior, teremos apresentado uma espécie de resumo, um pequeno guia que servirá para popularizar e, esperamos, aumentar o interesse pelo aprendizado da nossa História.
E viva Pernambuco.